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CITOLOGIA:CÉLULA COMO UNIDADE DA VIDA


Acadêmico¹
Tutora externa ²

RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo caracterizar os principais desafios e oportunidades que o
professor de ciências biológicas pode encontrar para o desenvolvimento e aplicação de suas aulas.
Para isso foi definido o tema de uma aula de ciências para alunos do 6º ano do ensino fundamental
II, tendo como assunto: CITOLOGIA: CÉLULA COMO UNIDADE DA VIDA, apresentando-se
como objetivos específicos para o trabalho desta temática os seguintes pontos: criar um plano de
aula para o assunto definido, desenvolver material didático que possa estimular a pesquisa nos
alunos, aplicar uma aula de citologia teórico-prática. Após o desenvolvimento destes objetivos,
serão avaliados resultados observados durante a construção deste material didático.
Palavras-chave: Citologia. Material didático. Microscopia. Plano de aula.

1. INTRODUÇÃO

Um dos temas pouco abordados no ensino fundamental e de grande importância para o


aprendizado, entendimento e reflexões sobre as ciências biológicas, é o estudo da citologia, que
possui sua origem etimológica do grego Kytos = vaso ou célula e logos= estudo, (DICIONÁRIO
ETIMOLÓGICO,2018), o estudo da citologia permiti ao aluno compreender a célula como unidade
básica da vida. Mas por apresentar certa complexidade e ter como objeto de trabalho, organismos
invisíveis ao olho nu, justificamos a escolha desse tema por sua relevância em ser explorado o
assunto em geral, na forma teórica, nos anos finais do ensino fundamental, o que pode manifestar
nos alunos baixo interesse, dificuldade de aprendizado e desinteresse científico.

Para o trabalho levanta-se o seguinte problema: como ensinar citologia para alunos do
ensino fundamental, agregando teoria e prática, através de materiais didáticos que estimulem a
investigação e pesquisa nos alunos?

O objetivo geral do estudo é caracterizar os principais pontos para desenvolvimento de um


plano de aula sobre as células, para alunos do 6º ano do ensino fundamental II.

Os objetivos específicos são: criar um plano de aula para disciplina de Citologia: Célula
como unidade da vida; desenvolver material didático que possa estimular a pesquisa nos alunos;
aplicar uma aula de citologia teórico prática.

Alguns dos principais autores consultados para o estudo foram: Regina Célia Cazaux Haydt,
Leandro Karnal, Josenei Martins e Sandra Sasse.

Para isso será realizado uma pesquisa relacionada ao tema, sendo aplicado o método
qualitativo e revisão bibliográfica com prática real em estudo simulado. As fontes utilizadas no
trabalho foram físicas e virtuais como livros, periódicos, artigos, teses publicadas na internet, e nos
documentos oficiais que orientam a educação básica no Brasil, em busca de identificar os desafios
enfrentados pelos professores para ensino desta temática, além de estratégias didáticas, recursos e
materiais didáticos mais utilizados, bem como planos de aula e de estudos sobre citologia. Com
base nos objetos encontrados, desenvolver uma aula teórico-prático, com estratégias e recursos

1 Juliano da Silva
2 Nádia Maria Alcântara Pontes. E-mail: nadiapontes@bol.com.br
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Licenciatura Ciências Biológicas (BID-0453) – Prática do
Módulo IV - 30/05/18
didáticos que possam ser aplicados em escolas, publicas e privadas, e desenvolvida com os alunos
do 6º ano do ensino fundamental.

Iniciaremos abordando como ensinar citologia na educação básica e seguiremos falando


sobre o planejamento das aulas de ciências e biologia

2. ENSINANDO CITOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

Ao entrar em uma sala de aula para assistir ou ensinar sobre um determinado assunto
referente a uma das matérias da grade curricular, pode parecer muitas vezes, que nem o professor
nem os alunos sabem o que estão fazendo ali naquele momento, isso ocorre devido à falta de
planejamento didático. Veremos a seguir o Planejamento as aulas e sua importância no ensino de
Citologia.

2.1 PLANEJAMENTO DAS AULAS NO ENSINO DE CITOLOGIA

Acreditamos que o problema do planejamento das aulas se agrava quando o assunto sai um
pouco do cotidiano do indivíduo, que é o caso do ensino de ciências, e se eleva diante de um tema
onde o seu objeto é invisível ao olhar humano, como é o caso da Citologia.

Para que o professor desenvolva seu papel conforme sugere (Martins e Sasse,2011), para
uma pedagogia crítica e social, deve ser estabelecido uma relação entre professor e aluno, onde o
professor deve despertar as necessidades, acelerar e disciplinar os métodos de estudo, o professor é
um mediador entre o aluno e os conteúdos. Exercendo papel fundamental dentro desta relação a
didática, que é definida por Haydt como:

...uma seção ou ramo específico da Pedagogia e se refere aos


conteúdos do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento.
Enquanto a Pedagogia pode ser conceituada como a ciência e a arte da educação, a Didática
é definida como a ciência e a arte do ensino. (HAYDT,2011, p.13)

É o meio pelo qual o professor prepara-se para dar uma aula, uma aula que faça com que o
aluno possa organizar as situações de aprendizagem partindo de questões que sejam desafiadoras,
reconhecendo a diversidade cultural, estimulem o interesse e a curiosidade científica, conforme
recomenda a atual Base Nacional Comum Curricular(BNCC,2017) onde os alunos do ensino
fundamental devam adquirir competências especificas de ciências da natureza e não simplesmente
memorizar diversos conteúdos para serem aprovados nas avaliações. Competências especificas de
ciências da natureza para ensino fundamental são:

1. Compreender as ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento


científico como provisório, cultural e histórico.
2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das ciências da Natureza,
bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo
a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do
mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.
3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao
mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se
estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar resposta e
criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das ciências da
natureza.
4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de
suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo
aqueles relativos ao mundo do trabalho.
5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis, negociar
e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental, o respeito
a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos
sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.
6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas
das ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.
7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na
diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos
conhecimentos das ciências da Natureza e às suas tecnologias.
8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para
tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e sócio ambientais e a respeito da
saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e
solidários. (BNCC,2017)

Além destas competências citadas acima, a base nacional comum curricular sugere que os
alunos devem sair de cada ano de ensino com conhecimento comum em todo o território brasileiro,
no caso do 6º do ensino fundamental, podemos citar como conteúdo obrigatório pertencente a
unidade temática VIDA e EVOLUÇÂO, o objeto de conhecimento CÉLULA COMO UNIDADE
DA VIDA, onde o aluno deverá explicar a organização básica das células e seu papel como unidade
estrutural e funcional dos seres vivos, concluir [...], que os organismos são um complexo arranjo de
sistemas com diferentes níveis de organização (BNCC, 2017).

Portanto não basta simplesmente apresentar textos e conceitos pré-estabelecidos em livros


didáticos, e exigir que o aluno saiba o que é uma célula, é preciso planejar a aula. Segundo Haydt,
ao planejar o seu trabalho em sala de aula, o professor tende a se sentir mais seguro, pois pode
controlar mais facilmente as investigações e os contratempos (HAYDT,2011).
Para alguns professores o planejamento bem estruturado, pode ser entendido como uma
grande bobagem, uma perda de tempo como sugere Leandro Karnal,

Esqueça aquelas bobagens de longos planos de aula com objetivos, meios, recursos etc, que
ensinam em tantos lugares. Você não conseguirá manter esses planos detalhados ao longo
dos meses. Pior, não conseguindo mais fazer de forma “arrumadinha” seu plano, a
tendência será de parar de fazer qualquer planejamento. É um erro fatal. (KARNAL,2012)

Conforme (Martins e Sasse, 2011) muitos são os modelos utilizados para a confecção dos
planos de aula, mas acreditam que qualquer que seja o modelo adotado pelo professor, quatro
componentes são indispensáveis:

CONTEÙDOS: itens ou subitens do conteúdo programático, já devidamente esboçado no


plano de ensino;
OBJETIVOS: São os objetivos a serem alcançados no final da aula;
PROCEDIMENTOS DE ENSINO: Descrição detalhada dos “passos” a serem seguidos
naquela aula e previsão do material necessário.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: previsão dos instrumentos de avaliação, tanto dos
alunos quanto do processo como um todo. (MARTINS E SASSE, 2011)

Para Haydt,(2011) as características básicas de um bom plano de aula são: coerência e


unidade, continuidade e sequência, flexibilidade, objetividade e funcionalidade, clareza e precisão.
Ainda para Haydt, (2011) o planejar significa: prever os conhecimentos a serem trabalhados e
organizar as atividades e experiências de ensino-aprendizagem consideradas mais adequadas para a
consecução dos objetivos estabelecidos, levando em conta a realidade dos alunos, suas necessidades
e interesses. (HAYDT, 2011)

Sabemos que muitos outros aspectos são tão importantes quanto aos mencionados acima,
mas que muitas vezes são deixados de lado na hora de planejar, como os recursos utilizados, o
tempo necessário de aula, a interação da turma, a conexão entre as aulas anteriores, itens que
acabam sabotando todo um plano de aula elaborado, como bem citado por Karnal, 2012:
Se sua aula tem 45 minutos, digamos, pense que quase 15 (geralmente mais) serão perdidos
nos bueiros da chamada, indisciplina, avisos, mãos que se levantam para ir ao banheiro etc.
Então imaginado que todo conteúdo deve fazer link com o que você deu na aula anterior
naquela turma (lembre-se de que o aluno acabou de sair de uma aula sobre Tabela Periódica
e está entrando numa sobre Império Bizantino), que este link demore uns cinco minutos e
que você precisa reservar uns cinco minutos para fechar o conteúdo retomando conceitos
centrais e reforçando o que foi dado restam... vinte minutos de aula. Evite começar lento e
começar a correr quando o tempo se esgota. A técnica não pode ser superior ao contéudo:
você não pode passar mais tempo escrevendo do explicando, mais tempo montando
Datashow do que analisando e mais tempo removendo cadeiras para um debate do que
realizando o evento. (KARNAL, 2012)

Agora imagine se diante de tantos objetos e eventos, que devem ser observados para se
ensinar um assunto, o professor não conseguir planejar a sua aula, com certeza encontraremos
dentro da sala, alunos com a mente em outro lugar, sem saber “o por que e o para que” estão
estudando ciências e particularmente citologia.

2.2 CITOLOGIA COMO CONTEÚDO DAS AULAS

Estudar citologia, primeiramente, é conhecer a célula por meio de ferramentas cuja


tecnologia a cada dia mais avança de forma espantosa, permitindo detalhar a estrutura, a forma, a
organização e todo o processo de bioquímica celular. (TALLINI, 2008)

Como vimos anteriormente o conteúdo é um dos aspectos fundamentais na hora do


planejamento de aula, porem quais assuntos mais relevantes devem ser utilizados para ser exposto
em uma aula de citologia, o que deve ser comentado e o que deve ser deixado de fora.

A legislação brasileira não define qual conteúdo essencial deve ser estudado e exposto ao
aluno, para que este possa adquirir as competências especificas já mencionada acima, cabe ao
professor definir o conteúdo para se atingir tais competências. Neste aspecto podemos identificar
muitos assuntos a serem abordados para o ensino de ciências.

Para poder entender a célula como unidade da vida, devemos desenvolver uma série de
conteúdos esquematizados, para que o aluno possa desenvolver uma linha de entendimento e
raciocínio, contudo devem ser considerados a idade e etapa de ensino no qual o aluno encontra-se.

Conforme Lindner e Viviane (2012), de forma ampla, dentro da citologia podemos estudar:
Os fundamentos desta ciência, subdivididos em história, microscopia, teoria celular, componentes
químicos das células, seguindo com a classificação celular entre procariontes e eucariontes, a
estrutura geral das células, organelas e suas funções, membranas biológicas, divisão e diferenciação
celular, além das relações com o meio, doenças e etc.

Tallini (2008) sugere um mapa conceitual das disciplinas (assuntos) fundamentais sobre o
estudo de citologia, figura 01.

Figura 1- Mapa conceitual


Fonte: TALLINI( 2008)

Assim acreditamos que para uma adequada alfabetização cientifica do aluno não adianta
escolher um assunto isolado para se ensinar algo, tão importante que nem as células, o que exige a
sequência de aulas dinâmicas, teóricas e práticas, que façam com que o aluno tenha interesse pelo
conteúdo programado.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

A seguir vamos descrever os materiais e métodos aplicados na pratica de ensino de Citologia


nas turmas de educação básica.

3.1 Planejamento de aula

Para atingir os objetivos traçados, de desenvolver um plano de aula teórico-prático, com


desenvolvimento de material didático, em uma aula de citologia no ensino fundamental para alunos
do 6º ano. Foi realizado uma pesquisa relacionada ao tema, em livros, periódicos, artigos, teses
publicadas na internet, sites e nos documentos oficiais que orientam a educação básica no Brasil.
Após triagem do material encontrado, foram selecionados os seguintes documentos para elaboração
do plano de aula e confecção do material didático:

Artigos:
 Material didático no ensino de ciências.
 Recursos didáticos no ensino de ciências e biologia.
 Planos de ensino biologia/ciências 2016.
 Planejamento anual de ciências ensino fundamental (6º ao 9º ano);

Livros e e-books:
 Atlas de microscopia para a educação básica;
 Práticas de anatomia e histologia para educação básica;
 Materiais didáticos;
 Didática e metodologia do ensino de ciências biológicas. Ed. Uniasselvi, 2011;
 Curso de didática geral. Regina Célia C.Haydt;
Documentos oficiais:
 PCNs ensino fundamental II ciências da natureza;
 BNCC ensino fundamental 2017, área de ciências da natureza;
 Reestruturação curricular ensino fundamental e ensino médio, 2016, do estado do Rio
grande do Sul.

Manuais:
 Manual de atividades laboratoriais e didático-pedagógicas de ciências biológicas,
Ed.Uniasselvi 2012;
 Manual de aula práticas de ciências e biologia – compêndio – João Pinheiro,2015.

Sites:
 Banco internacional de objetos educacionais - http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/
 https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ciencias/
 https://acervodigital.unesp.br/
 http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=319

Após analise do material teórico, foi desenvolvido um formulário modelo de plano de aula
digital, utilizando o aplicativo Microsoft Excel 2010, que poderá ser utilizado para outros planos de
aula futuros.

Para confecção deste modelo, foi considerado vários aspectos a serem observados pelo
professor durante a preparação das aulas, afim de evitar aulas monótonas e possibilitar o
desenvolvimento de aulas diversificadas com diferentes estratégias e recursos didáticos. Seguindo
uma sequência estrutural conforme (ANEXO 1). Paralelo ao plano de aula, foi desenvolvido o
material didático para aplicação da aula, como uma apresentação de slides, e preparação de lâminas
para observação no microscópio.

3.2 Desenvolvendo Material didático para a aula

Para estimular os alunos em ciências, podemos identificar que a combinação entre teoria e
prática é uma estratégia didática bem empregada. Contudo uma aula prática nem sempre é possível
devido as limitações da escola, como por exemplo a falta de um laboratório de ciências, a falta de
equipamentos e instrumentos, ou ainda a existência de equipamentos, porem sem manutenção. Por
isso foi desenvolvido um instrumento didático indispensável para uma aula prática de citologia, um
microscópio.

No desenvolvimento do microscópio foi utilizado materiais alternativos, com objetivo de


minimizar os custos. Primeiramente foi realizado um projeto utilizando o software online free
sketchup 3D, para facilitar a confecção do instrumento conforme é possível observar a figura 02,

Figuras 2, 3 e 4 – Projeto do Microscópio.


Fonte: do autor

Na construção do microscópio da imagem acima foi utilizado:

 2 placas de madeira 20 cm de comprimento x 14 cm de largura x 1cm de espessura,


recortadas e perfuradas conforme projeto, retiradas de 1 porta de um guarda roupa velho, para
formar a base inferior e superior. R$0,00

 1 placa de 9 cm x 14 cm x 1 cm, da mesma porta de guarda roupa, para formar a mesa móvel
e suporte das lâminas de observação. R$0,00

 3 barras rosqueadas de rosca 6M, com 25cm de comprimento cada, para formar as colunas;
R$5,00

 8 porcas 6M; R$2,00

 12 arruelas lisas; R$1,50

 4 porcas borboletas 6M; R$1,50

 3 molas de compressão de 6 cm de comprimento. Para estabilizar a mesa móvel. R$3,00

 1 webcam simples. R$20,00

 1 Power Led com base de dissipação. R$3,00

 1 fonte 5v para Led (carregador de telefone usado) R$0,00


Formando assim as peças necessárias para montagem. Figura 03
Figura 5 – Peças para montagem do Microscópio
Fonte: do autor

Antes de instalar a webcam que funcionara como leitor óptico, será necessário fazer uma
alteração de seus componentes, onde o ajuste do foco deverá ser invertido, para isso a webcam
deverá ser aberta, retirado o foco e posiciona-lo virado para baixo, utilizando super cola ou cola
quente para fixa-lo, novamente sobre leitor óptico. Após este procedimento o microscópio já pode
ser montado, fixando as barras rosqueadas nas bases e as demais peças conforme o projeto (figura
05).

Figura 6 – Microscópio Montado

Fonte:do autor

Após a montagem iniciaram-se os testes com auxilio de um notebook, onde a webcam é


conectada para captura de imagens.
Para observação foi utilizado lâminas a fresco de casca de cebola, sangue humano e
gametas masculinos. Das quais foi possível fotografar as seguintes imagens: imagem 01 células de
cebola, imagen 02 células de sangue, imagen 03 gametas masculinos.
IMAGEM 01 – Células de Cebola

Fonte: Autor

IMAGEM 02 – Células do Sangue

Fonte: Autor

IMAGEM 03 – Células gametas masculinos

Fonte: Autor

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após organização dos objetos desenvolvidos, foi possível avaliar sobre a importância de um
planejamento de aula estruturado. Este tipo de planejamento faz com que o professor, se interesse
pelo tema da aula, buscando a sintetização do conteúdo, sem perder foco dos objetivos iniciais no
tema proposto. Outro aspecto de grande relevância encontra-se sobre a formação de um modelo de
plano de aula dinâmico, que vai desenvolvendo-se à medida que o professor ganha experiência
docente, facilitando a elaboração de planos de aula sistematizados sem que o professor perca muito
tempo, idealizando a aula e nem fazendo aulas monologas. Contudo não podemos deixar de
salientar que o planejamento é um guia de orientação ao professor e não algo estático, que o
professor seguirá a risca.
A pesquisa associada ao desenvolvimento do próprio material didático, faz com que o
professor, principalmente os novatos, reflita previamente sobre como será a aula, minimizando os
possíveis imprevistos de uma aula.

A elaboração de um instrumento didático, como o microscópio, forneceu uma grande


experiência e quebra de pré-conceitos, sobre não realizar aulas práticas por falta de equipamentos
de laboratório, além de abrir um grande leque de possibilidades sobre uso de materiais alternativos,
como substitutos de instrumentos tradicionais. A exemplo do microscópio desenvolvido que teve
um custo de aproximadamente R$35,00, os próprios alunos poderão desenvolver suas ferramentas e
instrumentos de pesquisa particular, sem precisar fazer altos investimentos, possibilitando levar para
casa o conteúdo aprendido na escola, estendendo a escolarização do aprendiz.

Durante os testes do microscópio foi possível observar e registrar as células, com uma boa
resolução e ampliação, as imagens ainda podem ser melhoradas com de software de edição de
imagens, e ainda devem ser analisados os níveis de ampliação do objeto de pesquisa, bem como a
possibilidade de uso de filtros coloridos, para facilitar a observação de imagens sem precisar aplicar
corantes nas preparações celulares nas lâminas.

Como foi um projeto piloto para criação de um material didático para aula de citologia e
outras que exijam analises microscópicas, este material poderá e deverá ser melhor desenvolvido
com objetivo de obter melhores resultados de observação microscópica, para analise e identificação
de seres celulares.

5. CONCLUSÕES

Este trabalho proporcionou uma prévia, do que espera o futuro do professor, em suas
preparações das aulas, principalmente aulas dinâmicas que envolvam teoria e prática, como foi o
caso do tema escolhido para este trabalho, CITOLOGIA: CÉLULA COMO UNIDADE DA VIDA.

Ao mesmo tempo foi estimulante, pois demonstrou que é possível usar de criatividade e de
materiais alternativos para criar ferramentas e instrumentos didáticos, para as aulas de ciências e
biologia. Ferramentas que os próprios alunos podem desenvolver e fabricar a exemplo dos
instrumentos oficiais utilizados nos atuais laboratórios, que receberam os nomes de seus criadores,
como BECKER, ERLENMEYER, BUNSEM e talvez assim despertar o interesse de mentes avidas
pelas ciências, mas que permanecem em repouso por falta de estímulos adequados.

Assim com uma aula planejada de forma “arrumadinha”, e com as mínimas condições para
elaboração de aulas práticas, possamos reverter a imagem de alunos com baixo interesse pelos os
estudos, á dificuldade de aprendizado e desinteresse científico.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Eduardo José de Almeida; Andrade, Fábio Goulart; Neto, Júlio de Mello. ATLAS DE
MICROSCOPIA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA. Londrina – PR: Ed. Kan, 2014.
ARAÚJO, Eduardo José de Almeida; et al. PRÁTICAS DE ANATOMIA E HISTOLOGIA
PARA EDUCAÇÃO BÁSICA. Londrina – PR: Ed. Kan, 2011
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ > Acesso em: 25 mar. 2018.
BRAISL. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais /
Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997
DICIONARIO Etimológico. ETIMOLOGIA E ORIGEM DAS PALAVRAS. Disponível em: <
https://www.dicionarioetimologico.com.br/ > Acesso em: 07 abr.2018.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. CURSO DE DIDÁTICA GERAL. 1º ed. São Paulo, Ed. Ática,
2011.
LINDNER, Bianca; VIVIANE, Daniela. CITOLOGIA. 2º Ed. Indaial: Uniasselvi, 2012.
KARNAL, Leandro. CONVERSAS COM UM JOVEM PROFESSOR. São Paulo, Ed. Contexto,
2012.
MARTINS, Josenei; SASSE, Sandra. DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO DE
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS. Indaial:UNIASSELVI,2011.
MANUAL de atividades laboratoriais e didático-pedagógicas de ciências biológicas, Ed.Uniasselvi
2012.
MANUAL de aula práticas de ciências e biologia – compêndio – João Pinheiro,2015.
TALLINI, Karin. CITOLOGIA. Porto Alegre, Escola Técnica da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 2008.
Sites :
BANCO INTERNACIONAL DE OBJETOS EDUCACIONAIS Disponível em: -
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/>. Acesso em: 11 de abr. de 2018.
SÓBIOLOGIA. CIÊNCIAS. Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ciencias/
https://acervodigital.unesp.br/>. Acesso em: 11 de abr. de 2018.
Disponível em:<http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?
conteudo=319>Acesso em: 11 de abr. de 2018.
ANEXO 01

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