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O IMAGINÁRIO COLONIAL: UMA ANÁLISE DE LIVRO DIDÁTICO SOBRE


AS REPRESENTAÇÕES EUROPEIAS DA AMÉRICA PORTUGUESA

Alda Angélica Oliveira Sousa


Kaike José Magalhães Borges

Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar um livro didático de História do ensino
médio, a fim de compreender como as temáticas sobre o imaginário e a História da
América portuguesa é abordada nos manuais de ensino. Primeiramente, será dialogado
será como deu-se, historicamente, as relações do ensino de História do Brasil e da
América, levando em conta seu desenvolvimento a partir do passar dos séculos no
Brasil. Entenderemos, também, como se caracteriza o uso do História do Imaginário nos
estudos de compreensão do período colonial brasileiro. Com isso, será possível propor
um pequeno debate sobre as visões e percepções, ou seja, o imaginário europeu nos
discursos coloniais. Por fim, será desenvolvido a análise crítica do livro didático
trabalhado.

Palavras-chave: Imaginário; História da América; Livro didático

Abstract: This article aims to analyze a high school history textbook, in order to
understand how themes about the imaginary and the history of Portuguese America are
addressed in teaching manuals. First, it will be discussed how historically the relations
of teaching History of Brazil and America took place, taking into account its
development over the centuries in Brazil. We will also understand how the use of the
History of the Imaginary is characterized in studies of understanding the Brazilian
colonial period. With this, it will be possible to propose a small debate on visions and
perceptions, that is, the European imaginary in colonial discourses. Finally, a critical
analysis of the textbook worked will be developed.

Key words: Imaginary; History of America; textbook

INTRODUÇÃO

A compreensão da História do continente americano, em seu período de


colonização até os dias atuais, tem cada vez mais ganhando espaços nos estudos
historiográficos, demonstrando cada vez mais avanço do campo da História e na
desconstrução das percepções eurocêntricas de estudo.
A partir de 1822, ano do rompimento das relações políticas entre Brasil e
Portugal, os setores sociais dominantes da época procuraram moldar e construir uma
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identidade nacional do império, a fim de demonstrar a partir desta as singularidades e as


originalidades brasileiras(BITTENCOURT, 2013, p. 6). A necessidade da configuração
desta nova identidade nacional e, propriamente brasileira pós-independência, fez surgir
na organização curricular das escolas brasileiras, estudos vinculados à História do Brasil
e do continente americano, que até então era apenas apresentados por meio das
chamadas História Universal e História Sagrada. De acordo com Bittencourt (2013):

[...] Esta concepção identitária predominante até meados do século


passado foi responsável pela organização curricular do Colégio Pedro
II no qual a história efetivamente estudada era a denominada História
Universal (mais tarde História da Civilização) e a História Sagrada.
Esse foi o currículo predominante nas escolas secundárias, lembrando
que o currículo desse colégio servia de modelo para os demais
colégios do país e era a partir dele que se elaboravam os livros
didáticos.[...] (p. 6-7)

Tal estruturação de ensino ganhou novos caminhos a partir do período


republicano, onde a intelectualidade e a elite brasileira buscaramnovos olhares e
configurou uma redefinição dos estudos nas escolas brasileiras, atingindo diretamente
no ensino de História (BITTENCOURT, 2013).
Atualmente, o ensino de História nas escolas, seja falando-se do Brasil ou da
América em geral, ganhou mais força e tenta-se aproximar, por meio do conhecimento
histórico, ainda mais as relações de compreensão histórica do Brasil e da América.
Uma das inúmeras formas metodológicas de compreendemos o processo
inicial de colonização da América portuguesa e espanhola dá-se pelo entendimento do
imaginário europeu antes da sua chegada às terras do chamado Novo Mundo. As
representações do imaginário europeu, seja pelos conquistadores de frente ou pelos
cronistas o qual os acompanhavam, são essenciais para compreendermos como
funcionava o mecanismo imaginativo dos europeus e como isso deu-se nos seus
primeiros contatos com o território e com os indígenas locais.
A partir disso, pretendemos analisar como essa gama de representações do
imaginário europeu no período inicial da colonização portuguesa no Brasil é abordada
nos livros didáticos de História, a fim de estabelecer interpretações e, possivelmente,
uma percepção crítica dos métodos de aplicabilidade de ensino de História da América e
do Brasil.
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COMPREENDENDO O IMAGINÁRIO: NOVO DOMÍNIO DE ESTUDO DA


HISTÓRIA
A partir do movimento dos Annales surgem, no campo da História, novas
abordagens de pesquisa e de investigação dos estudos históricos. A História do
Imaginário, inicialmente, foi rejeitada pelos estudiosos da área. Segundo Pesavento
(1995) o estudo do imaginário foi colocado numa categoria secundária, onde numa
perspectiva sobre o que era História era diferente. Até a Escola Histórica Alemã,
também chamada por alguns de Escola Metódica, o que era considerado como fonte e
como forma de abordagem, ou seja, método de análise era baseado apenas nos
documentos oficiais e institucionalizados.
Os estudos sobre o imaginário possibilitaram uma abertura de leques na
pesquisa e na compreensão dos fatos históricos, principalmente, a partir de uma nova
perspectiva e visão de fonte. [...] “O imaginário faz parte de um campo de representação
e, como expressão do pensamento, se manifesta por imagens e discursos que pretendem
dar uma definição da realidade” [...] (PESAVENTO, 1995, p. 15). Tal afirmação de
Pesavento nos ajuda a pensar exatamente no que podemos chamar de “imaginário
colonial europeu”.
A partir da era das grandes navegações e da expansão colonial pelas potências
europeias, o homem europeu, ainda regido por uma mentalidade medieval, começava a
conviver com tempos de mudanças, graças ao período de transição econômica, o
mercantilismo, e com o advento da modernidade.
Com as expansões do século XV, dentro do plano econômico de investimento
colonial, os habitantes do chamado Velho Mundo ao se transferirem para as novas
terras, passaram por um “choque cultural” nos primeiros contatos com os indígenas
locais. Isso despertou, no imaginário desses homens europeus, numerosas
representações (imagens) desde a territorialidade aos povos nativos que já habitavam
este território.
Para Rodrigues:
O processo de colonização da América portuguesa, assim como das
demais áreas colonizadas pelos europeus, foi marcado pela complexa
visão cultural e interpretativa dos conquistadores. O medo ou a
fascinação pelo desconhecido fazia parte do cotidiano dos habitantes
do chamado Velho Mundo. As descrições de viagens espetaculares
através de terras igualmente sedutoras, tanto por sua rica natureza,
como pelo encanto ou estranheza de suas populações, enchia o
europeu do século XV de uma já conhecida avidez por aventura.
Portanto, este mesmo “aventureiro”, levou seus conceitos, sua
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estranheza, sua admiração, sua formação cultural, e principalmente


sua fé para nova e desconhecida terra (2013, p. 1)

O processo colonizador não apenas demonstrou uma expectativa de retorno


econômico dos europeus, mas é visível pelas crônicas dos quinhentos que havia uma
determinada expectativa que tinha sido gerada por essas representações de imagens
formalizadas e estruturadas no imaginário colonial europeu.
Outro fator que serviu como base desse imaginário foi a religião. O homem
europeu ainda convivia, em sua mentalidade, com as heranças do pensamento religioso
medieval. O Império Ultramarino Português, de acordo com Rodrigues (2013, p. 8) [...]
“surgiu como um grande mosaico de culturas” [...] No entanto, por conta da cultura
europeia cristã o critério para definir o que era civilizado ou não dependia unicamente
de esses territórios e seus povos nativos se igualarem à cultura europeia, para assim,
deter de um caráter civilizado.

A civilização conhecida por eles era a própria visão que tinham de sua
sociedade; era ela, o modelo o qual deveria ser repassado para as
demais nações pagãs. Logo, esse mosaico de culturas seria explicado,
manipulado e comparado segundo a visão dos 9 conquistadores,
diluindo-o numa singular forma de relacionamento, a qual, a base
essencial para o julgamento das demais culturas era a cristã-europeia;
todo o resto se dividia entre o cristão e o não cristão. (RODRIGUES,
2013, pp. 8-9)

AS REPRESENTAÇÕES COLONIAIS: VISÃO E PERCEPÇÕES EUROPEIAS

O imaginário nesse sentido, pode ser considerado como um conjunto de ideias e


imagens que passaram a fazer parte do cotidiano dos europeus principalmente durante o
processo das viagens pelo mar e que surgiram após o contato com terras até então
desconhecidas. Ao entrar no território que viria a ser o continente americano, esses
europeus realizaram conexões com imagens que eles já conheciam, sejam elas
consideradas exuberantes ou as que causaram estranheza. “[...] as primeiras imagens são
paradisíacas: uma vegetação exuberante, águas límpidas, aves raras [...] Exageros de
viajantes impressionados pela magia dos trópicos, inspirados no Paraíso Terrestre”
(GRUZINSKI, 1999, p.14).
A construção do imaginário europeu no chamado Novo Mundo, se dá por meio
dos mais variados contatos e sensações que guiaram o processo de expansão das
fronteiras tanto territoriais quanto na formação de ideias, sejam estas possuidoras de um
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caráter fantasioso e extremamente baseadas num processo imaginativo ou postas sob a


chamada luz da “razão”, acabaram inventando uma América para estes europeus.
E por falar de racionalidade, esta contribuiu justamente com a forma do europeu
portar-se diante dos demais povos, nestes contatos predominava a propensa
superioridade europeia, fruto da crença de que seu continente era o principal centro de
difusão de uma cultura racional e única, o difusor da modernidade, enquanto, os demais
povos estariam vivendo nas trevas da ignorância. No caso da América Portuguesa,

A percepção do homem americano por parte do europeu conquistador


revestiu-se de um caráter de alteridade baseado na exterioridade
daquelas sociedades longínquas, cujos valores morais, históricos e
culturais eram tão estranhos aos dele próprio, que o levou a hesitar em
reconhecê-lo como pertencente à mesma espécie (TODOROV 1991,
p.3-4 e 183).

Ao iniciarem os contatos com os povos do Novo Mundo, os europeus


estabeleceram uma relação de distanciamento e estranheza cultural, oferecendo aqueles
considerados diferentes a alcunha de “selvagens” que precisavam de libertação de seus
“hábitos primitivos” e que eles eram o fio condutor para o desenvolvimento histórico
nesses territórios, ou seja, os europeus construíram um universo baseado em uma
projeção do seu imaginário sobre as terras que foram sendo cada vez mais invadidas.
Se anunciava como portadores de uma gama de instituições políticas e
organização social superiores, dominavam a tecnologia no campo científico e artístico.
A vida nos trópicos representava um antro de degeneração e animalidades, dessa forma,
ocorreu a negação da civilização dos povos originários, onde não reconheciam sua
identidade prática esta que teve como consequência sua dominação tendo como
principal justificativa sua incapacidade de construir uma civilização própria.

O europeu quando chega na América destrói tudo aquilo que não faz
parte de sua cultura, aquilo que não consegue compreender. Aos
poucos vai conseguindo assimilar e incorporar essas novas formas de
representação cultural que lhe eram tão estranhas. Paulatinamente a
questão do velho e do novo começa a revelar-se. A própria
denominação de Novo Continente está associada à existência do
Velho. O Velho mundo une-se ao Novo e, na experiência da
reprodução cultural, acaba gerando a denúncia e a crítica de seus
próprios valores; ou seja, induz novos elementos ao cotidiano dos
conquistadores e gera uma América diferente da Europa colonizadora
e da própria América pré-hispânica. (PRODANOV, 1990 p. 29)
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Edmundo O’Gorman afirma que: “A América Foi inventada antes de ser


descoberta”, essa afirmação nos leva a pensar que o processo colonial na América
trouxe uma espécie de transplante da cultura europeia, as fantasias e valores
impermeados das práticas cristãs católicas que se chocaram com as formas de existência
no chamado Novo Mundo. Este transplante não se deu apenas pela coercitividade e
desprezo formal descrito por cartas com a coroa, houveram ações dentro do território, a
própria construção de cidades na América portuguesa a exemplo de Salvador e São Luís
trazem consigo elementos do imaginário em que a ambientação se faz sentir dentro de
uma cidade europeia.

ANÁLISE DE LIVRO DIDÁTICO SOBRE AS REPRESENTAÇÕES


EUROPEIAS DA AMÉRICA PORTUGUESA

Uma das ferramentas mais utilizadas para conduzir o trabalho feito por
professores em sala de aula é o livro didático, em muitos casos, ele passa a ser o único
instrumento o qual o professor dispõe para apresentar um tipo de conhecimento
sistemático produzido para os docentes.
É de enorme importância o desenvolvimento da capacidade de análise que nós
futuros educadores façamos com relação a sua composição e adoção de uma postura
crítica nas escolhas deste. De acordo com Bittencourt (2008), o Livro Didático é um
produto da indústria cultural, com uma materialidade característica e um processo de
elaboração diferente de outros livros. Trata-se de livro cujo destinatário principal é o
professor, sujeito que decide sobre sua compra e formas de utilização. O aluno, público-
alvo explícito, caracteriza-se por ser seu consumidor compulsório.
O livro didático de História apresenta-se como um material complexo e que
oferece inúmeros caminhos para análise, é sempre bom salientar que ao longo da
história do Brasil estes sofreram fortes intervenções inclusive ligadas a política
principalmente durante o período da ditadura militar o qual precisavam corresponder a
um determinado padrão ideológico que por vezes repetiram e ajudaram a fixar
preconceitos e erros que foram sendo apontados através de análises posteriores.

[...] a ampliação e a diversificação das pesquisas acerca do livro


didático e do PNLD são importantes estratégias para que lancemos luz
sobre temas e problemas relevantes da história escolar e das políticas
educacionais públicas, que contribuem tanto para identificar as
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conquistas já efetivadas quanto para mapear as limitações e fragilidades


que nos impedem de promover as necessárias e desejadas mudanças nos
modos de ensinar e aprender história. (CAIMI, 2017. p. 51)

No âmbito didático o livro deve ser uma espécie de caminho que possa conduzir
para a construção dos saberes históricos bastante significativos, inquietantes e
questionadores da realidade, uma espécie de facilitador para suscitar indagações sobre
o presente e o futuro, que apresente valores suficientes para desenvolver um senso
crítico fomentador do reconhecimento da identidade do educando para que ele possa
também se encontrar em meio a sociedade em que vive.
Para a confecção deste artigo, selecionamos obras voltadas para o ensino médio
aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD),O livro escolhido para
análise faz parte de uma coleção e é utilizado no ensino médio, se chama #Contato
História, seus autores são Adriana Machado Dias, Keila Grimberg e Marco César
Pellegrini, é publicado pela editora Quinteto, a primeira edição foi lançada no ano de
2016. Sobre seus autores: Adriana Machado Dias é licenciada e bacharel em História
pela UEL-PR (Universidade Estadual de Londrina), especialista em História Social e
Ensino de História pela Universidade Estadual de Londrina, também atuou em escolas
da rede privada como professora, publicou livros didáticos para o Ensino Fundamental e
Médio. Keila Grinberg é licenciada em História pela UFF-RJ – Universidade Federal
Fluminense, ela é professora do Departamento de História da UNIRIO – Universidade
Federam do Estado do Rio de Janeiro. Marco César Pellegrini é licenciado em História
pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR), foi professor de História em escolas
da rede privada e é autor de livros didáticos.
Existe a preocupação em contextualizar situações levando a possibilidade do
desenvolvimento de competências e absorção da explicação das raízes históricas de
acontecimentos num nível atualizado o que contribui certamente para que cresça no
estudante o senso crítico que se espera para compreender a sociedade que o cerca em
um nível primário. O presente livro é dividido por seções onde possui: Abertura da
unidade, enquanto isso, o sujeito na história, passado e presente, linha do tempo,
explorando a imagem, refletindo, explorando o tema, ampliando seus conhecimentos e
também conta com uma seção sobre arte e história.
O livro escolhido para análise faz parte de uma coleção e é utilizado no ensino
médio, se chama #Contato História, seus autores são Adriana Machado Dias, Keila
Grimberg e Marco César Pellegrini, é publicado pela editora Quinteto, a primeira
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edição foi lançada no ano de 2016. Sobre seus autores: Adriana Machado Dias é
licenciada e bacharel em História pela UEL-PR (Universidade Estadual de Londrina),
especialista em História Social e Ensino de História pela Universidade Estadual de
Londrina, também atuou em escolas da rede privada como professora, publicou livros
didáticos para o Ensino Fundamental e Médio.
Keila Grinberg é licenciada em História pela UFF-RJ – Universidade Federal
Fluminense, ela é professora do Departamento de História da UNIRIO – Universidade
Federam do Estado do Rio de Janeiro. Marco César Pellegrini é licenciado em História
pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR), foi professor de História em escolas
da rede privada e é autor de livros didáticos.
Existe a preocupação em contextualizar situações levando a possibilidade do
desenvolvimento de competências e absorção da explicação das raízes históricas de
acontecimentos num nível atualizado o que contribui certamente para que cresça no
estudante o senso crítico que se espera para compreender a sociedade que o cerca em
um nível primário. O presente livro é dividido por seções onde possui: Abertura da
unidade, enquanto isso, o sujeito na história, passado e presente, linha do tempo,
explorando a imagem, refletindo, explorando o tema, ampliando seus conhecimentos e
também conta com uma seção sobre arte e história.
Apresenta também em seus capítulos várias indicações de livros, filmes e sites,
para aprofundar o conhecimento apresentado nos capítulos. Identificou-se na análise, a
forte presença de teóricos advindos da Nova História e também da História Cultural,
visto que o conhecimento histórico é colocado como uma constante construção onde se
pode fazer o reconhecimento entre o que é cotidiano aos estudantes e o já foi presente e
agora faz parte do passado, porém com dimensões temporais permanentes.
O livro didático utilizado no segundo ano do Ensino Médio no capítulo 5 aborda
a chegada dos portugueses no território que viria ser o Brasil, se refere como um ponto
de virada em que retrata a visão eurocêntrica do dito “descobrimento” coloca os
indígenas como coadjuvantes nesse processo em que são apresentados como aqueles
que eram atrasados e possuidores de uma cultura inferior.
Na questão da análise das imagens, percebe-se a continuidade da ideia de certa
receptividade por parte dos indígenas que aparentam ser inofensivos e indefesos,
aparecendo mais uma vez a imagem do “bom-selvagem”, presente em diversos relatos
de extra-oficiais como de viajantes estrangeiros como nas cartas oficiais trocadas entre
representantes da coroa e seus respectivos reis.
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CONCLUSÃO

Portanto, concluímos que o imaginário, para além da compreensão das


estruturas do mundo das ideias, permite aos historiadores e aos estudantes do ensino
básico em entender como funcionou os mecanismos de conquista da América e das
representações imaginativas dos colonizadores europeus. Partindo para o ensino de
História, é mais que claro que a compreensão dos fatos históricos da colonização
europeia na América portuguesa pode ser analisados e compreendidos por intermédio
dos estudos do imaginário. No entanto, é visível que assuntos e as abordagens entorno
desta temática são reduzidas nos livros didáticos e que podem ser ampliados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de história da América: reflexões sobre problemas de


identidades. Revista Eletrônica Da ANPHLAC, v. 4, p. 5–15, 2013.

CAIMI, F. E. O livro didático de história e suas imperfeições: repercussões do PNLD


após 20 anos. In: ROCHA, H.; REZNIK, L.; MAGALHÃES, M. de S. (org.). Livros
didáticos de história: entre políticas e narrativas. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2017.

GRUZINSKI, Serge. Virando os séculos: 1480-1520. São Paulo: Companhia das Letras,
1999

PELEGRINI. M. C.; DIAS, A. M.; GRINBERG, K. #Contato história: 2° ano. São


Paulo: Quinteto Editorial, 2016.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. Em busca de uma outra História: Imaginando o


imaginário. Revista Brasil de História, São Paulo, p. 9 – 27, 1995.

PRODANOV, Cleber Cristiano. O mercantilismo e a América. São Paulo: Contexto,


1990.

RODRIGUES, Douglas Coelho. As representações do imaginário colonial a partir dos


relatos dos colonizadores. Natal. 2013.

TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. 3. ed. Trad. De


Beatriz Perrone Moisés. SP: Martins Fontes,1991.

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