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O educador da EJA
E você? Quer saber qual é a formação exigida para ser professor de EJA?
A princípio, os requisitos exigidos para lecionar nessa modalidade são os mesmos
exigidos pelas escolas comuns. Porém, em relação à qualidade, o professor que trabalha
com EJA, em geral, não tem formação adequada para atuar nessa modalidade de ensino
e também não tem recebido atenção necessária nos cursos de formação de professores.
Vamos verificar o porquê?
Primeiramente, é necessário destacar que uma turma de EJA tem suas especificidades.
Você sabia?
O educador de EJA, além das escolas, também pode atuar em turmas organizadas por
ONGs, universidades, centros comunitários, associações religiosas e em iniciativas de
educação popular.
AULA 2
Aula 2 O professor da EJA
Tomando como referência que o aluno vê o professor como um modelo a seguir, então o
perfil do professor da EJA é muito relevante para o sucesso dessa modalidade de ensino.
DESCRIÇÃO NO CADERNO
O perfil dos educadores de EJA é construído ao longo de sua trajetória como professor e
se constitui pela demanda e pelo desafio de consolidar a construção do conhecimento
com atitudes e posturas de um mediador que utiliza dos melhores meios e recursos para
atingir seus objetivos.
Dessa forma, o perfil desse profissional não é um perfil constituído, mas está para ser
construído. Segundo Arroyo (2006, p. 17) “o perfil do educador de jovens e adultos e
sua formação encontra-se ainda em construção”.
Podemos concluir que, para trabalhar com a EJA, o educador precisa encarar com
seriedade seu trabalho, respeitando seus alunos em sua diversidade e considerando seus
contextos cultural, socioeconômico e étnico e suas experiências profissionais.
AULA 3
Nas salas de EJA, deve ocorrer um exercício de troca entre as pessoas, por meio de
tentativas de complementaridade de um com o outro, em que o compromisso é com o
coletivo, e o desafio do educador é integrar a técnica à singularidade de cada grupo.
No contexto atual, não podemos falar de EJA sem considerar os contextos social,
familiar e profissional dos alunos em suas práticas.
Dias (2015, p. 197) nos diz que o educador se constitui pela habilidade de se apropriar
de sua condição precária e fazer dela uma fonte de criação em seu fazer pedagógico.
Porém, segundo o autor, “são poucos os educadores que conseguem perceber a potência
da incerteza, em um modo prático de conseguir retirar dela a energia de criação”.
Outro desafio apontado pelo autor é sobre a convicção dos educadores sobre o seu
papel, sobre o exercício de um modo de ser autoridade. Nesse contexto, a crise de
autoridade está vinculada à perda de credibilidade.
Na perspectiva de que o trabalho docente pode tanto garantir como contribuir para o
fracasso escolar, é necessário superar práticas de abordagem de conteúdos e métodos de
ensino infantilizados e vazios. O adulto não pode ser tratado como criança, e as ações
pedagógicas devem ser baseadas na andragogia.
Um dos desafios com relação à alfabetização é que ela não vise somente à capacitação
do aluno para o mercado de trabalho, como vimos em nossos estudos. É necessária uma
formação para o exercício pleno da cidadania, em que o trabalho é apenas um tipo de
formação.
Precisamos de uma política nacional de alfabetização que amplie a população ainda
excluída da escolarização e que esteja vinculada a um projeto político-pedagógico da
escola, de forma a atender aos interesses populares e superar as distorções sociais que
produzem e mantém o analfabetismo.
O professor Timothy Ireland, em entrevista sobre os desafios da EJA além da
alfabetização, respondeu de acordo com uma perspectiva mais ampla de formação do
sujeito da EJA à questão: o que essa aprendizagem contínua contempla?
O processo tem três dimensões:
ESTA NO CADERNO
Gadotti (1979) destacou a importância de a EJA ser uma educação multicultural, que
desenvolva os conhecimentos trazidos pelos alunos, integrando as diversidades de
culturas presentes na instituição escolar, fazendo com que o educador tenha o
conhecimento adequado para o desenvolvimento de projetos relacionados a uma
educação de qualidade.
Por isso, a proposta metodológica do educador de EJA deve envolver atividades para a
compreensão e a produção de textos orais e escritos e, consequente, reflexão da língua,
utilizando, para tal, a história de vida dos alunos de forma a alfabetizar para o
letramento.
O cenário da EJA requer o resgate dos princípios de Freire, que nega a concepção
bancária de ensino, na qual a escola trabalha somente conteúdos, considerando a escola
como um espaço crítico, criativo e de esperança, que parte das necessidades dos sujeitos
e da práxis social.
Devido ao cenário no qual essa modalidade está construída, podemos afirmar que ainda
se faz necessário ampliar as discussões sobre essa temática, a fim de aprofundar as
diferentes concepções e entendimentos sobre a EJA, ressaltando os aspectos do
currículo, as metodologias, a formação continuada dos docentes e as políticas públicas
para essa modalidade de ensino.
Costa (2013, p. 101) enfatiza que “não é esperança na pura espera, é luta coletiva e ação
articulada dos sujeitos históricos para transformar a ordem vigente”.
O educador de EJA deve ajudar os alunos a superar as frustrações trazidas da escola
regular e a resgatar sua autoestima, acabando com o paradigma compensatório dessa
modalidade de ensino.
Encerramento
Você sabe qual a formação necessária para ser um professor de EJA? Como ocorre a
formação de professores do EJA?
Qual o papel da escola frente às diferenças do ensino regular para o ensino de EJA?
DESCRIÇÃO NO CADERNO
Resumo da Unidade