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Introdução

No processo de ensino-aprendizagem, a interacção professor-aluno constitui um


momento importante no desenvolvimento da aprendizagem do aluno, sendo o professor
e o aluno as bases do processo educativo é necessário que haja uma constante e positiva
relação e um diálogo reciproco dentro da sala de aula para que esse processo ocorra sem
sobressaltos e que contribua para o sucesso escolar do aluno. Quando se fala do
processo de ensino-aprendizagem é necessário verificar além da relação professor-aluno
mas também outros factores que podem influenciar este processo, tais como, o
desenvolvimento físico, intelectual e emocional dos alunos, as condições de vida do
aluno, as condições económicas e sociais do país, o currículo, a disponibilidade do
material didáctico, o apoio familiar, entre outros.

O desenvolvimento da construção de aprendizagem do ser humano começa muito antes


de frequentar uma sala de aula. Por ser um ser humano, antes de tudo, traz consigo uma
bagagem de conhecimentos que são acumulados e repassados através dos tempos por
meio de gerações, sendo construído de maneira gradativa, ao longo da sua vida.

Objectivos

Geral

 Compreender o estudo sobre métodos de ensino

Específicos

 Conhecer os métodos de ensino,


 Caracterizar os métodos de ensino,
 Descrever a importância dos métodos de ensino no PEA.

Orientações metodológicas

Para a materizliaçáo do presente tranbalho recorreu-se a consulta bibiliográfica de


manuais como forma de consubstanciar os objectivos traçados no trabalho
Contextualização

Etimologicamente, considerando a sua origem grega, a palavra metodologia advém de


methodos, que significa META (objectivo, finalidade) e HODOS (caminho,
intermediação), isto é caminho para se atingir um objectivo. Por sua vez, LOGIA quer
dizer conhecimento, estudo. Assim, metodologia significaria o estudo dos métodos, dos
caminhos a percorrer, tendo em vista o alcance de uma meta, objectivo ou finalidade.
Partindo dessa formulação um tanto simplista, a metodologia do ensino seria, então, o
estudo das diferentes trajetórias traçadas/planejadas e vivenciadas pelos educadores para
orientar/direcionar o processo de ensino-aprendizagem em função de certos objectivos
ou fins educativos/formativos.
METODO DE ENSINO

Em relação ao conceito de métodos de ensino, existem distintas definições sobre ele.


Alguns autores partem essencialmente da actividade do professor, outros integram a
actividade do professor e dos alunos; alguns o definem como uma via para alcançar os
objectivos de ensino, outros como um conjunto de procedimentos metodológicos.
Vejamos os exemplos seguintes:

Os métodos de ensino devem definir-se como as formas de organizar a actividade


cognitiva dos alunos, que assegura o domínio dos conhecimentos, dos métodos do
conhecimento e da actividade prática, assim como a educação do aluno no processo
docente. (Skatkin)

Método de ensino é o modo de gestão da rede de relações que se estabelecem entre o
formador, o formando e o saber no seio de uma situação de formação (Pinheirio e
Ramos).

Método de ensino é um modo de conduzir a aprendizagem, buscando o


desenvolvimento integral do educando, através de uma organização precisa de
procedimentos que favoreceçam a consecução dos propósitos estabelecidos. (Sant’anna
e Manegolla). E, nesse sentido, Risk, citado por Sant’anna e Manegolla, refere que os
procedimentos de ensino são conjuntos de actividades unificadas, relacionadas com os
meios de ajuda para a obtenção dos resultados pretendidos. Em realidade, representam
modos de organizar as experiências de aprendizagem durante os períodos de aula.

Método de ensino ou didáctico é o conjunto de procedimentos lógica e


psicologicamente ordenados, de que se vale o professor, para levar o educando a
elaborar conhecimentos, a adquirir técnicas ou habilidades e a incorporar atitudes e
ideais. (Nérici)

Métodos de ensino são um conjunto de acções, passos, condições externas e


procedimentos utilizados intencionalmente pelo professor para dirigir e estimular o
processo de ensino em função da aprendizagem dos alunos. Ou seja, são as acções do
professor pelas quais se organizam as actividades de ensino e dos alunos para atingir
objectivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico. Eles regulam as
formas de interacção entre o ensino e aprendizagem, entre o professor e os alunos, cujo
resultado é a assimilação consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das
capacidades cognitivas e operativas dos alunos. (Libâneo, 1994)

Classificação dos métodos de ensino e aprendizagem

Existe a classificação segundo o tipo de interações entre o professor e o aluno (De


Klingberg), a qual considera existirem três variantes metódicas básicas:

 Método expositivo
 Elaboração conjunta
 Trabalho independente

Vendo esta classificação de Klingberg, lembremos a questão colocada sobre «porque a


classificação de métodos de ensino-aprendizagem tem sido a mais utilizada pelos
professores, particularmente em Moçambique». E em jeito de resposta, e analisando
todas as outras classificações anteriores, pode observar que esta classificação de
Klingberg tem sido largamente utilizada em virtude de nela poderem–se incluir o resto
dos métodos e técnicas de ensino indicados pelos outros autores, mas também parece–
nos ser de fácil uso no processo de ensino– aprendizagem. Por outro lado, devemos
notar que a utilização dos métodos de ensino no PEA não ocorre nem deve ser de forma
que se utiliza preferencial e exclusivamente um determinado método de ensino; a
combinação e a alternância dos métodos de ensino é uma das estratégias pedagógicas
importantes na utilização dos métodos de ensino. Ela enriquece o conjunto das relações
entre o professor e o aluno/formando, para além de quebrar uma possível sensação de
monotonia.
1.   Método Expositivo

Características 

Caracteriza–se por uma maior actividade visível do professor e por uma atitude de
aprendizagem receptiva por parte dos alunos: o professor [ou aluno(s)] expõe a matéria
e os alunos «recebem-na». Isto acontece quando se sabe que as «exposições» do
professor só são «recebidas» pelos alunos se o professor conseguir estimular a
actividade independente destes.

Quando se aplica

 Quando se deseja transmitir muita matéria de modo sistemático e em tempo


relativamente curto;
 Quando à partir da matéria a tratar não é possível ou há muito poucas possibilidades de
conduzir directamente os alunos aos factos e fenómenos que se desejam transmitir. Quer
dizer, quando os conteúdos só podem ser medeados indirectamente;
 Quando os conteúdos são muito complexos/abstactos ;
 Quando os alunos não têm bases suficientes em termos de pré-requisitos.

Potencialidades

 Tem potencialidades educativo – emocionais, quer dizer, tem grande possibilidades de


poder tornar efectiva a força educativa da palavra do professor;
 Desenvolvimento nos alunos da capacidade de concentração e da actividade mental na
aprendizagem receptiva;
 Mediação racional e eficiente dos conteúdos. O aumento impetuoso dos conhecimentos
científicos conduz à uma acumulação cada vez maior do saber humano e, assim, sem a
capacidade de assimilação receptiva (mas também activa) de grandes campos de
matéria, o indivíduo não poderia vencer a confrontação com este cenário.

Perigos/inconveniências

 Perda de atenção/concentração, resultando em baixa qualidade de aprendizagem;


 Sobrecarregamento da memória de curta duração devido à:
 Demasiada informação;
 Passos de raciocínio demasiado grandes (obrigando a recorrência à de longa duração,
perdendo–se deste modo o fio da exposição;
 Aprendizagem limitada ao nível reprodutivo;
 Maior perigo: comodismo do professor, ou seja, menos esforço na preparação das aulas,
resultando na acumulação de todos os factores negativos no PEA.

Algumas orientações gerais

 Dar indicações prévias, orientando a atenção para os pontos essenciais da exposição;


 Controlar continuamente a atenção e concentração dos alunos;
 Dosear bem a quantidade da informação;
 Conseguir a atenção involuntária inserindo elementos interessantes, emotivos,
motivadores;
 Fazer perguntas de controle durante a exposição;
 Fazer repetir/resumir o essencial no fim da exposição;
 Usar a matéria em actividades de aprendizagem subsequentes.

Formas de realização

Primeiro, é preciso notar que somente podem ser esgotadas todas as possibilidades que
oferece o método de ensino expositivo quando o professor explora convenientemente
todas ou a maior parte das formas ou possibilidades de aplicação deste método, as quais
são as seguintes: a exemplificação, a demonstração, a ilustração e a exposição.

Forma i): A exemplificação

A exemplificação consiste em o professor exemplificar determinadas actividades,


acções e modos de conduta. No ensino elementar é inquestionável a importância da
exemplificação. Podemos encontra–la quando o professor, a maneira de exemplo, diz
algo previamente para que os alunos o repitam, quando faz uma leitura prévia em voz
alta, quando escreve, quando canta para que os alunos o repitam, quando faz os
exercícios de ginástica para que os alunos observem e depois o realizem, quando faz
desenho prévio, etc. Muitas dificuldades metódicas são vencidas deste modo, sem ter
que falar muito. Em cada exemplificação vai implícita a exortação à imitação, o convite
a repetir uma actividade dada.
No ensino puramente especializado (como a formação de professores, por exemplo) não
se pode renunciar a exemplificação da actividade docente. Precisamente, os alunos de
maior idade têm uma necessidade de orientar a sua actividade de acordo com exemplos
observados. Isso não se aplica somente na estreita esfera das habilidades, mas também
nos rendimentos elementares e morais mais complexos. No fundo, toda a actividade do
professor está regida pela lei do exemplo e do exemplar: parte da sua actividade e da sua
conduta têm força exemplificadora, é um dos impulsos mais efectivos para o
rendimento e a conduta dos alunos.

Forma ii): A ilustração e a demonstração

A ilustração e a demonstração servem, principalmente, como representação de factos, de


fenómenos e de processos. A exemplificação é também uma forma de representação,
mas enquanto nela o desenvolvimento de capacidades e de habilidades está em primeiro
lugar, a ilustração e a demonstração são, antes de tudo, meios representativos para a
assimilação de conhecimentos.

A ilustração é adequada quando representa graficamente determinado estado de coisas,


através dos mais variados meios de ensino e aprendizagem estáticos; Ex: gráficos,
mapas, esquemas, modelos, etc.

Por sua parte, a demonstração representa processos. Ela faz a representação de


processos originais com relação a realidade (em excursões, visitas a sectores de
produção mediante a demonstração de actividades, etc.) e, por outra parte, a
reconstrução de determinados processos na aula (na demonstração de ensaios e
experimentos, na projecção de películas, etc.). E, para que seja pedagogicamente mais
eficaz, deve–se dar (se possível) aos participantes (estudantes, neste caso) a
oportunidade de praticar, idealmente no fim de cada passo da demonstração, reforçando
os aspectos positivos e dando ajuda se eles não fizerem como na demonstração.

 Em suma, diferenciamos a ilustração de fenómenos estáticos, da demonstração de


fenómenos processuais, porque as exigências cognitivas que se fazem aos alunos nesse
sentido são diferentes.

Forma iii): Exposição oral


A exposição oral é a principal forma do método expositivo, sobretudo nos lugares onde
não é possível levar os alunos directamente aos fenómenos em sua forma original ou
representativa através da exemplificação ou da demonstração. Para que ela seja
produtiva, o formador deve conhecer e dominar as técnicas da exposição–o domínio da
voz e do gesto, organização dos materiais de suporte e de gestão do tempo, etc.
Podemos considerar um conjunto de regras, ou melhor, de conselhos, que cada um pode
adaptar ao seu estilo pessoal:

 O discurso escrito e o discurso oral são diferentes e, por consequência, o formador não
pode numa aula ler um texto que antecipadamente escreveu. Convém, portanto, não ler
notas escritas, mas apenas percorrer algumas palavras-chave;
 Convém ser–se afirmativo, simples e preciso. O melhor estilo é aquele que é composto
por frases positivas curtas, simples e independentes. O excesso de frases negativas
provoca uma maior dificuldade de compreensão;
 As imagens e os exemplos ajudam a compreensão e a retenção, obrigam a um esforço
de descrição e favorecem as pessoas com boa memoria visual;
 O olhar, a voz, a postura – é necessário olhar os formandos nos olhos, sem, no entanto,
os fixar, para sentirem o reflexo da segurança. O tremor da voz trai qualquer exposição
e quando nos apercebemos do tremor, este tende a acentuar–se. O ritmo da voz também
é importante, havendo toda conveniência em introduzir alguns silêncios entre as frases.
Uma boa postura facilita uma melhor ventilação dos pulmões e toda a nossa energia se
deve concentrar no que dizemos, não se devendo perder em aspectos secundários.
 Sendo esta variante ser, por vezes, predominante nos formadores, não é aconselhável a
sua utilização muito frequente e por longos períodos de tempo, sob pena de a
passividade dos formandos vir a atingir níveis demasiado elevados.

2.   Método de Trabalho independente

a.     Características

O método de trabalho independente caracteriza–se por uma maior actividade visível dos
alunos, individualmente ou em grupo. É por isso que a autoactividade e a independência
experimentam aqui sua máxima expressão, uma vez que o método de trabalho
independente consiste de tarefas, dirigidas e orientadas pelo professor, para que os
alunos as resolvam de modo relativamente independente e criador. Jessipow cita duas
características do trabalho independente dos alunos:

 É uma tarefa posta pelo professor dentro dum tempo razoável para que os alunos
possam soluciona–la;
 É uma necessidade resultante da tarefa que têm o(s) aluno(s) de buscar e tomar as
melhores vias para sua solução, pondo em tensão suas forças.

b.    Quando se utiliza

 Quando os alunos têm bases de conhecimentos, habilidades e comportamentos;


 Quando há diferenças de aproveitamento (o professor pode dar mais apoio aos mais
fracos e/ou os elementos mais fracos do grupo são apoiados pelos outros);
 Há tempo disponível;
 Quando os alunos podem coordenar correctamente a tarefa e o(s) método(s) de solução,
aplicar os conhecimentos e capacidades que possuem e resolver a tarefa que lhes foi
posta. 

c.     Potencialidades

 Eleva os rendimentos de aprendizagem nos alunos, levando a um maior


desenvolvimento das habilidades de aprendizagem e a uma aprendizagem mais eficaz;
 Aumenta a efectividade do processo de assimilação, uma vez que o trabalho
independente conduz, por regra geral, a uma assimilação mais consciente, profunda e
duradoira;
 A atitude instável de alguns alunos diante da aprendizagem se estabiliza quando tem
que resolver verdadeiras tarefas;
 Desenvolvimento da independência na aprendizagem, isto é, da auto–aprendizagem;
 Possibilita trabalho diferenciado dos alunos, com ou sem apoio do professor. Razão pela
qual o trabalho independente pode possibilitar aproximar os rendimentos dos «alunos
fracos» aos dos «alunos fortes»;
 Quando em grupo, permite o desenvolvimento de atitudes e comportamentos de
trabalho em equipe com os colegas;
 Permite sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e hábitos. 

d.    Perigos

 Falta de controle do tempo, por exemplo para avaliação/discussão com todos;


 Tarefas demasiado difíceis ou fáceis;
 Orientação insuficiente para a execução das tarefas ou exercícios;
 Falta de materiais/meios para o cumprimento da tarefa. 

e.     Algumas orientações

 Planificar o trabalho independente, pressupondo:


 Avaliar o tempo;
 Dar orientações claras;
 Proporcionar materiais/meios necessários;
 Verificar qual parte do tema ou da unidade da matéria é mais apropriada para o trabalho
independente dos alunos;
 Ter em conta sobre «como tem lugar a colocação e distribuição das tarefas pelos
alunos” (ex: fases de aulas, distribuição das tarefas pelos diferentes alunos, formação de
grupos de trabalho independente, etc);
 Acompanhar de perto o trabalho, tanto o individual, como o em grupo;
 Aproveitar o resultado das tarefas (de um aluno ou grupo) para toda a turma;
 Dar tarefas claras, compreensíveis e adequadas, à altura dos conhecimentos e
capacidades de raciocínio dos alunos. 

f.      Algumas formas de realização

 Forma i): Estudo dirigido individual ou em grupo. Ele se cumpre basicamente por


meio de duas funções: a realização de exercícios e tarefas de reprodução de
conhecimentos e habilidades que se seguem à explicação do professor ; e a elaboração
de novos conhecimentos a partir de questões sobre problemas diferentes daqueles
resolvidos na turma.

 Forma ii): Fichas didácticas, a pesquisa escolar (resposta a questões com consulta a
livros ou enciclopédias) e a instrução programada. As fichas didácticas englobam fichas
de noções, de exercícios e de correcção. Cada tema estudado recebe uma numeração de
acordo com a sequência do programa. Os alunos vão estudando os conteúdos,
resolvendo os exercícios e comparando as suas respostas com as quais estão contidas
nas fichas de correcção.

3.    Método de Elaboração conjunta

a.              Características

A elaboração conjunta consiste numa interacção activa entre o professor e os alunos


visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem
como a fixação e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos. Quer
dizer, nesta variante metódica existe um maior equilíbrio da actividade visível do
mediador/professor/formador e dos alunos.

b.              Quando se utiliza

 Na aplicação de conhecimentos/capacidades/habilidades para se chegar à novas


compreensões, conclusões, conceitos e juízos;
 Quando os alunos dispõem de um determinado material de factos, de conhecimentos
elementares, ou seja, quando estes têm os pré-requisitos;
 Para aproveitar as experiências/vivências dos alunos;
 Há tempo disponível (?);

c.              Potencialidades

 Enriquecimento da aprendizagem pelas contribuições de muitos;


 Desenvolvimento da capacidade de formulação e argumentação;
 Desenvolvimento da capacidade de formar opiniões e pontos de vista;
 Desenvolvimento do respeito pelas opiniões dos outros;
 Controle imediato do nível de assimilação/aprendizagem dos alunos.

d.              Perigos

 A aprendizagem “perde-se” na conversa quando não há uma orientação muito boa;


 Os alunos não contribuem por se sentirem avaliados (e terem medo de errar/falhar);
 Maior dificuldade de desenvolvimento orgânico e sistemático do PEA;

e.              Algumas orientações gerais

 v Ter em conta certas condições prévias : a incorporação pelos alunos dos objectivos a
atingir, o domínio de conhecimentos básicos ou a disponibilidade pelos alunos de
conhecimentos e experiências que, mesmo não sistematizados, são pontos de partida
para o trabalho de elaboração conjunta;
 v Criar uma atmosfera em que os alunos se sintam estimulados para
responderem/contribuírem/participarem na discussão;
 v Fazer com que todos participem;
 v Deixar o aluno terminar de falar;
 v Aproveitar respostas incorrectas para a discussão, fazendo com que os colegas
participem na discussão;
 v O aluno deve ficar a saber o que estava certo e/ou errado na sua contribuição;
 v Não corrigir todos os detalhes incorrectos.

f.                Formas de realização
Forma i): Diálogo: * perguntas do professor:

 §  Elaborativas
 §  Evolutivas
 §  (Re)activadoras
 §  Perguntas dos alunos

Forma ii): Discussão


Forma iii): Debate

Forma iv): Painel, mesa redonda (=discussão entre peritos, com assistência)

Forma v): Fórum (= respostas de peritos à perguntas da «plateia»)


Forma vi): Workshop, «oficina», seminário, etc.

A forma mais típica do método de elaboração conjunta é a conversação didáctica. Às


vezes, denomina–se também aula dialogada, mas a conversação é algo mais. Não
consiste meramente em respostas dos alunos às perguntas do professor, numa conversa
«fechada» em que os alunos pensem e falem o que o professor já pensou e falou, como
uma aula de catecismo. A conversação didáctica é “aberta” e o resultado que dela
decorre supõe a contribuição conjunta do professor e dos alunos. O professor traz
conhecimentos e experiências mais ricos e organizados; com o auxílio do professor, a
conversação visa levar os alunos a se aproximarem gradativamente da organização
lógica dos conhecimentos e a dominarem métodos de elaborar as suas ideias de maneira
independente.

4.4.1 Diferença entre método e técnica de ensino-aprendizagem

O método é mais amplo que a técnica. A técnica é mais ligada às formas, estratégias e
tácticas de apresentação imediata da matéria.

O método de ensino é o conjunto de momentos e técnicas logicamente coordenados,


tendo em vista dirigir a aprendizagem do educando para determinados objectivos. O
método indica o modo de agir para alcançar um objectivo.

O método de ensino deve conduzir o aluno à auto-educação, à autonomia, à


emancipação para com o professor, isto é, deve levá-lo a andar com as suas próprias
pernas, usando a sua própria cabeça. Deve ir ao estudo dirigido, passar pelo estudo
supervisionado, até chegar ao estudo livre. O método de ensino, concretiza-se através
das técnicas de ensino.

Todo o método ou técnica deve efectivar-se através da actividade do aluno, fazendo


com que este, de modo geral, seja agente da sua própria aprendizagem e não um mero
receptor de dados e normas elaborados pelo professor.
Um método de ensino, para alcançar seus objectivos, precisa de uma série de técnicas.
Assim, todo o método ou técnica de ensino, de um modo geral, deve conduzir o
educando a observar, experimentar, analisar, criticar, pesquisar, julgar, concluir,
correlacionar, diferenciar, sintetizar, reflectir; enfim, deve conduzir
a actividade do aluno para a aprendizagem.

Os Métodos de Ensino (baseado na obra Didática, de Jose Carlos Libâneo)[editar]

Jose Carlos Libâneo analisa em sua obra Didática, o conceito de método de ensino,
assim como, propõe indicativos para a orientação de professores. O autor apresenta
métodos de exposição pelo professor, métodos de trabalho independente, métodos de
elaboração conjunta e métodos de trabalho em grupo.

O processo de ensino se caracteriza pela combinação de atividades do professor e dos


discentes. Segundo o autor, primeiramente dependem dos objetivos imediatos da aula;
seguindo da escolha e organização dos métodos de conteúdos específicos e terceiro o
conhecimento das características dos alunos. Portanto, diagnosticando o processo
formativo trazido para o novo campo de estudo. Em função dos métodos de ensino estar
obrigatoriamente vinculados aos objetivos gerais e específicos, as decisões de selecioná-
los para utilização didática, depende de uma metodologia mais ampla do processo
educativo, portanto, veremos a seguir os princípios e diretrizes, métodos e
procedimentos organizativos:

 'Conceito de método de ensino'

São as ações do professor no sentido de organizar as atividades de ensino, a fim de que


os alunos possam atingir os objetivos em relação a um conteúdo específico, tendo como
resultado a assimilação dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades
cognitivas e operativas dos alunos.

 'A relação objetivo-conteúdo-método'

Essa relação tem como característica a interdependência. Da mesma forma que o


método é determinado pela relação objetivo-conteúdo, pode também influir na
determinação de objetivos e conteúdos, ou seja, os métodos na proporção que são
utilizados para a transmissão e assimilação de determinadas matérias, atuam na seleção
de objetivos e conteúdos.
 'Os princípios básicos do ensino'

Apesar de os estudos que vêm sendo desenvolvidos por educadores sobre esses assuntos
ainda serem insuficientes, as exigências práticas requerem certos indicativos para
orientação dos professores em relação aos objetivos do ensino.

 'Ter caráter científico e sistemático'

O professor deve buscar a explicação científica de cada conteúdo e orientar o aluno para
o estudo independente que utilize os métodos científicos da matéria.

 'Ser compreensível e possível de ser assimilado'

A combinação desse princípio com o caráter científico e sistemático compatibiliza as


condições prévias para assimilação de novos conteúdos pelos alunos. O professor deve
dosar o grau de dificuldade, a fim de superar a contradição entre as condições prévias e
os objetivos. Periodicamente fazer um diagnóstico do nível de conhecimento e
desenvolvimento dos alunos, analisando sistematicamente a correspondência entre o
volume de conhecimento e as condições do grupo de alunos, obtendo aprimoramento e,
principalmente, atualização dos conteúdos da matéria que leciona, tornando-a, dessa
forma, compreensíveis e assimiláveis pelos alunos.

 'Assegurar a relação conhecimento-prática'

A principal característica dessa relação é o estabelecimento de vínculos entre os


conteúdos que são ministrados pelos professores com a real aplicabilidade prática do
conhecimento adquirido pelo aluno, ou seja, deve-se mostrar aos alunos que os
conhecimentos são resultados de experiências de gerações anteriores que visavam
atender a uma necessidade prática.

 'Assentar-se na unidade ensino-aprendizagem'

Os métodos de ensino utilizados pelo professor devem ser claros e estimular os alunos à
atividade mental, melhor dizendo, o método de ensino deve fazer com que o aluno
utilize suas habilidades para construir o conhecimento e não simplesmente "Aprender
fazendo". O professor deve esclarecer sobre os objetivos da aula e sobre a importância
dos novos conhecimentos na seqüência dos estudos, ou para atender a necessidades
futuras.
 'Garantir a solidez dos conhecimentos'

A principal exigência para o professor atender a esse princípio é a utilização com


freqüência da recapitulação da matéria, da aplicação de exercícios de fixação e para
alunos que apresentem dificuldades e sistematização dos conceitos básicos da matéria, a
aplicação de tarefas individualizadas.

 'Levar à vinculação trabalho coletivo - particularidades individuais'

O professor, sem deixar de atentar para as características individuais de seus alunos,


deve empenhar-se e organizar-se para atender o interesse coletivo.

Método de exposição pelo professor]

Nesse método, a actividade dos alunos é receptiva, embora, não necessariamente


passiva, cabendo ao professor a apresentação dos conhecimentos e habilidades, que
podem ser expostos das seguintes formas:

• Exposição verbal - como não há relação direta do aluno com o material de estudo, o
professor explica o assunto de modo sistematizado, estimulando nos alunos motivação
para o assunto em questão.

• Demonstração – o professor utiliza instrumentos que possam representar fenômenos e


processos, que podem ser, por exemplo: visitas técnicas, projecção de slides.

• Ilustração - são utilizadas pelo professor, tal como na demonstração, a apresentação de


gráficos, sequências históricas, mapas, gravuras, de forma que os alunos desenvolvam
sua capacidade de concentração e de observação.

• Exemplificação - nesse processo, o professor faz uma leitura em voz alta, quando
escreve ou fala uma palavra, para que o aluno observe e depois repita.

A finalidade é ensinar ao aluno o modo correto de realizar uma tarefa.

Método de trabalho independente

Esse método consiste na aplicação de tarefas para serem resolvidas de forma


independente pelos alunos, porém dirigidas e orientadas pelo professor. A maior
importância do trabalho independente é a actividade mental dos alunos, para que isso
ocorra de forma adequada é necessário que: as tarefas sejam claras, compreensíveis e à
altura dos conhecimentos e da capacidade de raciocínio dos alunos, tendo o professor
que assegurar condições para que o trabalho seja realizado e acompanhar de perto a sua
realização.

Método de elaboração conjunta

A forma mais típica desse método é a conversação didáctica, onde o professor através
dos conhecimentos e experiências que possui, leva os alunos a se aproximar
gradativamente da organização lógica dos conhecimentos e a dominar métodos de
elaboração das idéias independentes.

A forma mais usual de aplicação da conversação didáctica é a pergunta, tanto do


professor quanto dos alunos. Para que o método tenha validade e aplicabilidade é
necessário que a preparação da pergunta seja feita com bastante cuidado, para que seja
compreendida pelo aluno. Por isso, esse método é reconhecido como um excelente
procedimento para promover a assimilação ativa dos conteúdos, suscitando a actividade
mental, através da obtenção de respostas pensadas sobre a causa de determinados
fenômenos, avaliação crítica de uma situação, busca de novos caminhos para soluções
de problemas.

Melo Atelauaia, sustenta que o método de elaboração conjunta caracteriza-se pela sua
forma interracional, entre o professor e os alunos. Contribui para o desenvolvimento da
capacidade expressiva do aluno, ao ponto que ajuda ao professor a identificar as
capacidades e as dificuldades expressivas do seus alunos. É um método bastante de
ensino que estimula a comunicação, tornando deste modo o professor amigo dos seus
alunos.

= Conteúdo do cabeçalho

Quando se aplica

°quando os alunos como cientista Bento Muchecua fernando não tem bases suficiente
de pre requisito ]]'

Método de trabalho em grupo

Esse método consiste, basicamente, em distribuir temas de estudo iguais ou diferentes a


grupos fixos ou variáveis, compostos de três a cinco alunos, e que para serem bem
sucedidos é fundamental que haja uma ligação orgânica entre a fase de preparação, a
organização dos conteúdos (planejamento) e a comunicação dos seus resultados para a
turma.
Entre as várias formas de organização de grupos, destacamos as seguintes:

• Debate - consiste em indicar alguns alunos para discutir um tema polêmico perante a
turma.

• Philips 66 - para se conhecer de forma rápida o nível de conhecimento de uma classe


sobre um determinado tema, o professor organiza seis grupos de seis alunos que
discutirão a questão em poucos minutos (seis minutos) para apresentarem suas
conclusões. Pode ser organizado também em cinco grupos de cinco alunos, ou ainda em
dupla de alunos.

• Tempestade Mental - esse método é utilizado de forma a ser dado um tema, os alunos
dizem o que lhes vem à cabeça, sem preocupação com censura. As idéias são anotadas
no quadro-negro e finalmente só é selecionado o que for relevante para o
prosseguimento da aula.

• Seminário - Um aluno ou um grupo de alunos prepara um tema para apresentá-lo à


classe.

Atividades Especiais

São aquelas que complementam os métodos de ensino e que concorrem para a


assimilação ativa dos conteúdos. Podemos citar como exemplo:

• Estudo do meio - é a interação do aluno com sua família, com seu trabalho, com sua
cidade, região, país, através de visitas a locais determinados (órgãos públicos, museus,
fábricas, fazendas, etc.). Todavia, o estudo não se restringe apenas a visitas, passeios,
excursões, mas, principalmente, à compreensão dos problemas concretos do cotidiano,
pois não é uma atividade meramente física e sim mental, para que, através dos
conhecimentos e habilidades já adquiridos, o aluno volte à escola modificada e
enriquecida, através de novos conhecimentos e experiências.

• Planejamento - O professor deve visitar o local antes e colher todas as informações


necessárias para, depois, em sala de aula, junto com os alunos, planejar as questões a
serem levantadas, os aspectos a serem observados e as perguntas a serem feitas ao
pessoal do local a ser visitado.

• Execução - Com base nos objetivos do estudo e o tipo de atividade planejado e com a
orientação do professor, os alunos vão tomando notas, conversando com as pessoas,
perguntando sobre suas atividades, de modo que os objetivos planejados sejam atingidos
adequadamente.

• Exploração dos resultados e avaliação - através da preparação de um relatório sobre as


visitas, os alunos registrarão o que aconteceu, o que foi visto, o que aprenderam e que
conclusões tiraram. Os resultados serão utilizados para a elaboração de provas, e para
avaliar se os objetivos foram alcançados.

Assista à Videoaula

Conclusão
Nos anos sessenta, tendo como centro de irradiação os EUA e tomando por base alguns
dos princípios da concepção de metodologia da escola activa, desenvolve-se a tendência
denominada tecnologia educacional. Tal concepção transportará para a metodologia do
ensino as diretrizes do planejamento racional e eficiente adoptado nas modernas
empresas capitalistas e baseado nos princípios da maximização da eficiência e da
eficácia na relação objectivos-meios-resultados. É a fase em que a metodologia do
ensino passa por um processo de taylorização e de modernização tecnológica, em que se
desenvolvem técnicas de operacionalização dos objectivos educacionais, tendo em vista
uma melhor programação das actividades e práticas de ensino, práticas estas que são
cuidadosamente programadas etapa a etapa, a partir da definição de pré-requisitos,
sequências e cadeias conceituais, avaliações com instrumentos pré-validados, etc.

Enfim, recorre-se a todo um instrumental psicométrico que, para usá-lo, o professor


precisa se transformar em um tecnólogo educacional ou, então, se tornar um simples
aplicador de instrumentos elaborados por especialistas dos mais variados tipos,
verdadeiros engenheiros educacionais de produção de materiais didácticos e teste de
avaliação educacional.

Referências bibliográficas
 AYOT H.O & Patel M.M. Instructional Methods. Nairobi: Educational Research
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