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Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar um livro didático de História do ensino
médio, a fim de compreender como as temáticas sobre o imaginário e a História da
América portuguesa é abordada nos manuais de ensino. Primeiramente, será dialogado
será como deu-se, historicamente, as relações do ensino de História do Brasil e da
América, levando em conta seu desenvolvimento a partir do passar dos séculos no
Brasil. Entenderemos, também, como se caracteriza o uso do História do Imaginário nos
estudos de compreensão do período colonial brasileiro. Com isso, será possível propor
um pequeno debate sobre as visões e percepções, ou seja, o imaginário europeu nos
discursos coloniais. Por fim, será desenvolvido a análise crítica do livro didático
trabalhado.
Abstract: This article aims to analyze a high school history textbook, in order to
understand how themes about the imaginary and the history of Portuguese America are
addressed in teaching manuals. First, it will be discussed how historically the relations
of teaching History of Brazil and America took place, taking into account its
development over the centuries in Brazil. We will also understand how the use of the
History of the Imaginary is characterized in studies of understanding the Brazilian
colonial period. With this, it will be possible to propose a small debate on visions and
perceptions, that is, the European imaginary in colonial discourses. Finally, a critical
analysis of the textbook worked will be developed.
INTRODUÇÃO
A civilização conhecida por eles era a própria visão que tinham de sua
sociedade; era ela, o modelo o qual deveria ser repassado para as
demais nações pagãs. Logo, esse mosaico de culturas seria explicado,
manipulado e comparado segundo a visão dos 9 conquistadores,
diluindo-o numa singular forma de relacionamento, a qual, a base
essencial para o julgamento das demais culturas era a cristã-europeia;
todo o resto se dividia entre o cristão e o não cristão. (RODRIGUES,
2013, pp. 8-9)
O europeu quando chega na América destrói tudo aquilo que não faz
parte de sua cultura, aquilo que não consegue compreender. Aos
poucos vai conseguindo assimilar e incorporar essas novas formas de
representação cultural que lhe eram tão estranhas. Paulatinamente a
questão do velho e do novo começa a revelar-se. A própria
denominação de Novo Continente está associada à existência do
Velho. O Velho mundo une-se ao Novo e, na experiência da
reprodução cultural, acaba gerando a denúncia e a crítica de seus
próprios valores; ou seja, induz novos elementos ao cotidiano dos
conquistadores e gera uma América diferente da Europa colonizadora
e da própria América pré-hispânica. (PRODANOV, 1990 p. 29)
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Uma das ferramentas mais utilizadas para conduzir o trabalho feito por
professores em sala de aula é o livro didático, em muitos casos, ele passa a ser o único
instrumento o qual o professor dispõe para apresentar um tipo de conhecimento
sistemático produzido para os docentes.
É de enorme importância o desenvolvimento da capacidade de análise que nós
futuros educadores façamos com relação a sua composição e adoção de uma postura
crítica nas escolhas deste. De acordo com Bittencourt (2008), o Livro Didático é um
produto da indústria cultural, com uma materialidade característica e um processo de
elaboração diferente de outros livros. Trata-se de livro cujo destinatário principal é o
professor, sujeito que decide sobre sua compra e formas de utilização. O aluno, público-
alvo explícito, caracteriza-se por ser seu consumidor compulsório.
O livro didático de História apresenta-se como um material complexo e que
oferece inúmeros caminhos para análise, é sempre bom salientar que ao longo da
história do Brasil estes sofreram fortes intervenções inclusive ligadas a política
principalmente durante o período da ditadura militar o qual precisavam corresponder a
um determinado padrão ideológico que por vezes repetiram e ajudaram a fixar
preconceitos e erros que foram sendo apontados através de análises posteriores.
No âmbito didático o livro deve ser uma espécie de caminho que possa conduzir
para a construção dos saberes históricos bastante significativos, inquietantes e
questionadores da realidade, uma espécie de facilitador para suscitar indagações sobre
o presente e o futuro, que apresente valores suficientes para desenvolver um senso
crítico fomentador do reconhecimento da identidade do educando para que ele possa
também se encontrar em meio a sociedade em que vive.
Para a confecção deste artigo, selecionamos obras voltadas para o ensino médio
aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD),O livro escolhido para
análise faz parte de uma coleção e é utilizado no ensino médio, se chama #Contato
História, seus autores são Adriana Machado Dias, Keila Grimberg e Marco César
Pellegrini, é publicado pela editora Quinteto, a primeira edição foi lançada no ano de
2016. Sobre seus autores: Adriana Machado Dias é licenciada e bacharel em História
pela UEL-PR (Universidade Estadual de Londrina), especialista em História Social e
Ensino de História pela Universidade Estadual de Londrina, também atuou em escolas
da rede privada como professora, publicou livros didáticos para o Ensino Fundamental e
Médio. Keila Grinberg é licenciada em História pela UFF-RJ – Universidade Federal
Fluminense, ela é professora do Departamento de História da UNIRIO – Universidade
Federam do Estado do Rio de Janeiro. Marco César Pellegrini é licenciado em História
pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR), foi professor de História em escolas
da rede privada e é autor de livros didáticos.
Existe a preocupação em contextualizar situações levando a possibilidade do
desenvolvimento de competências e absorção da explicação das raízes históricas de
acontecimentos num nível atualizado o que contribui certamente para que cresça no
estudante o senso crítico que se espera para compreender a sociedade que o cerca em
um nível primário. O presente livro é dividido por seções onde possui: Abertura da
unidade, enquanto isso, o sujeito na história, passado e presente, linha do tempo,
explorando a imagem, refletindo, explorando o tema, ampliando seus conhecimentos e
também conta com uma seção sobre arte e história.
O livro escolhido para análise faz parte de uma coleção e é utilizado no ensino
médio, se chama #Contato História, seus autores são Adriana Machado Dias, Keila
Grimberg e Marco César Pellegrini, é publicado pela editora Quinteto, a primeira
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edição foi lançada no ano de 2016. Sobre seus autores: Adriana Machado Dias é
licenciada e bacharel em História pela UEL-PR (Universidade Estadual de Londrina),
especialista em História Social e Ensino de História pela Universidade Estadual de
Londrina, também atuou em escolas da rede privada como professora, publicou livros
didáticos para o Ensino Fundamental e Médio.
Keila Grinberg é licenciada em História pela UFF-RJ – Universidade Federal
Fluminense, ela é professora do Departamento de História da UNIRIO – Universidade
Federam do Estado do Rio de Janeiro. Marco César Pellegrini é licenciado em História
pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR), foi professor de História em escolas
da rede privada e é autor de livros didáticos.
Existe a preocupação em contextualizar situações levando a possibilidade do
desenvolvimento de competências e absorção da explicação das raízes históricas de
acontecimentos num nível atualizado o que contribui certamente para que cresça no
estudante o senso crítico que se espera para compreender a sociedade que o cerca em
um nível primário. O presente livro é dividido por seções onde possui: Abertura da
unidade, enquanto isso, o sujeito na história, passado e presente, linha do tempo,
explorando a imagem, refletindo, explorando o tema, ampliando seus conhecimentos e
também conta com uma seção sobre arte e história.
Apresenta também em seus capítulos várias indicações de livros, filmes e sites,
para aprofundar o conhecimento apresentado nos capítulos. Identificou-se na análise, a
forte presença de teóricos advindos da Nova História e também da História Cultural,
visto que o conhecimento histórico é colocado como uma constante construção onde se
pode fazer o reconhecimento entre o que é cotidiano aos estudantes e o já foi presente e
agora faz parte do passado, porém com dimensões temporais permanentes.
O livro didático utilizado no segundo ano do Ensino Médio no capítulo 5 aborda
a chegada dos portugueses no território que viria ser o Brasil, se refere como um ponto
de virada em que retrata a visão eurocêntrica do dito “descobrimento” coloca os
indígenas como coadjuvantes nesse processo em que são apresentados como aqueles
que eram atrasados e possuidores de uma cultura inferior.
Na questão da análise das imagens, percebe-se a continuidade da ideia de certa
receptividade por parte dos indígenas que aparentam ser inofensivos e indefesos,
aparecendo mais uma vez a imagem do “bom-selvagem”, presente em diversos relatos
de extra-oficiais como de viajantes estrangeiros como nas cartas oficiais trocadas entre
representantes da coroa e seus respectivos reis.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GRUZINSKI, Serge. Virando os séculos: 1480-1520. São Paulo: Companhia das Letras,
1999