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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – PPGHIST
DISCIPLINA: METODOLOGIA DO ENSINO DA HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO
BÁSICA

PROFESSORA (O): Prof. Dra. Sandra Regina Rodrigues dos Santos


ALUNO: Luis Carlos Cantanhede Santos Junior

Atividade para obtenção de nota para


disciplina Metodologia do Ensino da História
na Educação Básica no Mestrado Profissional
em História – UEMA.

São Luis – MA
2023
2

GETÚLIO VARGAS “O PAI DOS POBRES”: O Uso de Filmes sobre o Estado Novo e a
Perspectiva da formação das Legislações Trabalhista brasileira dentro de sua aplicabilidade no
ensino de História

Orientando: Luis Carlos Cantanhede Santos Junior1


Orientador: Profª. Drª. Elizabeth Sousa Abrantes2

RESUMO: O presente trabalho narra a aplicação de uma Oficina Pedagógica para o ensino
de História, executado na Escola Centro de Educa Mais Raimundo João Saldanha na cidade
de Rosário – MA, com a temática do Estado Novo e Formação das Legislações Trabalhistas,
através do recurso didático de exibição de filme sobre a vida de Getúlio Vargas. A
metodologia utilizada visa trabalhar de forma didática o uso de filmes em sala de aula para
exemplificar e aguçar o imaginário dos alunos. Dessa forma podemos concluir que a Oficina
realizada possibilitou o aprendizado nos alunos em momento tão conturbado da história
recente brasileira que ainda é bastante refletida na atualidade.

Palavras Chave: Getúlio Vargas. Trabalhadores. Legislações Trabalhistas. Ensino de


História. Filme.

1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História – UEMA, E-mail: cantanhedel968@gmail.com
2
Professora do Departamento de História – UEMA, E-mail: bethabrantes@yahoo.com.br
3

SUMÁRIO

1. Introdução.............................................................................................................................04
2. Fundamentação Teórica e Pedagógica..................................................................................05
3. Caracterização do Ambiente de Realização da Oficina........................................................08
4. Metodologia para a Execução da Oficina Pedagógica..........................................................09
5. Contextualização e Sugestões para Aplicabilidade da Oficina.............................................10
6. Considerações Finais.............................................................................................................11
7. Referências............................................................................................................................11
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1. INTRODUÇÃO

No Brasil, os primeiros ensaios do surgimento do Estado de Proteção Social ocorreram


a partir dos anos 1930 com o desenvolvimento industrial brasileiro. Durante o primeiro
governo de Getúlio Vargas (1930/1945), houve a consolidação das leis trabalhistas (CLT),
com várias leis voltadas especificamente para a classe trabalhadora. Entretanto, na relação de
Getúlio Vargas com a classe trabalhadora percebe-se como característica fundamental o
autoritarismo, que ajudou Vargas a se manter no poder durante vários anos. O objetivo do
Governo era mediar à tensa relação entre capital e trabalho e o controle da classe
trabalhadora.
Umas das principais problemáticas dessa pesquisa é como o professor(a) de história
pode trabalhar com recursos áudio visuais, a temática do Estado Novo e a formação das
Legislações trabalhistas em um momento tão conturbado politicamente, economicamente e
socialmente? Qual a importância dessas Legislações Trabalhista para vida dos trabalhadores
em geral brasileiros?
A oficina pretende trabalhar o processo de formação das legislações trabalhistas
brasileiras dentro do contexto de criação do Estado Providência brasileiro, auxiliado pelo
recurso didático de Filmes e documentários que trabalham a perspectiva de desenvolvimento
de Getúlio Vargas como pai dos pobres e dos trabalhadores.
A oficina pedagógica possibilita a quebra de barreiras entre o conhecimento produzido
na academia pelos historiadores ao levar o conhecimento trabalhado para sala de aula, onde
ainda temos certas barreiras entre esses dois mundos tão próximos. Maria da Glória de
Oliveira (2013), debate sobre isso:

O debate em torno da história como matéria escolar, sob muitos aspectos,


sempre esteve associado à constatação de uma defasagem entre o
conhecimento histórico produzido segundo as regras da pesquisa cientifica,
especializada e acadêmica e os seus “resultados” difundidos pelo sistema de
ensino ou através da circulação pública e massiva, visando certos fins
pedagógicos e, de modo mais explícito, as demandas sociais do tempo
presente (OLIVEIRA, 2013, p. 131).

A oficina pedagógica ainda possibilita o estudo e aplicação da narrativa e ensino de


história. “O Ensino de história tem sido objeto de grande interesse, constituindo um campo de
pesquisas em desenvolvimentos no Brasil”, como afirma Ana Maria F.C. Monteiro (2003, p.
09), desse modo, pode-se afirmar que a oficina a ser desenvolvida estará inserida dentro desse
contexto de produção do conhecimento histórico para sala de aula.
5

O saber escolar apresentado dentro da dimensão curricular, está ligado diretamente ao


trabalho da fundamentação teórica aprendida dentro da academia, assim o trabalho, ou
melhor, a função do professor de história seria articular esse conhecimento historiográfico de
forma metodológica e didática para os alunos (MONTEIRO, 2003, p. 09). Assim, trabalhar
com dois conceitos interessantes, a didatização e axiologização, permitira abordar discussões
da transposição para o campo da teoria educacional crítica a pós-crítica, por meio da análise
epistemológica (MONTEIRO, 2003, p. 19).
Assim essa oficina pedagógica pretende trabalhar também com a Transposição
Didática3, debatida por Ana Maria F.C. Monteiro (2003), em seu trabalho A história
ensinada: algumas configurações do saber escolar, conceito esse defendido por vários
pesquisadores4, no qual o ensino de história5 ultrapassa o repasse de informações, sendo
necessária também uma mediação desse conhecimento ao aluno.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E PEDAGÓGICA

Nesta perspectiva, temos as seguintes questões: Como ocorreu o processo de formação


das políticas de proteção ao trabalhador e previdenciária no Brasil? Qual a importância do
período varguista para construção dessas políticas e legislações? Como fazer sua
Aplicabilidade no Ensino de História?
Inicio aqui o debate historiográfico e teórico 6, utilizando do argumento de Eduardo
Navarro Stotz, 2020, p. 11, que dispõe da seguinte afirmativa: “O ponto de partida de
qualquer investigação científica é sempre um determinado problema a ser resolvido”.
Delimitada nossa problemática principal, apresento os autores que trabalham a temática do
surgimento das políticas de Proteção Social no Brasil (Bem-estar Social) e o Ensino de
História e memória. A abordagem teórica sobre o mundo do trabalho será sobre análises de
representantes das correntes Marxistas e da História Social do Trabalho. “Desta forma, as
problemáticas de natureza científica são colocadas no interior de um campo teórico comum,
que constitui o arcabouço das ciências” (STOTZ, 2020, P. 11).
O termo Welfare State, como conhecemos hoje, é uma expressão utilizada pelos
ingleses para designar o Estado de Bem-estar Social (NOGUEIRA, 2001, p. 90). Esse

3
Uso do conceito de transposição didática enunciado, pela primeira vez, por Verret em sua tese Les des Études,
defendida em 1975 na França (FORQUIN, 1993, p.16 apud, MONTEIRO, 2003, p.13).
4
(CHEVALLARD), (DEVELAY), (MONIOT).
5
Apesar de relevante o trabalho sobre a história das disciplinas escolares de André Chervel a autora não acredita
que esta trabalhando com tal conceito.
6
“A ‘teoria’ remete a uma maneira de ver o mundo ou de compreender o campo de fenômenos que estão sendo
examinados” (BARROS, 2017, p. 31).
6

conceito de Welfare State foi desenvolvido pelos britânicos em 1939 para se contrapor ao
“Welfare State” nazista, agrupando, sob um mesmo mecanismo institucional, seguros,
assistência social e programas de cidadania universal. Após a derrota do nazi-fascismo, a Grã-
Bretanha e a maioria dos países europeus reformaram e ampliaram seus sistemas de proteção
social, com a finalidade de prover uma cobertura assistencial universal para seus
trabalhadores (ALVES, 2015, p. 54).
O surgimento do Estado de Bem-estar Social moderno não ocorreu de forma
heterogênea, diversos fatores contribuíram para o seu desenvolvimento, principalmente nas
classes trabalhadoras e dos funcionários públicos.
Vamos voltar um pouco mais no tempo para entendemos o surgimento do Estado de
Bem - Estar na Inglaterra do século XVI, temos a Poor Laws, criada para assistencializar a
população carente da época (FIORI, 1997, p. 132), ou seja, a “Poor Laws ou Lei dos Pobres
era um conjunto de regras assistenciais que visava fornecer auxílio aos mais necessitados”
(ALVES, 2015, p. 53).
Ainda temos o modelo alemão do Bem-Estar Social. Podemos identificar uma linha
tênue entre a legislação Bismarkiana e o movimento socialista, mas a pesquisa comparada
sobre as políticas sociais identifica a enorme diferença que separa o assistencialismo e as
várias formas prévias de ajuda mútua do novo sistema securitário e compulsório que nasce
nos finais dos anos do século XIX. Esse modelo de assistencialismo, junto ao do inglês, com
características de intervenção do estado, ou seja, controle das classes trabalhadoras será
tomado como referência no Brasil e na América Latina a partir do século XX (FIORI, 1997, p.
133).
Voltando para a Inglaterra, o Plano Beveridge tinha como objetivo a estruturação de
um novo sistema de seguro social, que tivesse a cobertura compulsória e universal, com
gestão nacional pública. Com essa visão beveridgiana, há a integração, em um sistema único
de proteção social da seguridade social da assistência e do seguro social, em uma mesma
institucionalidade (LAVINAS; COBO, 2009, p.6, apud, BENEVIDES, 2011, p. 15).
O Estado de Bem-estar Social nos países industrializados apresenta sua reformulação
moderna a partir da segunda guerra mundial, até então os cidadãos não eram vistos como
alvos de políticas de proteção social. O Plano Beveridge marca essa mudança de políticas
públicas voltadas para a população que precisava de assistência de diversas partes. Desse
modo, as políticas sociais passaram a ser parte de direitos e deveres, tornando-se um só
conjunto de políticas públicas assistencialistas (BENEVIDES, 2011, p. 16).
7

Como citado, o Estado de Bem-estar brasileiro aparecerá de forma definitiva a partir


da década de 1930, por diversos fatores. Trago alguns autores que discorrem em seus
trabalhos sobre o surgimento do Bem Estar Social brasileiro. Marcelo Medeiros (2001), em
seu trabalho A Trajetória do Welfare State no Brasil: papel redistributivo das políticas
sociais dos anos 1930 aos anos 1990 discute a trajetória do Welfare State brasileiro no
período compreendido entre meados da década de 1930 e final da década de 1990, destacando
o caráter redistributivo das políticas sociais comprometido por um modelo econômico
concentrador, pela ausência de coalizões entre trabalhadores industriais e não industriais e por
uma burocracia com baixos níveis de autonomia em relação ao Governo.
São autores que partem da mesma premissa de um Estado de Bem-estar baseado no
controle e no autoritarismo: Fábio Guedes Gomes (2006), Adalberto Cardoso (2010), Marcio
Pochmann (2004), Claudia Do Valle Benevides (2011).
O ensino de história é uma das bases fundamentais para a discussão sobre o papel do
programa do Mestrado Profissional7 em História. Pretendo trabalhar com autores 8 que
apresentam o ensino de história como seus objetos de estudo.
Começo aqui colocando a afirmativa da pesquisadora Ana Maria F. C. Monteiro
(2003, p. 09), “o ensino de história tem sido objeto de grande interesse, constituindo um
campo de pesquisas em desenvolvimento no Brasil”. Pode-se trabalhar dento da perspectivas
da autora sobre o vasto campo de pesquisas sobre a temática do ensino e narrativas da
história.
Prosseguindo sobre a abordagem historiográfica sobre o ensino de história, Ana Maria
F. C. Monteiro, em seu trabalho intitulado A História Ensinada: algumas configurações do
saber escolar, trabalha dentro de variadas perspectivas do ensino, conceitos dentro da Cultura
Escola, como por exemplo “saber escolar”, “disciplina escolar”, “transposição didática” e
“mediação didática” (MONTEIRO, 2003, p. 09). Conceitos esses que serão discutidos e
norteadores desse trabalho dentro da oficina de história. Autores do campo historiográfico ou
de outras ciências auxiliarão pelas suas percepções de ensinamentos escolares, cujas
abordagens teóricas agregam muito e são vistas com bons olhos, por quem trabalhar o ensino
de história (MONTEIRO, 2003, p. 09).
7
Posso utilizar os questionamentos Michael de Certeau a respeito do ofício dos historiadores, “O que fabrica o
historiador quando “faz história”? Para quem trabalha? Que produz? Interrompendo sua deambulação erudita
pelas salas dos arquivos, por um instante ele se desprende do estudo monumental que o classificará entre seus
pares, e, saindo para a rua, ele se pergunta: O que é esta profissão? Eu me interrogo sobre a enigmática relação
que mantenho com a sociedade presente e com a morte, através da mediação de atividades técnicas”
(CERTEAU, 1982, p. 56).
8
MONTEIRO (2003), BITTENCOURT (2008), MARTINS (2011), RUSEN (2006), ADUD (2011), OLIVEIRA
(2013). Serão autores que vão auxiliar esse projeto dentro do campo do ensino de história.
8

A história, como as demais disciplinas escolares, apresenta uma problemática bastante


desafiadora para os professores. Uns dos principais desafios para esses profissionais é atuar
em como transformar o saber científico aprendido na academia para a sala de aula,
principalmente para alunos do ensino fundamental e médio. Como transformar o que foi
aprendido na academia em conteúdo para o ensino de história?
Uma das alternativas que podem ser citadas é a preocupação dos profissionais em
estarem munidos de técnicas e estudo sobre o ensinamento de história. O papel do professor é
apresentar aos alunos o mundo dentro de uma percepção cognitiva, lembrando de
correlacionar outras disciplinas que possam auxiliar essas perspectivas. O historiador alemão
Jorn Rüsen em seu trabalho Didática da História: passado, presente e perspectivas a partir
do caso alemão descreve que “a didática da história é uma disciplina que faz a mediação entre
a história como disciplina acadêmica e o aprendizado histórico e a educação escolar”
(RÜSEN, 2006, p. 08).
No texto Historiografia, Memória e Ensino de História: percursos de uma reflexão,
Maria Glória de Oliveira (2013), utiliza-se de estudos do historiador Manoel Salgado
Guimarães, o qual trabalha as tensões e os paradoxos da relação da escrita da história com o
ensino de história. Neste texto, a autora descreve que Manoel salgado Guimarães afirma que
“é necessário haver uma reforma da história, assim renovando a historiografia e quebrando ‘o
espelho da memória da disciplina’, auxiliando para uma formação da disciplina, deixando de
lado suas mágoas e sua dimensão narcísica” (GUIMARÃES, 1998, p. 20, apud, OLIVEIRA,
2013, p. 137).

3. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE REALIZAÇÃO DA OFICINA

A Oficina intitulada GETÚLIO VARGAS “O PAI DOS POBRES”: O Uso de Filme


sobre o Estado Novo e a Perspectiva da formação das Legislações Trabalhista brasileira
dentro de sua aplicabilidade no ensino de História, foi aplicada na Escola Centro de Educa
Mais Raimundo João Saldanha.
A escola está situada no município de Rosário, estado do Maranhão, Rua Heráclito
Nina, 1379, Centro, Rosário/MA, é uma escola da rede Estadual. Sua estrutura é bem ampla,
por ser uma escola de tempo integral.
Apresenta uma boa divisão estrutural com 12 salas aulas, 1 sala de professores, 1 sala
para diretoria, 1 secretaria, 1 sala de coordenação, 1 cantina, 1 biblioteca, 1 laboratório de
informática, 1 laboratórios de ciências, 1 quadra esportiva, 1 sala de recursos, 1 auditório, 3
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banheiro feminino, 3 banheiros masculino, 2 banheiro para professores, todos os espaços em


perfeito estado de conservação.
Quanto à comunidade escolar distribuiu-se em: 20 professores, 01 secretários escolar,
01 agente administrativo, 02 agente de portaria, 03 vigias, 04 agentes de limpeza, 05
Copeiras, 02 professores de educação especial e 380 alunos efetivamente matriculados e
distribuídos no 1°, 2° e 3° ano do ensino médio.
A escola tornou-se de tempo integral com a implementação do NOVO ENSINO
MÉDIO-NEM, tornando-se um Centro de Educa Mais. Apresenta uma variedade de suporte e
aparato para os alunos e professores com ótimo estado de conservação, dentre esses materiais
são destacados: Mesa para professor 12; Carteiras para alunos 500; Cadeiras para professor
12; Mesa de escritório 04, Armário de aço 09; Cadeira de escritório 30, Cadeira plástica 60;
Mesa plástica 03; Estante 06, Computador 21, Ar Pág. 6 condicionado 13, Impressora 03,
Microfone 03; Datashow 04; Aparelho de TV 02; Microssistem 01; Aparelho de DVD 01;
Notebook 01; Caixa amplificadora 03; Lousa digital 01.

4. METODOLOGIA PARA A EXECUÇÃO DA OFICINA PEDAGÓGICA

A metodologia está diretamente correlacionada com a teoria. “A metodologia vincula-


se a ações concretas, dirigidas à resolução de um problema; mais do que ao pensamento,
remete a ação. Assim, enquanto a ‘teoria’ refere-se a um ‘modo de pensar’ (ou de ver), a
‘metodologia’ refere-se a um ‘modo de fazer’” (BARROS, 2017, p. 32/33).
Para a construção dessa oficina o professor de história deverá utilizar recursos
cinematográficos, filmes e documentários. O filme ideal que foi apresentado em sala de aula,
“Getúlio” do diretor João Jardim lançado em 2014, conta a história política e da vida do
emblemático líder politico brasileiro que entrou para história como “Pai dos Pobres e dos
Trabalhadores”.
No primeiro momento deve ser trabalhado, uma contextualização do momento antes
e durante a revolução de 1930, que constituiu O Governo Provisório e Getúlio Vargas como
chefe desse governo. Assim como a criação do Estado Novo e sua politicas de repressão aos
movimentos sindicais e a consolidação das Leis Trabalhistas – CLT.
Essas aulas devem ser ministradas com recursos de slides em data show e material de
apoio, como o livro didático desses estudantes.
No segundo momento o professor passará o Filme sugerido, para os alunos, em sala
de aula, ou através de um auditório específico para projeção de filmes etc.
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No terceiro momento os alunos deveram fazer uma reflexão sobre o filme através de
uma atividade de escrita, uma redação falando sobre o filme relacionado com o que foi
mostrado na sala de aula, junto com textos de outros autores. Sobre esse período e sobre a
importância das legislações trabalhistas, e a movimentação dos trabalhadores brasileira.

5. CONTEXTUALIZAÇÃO E SUGESTÕES PARA APLICABILIDADE DA OFICINA

Material didático é um termo polissêmico e multifacetado, produzido com várias


materialidades, objetivos e linguagens tendo diversas finalidades pedagógicas e ideológicas.
Dessa forma são possíveis diversas formas e modos de utilizações e apropriações, desse
material no espaço escolar por professores e alunos. Concebe-se ainda como um conjunto de
objetos culturais criados ou adaptados para situações de ensino e aprendizado (SILVA, 2013,
p. 01).
Diante dessas considerações, configuram-se as necessidades da utilização de diversas
metodologias, fontes e linguagens para a construção de um ensino de História que ganhe vida
em nossas escolas e em nossos alunos, dando-lhes a oportunidade de construir conhecimento
histórico e apropriar-se de problemáticas de forma significativa (SANTOS, 2014, p. 03).
É inegável a necessidade de integrar diferentes linguagens nas aulas de História em
todos os níveis de ensino. Neste contexto, os filmes são recursos que mais facilmente são
incorporados à rotina escolar e por esse motivo passou a ser um grande aliado do docente,
uma vez que se pode extrair deles informações e reflexões (SANTOS, 2014, p. 04).
“Contudo, a aceitação e a utilização de recursos tecnológicos, mais especificamente as
os audiovisuais, como fonte para o historiador ou como recurso em sala de aula não foi um
caminho fácil” (SALES, 2009, p. 234).
A oficina foi aplicada na escola em questão com sucesso, a problemática inicial foi
atingida onde o professor possibilitou trabalhar com recursos áudio visuais, a temática do
Estado Novo e a formação das Legislações trabalhistas em um momento tão conturbado
politicamente, economicamente e socialmente e também a importância das Legislações
Trabalhista para vida dos trabalhadores.
Os alunos conseguiram construir um texto narrativo sobre o período Varguista e a
formação da classe trabalhadora e suas lutas antes, durante e pós-consolidações das Leis
Trabalhistas – CLT. Esse texto narrativo vai auxiliar os estudantes em sua melhora de escrita
para futuros vestibulares como o ENEM e PAES.
“O filme constitui uma linguagem, entre outras que podem ser aplicadas no estudo da
História” (SANTOS, 2014, p. 03).. A utilização de filme para apresentar e complementar a
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temática trabalhada, foi ideal para fixar a atenção desses alunos, recurso esse que pode ser
bastante utilizado por professores da disciplina de História e de outras áreas.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Bom levando em conta à estrutura da escola, a aplicabilidade da oficina foi bem


positiva na medida onde poderíamos desenvolver desde as aulas introdutórias até a exibição
do filme trabalhado. O papel do professor nessa oficina foi fundamental para o
desenvolvimento do aluno sobre o conteúdo ministrado. Os alunos participativos
questionaram a figura controversa do chefe de Estado Getúlio Vargas e como o mesmo vai
trabalhar a narrativa de ser O pai dos Pobres. Assim também os alunos descobriram a
importância dos movimentos grevistas e sindicais aqui no país para melhoria de qualidade de
vida em diversos setores desses trabalhadores brasileiros do Norte ao Sul do Brasil.
Mas devem-se levar em consideração de que um professor não possa contar com uma
estrutura que possa possibilite o desenvolvimento da oficina, posso ser essa ou outra oficina
educativa, dessa forma o professor deverá utilizar de outras ferramentas e meios para
desempenhar um aprendizado nos alunos.
Assim a oficina realizada na Escola Centro de Educa Mais Raimundo João Saldanha,
pode contribuir para outros professores(a), para trabalhar com recursos didáticos como o
cinema, documentários entre outros, utilizar o espaço da escola para essa prática.

7. REFERÊNCIAS

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