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UNIDADE 4

Pedagógicas para a EJA

Aula 1 Metodologias desenvolvidas na EJA


Conforme vimos em nossos estudos, a educação popular como prática educativa se
desenvolveu ao longo dos anos e concebeu a noção de ensinar como forma de
conhecimento e transformação social. Esses princípios, principalmente os baseados na
obra de Paulo Freire, deixaram como legado desdobramentos dos currículos e práticas
pedagógicas para a EJA.

Quais, então, são as possibilidades de práticas pedagógicas para a EJA?


Primeiramente, vamos refletir sobre o que ensinar, isto é, os conteúdos.

É importante, nas turmas de EJA, construir um currículo que propicie ao aluno, que teve
sua oportunidade de aprender comprometida por diversas razões, práticas que
promovam mudanças em sua realidade.

Porém, ainda encontramos na EJA práticas tradicionais, com padrões limitadores, uma
metodologia que tem como princípio a transmissão dos conhecimentos e uma aula
normalmente expositiva do professor, além de conteúdos e livros didáticos pouco
eficazes, que levam o aluno a assumir uma posição secundária e passiva, em que apenas
executa as orientações que lhes são transmitidas.

Essa prática acaba por fazer com que os alunos internalizem o paradigma de que
não tem nada a oferecer, pois sua opinião não é levada em consideração, e as
atividades de sala de aula são impostas, em vez de instigar e desafiar o alunado, o
que acaba por provocar um sentimento de incapacidade, inferioridade e até
mesmo acarretando a evasão escolar.

Paula (2012, p. 76) nos traz a reflexão de Oliveira (2007, p. 96), que nos provoca a
repensar a respeito da organização curricular sob a lógica de tessitura em rede. Segundo
a autora:
“Um mesmo saber faz parte de diferentes campos significativos, tanto disciplinares
quanto não disciplinares, na medida em que os enredamentos entre os diversos
saberes atravessam mutuamente, sem uma forma ou processo organizável de fora
ou de acordo com os critérios ‘científicos’.”

Assim, quando navegamos pelos variados campos, restitui-se a legitimidade do conjunto


de rede de saberes que devem ser desenvolvidos nos programas de EJA.
Nessa perspectiva, uma concepção crítica de educação para a EJA possui uma proposta
de expansão de diferentes conhecimentos pela construção coletiva e pela centralidade
do sujeito, com flexibilidade e contextualização dos diferentes tempos e espaços
educativos.

Sendo assim, surge uma nova questão sobre a qual devemos refletir: quais os desafios
das metodologias para a EJA?
Quando falamos de educação de adultos, estamos nos referindo a indivíduos com uma
bagagem de vida e um conhecimento construído socialmente. Nesse sentido, é
necessário desenvolver uma metodologia para a EJA com atividades diferenciadas e
instigantes, que levem o aluno a dar continuidade na busca do conhecimento,
principalmente porque o aluno da EJA carrega o estigma, de maneira geral, como uma
pessoa que aprende menos do que as outras.
Na EJA, o método deve se relacionar com o social, com o que o aluno traz consigo de
suas experiências de vida. Nesse sentido, a EJA deve estar além da educação formal,
incorporando as práticas e os saberes construídos no cotidiano dessa clientela com uma
visão construtivista.
Para essa construção, as atividades pedagógicas para a EJA precisam ter sentido e
necessitam ser desenvolvidas de modo interdisciplinar, promovendo uma maior
interação entre educandos/educandos e educandos/educadores, de forma a instigar o
aluno à busca e à investigação, além de criar a autonomia do aprendizado por meio da
troca, do debate, da dúvida, do processo de reflexão sobre o que aprendeu.
Você sabe o que é interdisciplinaridade?
 É a união de disciplinas com objetivos pedagógicos em comum.
 É um método globalizador de ensino que consiste no desenvolvimento de atividades em
torno da representação concreta de um tema central.
 É o enlace das atividades que associam os problemas da vida, de assuntos diferentes a
um mesmo ponto, a um mesmo centro.
Ou seja, cada professor tratará o assunto a partir do que a sua disciplina pode oferecer
para explorá-lo. Dessa forma, os interesses próprios de cada disciplina são preservados,
e uma enriquece a outra, ocorrendo uma relação de reciprocidade entre as diversas áreas
do saber.
A partir do tema escolhido, por exemplo, o meio ambiente, o professor de português
trabalhará seus conteúdos com textos sobre esse tema. Já o de biologia abordará o solo,
o clima, a água, e assim por diante.

Basegio e Medeiros (2012, p. 145) propõem uma metodologia baseada na situação-


problema:
[...] algo de conhecimento do estudante, mas que, ao ser problematizado, desperte
nele o desejo de aprender conteúdos ministrados na escola para resolver os
diversos problemas de sua realidade prática.

Isso com o intuito de levar o aluno a abstrair e confrontar seu problema com uma teoria,
despertando nele o pensamento reflexivo.

Os autores enfatizam a relevância qualitativa dessa metodologia, já que os alunos


deixam de ter uma relação passiva, como um receptor de conhecimentos no processo
ensino-aprendizagem, e o professor não é mais o dono do saber, passando a ser o
mediador, aquele que ajuda o aluno a construir sua aprendizagem.

É o significado do que é aprendido pelo aluno que desenvolve nele o interesse pela aula.
Sendo assim, devemos estabelecer uma metodologia que respeite o indivíduo adulto nas
suas especificidades, baseada nos princípios da andragogia, fazendo com que desperte
neles o desejo de conhecer.

Coelho (2012, p. 8) nos traz a referência que Knowles apresentou a andragogia e a ideia
que os adultos aprendem de maneiras diferentes, pois eles são responsáveis pelas suas
vidas e decisões. Dessa forma, os princípios em que a EJA se baseia são outros.
Conheça a seguir os seis sentidos que Knowles nos apresentou.
Princípio 1 – Necessidade de saber (o porquê, o que, como)

Princípio 2 – O autoconceito do aprendiz (autônomo, autodirigido)

Princípio 3 – O papel das experiências (recursos, modelos mentais)

Princípio 4 – Prontidão para aprender (relacionando a vida às tarefas de


desenvolvimento)

Princípio 5 – Orientação para a aprendizagem (centrado no problema, contextual)

Princípio 6 - Motivação (valor intrínseco, recompensa pessoal)

DESCRIÇÃO ESTÁ NO CADERNO

De acordo com Ribeiro (2002, p. 15-17), quando se fala em educação de adultos, é


importante levar em consideração alguns princípios norteadores:
 O desejo de aprender.
 A prontidão para a aprendizagem.
 A aprendizagem relacionada com situações reais.
 A experiência versus a aprendizagem e o feedback.
Ainda segundo a autora, desses princípios emergem algumas formas de ação
metodológicas indicadas para a educação de adultos, dentre elas:
Utilização de métodos e técnicas
Diálogo.   Flexibilidade.   participativos.

Estabelecimento de um modelo de Tratar erros como oportunidades de


autodesenvolvimento permanente.   aprendizagem e envolver os educandos.

Para pensar: como o meio escolar pode facilitar a aprendizagem dos alunos de
EJA?

A escola, de forma coletiva e participativa, como espaço público a serviço, em especial,


das classes populares, possui o papel de despertar o desejo e formar indivíduos que
compreendam sua importância na transformação social.
A escola e o professor devem estar comprometidos com suas responsabilidades, de
forma a sistematizar o conhecimento, desenvolvendo o domínio dos diversos
conhecimentos e construindo aprendizagens significativas e contextualizadas.
É importante destacar que esse desafio não inclui apenas o professor, mas também a
proposta de educação construída pelo sistema público para essa modalidade de ensino,
como vimos ao longo do estudo da disciplina.
Segundo Paula e Oliveira (2012), a proposta para a EJA é uma prática pedagógica
construída de forma permanente e coletiva, com uma ação dialógica, na qual os sujeitos
expressam suas experiências, saberes e emoções e, assim, produzem cultura a partir das
necessidades desses sujeitos e de sua diversidade em relação às questões de idade,
gênero, etnia, culturas, entre outras.
Essa proposta visa romper com as práticas tradicionais a partir de uma ação pedagógica
baseada no respeito, que contribua com a formação humana e de uma sociedade mais
justa.

AULA 2
Aula 2 A avaliação na EJA

A avaliação ainda é considerada por muitos educadores como a forma de medição dos
conhecimentos de seus alunos por meio de um conceito ou nota. E na EJA não é
diferente. Porém, é necessária uma discussão sobre esses processos avaliativos, de
forma a atender às especificidades dessa modalidade de ensino.

Convido você a refletir sobre o modo como essa avaliação deverá ser
realizada.

Sabemos que a avaliação é um momento privilegiado na construção do processo de


ensino-aprendizagem e tem como função tanto orientar o trabalho do professor,
oferecendo subsídios para o seu planejamento, como também no processo educativo dos
alunos, servindo de balizador para o professor e os alunos na busca do alcance dos
objetivos e, por isso, não pode se resumir a uma mera atribuição de notas.

E na EJA?
Os professores da EJA conhecem bem os resultados de um processo avaliativo baseado
em notas, pois, dependendo da forma como o processo avaliativo é estruturado, ele pode
contribuir para aumentar a baixa autoestima dos alunos de EJA, que, ao retornar à
escola, chegam cheios de inseguranças e incertezas.

Podemos considerar que o processo avaliativo se inicia no momento do planejamento,


ou seja, antes mesmo de iniciarmos o processo educativo com os alunos e no começo do
trabalho escolar. Nesse momento, ele ajuda os professores a identificarem quem são
seus alunos e seus desejos, para que consiga ter dados sobre a ação a ser empregada
para atingir os objetivos esperados. Dessa forma, o professor orienta melhor seu
trabalho e tem condições de realizar uma intervenção de forma mais adequada e de
reavaliar os erros que por ventura venham a ocorrer no processo.

Devido à diversidade dos alunos de EJA, muitas escolas optam por realizar algumas
avaliações iniciais. Utilizam-se testes, entrevistas com os interessados e outras formas
para conhecer o nível de escolaridade de seus alunos, aproveitando para conhecer as
experiências escolares e profissionais já vividas, sua origem e família, expectativas e
sonhos, bem como as características pessoais de cada um, definindo, assim, sua ação.

Essa avaliação é denominada diagnóstica, pois indica a direção a seguir. Isto é, indica


os conhecimentos prévios e como podemos intervir de forma adequada, adaptando as
atividades a esse contexto.
Piconez (2002, p. 123) chama a atenção para o fato de os professores compreenderem a
função diagnóstica do processo de avaliação, mas eles acabam por utilizá-la de modo
classificatório:
“Os alunos acabam sendo selecionados pela quantidade mnemônica dos conceitos e
conteúdos desenvolvidos, de forma discriminatória, alimentadora da evasão
escolar.”
De que forma os professores utilizam essa avaliação diagnóstica?
A coleção Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos, do Ministério da
Educação – MEC (BRASIL, 2006), em seu caderno Avaliação e Planejamento,
destaca alguns aspectos importantes na hora de conhecer mais os alunos. Veja-os a
seguir.
 HISTÓRIA DE VIDA
 O TRABALHO
 DESCANSO E DIVERSÃO
 CONTATO COM A ESCRITA
 DESCRIÇÃO ESTA NO CADERNO
Para saber mais, acesse Avaliação e planejamento.

O mesmo documento nos diz que o processo de aprender envolve um acompanhamento


de tudo que vai acontecendo com os alunos e professores durante todo o período
escolar. Dessa forma, a avaliação continuada aponta as dificuldades e facilidades que
estão sendo encontradas pelos alunos e professores.

Essa avaliação envolve reflexão e interpretação dos acontecimentos e atividades


realizados na sala de aula pelos professores e alunos. A avaliação continuada ajuda os
alunos a participar falando ou demonstrando o que aprenderam, as dificuldades que
conseguiram vencer e o que ainda falta aprender, e, ao professor, a rever os
procedimentos que vem utilizando e a replanejar sua atuação, buscando novas
alternativas de ação.

A autoavaliação também é uma forma de incentivo ao aluno a perceber seus avanços e


suas dificuldades.

A coleção do MEC (BRASIL, 2006, p. 19) ressalta que toda a atividade de aula pode
servir de avaliação. Independentemente do instrumento (prova, jogo, exposição oral,
uma dissertação), o que é necessário ocorrer “é o uso dos resultados para pensar sobre a
prática”. Em seguida, o documento apresenta quando a avaliação é uma aliada e quando
ela pouco contribui:

 A avaliação é uma aliada do professor e dos  A avaliação pouco contribui para o trabalho


alunos quando: do professor e dos alunos quando:

Reconhece e valoriza os progressos do aluno. O aluno acaba sem entender o que errou.

O aluno não tem oportunidade de resolver suas


Indica os objetivos não alcançados de forma clara.
dúvidas.

Sugere formas para conseguir a superação. Leva o aluno a se sentir diminuído.

Por isso, o sistema de avaliação, principalmente nessa modalidade de ensino, deve


ser formativo, ou seja, deve acompanhar toda a duração do processo de
ensino/aprendizagem. Ele é desenvolvido em uma perspectiva de processo contínuo, de
forma a permitir aos professores e alunos uma análise sistemática das produções
individuais e coletivas e o acompanhamento dos objetivos a se atingir. Esses elementos
auxiliam uma reflexão contínua do processo de aprendizagem.

Nessa perspectiva, a avaliação se torna diferente de uma avaliação tradicional, na qual


normalmente se avalia no final de um período ou do ano letivo.
Basegio e Medeiros (2012, p. 144) propõem um processo avaliativo:
“na mesma lógica de apresentação de conteúdos, isto é, deve partir
também de situações-problema.”

Nesse sentido, o aluno deixa de repetir respostas preestabelecidas como certas, para
realizar um exercício mental como processo de aprendizagem no processo avaliativo.
Piconez (2002, p. 124) conclui que:
“quanto mais integrado for o trabalho do professor com seus alunos,
maior é a chance que se tem de observar o grau de conhecimento de
aproveitamento realizado.”

E isso se dá, principalmente, pela característica da heterogeneidade dos alunos reunidos


em uma mesma sala na EJA.

O autor apresenta quatro elementos estruturantes do processo de avaliação de qualquer


etapa, ciclo ou nível escolar:

1. Existência, no projeto político-pedagógico, da concepção de avaliação articulada com clareza


aos objetivos e resultados.
2. Avaliação diagnóstica inicial e final para agrupamento de alunos por níveis de desempenhos
aproximados (instrumento de avaliação do desempenho linguístico escrito e oral e de
raciocínio lógico-matemático).
3. Avaliação do processo e em processo (sistemática de acompanhamento e de uso de recursos
didáticos):
o Desempenho do professor (ações desenvolvidas e planejamento de intervenções; análise da
própria prática).
o Consonância das ações pedagógicas aos resultados e objetivos pretendidos com articulação das
questões de ética e de convívio social.
o Desenvolvimento dos alunos (intercâmbio cognitivo e desenvolvimento de conceitos, atitudes e
habilidades).
4. Avaliação final (análise dos resultados previstos e não previstos).

AULA 3
Aula 3 Uso de novas tecnologias na EJA

Ao planejar suas aulas, o professor estabelece como irá realizar sua ação educativa de
forma a torná-la mais fácil e estimulante para o seu aluno aprender. Nesse processo, é
necessário utilizar técnicas e recursos que propiciem o alcance dos objetivos
educacionais. Na Aula 1, abordamos as metodologias utilizadas na EJA; agora, vamos
analisar os diversos recursos educacionais que dão suporte às estratégias do ensino,
principalmente com relação à utilização da tecnologia, uma vez que cada vez mais ela
atinge todos os espaços da vida do indivíduo, e a escola não pode ficar fora dessa, não é
mesmo?

Vamos, então, verificar como fazer uso dos recursos tecnológicos em


nossa prática pedagógica?
Recursos didáticos são todos os materiais utilizados na prática docente. Pode ser desde
um cartaz, um globo, um lápis, um livro, textos, apostilas, o quadro ou um computador.

A utilização dos recursos adequados, além de estimular o aprendizado, já que os


recursos envolvem cores, áudio e formas, também é um facilitador do processo, pois
ajuda na compreensão do conteúdo e colabora na comunicação do professor com o
aluno.

Dessa forma, o professor precisa ter um conhecimento maior das múltiplas


possibilidades dos equipamentos e materiais que podem ser utilizados por ele em suas
aulas. A seguir, veremos os mais comuns.
O livro didático

Os filmes/vídeos/clips

DESCRIÇÃO NO CADERNO

E a tecnologia? Veremos a seguir.


A introdução da tecnologia na educação presencial e a distância permite, em questão de
segundos, a conexão com o mundo a qualquer hora e de qualquer lugar, sozinho ou com
outro(s), abrindo um universo de possibilidades desse recurso no processo educativo.
Com o auxílio do computador e da internet, podemos pesquisar, jogar, buscar,
compartilhar, interagir com pessoas, desenvolver habilidades e novos conhecimentos,
aprender e ensinar.

Conhecemos as dificuldades do nosso sistema educacional, principalmente em termos


de recursos, pois, dependendo de qual seja o equipamento, o custo é alto, assim como
sua manutenção.

Cada vez mais surgem investimentos em tecnologia para a educação. Mas Moran (2015,
p. 8) nos lembra que existem alguns pontos críticos e cruciais. Segundo o autor, existe a
expectativa de que essa ênfase na questão tecnológica trará a solução para mudar a
educação, transformando-se em um remédio para todos os males, mas podendo
“não trazer um resultado significativo para o desenvolvimento educacional e
cidadão de nossa geração.’

Um ponto positivo que a era digital nos traz é fazer com que saiamos do paradigma
tradicional e nos levando a experimentar novas formas de aulas. Moran (2015, p. 30)
nos diz que a tecnologia permite a aprendizagem de forma mais flexível e adequada
para cada aluno e que, nesse sentido:
“[...] a escola precisa entender que uma parte cada vez maior da aprendizagem
pode ser feita sem estarmos em sala de aula e sem a supervisão direta do
professor [...]. Por que obrigar os alunos a irem à escola todos os dias e
repetirem os mesmos rituais nos mesmos lugares? Isso não faz mais sentido.”

Nessa perspectiva, as tecnologias educacionais podem ajudar a transformar a forma de


construir o aprendizado, trazendo muito mais prazer, interação e significado. E, por
outro lado, as instituições de ensino podem fazer o acompanhamento de quem acessa, o
quanto acessa, onde acerta, onde erra, e, dessa forma, podem identificar ações para cada
fase do processo de aprendizagem.

O aprendizado pode ser combinado em ambiente digital e atividades em sala de aula,


integrando os componentes curriculares de forma presencial e digital, em que um não
sobrepõe o outro, e sim se complementam.

Moran (2015, p. 63) apresenta alguns princípios metodológicos norteadores:


 Integrar tecnologias, metodologias, atividades. Integrar textos escritos, comunicação oral,
escrita hipertextual, multimidiática, digital. Aproximar as mídias, as atividades,
possibilitando que transitem facilmente de um meio a outro, de um formato a outro.
Experimentar as mesmas atividades em diversas mídias. Trazer o universo do audiovisual
para dentro da escola.
 Conectar todos os espaços e elaborar políticas de capacitação dos professores, gestores,
funcionários e alunos para a inserção das tecnologias no ensino e na aprendizagem de forma
inovadora, coerente e enriquecedora. Os projetos pedagógicos precisam refletir essa
integração horizontal e vertical com o currículo.
 Variar a forma de dar aula, as técnicas usadas em sala de aula e fora dela, as atividades
solicitadas, as dinâmicas propostas, o processo de avaliação. A previsibilidade do que o
docente vai fazer pode tornar-se um obstáculo intransponível. A repetição pode tornar-se
insuportável, a não ser que a qualidade do professor compense o esquema padronizado de
ensinar.
 Planejar e improvisar, prever e ajustar-se às circunstâncias, ao novo. Diversificar, mudar,
adaptar-se continuamente a cada grupo, a cada aluno, quando necessário.
 Valorizar a presença no que ela tem de melhor e a comunicação virtual no que ela favorece.
Equilibrar a presença e a distância, a comunicação “olho no olho” e a telemática.

A educação a distância – EAD tem facilitado o acesso ao aprendizado, flexibilizando a


necessidade de presença física, utilizando-se de metodologias semipresenciais.
Blended learning – B-learning?

É um derivado do e-learning e refere-se a um sistema de formação em que a maior parte dos


conteúdos é transmitido em curso a distância, normalmente pela internet (on-line),
entretanto inclui necessariamente situações presenciais (face a face), daí a origem da
designação blended, algo misto, combinado.

O sistema de comunicação on-line pode ser:


Assíncrono
Síncrono
Assíncrono - comunicação em tempo
Síncrono - comunicação em tempo
distintos, diferentes, prevê-se um nível
real, possibilitando o debate de
de interatividade entre formandos e
ideias, bem como a partilha de
experiências e reproduz virtualmente   formadores diferidos no tempo (fóruns de
discussão, correio eletrônico...).
um ambiente de formação presencial
Utilizados quando se exige uma maior
(conferências on-line com voz,
reflexão e aprofundamento dos temas
imagem, chat).
abordados.

Veja a seguir alguns exemplos desses sistemas de comunicação:


Síncrono físico  Aulas face a face.
 Conferência em grande grupo.
 Resolução de problemas em pequenos grupos.
 Percursos no terreno (visitas e trabalhos exteriores).
 Seminários e workshops com especialistas convidados.

 Encontros virtuais: chat, videoconferência e acessos remotos.


Síncrono “on-line”  Seminários na web com especialistas convidados.
 Mensagens instantâneas (tipo MSN).

 Documentos impressos (textos de apoio).


Documentos em formato digital (CD-Rom e DVD).
 Páginas na web (pesquisa dirigida e livre).
Assíncrono
 Management learning system – LMS: conteúdos, questionários, inquéritos,
simulações, webseminars, avaliação e ferramentas de comunicação (e-mail interno e
listas de conversação).
 E-mail externo (ESECWeb).

É importante destacar que, para o uso adequado das tecnologias, precisamos de


profissionais, no caso, professores criativos, flexíveis, capacitados para utilizar os
recursos tecnológicos e preparados para orientar, acompanhar e motivar.

ENCERRAMENTO
Encerramento
Quais são os caminhos para desenvolver conteúdos na EJA?

Os critérios de avaliação da EJA devem ser os mesmos do ensino regular?

Como e por que utilizar TICs na EJA?

DESCRIÇÃO NO CADERNO

Resumo da Unidade

Vimos em nossos estudos que precisamos estabelecer nossas estratégias educacionais com muita
responsabilidade, dentre elas a de estar preparado para utilizá-las e fazer a diferença em nossa atuação
pedagógica. Independentemente do recurso a ser utilizado, é necessário pensar e articular essas
ferramentas cada vez mais com cada aluno por meio de atividades bem planejadas e executadas por um
professor orientador, que acompanha o percurso de seu aluno e o leva ao aprendizado. Também vimos
que a avaliação faz parte do processo pedagógico.

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