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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

SEI: SEQUÊNCIA DE ENSINO INVESTIGATIVA

Beatriz Souza da Silva – UEPA


(beatrizsilva08511@gmail.com)
Cássia Nunes da Silveira – UEPA
(cassiansilveira00@gmail.com),
Lorrane Rodrigues de Freitas – UEPA
(rodrigueslorrane496@gmail.com),
Luzia Gonçalves Lamarão – UEPA
(luzialamarao@gmail.com) e
Melissia Oliveira Ribeiro – UEPA
(melissiaolliveira25@gmail.com).

PARAGOMINAS- PA
2021
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1. INTRODUÇÃO

A educação se tornou cada vez mais desafiadora, buscar formas adequadas para se
transmitir conhecimento é o grande objetivo da maioria dos educadores. A metodologia do
docente diz muito sobre o objetivo central dele, o que ele almeja é quantidade ou qualidade na
transmissão do conhecimento.
Ao analisar a trajetória histórica da educação, se depara com um ensino de exposição,
ao qual os alunos não têm a autonomia suficiente para pensar de formar crítica, mas somente
repetir o que foi lhe exposto. é inevitável negar que atualmente esse cenário vem mudando, a
“atualização da educação atual”, pode ser observada a aplicação de algumas características da
pedagogia progressista libertaria do pedagogo Célestin Freinet, se depara com um âmbito
escolar ao qual apetece metodologias com objetivos participativos, ao qual se valoriza a
participação ativa dos alunos, quebrando alguns paradigmas da pedagogia tradicional.
Estimula a troca de conhecimentos entre professores e alunos, respeitando os saberes prévios
e mesclando com a linguagem cientifica a fim de se ampliar de maneira responsável e concisa
o conhecimento do discente.
Aquela sala de aula onde o professor só se trabalha com a exposição e decoração de
conceitos tem se tornando cada vez mais arcaica, pois essa metodologia reproduz e não
produz conhecimento. Pensando nisso que a sequência de ensino investigativos de Piaget,
Vygotsky e Bachelard, se tornou uma das metodologias ativas indispensáveis para
compreensão da construção do aprendizado da criança e do adolescente.
A SEI (sequência de ensino investigativo) é uma metodologia ativa que utiliza o
ensino por investigação, usada como uma abordagem que pode utilizar de diversas estratégias
com o objetivo da participação dos alunos, ou seja, o discente não irá mais se restringir
somente em copiar e decorar o que está sendo exposto a ele, mas sim, ser livre para questionar
e formar seu próprio raciocínio.
“(...) é importante ter claro que não existe pretensão de dizer que os alunos vão
pensar ou se comportar como cientistas, pois eles não têm nem idade, nem
conhecimentos específicos e nem desenvoltura no uso das ferramentas científicas para
tanto. (...) O que se propõe é muito mais simples – queremos criar um ambiente
investigativo em nossas salas de aula de Ciências de tal forma que possamos ensinar
(conduzir/mediar) os alunos no processo (simplificado) do trabalho científico para que
eles possam gradativamente ir ampliando sua cultura científica, adquirindo, aula a aula,
a linguagem científica, se alfabetizando cientificamente.” (Carvalho, A. M. P, 2013).
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No decorrer dos anos é notável que a sociedade sofreu diversas mudanças, a


educação busca acompanhar essas evoluções, a aplicação do ensino investigativo veio com a
intenção de tornar as aulas mais participativas e ampla para o aluno crítico atual. É
interessante utilizá-la, pois possibilita que o aluno possa ser capaz de desenvolver a
autonomia e ser o protagonista na busca do conhecimento. Além que se adequa ao ensino de
ciências e biologia, por ser disciplinas com grande potencial de reprodução, ou seja, no
passado se buscava decorar leis, conceitos e fórmulas e se restringia somente a isso,
implementar essa abordagem nos ensinos de ciências e biologia é reforçar a produção e
valorização da ciência atual sem esquecer dos seus colaboradores passados. Pois um indivíduo
que se interessa, compreende e participa, contribui futuramente.

2. DESENVOLVIMENTO

O ensino de ciências por investigação é uma abordagem didática


recomendada mundialmente. Podendo ser implementada pelos professores por meio
de atividades, os alunos investigam o problema proposto e buscam hipóteses, soluções
e considerações para respondê-la. Para Bybee (2000), há diversas modalidades
didáticas cujo os professores da disciplina podem chegar ao objetivo, como por
exemplo: estudos de meio; jogos; atividades práticas investigativas; entre outros.
Desenvolver o espírito questionador e investigativo entre os alunos com atividades de
leituras, experimentos, visitas a campo, dentre outras, constitui-se em um fator
essencial no processo de ensino-aprendizagem.
Portanto, o Ensino de Ciências por Investigação, por meio de atividades
diversificadas, pode contribuir para uma abordagem de ensino capaz de desenvolver
processos de alfabetização científica. As SEIs são referências essenciais para o
planejamento de aulas com objetivos específicos a serem desenvolvidas em qualquer
área do conhecimento, transformando-se em atividades mais motivadoras e
significativas para alunos e professores. Visam não somente a observação dos
fenômenos (papel contemplativo), ou apenas a realização dos passos de um
experimento (papel manipulativo). O que se almeja no Ensino de Ciências por
Investigação proposto por Carvalho (2013) é que os alunos, além das ações
contemplativas e manipulativas, tenham momentos para questionamentos, testes de
hipóteses, trocas de informações e sistematizações de ideias.
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É importante ressaltar que Carvalho (2013) não propõe um modelo de


ensino com etapas fixas, e sim etapas essenciais. O que se entende por etapas
essenciais no desenvolvimento de SEIs é a ideia de que toda investigação
científica basicamente envolve um Problema, acompanhado de uma pergunta
simples, objetiva, que possa desencadear ações nos alunos; em seguida, busca-se a
Familiarização e a Solução do Problema proposto com Discussões diversas,
seguida de Reflexões sobre as relações de causa e efeito; Contextualização do
problema relacionando-o com o cotidiano e, por fim, o Registro que apresenta
como chegou a solução para o problema deve ser realizado na forma de texto e/ou
desenho. Segundo Cachapuz (2005), existem basicamente três formatos de trabalho
investigativo (experimental) de que o docente dispõe para trabalho em sala de aula:
demonstrações, verificações e explorações. Ele destaca a exploração como método de
trabalho, em que é o aluno que propõe as soluções, interagindo com os colegas e com
o professor.
O objetivo, ao se utilizar as SEIs durante as aulas de Ciências, é oportunizar o
contato direto do aluno com a linguagem da Ciência, para que assim se alfabetize
cientificamente (CARVALHO, 2013). Segundo Grala e Moreira (2007), para ampliar
as capacidades cognitivas dos alunos, os professores devem expô-los a problemas
desafiadores, pois aprender é natural para as crianças tal como é comer e dormir. Com
uma ideia similar, Leite, Rodrigues e Magalhães Júnior (2015) defendem que os
alunos podem ser agentes ativos na construção de seu próprio conhecimento. De
acordo com Gillies, Nichols, Burgh e Haynes (2014), ao responder as questões, as
crianças podem aprender a se comunicar e raciocinar de maneira eficaz,
principalmente durante atividades em que resolvem problemas.
A metodologia SEI ao final de cada ciclo é implantada uma avaliação,
entretanto essas atividades de avaliação não possuem conduta somativa por prova que
ressalta apenas o quantitativo do aluno, mas apresenta uma avaliação formativa que
visa confirmar se o aluno e professor estão ou não aprendendo.
A avalição formativa necessita ter as mesmas características de seus
instrumentos de avalição, cujo objetivo desses concentra-se tanto o aprendizado dos
conceitos (termos e noções científicas), como também no aprendizado de ações,
atitudes e valores da cultura científica. Com isso os tipos de avaliações envolvendo
essa metodologia são: avaliação dos conceitos, avaliação das ações e processos da
ciência e avaliações das atitudes exibidas durante as atividades de ensino.
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A avalição dos conceitos nas SEIS tem como foco aprendizagem planejada na
forma de questionamentos e respostas, é importante que o professor nesse tipo de
avalição esteja atento à turma, e nas observações e registros sobre os alunos, pois seus
desempenhos são instrumentos no funcionamento desse tipo de avaliação. Destarte, é
necessário que o professor utilize dinâmicas e didáticas que impulsionem o interesse
do aluno para que com isso as atividades não se tornem monótonas. Outra forma de
avaliação do conteúdo conceitual é organizar questionários sobre os pontos
fundamentais que foram desenvolvidos durante as práticas de ensino, com isso os
alunos acabam que não percebem que estão sendo avaliados.
A avaliação das ações e processos da ciência ou conteúdos processuais e
atitudinais não são comuns de serem avaliados nas escolas, mas nas SEIS essa
avaliação tornasse importante, pois é parte integrante do ensino de ciências como
investigação e precisam ser ressaltados pelos professores para os alunos, os quais iram
colaborar entre si na busca da solução de algum problema, se apresentam
comportamentos que indicam se ouve uma aprendizagem atitudinal buscando ideias
que servirão de hipóteses e experimentação, com isso irá anexar uma aprendizagem
processual em grupo.
Os comportamentos de uma aprendizagem atitudinal são: esperar a sua vez
para falar ou prestar atenção e considerar a fala do colega, essa aprendizagem é
apresentada nos trabalhos escritos dos alunos que visam escrever os verbos de ação no
plural mostrando respeito pelo trabalho realizado em grupo. Comportamentos
relacionados ao domínio procedimental podem ser observados quando o aluno
descreve as ações observadas, relaciona causa e efeito e exemplifica os fenômenos
observados, a aprendizagem procedimental é evidenciada quando relatam por meio de
textos ou desenhos a sequência das ações realizadas e as relações entre ações e o
problema investigado.
Uma avalição Formativa realizada no decorrer da metodologia de ensino de uma
sequência de ensino investigativa (SEI) tem a finalidade também de proporcionar
oportunidades para uma auto avalição por parte dos alunos, cabendo ao professor orientá-los
no reconhecimento de seus avanços e nas conquistas alcançadas.

3. CONCLUSÃO
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Sabe-se que o Ensino de Biologia ou até mesmo das ciências, requer abordagem
extremamente rica, pelo uso de seus termos, definições. Entretanto, o ensino por investigação
permite uma abordagem didática, onde torna-se planejamento e até mesmo grandes
questionamentos para a própria construção do conhecimento. Com intuito de ampliar os
objetivos do Ensino de Biologia, torná-lo mais simplificado para os estudantes, variando
sequências didáticas, baseadas no próprio ensino por investigação, aumentando seu repertório
educacional na perspectiva de alfabetização de conceitos e teorias sobre o processo de
produção não só na ciência, mas também como contribuições para outras áreas (tecnologia,
sociedade e o próprio ambiente). Todavia, a dinâmica educativa e necessária, incorporando
em sua dimensão as interações sociais como mediadora do próprio ensino investigativo.
Trazendo consigo, contribuições e oportunidades de envolvimento para os estudantes, em
práticas científicas e até mesmo em resoluções de várias problemáticas que a própria Biologia
(Ciência) enfrentam nos dias atuais. Os aspectos relacionados ao consenso construtivista,
ajudam a pensar em formas pedagógicas de conquistar a Alfabetização Cientifica em sala de
aula, uma vez que a atividade científica também está relacionada pelos conhecimentos
produzidos historicamente, consolidando o ensino investigativo para a os educadores e
educandos.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

CARVALHO; A.M.P. (org.). Ensino de ciências por investigação: Condições para


implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
CARVALHO, A. M. P. de. Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino por
Investigação. Revista Brasileira De Pesquisa Em Educação Em Ciências, 18(3), 765–
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Acesso em: 06 mar. De 2021.
OLIVEIRA; Ana Paula S et al. Sequência de Ensino Investigativa (SEI) – Um
olhar interdisciplinar acerca de resíduos sólidos. Rio Grande do Sul. 2017.
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Disponível em: > https://doi.org/10.1590/s0103-40142018.3294.0003 <. Acesso em:
07 mar. De 2021
SANTANA; Ronaldo Santos; CAPECCHI; Maria Candida Varone de Morais;
FRANZOLIN; Fernanda. O ensino de ciências por investigação nos anos iniciais:
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possibilidades na implementação de atividades investigativas. Revista Electrónica de


Enseñanza de las Ciencias. Vol. 17, Nº 3, 686-710. 2018.
SLONGO; Ione Ines Pinsson. História da ciência e ensino: contribuições para a
formação do professor de biologia. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal
de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, 1996.
SANTOS; Roziane Aguiar. O desenvolvimento de Sequências de Ensino
Investigativas como forma de promover a Alfabetização Científica dos alunos dos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental. 2016. Dissertação (Mestrado em Formação
de Professores da Educação Básica.) - Universidade Estadual de Santa Cruz, Bahia,
2016.
WILSEK; Marilei Aparecida Gionedis; TOSIN; João Angelo Pucci. Ensinar e
Aprender Ciências no Ensino Fundamental com Atividades Investigativas
através da Resolução de Problemas. Paraná. 2009.

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