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SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Atualmente um dos maiores desafios da educação escolar é fazer com que o


processo de ensino-aprendizagem possa ser cada vez mais satisfatório,
beneficiando educador e educando com um ensino de qualidade. Para cumprir tais
pressupostos como, o desenvolvimento integral do aluno, não só no aspecto
intelectual, mas afetivo e social, capaz de transformá-lo em um cidadão crítico e
participativo qualificado para intervir na sociedade, é sugerido que se promovam
atividades metodológicas coletivas ou individuais dos alunos, em que seus
interesses individuais sejam levados em conta e valorizados para contribuir com a
motivação, ou seja, pelo desejo de aprender determinado conteúdo. “A motivação
para a aprendizagem escolar é um assunto que chama a atenção, em razão das
dificuldades que muitas escolas vêm enfrentando em relação ao interesse dos
estudantes” (AVELAR, 2015, p. 73).

Segundo Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002 apud MOTA, 2017, p. 14):

os sentidos de ensinar Ciências estão muito atrelados à ideia de subsidiar


os educandos a incorporarem, em suas representações, a ciência e a
tecnologia como cultura, pois o progresso científico-tecnológico,
inegavelmente, tem gerado em algum nível uma melhora da qualidade de
vida de uma parcela da população mundial e de nosso país ao longo do
processo histórico. Contudo, esse mesmo progresso e desenvolvimento têm
comprometido drasticamente as condições naturais e humanas,
contribuindo para o processo de desumanização do homem na esfera
social.

Nesse contexto, podemos propor práticas de ensino que confronte os


conhecimentos prévios dos discentes com os conhecimentos a serem apresentados,
investigando por meio da prática de sequências didáticas.

“De modo simples e numa resposta direta, sequência didática (doravante SD)
é um modo de o professor organizar as atividades de ensino em função de núcleos
temáticos e procedimentais.” (ARAÚJO, 2013)

Na concepção de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) apud Mota (2017, p.


14), uma sequência didática pode ser denominada como:
conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em
torno de um gênero e/ou temática específica, e que auxilia os alunos a
progredirem quanto a domínio de conteúdos, funcionando como instrumento
de orientação do trabalho docente.
Conforme Zabala (1998), as sequências didáticas são planejadas e
desenvolvidas para a realização de determinados objetivos educacionais, com inicio
e fim conhecidos tanto pelos professores, quanto pelos alunos.
A sequência didática do modelo tradicional, seguindo Bini (1977) citado por
Zabala (1998), poderia ser formada por quatro fases:
1. Comunicação da lição.
2. Estudo individual do livro didático.
3. Repetição do conteúdo aprendido.
4. Julgamento ou sanção administrativa, nota do professor ou professora.
Uma sequência didática é composta de várias atividades, as quais
consideramos como o encadeamento de indagações, atitudes,
procedimentos e ações que o aluno irá realizar sob mediação do professor.
As atividades que compõem uma sequência didática seguem um
aprofundamento crescente do tema discutido e proporciona ao aluno
trabalhar tema utilizando várias estratégias, tais como: experimentos,
pesquisas, trabalhos de campo, etc. Desta forma, o aluno discutirá um
determinado tema de ciências durante algumas semanas, no sentido de
aprofundá-lo e se apropriar dos conceitos envolvidos. Por outro lado o
professor pode acompanhar a aprendizagem dos alunos em relação ao
tema, favorecendo que todos cheguem a uma aprendizagem significativa,
mas cada um ao seu tempo. (KOBASHIGAWA, ATHAYDE, et al., 2008)
A SD proposta no trabalho segue uma estrutura baseada no livro de Zabala
(1998), por compor procedimentos que venham a ser satisfatórios no processo de
ensino e aprendizagem. Tais como: diálogos, debates, trabalhos em grupo, etc.
Centrado na construção sistemática dos conceitos e participação dos alunos com o
objetivo de se obter uma aprendizagem significativa. A sequência didática pode ser
estruturada da seguinte maneira:
1. Apresentação por parte do professor de uma situação problemática.
2. Busca de soluções.
3. Exposição do conceito.
4. Generalização.
5. Aplicação.
6. Exercitação.
7. Prova ou exame.
8. Avaliação.
Segundo Kobashigawa et al. (2008) citado por Mota (2017, p. 15) para a
elaboração de uma SD efetiva é necessária seguir algumas dicas, tais como:
 Compreender que qualquer assunto abordado apresenta dificuldades;
 A problematização deve ser um espaço para a conversação entre os
discentes e o professor;
 A todo o momento, o docente pode intervir para a melhoria no
processo ensino e aprendizagem;
 Variadas atividades realizadas em sala de aula, potencializam o
desenvolvimento e aprendizado;
 Oportunizar situações para que o educando assuma uma postura
reflexiva e se torne sujeito do processo de ensino e aprendizagem;
 Valer-se de diversas metodologias e modalidades didáticas são
maneiras de atender as diferenças individuais dos discentes;
 Reconhecer que nem todos aprendem no mesmo tempo, mas criam-
se oportunidades para que ocorra futuramente;
 Cuidado para não contemplar apenas um ponto de vista;
 A avaliação é contínua, uma vez que avaliar é tentar identificar do que
os alunos se apropriaram.

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