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À DISCIPLINA DE CIÊNCIAS
Resumo
1
Doutora em Educação: Psicologia da Educação pela PUCSP. Professora Titular nos departamentos de Ciências
Biológicas e Pedagogia da Universidade da Região de Joinville/UNIVILLE-SC. Coordenadora do Subprojeto de
Ciências Biológicas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/UNIVILLE. E-mail:
elzira.b@univille.br
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Professora de Ciências Naturais da Rede Municipal de Ensino de Joinville/SC. Professora Supervisora do
Subprojeto de Ciências Biológicas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência –
PIBID/UNIVILLE. Mestranda em Saúde e Meio Ambiente pela UNIVILLE. E-mail: biomilena@gmail.com
3
Acadêmica do curso de Ciências Biológicas da UNIVILLE. Bolsista do Subprojeto de Ciências Biológicas do
Programa PIBID/UNIVILLE. E-mail: karla_lealdino@hotmail.com
4
Acadêmica do curso de Ciências Biológicas da UNIVILLE. Bolsista do Subprojeto de Ciências Biológicas do
Programa PIBID/UNIVILLE. E-mail: ivanam.biologia@gmail.com
5
Acadêmico do curso de Ciências Biológicas da UNIVILLE. Bolsista do Subprojeto de Ciências Biológicas do
Programa PIBID/UNIVILLE. E-mail: michel.jonatan81@hotmail.com
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da memória, reutilizando caixas de alimentos (como base para as cartas) e livros didáticos
descartados, para fazer as cartas do jogo. Os pares de jogo continham uma carta com recortes
de fotos, desenhos ou micrografias e outra carta com recortes de textos apresentando
conceituações ou caracterizações alusivas às figuras representadas em seus pares. As
informações, referentes ao conteúdo Seres Vivos foram recortadas de diversos livros de
Ciências descartados pelas escolas da Secretaria de Educação do município. A aplicação do
eco jogo foi realizada pelos bolsistas que o criaram, em oficinas realizadas com os estudantes.
Verificou-se a viabilidade de construção de um jogo didático a partir da reutilização de
materiais pedagógicos, numa linguagem a que os alunos estão habituados. Os estudantes
apresentaram respostas pertinentes aos conteúdos abordados, mas recomenda-se o uso do eco-
jogo a no máximo seis estudantes a cada partida.
Introdução
As questões ambientais contemporâneas estão cada vez mais presentes nas escolas.
Dependendo do modo como esses temas são tratados no ambiente escolar, eles podem
contribuir para a formação de cidadãos capazes de compreender os processos ecológicos, nos
quais estão inseridos e sobre os quais exercem ação direta e/ou indireta. Nesse sentido,
cidadãos ambientalmente conscientes podem promover ações individuais e coletivas, para a
conservação e preservação dos recursos naturais.
Morales e Knechtel (2010, p.213) explicam que
Revisão de Literatura
Para Grübel e Bez (2006, p. 3) “o jogo pode ser um ótimo recurso didático ou
estratégia de ensino para os educadores e também ser um rico instrumento para a construção
do conhecimento”. Dentre as muitas possibilidades, Cunha (2012, p.95) esclarece que os
jogos de memória ou de quebra-cabeça “são educativos, pois a partir deles, as crianças
desenvolvem habilidades como concentração, organização, manipulação, cooperação, dentre
outras”. Para Soares (2004b), as informações podem ser apresentadas aos estudantes através
de diferentes veículos portadores, sendo importante que o docente tenha ciência disto e se
preocupe em diversificar as formas de apresentação das informações escritas aos seus alunos.
A esse respeito, Krasilchik (2004) destaca que a escolha da modalidade didática vai
depender do conteúdo e dos objetivos selecionados, da classe a que se destina, do tempo e dos
recursos disponíveis, assim como dos valores e convicções do professor. No caso do uso de
jogos didáticos, Cunha (2012, p.97) adverte que “é importante que o professor intervenha na
ação do jogo no momento em que ocorre algum erro, pois é nesse momento que o estudante
tem a oportunidade de refletir sobre o assunto em questão e progrida na sua formação”.
O processo educativo não é neutro, e Lima (2011, p.126), ao discorrer sobre o desafio
da pedagogia crítica em oposição às práticas transmissivas, lembra que “a educação é uma
construção social repleta de subjetividades, de escolhas valorativas e de vontades políticas”.
Assim também a opção por determinadas estratégias de ensino pelo professor podem
transmitir em seu desenrolar, informações a respeito do posicionamento social deste professor
quanto a questões sociais emergentes, como a questão ambiental.
Procedimentos Metodológicos
Resultados
A elaboração do “Eco Jogo da Memória – Os Seres Vivos” foi realizada pela equipe
de bolsistas PIBID/UNIVILLE e a professora supervisora do grupo na escola parceira. Os
pares de cartas do jogo continham uma carta com recortes de fotos, desenhos ou micrografias
e outra carta com recortes de textos apresentando conceituações ou caracterizações alusivas às
figuras representadas em suas cartas pares. As informações, referentes ao conteúdo Seres
Vivos foram recortadas de diversos livros de Ciências descartados pelas escolas da Secretaria
de Educação do município, por apresentarem rasuras e recortes, ou por terem sido
substituídos em função de sua vigência, estipulada em três anos pelo Plano Nacional o Livro
Didático – PNLD.
Uma vez definida a estrutura geral do jogo, foi realizado entre o grupo de bolsistas e a
professora supervisora um pré-teste do “Eco Jogo da Memória – Os Seres Vivos”. Nesta
simulação, foram decididos os conjuntos de pares e a abrangência dos conteúdos a serem
representados no jogo. Após o pré-teste, iniciou-se a confecção do jogo.
As cartas foram feitas com recortes de aproximadamente 9 cm x 6 cm de diferentes
embalagens acartonadas de alimentos. A seleção das informações visuais e conceituais teve
como base as características gerais dos seres vivos. Por exemplo, um par de jogo apresentava
numa das cartas a seguinte descrição: “Têm o corpo coberto de penas. A função das penas é
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proteger o corpo contra perdas de água e de calor e auxiliar o voo.” Sua carta
correspondente trazia a foto de uma ave (um cardeal) na qual estava indicado o filo
“Cordados – Aves”. Os pares de cartas do protótipo do Eco Jogo da Memória – Os Seres
Vivos apresentam os Seres Vivos e seus respectivos Reinos, Filos e Classes.
A aplicação do eco jogo foi realizada pelos bolsistas que o criaram, em oficinas
realizadas com os estudantes de sétimo ano do ensino fundamental. Ao longo de sua
aplicação, parte dos bolsistas PIBID/UNIVILLE acompanhou seu desenvolvimento, anotando
suas impressões a respeito da desenvoltura, domínio do conteúdo, habilidade de leitura,
relação entre figuras e conceitos e eventuais dificuldades por parte dos estudantes.
Krasilchik (2004) lembra que é importante que os estudantes saibam não apenas ler e
escrever, mas também interpretar os conteúdos de ciências e biologia. A opção pelo jogo
didático como estratégia de revisão e estudo de conteúdos já trabalhados foi concebida na
perspectiva de contribuir com o que Soares (2004) identifica como sendo práticas de
letramento. A ideia do jogo surgiu da percepção das dificuldades dos estudantes na
apreensão do conteúdo, e foi desenvolvida como uma revisão permitindo ao professor das
turmas, que acompanhou todas as oficinas, verificar o aprendizado dos estudantes ao longo
da participação dos mesmos nas tarefas designadas pelo jogo.
O Eco Jogo da Memória proposto mostrou ser uma boa alternativa para trabalhar as
questões do letramento no ensino de Ciências, no que se refere ao estímulo à compreensão de
conceitos científicos e sua relação com imagens que exemplifiquem ou ilustrem estes
conceitos. Acredita-se que por ter sido confeccionado a partir de textos oriundos de livros
didáticos descartados, as cartas do jogo mantém a linguagem científica com a qual o aluno
está familiarizado e não linguagens afeitas a outros meios de comunicação, contribuindo para
a fixação dos conteúdos.
Em relação ao modo e dinâmica de jogo, com o relatório de observação de sua
aplicação, elaborado pelos bolsistas, chegou-se à conclusão que o protótipo do jogo proposto
apresentava muitas cartas, tornando-se cansativo, desestimulando os participantes. Por
envolver habilidades de relação entre conteúdos e imagens, além do componente subjetivo da
memória, concluiu-se que o resultado pedagógico do jogo seria ampliado com pequenas
alterações no seu modo de aplicação. A organização dos estudantes em grupos menores, com
no máximo seis integrantes, aliado à redução do número de pares de cartas em jogo, como por
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exemplo, formar diversos jogos de memória separando as cartas por temas, foram sugestões
do grupo de bolsistas, após a reflexão sobre os resultados de sua aplicação.
As práticas pedagógicas do PIBID são de grande importância para ampliar a visão dos
acadêmicos sobre a docência, oportunizando situações práticas de escolha e aplicação de
diferentes estratégias de ensino aprendizagem. Permitem também a reflexão e posicionamento
científico de seus protagonistas, numa perspectiva de docência sustentada na organização e
reflexão sobre as práticas docentes.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate (Orgs.). Processos de
Ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville:
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GRÜBEL, Joceline Mausolff; BEZ, Marta Rosecler. Jogos Educativos. Novas Tecnologias
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SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2ª. Ed. Belo Horizonte: Autêntica,
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ZABALA, Vidiella Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.