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2612 eISSN 2179-426X

(Res)significando o ensino das plantas: princípios etnobotânicos em


atividades práticas no Ensino Fundamental (Amazonas, Brasil)

Reinstituting plant education: ethnobotanical principles in practical activities in


Middle School (Amazonas, Brazil)

Carla Fabiana Silveira Moro


Universidade Franciscana
carlasilveiramoro@gmail.com
http://orcid.org/0000-0002-6195-9018

Thais Scotti do Canto-Dorow


Universidade Franciscana
thaisdorow@gmail.com
http://orcid.org/0000-0002-6282-7957

Resumo

Desde o início de sua existência, o ser humano aprendeu a conviver com as plantas,
embora, na atualidade, não dedique a importância merecida aos vegetais. No intuito de
despertar o encantamento pela Botânica, desde a mais tenra idade, o presente trabalho
teve como objetivo qualificar e ressignificar o ensino-aprendizagem sobre as plantas
através do desenvolvimento de atividades práticas no ensino fundamental, inspiradas nos
princípios etnobotânicos. As atividades foram realizadas na disciplina de Ciências, com 35
estudantes do 7º ano de uma escola de ensino fundamental do município de Tabatinga-
AM, constituídas por práticas a saber: ilustração de folhas de espécies vegetais;
modelagem de uma réplica de flor; exposição de frutos, com degustação; trilha guiada para
estudo de caules e raízes. A proposta culminou na feira de Ciências da escola com a
socialização dos saberes construídos pelos estudantes. Por meio das atividades realizadas
foi possível planejar e desenvolver um ensino com qualidade, inspirado nos princípios
Etnobotânicos, pois além de garantir, para a escola, um papel importante na manutenção
das culturas locais e regionais, resgatou-se, no estudante, o encanto pelos vegetais,
permitindo a valorização das noções espontâneas de/sobre Botânica, trazidas por eles à
sala de aula, aproximando a sua realidade a enfoques científicos.

Palavras-chave: Ensino de Botânica. Ensino-aprendizagem. Educação Básica.

Abstract

Since the beginning of its existence, the human being has learned to live with plants,
although, at present, we do not dedicate the deserved importance to vegetables. In order to
awaken the enchantment of Botany, from an early age, this work aimed to qualify and
reframe the teaching and learning process about plants through the development of practical

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activities in elementary education, inspired by ethnobotanical principles. The activities were
carried out in the Science discipline, with 35 7th grade students from an elementary school
in the municipality of Tabatinga-AM, consisting of the following practices: illustration of
leaves of plant species; modeling a flower replica; fruit display, with tasting; guided trail to
study stems and roots. The proposal culminated in the school's Science Fair with the
socialization of knowledge built by students. Through the activities carried out, it was
possible to plan and develop quality teaching, inspired by the Ethnobotanical principles.
Because in addition to ensuring that the school has an important role in the maintenance of
local and regional cultures, the students’ awareness was restored, allowing a spontaneous
appreciation of Botany, brought by them to the classroom, bringing their reality closer to
scientific approaches.

Keywords: Botany teaching. Teaching-learning. Basic Education.

Introdução

O ser humano sempre dependeu da natureza para sua sobrevivência e, na medida


que foi evoluindo, adaptou métodos e técnicas para melhor aproveitar os recursos naturais,
criou estratégias de plantio, planejou métodos com fins medicinais, estruturou tipos de
vestuário, arquitetou edificações, descobriu diferentes alimentos. No entanto, na maioria
das vezes, não reconhece a importância das plantas em sua vida, embora nos primórdios
da civilização, a Botânica despertasse fascínio pelas suas características medicinais,
alimentícias, em rituais religiosos, dentre outras.
Na atualidade, muitas vezes, as plantas são vistas como itens de decoração ou,
ainda, utilizadas como plano de fundo para os animais em geral (COPETTI e CANTO-
DOROW, 2019), por isso, não basta conhecer os vegetais e seus princípios ativos, sua
nomenclatura ou morfologia, é preciso despertar o amor pelas plantas e proporcionar
momentos em que essa interação, plantas e seres humanos, chegue à sala de aula.
Nas escolas, não é diferente, o desinteresse e desatenção, de um modo geral, ilustra
o perfil da disciplina de Ciências, mais precisamente da Botânica, como uma área muito
teórica, difícil e desestimulante para os alunos (KINOSHITA et al., 2006), embora a própria
escola seja um campo rico, com várias espécies da flora que podem ser utilizadas para
aulas práticas. Em muitas circunstâncias, encontra-se o ensino das plantas de forma
descontextualizada, sendo esse, provavelmente, um dos motivos que causam as
dificuldades de aprendizagem desses conteúdos (URSI et al., 2018).
O conhecimento sobre os vegetais, tem se perpetuado na transmissão de saberes
tradicionais, de geração em geração e dessa conexão surgiu a Etnobotânica, ciência que
“estuda as inter-relações diretas entre pessoas de culturas viventes e as plantas de seu
meio” (ALBUQUERQUE, 2005, p. 6). Segundo Merhy e Santos (2017), a Etnobotânica
compreende o estudo das sociedades humanas passadas e presentes, reconhecendo a
dinâmica natural das relações entre o ser humano e as plantas.

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É importante que os estudantes relacionem os conteúdos à suas experiências
cotidianas e que estas não sirvam apenas como práticas problematizadoras, mas que esse
saber, oriundo de suas culturas, de suas crenças, de suas vivências, possam facilitar e
enriquecer o aprendizado, que os métodos para sala de aula, considerem modelos
interativos entre pessoas, plantas e culturas e, que a Etnobotânica seja inspiração na
construção desses conhecimentos.
O Ensino de Ciências, juntamente com a Etnobotânica, permite estabelecer um
diálogo entre saberes que são culturais e conhecimentos científicos apresentados em sala
de aula, ampliando o nível de ensino-aprendizagem, favorecendo as trocas e as
experiências entre os estudantes, atribuindo encantamento aos momentos de aprendizado
e mais interesse, por parte do aluno, que passa a compreender melhor o seu meio.
Apostando em uma maneira diferente de interagir com os conteúdos sobre as
plantas, de despertar o envolvimento intelectual, mas também afetivo dos estudantes,
valendo-se da Etnobotânica como facilitadora do ensino-aprendizagem, traçou-se o
objetivo deste trabalho que foi o de qualificar e ressignificar o ensino-aprendizagem sobre
as plantas através do desenvolvimento de atividades práticas, inspiradas nos princípios
etnobotânicos.

Referencial Teórico

As distintas populações humanas apresentam uma gama de conhecimentos


exclusivos sobre o ambiente que as cerca e, consequentemente, empoderam-se de
saberes que, em sua maioria, não estão registrados na literatura científica: receitas de
medicamentos e rezas, percepção dos fenômenos naturais como o clima, a sazonalidade
de animais, as estações do ano, o tempo de plantar e de colher, a classificação de plantas
por sua utilidade, dentre outros. “Esse saber, não é de modo algum um saber comum, um
bom senso, mas ao contrário, um saber particular, um saber local, regional, um saber
diferencial [...] um saber das pessoas [...]” (FOUCAULT, 2005 p. 11-12).
Para Martinez (2018) o conhecimento das populações que preservam a tradição pelo
uso das plantas, reforça o aproveitamento dos recursos que a própria natureza oferece.
Entretanto, existem vários fatores que podem contribuir para a perda dessas informações,
como a desvalorização do saber informal. Conforme afirma Gonçalves et al. (2017), é
importante conhecer a diversidade biológica, e notar que cada área situada nesse espaço
possui comunidades humanas com uma forma própria de manejo, especificamente dos
vegetais com os quais se relaciona no meio em que vivem.
Nesse contexto, a Etnobotânica exerce um papel de resgate e de admiração pelo
mundo vegetal, considerando os conhecimentos cotidianos dos estudantes e aproximando
a realidade diária dos mesmos a enfoques necessários, para o desenvolvimento da
disciplina em sala de aula. Sobre essa afirmação Salatino e Buckeridge (2016, p. 177)
relatam que “na atualidade, grande parte das pessoas que passam pelos ensinos
fundamental e médio vê a Botânica de modo diferente, ela é encarada como matéria escolar

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árida, entediante e fora do contexto moderno”. Barreto (2011), reforça essa ideia dizendo
que a maioria das aulas de Botânica, são pinceladas de conteúdos isolados, guiados por
um livro didático, sem associação nenhuma com o cotidiano dos alunos, passando a ser
decorada de forma mecânica, não tendo nenhum significado real (BARRETO, 2011), o que
gera desinteresse entre os estudantes e monotonia entre os professores.
Santos e Campos (2019) apontam o desinteresse dos estudantes pelos conteúdos
sobre as plantas como uma das maiores problemáticas do ensino de Ciências no ensino
fundamental, e atribuem parte desse desinteresse às metodologias, muitas vezes
inadequadas, utilizadas no processo de ensino pelos professores. Estuda-se o que está
prescrito no livro didático, que, não raras vezes, apresenta equívocos entre o texto, o
conceito e a imagem, conforme apontam Silva e Cavassan (2005), e não a realidade dos
alunos. Percebe-se que a abordagem botânica na educação básica, ainda está distante de
alcançar os objetivos almejados para uma aprendizagem transformadora, pois essas
estratégias didáticas, em muitas vezes, descontextualizadas, são, possivelmente, uma das
principais causas que provocam o desinteresse e a dificuldade de aprendizagem por parte
dos estudantes.
Observa-se que o ensino de Botânica ainda é baseado em métodos tradicionais, que
priorizam a reprodução e a memorização de nomes e conceitos, sendo também muito
teórico e desestimulante para o estudante. Aprender e ensinar Botânica está muito além da
visão propedêutica de ensino, significa ampliar o repertório conceitual e cultural dos
estudantes, não se trata de decorar critérios ou características de grupos vegetais, seu
objetivo essencial, segundo Ursi et al. (2018, p.10) “é promover o entendimento efetivo
desses conceitos e processos, para além do enfoque meramente memorístico, baseando-
o na construção de conhecimento pelos estudantes”, na valorização de sua própria
identidade, no reconhecimento de suas potencialidades, exercendo seu papel de agente
ativo de sua comunidade, tomando decisões mais conscientes, constituindo-se cidadãos
reflexivos e capazes de modificar sua realidade.
Portanto, as características da Etnobotânica, direcionadas ao ensino sobre as
plantas, ganham uma concepção dinâmica, prazerosa e importante para o aprendizado dos
estudantes. Pressupõem-se que a interação professor/aluno/conhecimento, favorece o
aprendizado quando se estabelece um diálogo entre as concepções prévias dos estudantes
e a visão científica apresentada a ele pelo professor. O estudante reconstrói seu
entendimento de mundo ao entrar em contato com o conhecimento científico.
Com um amplo campo para pesquisa, na Etnobotânica parte da ideia que o
pesquisador é um aprendiz e deve estar despido de pré-conceitos, estar ciente de que todas
as formas de conhecimento têm valor e basear suas investigações no respeito aos
indivíduos, às culturas e às espécies. Segundo Albuquerque (2005), a Etnobotânica possui
regras básicas das quais emergem princípios que orientam os estudos na área. Para uma
abordagem pedagógica, com atividades práticas sobre as plantas, delimita-se alguns
desses princípios, delineados por Albuquerque (2005):

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• Respeitar a classificação, a catalogação e os meios de uso racional do qual outras
culturas se esforçam em desenvolver;
• Destinar total credibilidade aos informantes, tendo em vista que são, sim,
especialistas em assuntos do qual busca-se compreender;
• Apresentar postura amigável e respeitosa com os informantes, entendendo que
eles são os guias da pesquisa;
• Valorizar todos os dados ou informações, mesmo que no início pareçam absurdos,
pois podem conter informações significativas dentro de determinada cultura;
• Obter permissão, quanto ao uso de equipamentos de registros de imagens ou
gravações;
• Participar das atividades sem interferir no curso natural das mesmas ou no
comportamento dos informantes;
• Respeitar as ideias e categorias culturais dos informantes;
• Considerar perguntas abertas, nos quais o informante terá maior liberdade em
responder;
• Cuidar quando da complementação de dados, o pesquisador pode clarear
conceitos, a partir de palavras empregadas pelos informantes;
• Evitar perguntas etnocêntricas.
Diante dessas considerações, enfatiza-se que é importante fomentar o saber
científico, mas também é necessário valorizar, no contexto escolar, os conhecimentos
tradicionais dos estudantes, pois a aprendizagem ocorrerá mediante a união entre os
conhecimentos científico e popular, permitindo a mudança conceitual do aluno sobre o
mundo que o cerca (BASTOS, 2013), favorecendo o aprendizado e trazendo o estudante
para a sala de aula.
Mortimer (1996, p. 24), afirma que:

[…] aprender Ciências envolve a iniciação dos estudantes em uma nova


maneira de pensar e explicar o mundo natural, que é fundamentalmente
diferente daquelas disponíveis no senso comum. Aprender Ciências envolve
um processo de socialização das práticas da comunidade científica e de
suas formas particulares de pensar e de ver o mundo, em última análise, um
processo de “enculturação”. Sem as representações simbólicas próprias da
cultura científica, o estudante muitas vezes se mostra incapaz de perceber,
nos fenômenos, aquilo que o professor deseja que ele perceba.

Os diferentes saberes encontrados no cotidiano dos estudantes, quando


contextualizados com o conteúdo proposto, podem enriquecer expressivamente uma aula.
É pertinente que o professor investigue os saberes dos alunos, seus costumes, seus
métodos, sua cultura, porque é assim que resgatará o interesse dos estudantes pela
ciência, estabelecendo ligações entre o popular e o científico, agregando aprendizados

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relevantes para sua vida (BAPTISTA, 2007).
A escola congrega indivíduos com diferentes visões de mundo baseadas nas suas
relações socioculturais. Essas experiências individuais ao serem compartilhadas,
enriquecem as atividades educacionais, visto que essa forma diferenciada de ver o mundo
não está descrita em livros. Segundo Baptista (2015) há maior envolvimento por parte dos
estudantes, quando eles conseguem relacionar o seu dia a dia com os conteúdos
disciplinares, despertando interesse, tanto pelos conhecimentos de sala de aula como
também pelos extramuros escolares.
O ensino da Botânica na perspectiva da Etnobotânica, favorece as trocas e as
experiências entre os estudantes, estabelecendo um diálogo entre os saberes culturais e
científicos apresentados em sala de aula, atribuindo encantamento e qualificando os
momentos de aprendizado. Portanto, enfatiza-se a necessidade de aproveitar o que os
estudantes sabem, como aponta Baptista (2015, p. 91), “[...] colocar em suas mãos
instrumentos que os ajudem a construir conhecimentos que respondam aos seus diversos
interesses e necessidades”, colocando à disposição deles elementos transformadores, não
no intuito de transformar conhecimentos tradicionais em científicos, mas para que consigam
fortalecer suas convicções com bases científicas.

Metodologia

A temática deste estudo está pautada nos princípios da Etnobotânica


(ALBUQUERQUE, 2005) e sua articulação com o ensino e a aprendizagem sobre as
plantas. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, a qual se preocupa com o
universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes (MINAYO, 2001),
e almeja analisar os possíveis fenômenos sociais, incluindo a esfera educacional,
contemplando objetivos condizentes com a realidade a ser estudada (RAPIMÁN, 2015).
O trabalho foi desenvolvido na disciplina de Ciências, com uma turma do 7º ano
composta por 35 estudantes de diferentes grupos socioculturais: brasileiros, colombianos,
peruanos e indígenas, em uma escola municipal de ensino fundamental do município de
Tabatinga, estado do Amazonas, o qual faz fronteira com outros dois municípios, sendo
Letícia, na Colômbia e Santa Rosa, no Peru, formando uma Tríplice Fronteira entre os três
países. A escolha do ano escolar deu-se por que o conteúdo sobre plantas, na rede básica
de ensino na qual se desenvolveu o presente trabalho é abordado no 7º ano do ensino
fundamental.
Para atender o propósito de facilitar e qualificar o ensino-aprendizagem em Botânica
por meio da Etnobotânica, aproximando o saber cotidiano do saber científico, foram
planejadas e realizadas quatro atividades práticas e uma socialização, pensadas a partir
das concepções dos estudantes sobre as plantas.
Foi solicitado pela professora/pesquisadora, que cada estudante da turma, trouxesse
de casa, como tarefa, um exemplar de uma planta (inteira ou partes), que fosse de
importância para sua família ou comunidade, seja ela de uso medicinal, alimentício,
ornamental, para vestimenta ou outro e, individualmente, a apresentasse para o restante
da turma. A partir dessa socialização, foram escolhidas pelos estudantes, cinco espécies

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de plantas as quais basearam o planejamento das atividades a serem realizadas com a
turma. As plantas eleitas foram o Cupuaçueiro (Theobroma grandiflorum), o Cacaueiro
(Theobroma cacao), o Cajueiro (Anacardium occidentale), o Coqueiro (Cocos nucifera) e a
Mucurucá (Toulicia guianensis).
O Planejamento das referidas atividades partiram das concepções dos estudantes
sobre as plantas, e tiveram como pressupostos o desenvolvimento dos conteúdos de
maneira dinâmica, aulas expositivas dialogadas, atividades em grupo, uso de recursos e
metodologias que despertassem o interesse dos alunos para a aprendizagem, contou com
ações que envolveram os estudantes na descoberta e na construção de seus próprios
conceitos. Foi desenvolvido em seis horas aula, sendo a socialização realizada em outro
momento, quando os trabalhos foram compartilhados com toda a escola, durante uma Feira
de Ciências.
A proposta pensada neste estudo contemplou alguns princípios etnobotânicos
descritos por Albuquerque (2005), que foram adaptados para o planejamento e aplicação
dessa metodologia de ensino sobre as plantas, conforme segue:
- Respeito às falas e ao conhecimento alheio, que são imprescindíveis;
- Os informantes devem ser tratados como especialistas no assunto, uma vez que
verdadeiramente o são, pois dominam conhecimentos e fenômenos exclusivos de sua
realidade cotidiana e sociocultural;
- Os dados ou informações não devem ser rejeitados, mesmo quando parecendo
insignificantes, pois podem conter codificações de relações evolutivas importantes;
- O professor possa clarear conceitos, sem impor categorias, a partir das palavras
empregadas pelos estudantes, respeitando seu dialeto, suas concepções e sua cultura.
Para cada assunto a professora/pesquisadora traçou uma estratégia didática que
consistiu em: ilustrações elaboradas a partir dos exemplares de folhas vegetais trazidas
para sala de aula, com a identificação de suas estruturas; confecção de uma réplica de flor,
com massa de modelar, apresentando os componentes dessa estrutura vegetal; para o
estudo sobre o fruto, uma exposição com frutos trazidos pelos estudantes para a sala de
aula, com posterior degustação; uma saída de campo, no formato de trilha guiada foi a
estratégia escolhida para trabalhar os assuntos sobre caules e raízes. Na socialização,
aconteceu o fechamento do planejamento, onde os estudantes puderam compartilhar os
saberes aprendidos sobre plantas com a comunidade escolar.

Resultados e Discussão

I- Como são as folhas das nossas plantas?

Na prática sobre as folhas, foi solicitado que os estudantes levassem para


sala de aula folhas de cupuaçueiro, cacaueiro, cajueiro, mucurucá e de coqueiro. A
orientação foi que eles colocassem a folha da árvore embaixo da folha sulfite e fossem
marcando com giz de cera as extremidades e nervuras das folhas.
A professora abordou as características das folhas, enquanto os estudantes
identificavam suas estruturas no próprio desenho (Figura 1). Foi ressaltada a função da
folha, sua importância para a planta e para o meio, as diferenças entre as espécies, bem

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como foi retomado sobre o assunto fotossíntese.

Figura 1: Estudantes de uma turma do 7º ano de uma escola municipal de ensino fundamental do
município de Tabatinga-AM, durante realização de atividades
práticas sobre morfologia das plantas

Fonte: das autoras

Com a ilustração pronta e as devidas estruturas identificadas, os estudantes


montaram um cartaz (Figura 2), no qual registraram a espécie vegetal da qual pertencia a
referida folha bem como as características gerais da referida planta. O cartaz foi exposto
em sala de aula, para posterior apresentação na socialização da atividade na Feira de
Ciências.
Figura 2: Cartaz elaborado pelos estudantes de uma turma do 7º ano de uma escola municipal de
ensino fundamental do município de Tabatinga-AM, com identificação das partes da folha e as
características gerias da espécie

Fonte: das autoras

II- Flores das nossas plantas: modelando réplicas e aprendendo

Para essa atividade cada grupo recebeu uma flor das espécie escolhidas, para que
visualizasse, as estruturas das flores, seus órgãos reprodutores, a importância da flor para

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a planta, conforme a explicação da professora. Com massa de modelar, os estudantes
confeccionaram modelos similares às flores (Figura 3), identificando as estruturas
morfológicas e aproximando o conhecimento tradicional com o científico. Com as
intervenções orais da professora, foram produzindo conhecimento e compreendendo a
importância das flores na reprodução e na manutenção do mundo vegetal. Após a atividade
houve uma apresentação dos modelos com relatos orais dos estudantes sobre as
características das flores.
Figura 3: Flor de massa de modelar, confeccionada por um estudante de uma turma do 7º
ano de uma escola municipal de ensino fundamental do
município de Tabatinga, AM

Fonte: das autoras

III- Que frutas conhecemos? Como elas são?

Nessa atividade foi solicitado que os estudantes trouxessem de casa frutos das
espécies escolhidas pela turma como o côco, cupuaçu, cacau e cajú, para se trabalhar a
morfologia dos frutos das angiospermas cultivadas no meio ambiente em que os estudantes
vivem. Os frutos foram divididos entre os grupos e conforme a explicação da professora os
estudantes foram observando, manuseando e abrindo os frutos, identificando estruturas e
degustando-os.
A professora/pesquisadora, levou derivados dos frutos como doces e sucos, para
mediar outras formas de uso dos mesmos, industrializados ou não, serviram de exemplos
para abordar assuntos como matéria-prima, importância da preservação das espécies
vegetais e a relevante contribuição cultural que passa de geração a geração por meio de
receitas e das diferentes formas de uso desses frutos.

IV- Raízes e caules nos caminhos da floresta - Trilha Guiada.

Para essa atividade foi selecionado pela professora um espaço perto da escola com
grande variedade de plantas, incluindo as espécies escolhidas em sala de aula. Os
estudantes foram encaminhados ao local e desafiados a percorrer uma trilha onde puderam
visualizar, tocar, escavar ao redor do caule para encontrar as raízes das referidas plantas

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(Figura 4). Durante a atividade a professora mediava conhecimentos como a diferença entre
o caule tipo estipe do coqueiro e o caule tipo tronco do cajueiro, esclarecia dúvidas do
porquê o caju é um pseudofruto, instigava os estudantes a observarem as diferenças entre
flores do cacaueiro e as inflorescências do coqueiro. Foi orientado que os alunos
anotassem informações relevantes em um diário de aprendizagem, para que ao retornarem
à sala de aula pudessem escrever um resumo sobre a aula prática.
Figura 4: Estudantes de uma turma do 7º ano de uma escola municipal de ensino
fundamental do município de Tabatinga, AM, observando
espécies de plantas, raízes e caules

Fonte: da autora.

Ao final da atividade, foi compartilhado um lanche no qual o prato principal foi


preparado com raízes: bolo de mandioca e bolo de cenoura.

Socialização das atividades práticas

O planejamento dessa metodologia de ensino inspirada na Etnobotânica, culminou


com a socialização das atividades práticas, apresentadas na Feira de Ciências da escola
(Figura 5) e apreciada por toda a comunidade escolar. Foi realizada com uma exposição
de cartazes, acompanhada de uma demonstração das espécies vegetais escolhidas pelos
estudantes, bem como seus frutos, derivados caseiros e industrializados.
Todos os estudantes participaram da confecção dos cartazes e do painel (Figura 6)
confeccionado para a Feira de Ciências, da organização da mesa com exemplares das
plantas escolhidas por eles no primeiro momento, como também fizeram várias
apresentações orais do trabalho durante o decorrer da feira, aos visitantes e à comunidade
escolar. Ao longo de todo o processo de aplicação da metodologia deste trabalho, a
Etnobotânica foi evidenciada e discutida com os estudantes à luz das concepções de
Albuquerque (2005), e sobre a morfologia das plantas, suas características gerais e
utilidade para as diferentes culturas que confraternizam dentro da sala de aula.

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A socialização das atividades estruturadas em um planejamento baseado na
etnobotânica, é um momento importante de diagnóstico da aprendizagem, no qual os
discentes tem a oportunidade de expressarem-se livremente sobre o assunto, de relatar os
conhecimentos científicos aprendidos em sala de aula enriquecidos com os saberes
caseiros, trazidos para serem compartilhados com os demais colegas. Durante a Feira de
Ciências foi possível avaliar o nível de envolvimento e o quanto eles evoluíram em termos
de conceitos, valorizando ainda mais as plantas de seu meio.
Figura 5: Estudantes de uma turma do 7º ano de uma escola municipal de ensino
fundamental do município de Tabatinga, AM, durante a socialização na
Feira de Ciências da escola.

Fonte: da autora.

Figura 6- Painel com os trabalhos confeccionados pelos estudantes de uma turma do 7º


ano de uma escola municipal de ensino fundamental do município de Tabatinga, AM, para
apresentação na Feira de Ciências da escola

Fonte: da autora

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Nas atividades práticas sobre as plantas, desenvolvidas no 7º ano, dentro da
perspectiva Etnobotânica, percebeu-se que os estudantes possuem conhecimentos
tradicionais quando relatam sobre como utilizam as plantas, como elas se desenvolvem,
suas características básicas, embora não embasando teoricamente seus comentários.
A escola entendida como espaço multicultural, precisa levar em consideração os
saberes pertinentes a diferentes contextos, dos quais é constituída, buscando “[...]
promover oportunidades, com ferramentas e procedimentos alternativos, onde o professor
realize com os estudantes o diálogo intercultural, entre os saberes dos estudantes e os
saberes científicos” (SILVA e RAMOS, 2019). Corroborando, Bandeira (2001) entende que
os conhecimentos tradicionais não correspondem a teorias construídas que podem ser
aplicadas de maneira geral como os conhecimentos científicos ocidentais modernos, mas
são conhecimentos norteados por critérios de validade locais, estando fortemente ligados
aos contextos nos quais foram produzidos.
O reconhecimento e a inclusão do conhecimento etnobiológico, permitiu o diálogo
entre os saberes culturais e os científicos, facilitou a compreensão e motivou os estudantes
nas atividades de aprendizagem. Esses planejamentos contextualizados, podem favorecer
o aprendizado e ampliar os horizontes deixando de lado concepções equivocadas dos
estudantes, aumentando a percepção de plantas no ambiente e diminuindo a cegueira
botânica, identificada por Katon, Towata e Saito (2013), quando as pessoas possuem
dificuldades de perceber as plantas em seu dia a dia como seres vivos. Conforme Costa,
Roxo e Lima (2018) os estudantes criam confusão em relação a visão das plantas como
ser vivo, o que dificulta seu entendimento e diminui o desejo de aprender sobre os vegetais,
relatam ainda que essa visão ultrapassa os muros da sala de aula e reflete um
comportamento comum das pessoas num modo geral.
Durante as práticas, observou-se a alegria dos estudantes em estar aprendendo
nomes, estruturas e funções de plantas que se encontram ao seu redor, era nítida a
surpresa da descoberta em cada detalhe explicado e melhor ainda, porque eles trouxeram
de casa os exemplares. Compreender como acontece a reprodução das angiospermas,
como aquelas minúsculas estruturas que formam a flor, se transformam em frutos grandes,
saborosos e que protegem sementes que irão perpetuar a espécie foi, com certeza,
estimulante para os estudantes, pois puderam associar suas vivências aos saberes antes
restritos às imagens dos livros.
Essa é a parte fascinante de inserir a Etnobotânica nas salas de aula, é poder
resgatar os saberes tradicionais dos estudantes e construir o conhecimento daquilo que ele
está acostumado a ver e conviver em seu dia a dia. É pertinente que o professor investigue
os saberes dos alunos, seus costumes, seus métodos, sua cultura, porque é assim que
resgatará o interesse dos estudantes pela ciência, que ao encontrar possibilidade de
relacionar as suas vivências cotidianas com o conhecimento proposto pela escola,
estabelecerão ligações entre o popular e o científico, agregando aprendizados relevantes
para sua vida (BAPTISTA, 2007).

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Nesse sentido, Bueno et al. (2018) afirmam que aulas com propostas inovadoras,
que diferem do habitual, planejadas para serem desenvolvidas fora das quatro paredes de
uma sala de aula, podem ser altamente significativas, motivadoras e despertar o interesse
pelo aprendizado, incentivando a busca pelo conhecimento
Dentre as revelações dos estudantes, foi possível identificar a importância que os
mesmos passaram a atribuir às plantas, por se tratar de espécies de seu dia a dia, pois o
conhecimento científico foi facilitado pela aproximação do seu cotidiano. A trilha guiada foi
a última prática e revelou-se muito produtiva, pois os estudantes puderam ter contato com
as plantas já conhecidas e com outras espécies, compararam os tipos, a dimensão e a
altura dos caules, visualizaram as plantas no todo, apontando todas suas estruturas e a
diversidade encontrada, bem como conseguiram entender a dinâmica das plantas no
mundo e qual a importância delas e de sua preservação.
Cada estudante, em suas diferentes culturas, relatou que foi importante estudar as
plantas que eles conhecem e ficou mais fácil observar e compreender sobre suas
estruturas, sendo possível identificá-las em seu próprio meio. É considerável o desejo de
conhecer o mundo ao seu redor, e reconhecer sua própria identidade dentro de um
determinado grupo (COBERN, 1996). Conhecer as plantas, na perspectiva etnobotânica é
essencial para o reconhecimento e a (re)afirmação dos povos em suas dinâmicas, como
bem afirma Paiva, Almeida e Martins (2015) quando dizem que as culturas nascem das
relações e nessas estabelecem suas práticas considerando o meio em que se
desenvolvem.
Nesse contexto, dentre algumas manifestações, segue o mencionado por uma aluna:
“Eu aprendi coisas que eu não sabia sobre as plantas lá de casa, como acontece seu
processo e como elas são formadas”.
Na socialização, a oportunidade de evidenciar o que aprenderam e ainda levar esse
conhecimento para outros, de forma lúdica e prazerosa por meio da Feira de Ciências,
valorizou a participação dos estudantes que construíram o conhecimento de forma efetiva
e ativa, no qual puderam relacionar esses conhecimentos com suas relativas aplicações no
cotidiano. De acordo com Nunes et al. (2016), os alunos são instigados à ser protagonistas
do seu saber, e um bom caminho são as socializações no ambiente escolar, pois acredita-
se que é possível classificar as Feiras de Ciências como uma atividade lúdica, desde que
a mesma esteja relacionada com a diversão e a liberdade de aprender por prazer (COSTA
e NUNES, 2019).
A utilização da Etnobotânica como aporte para o planejamento de aulas sobre as
plantas, para o ensino fundamental, demonstrou um grande potencial pedagógico, as aulas
se tornaram mais contextualizadas, fortalecendo os conhecimentos cotidianos dos alunos,
com os novos conceitos apresentados.

Considerações Finais

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Verificou-se que o interesse dos estudantes é diretamente ligado à sua interação
com o tema, o que foi observado durante o desenvolvimento das atividades; que os
estudantes são detentores de saberes particulares, seus conhecimentos têm valor
intrínseco pelo teor e significado cultural que possuem e devem ser considerados no
contexto escolar para que haja diálogo intercultural, bem como a interação entre o
conhecimento científico e o tradicional.
Aproveitar as experiências trazidas para a escola é valorizar, é acolher, é respeitar
os saberes dos estudantes em todas as suas manifestações, sejam elas sociais, culturais,
religiosas; é apresentar a ciência de maneira contextualizada com o ambiente em que o
aluno está inserido, é despertar nele, o prazer em apreender algo que lhe fará sentido.
O presente trabalho evidenciou a contribuição positiva das atividades práticas para
o ensino-aprendizagem das plantas, resgatando saberes cotidianos dos estudantes e
ressignificando o estudo da Botânica, por meio de abordagens contextualizadas.
Com as práticas baseadas nos princípios etnobotânicos, foi possível unir o tradicional
e o científico, tornar o entendimento sobre as plantas mais leve, atrativo e prazeroso, o que
muitas vezes, não ocorre em sala de aula quando o tema é a Botânica.
Por meio das atividades propostas, as produções realizadas e os resultados
alcançados foi possível desenvolver um ensino com qualidade, inspirado nos princípios da
Etnobotânica, pois além de garantir, para a escola, um papel importante na manutenção
das culturas locais e regionais, resgatou-se, no estudante, o encanto pelos vegetais,
permitindo a valorização das noções espontâneas de/sobre Botânica, trazida por eles à
sala de aula o que possibilitou aos discentes, reconhecer o valor das plantas na nossa vida.

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