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EDUCAMINAS
Professor orientador
Foi por essa razão que um estudo realizado em 2012 procurou medir as mudanças
estruturais nos córtices pré-frontais e temporais, particularmente olhando para as
mudanças na densidade da matéria cinzenta que existe em nosso cérebro (ALIOUCHE,
S.D).
Esta, que é composta pelos corpos celulares dos neurônios, e está geralmente
associada à inteligência, atenção, memória e processamento da linguagem, contrasta
com a matéria branca, que compreende feixes de axónios portadores de impulsos
nervosos entre os neurônios e serve predominantemente para ligar diferentes regiões de
matéria cinzenta; consequentemente, determinando a velocidade de processamento de
informação e de recolha de memória.
Assim, é possível ter uma noção de como o impacto de falar uma língua
adicional tem vários efeitos cognitivos positivos, uma vez que estes e vários outros
estudos sugerem que o bilinguismo pode melhorar a função cognitiva do cérebro,
produzindo grandes capacidades de controle cognitivo, aumento das capacidades não-
verbais e verbais, aumento da sensibilidade perceptiva, e conferindo alguma proteção
contra o envelhecimento, atrasando sobretudo o início da demência.
Assim sendo entendemos que aprender uma língua estrangeira, em idade escolar,
se torna bastante importante para o desenvolvimento do indivíduo. Esta aprendizagem
permitir ao aluno desenvolver as suas potencialidades individuais e trabalhar em equipe,
estimulando sua autonomia, de modo a desenvolver um sentimento de segurança
relativo às capacidades que tem.
Quando um estudante aprende uma segunda língua, este ensino que lhe está
sendo transmitido é similarmente uma forma de ensiná-los um novo modo de ver a vida.
Isto porque à medida que a criança/adolescente vai confrontado a língua-alvo, vai
adquirindo também um espirito aberto e tolerante perante as existentes diferenças
culturais. O estudante fica assim, preparado para aceitar na sua personalidade o impacto
de outras línguas, de outras culturas e de outras civilizações.
Não discordante, Bouton (1975, s.p) já havia mencionado também que quando a
criança aprende uma segunda língua, acaba por descobrir uma independência a nível de
seu pensamento:
“Tal aprendizagem pode ser ocasião para descobrir e dominar outra maneira
de sentir, uma vez que favorece uma melhor compreensão dos outros,
desperta para a tolerância, dando uma visão mais alargada do mundo, das
coisas e das ideias.”
Segundo uma pesquisa profunda realizada por Goularte & Arenas (2021) os
professores não sentem segurança para lecionar inglês no Brasil e justificam essa
situação devido à falta de oportunidade de praticar a língua; à falta de apoio para
planejar as aulas (normalmente os coordenadores não falam Inglês) e à carência de
programas de formação continuada.
Dessa forma, sem acesso universal à tecnologia, o professor conta com o mais
tradicional material didático: o livro. Mas ainda assim, segundo o estudo, somente 44%
dos professores têm acesso a ele. Desde 2011, foi introduzido o inglês no PNLD - Plano
Nacional do Livro Didático. No entanto, a principal queixa dos professores se refere ao
nível do conteúdo, sendo ou muito elevado para a clientela escolar que recebem ou
muito básico para determinados estudantes (GOULARTE & ARENAS, 2021).
Por fim, como mencionado por Goularte & Arenas (2021) a proposta da BNCC
nada mais é de que o ensino de inglês aconteça tão naturalmente quanto o ensino de
português. Portanto, é recomendável que os alunos se familiarizem com o idioma a
partir da prática diária da linguagem, do discurso e da reflexão. Com isso, se espera que
os alunos possam desenvolver habilidades de comunicação tanto em sua língua materna
quanto com a língua estrangeira.
2. METODOLOGIA
Dessa forma, o seguinte trabalho tem por objetivo fornecer uma visão de como é
importante haver mudanças no ensino, assim como apresentar as práticas sugeridas para
ensinar segundo com as mudanças feitas no novo ensino médio, levando em
consideração o inglês que é uma língua estrangeira, assim como compreender se estas
foram mesmo acertadas, a partir da opinião de especialistas e estudiosos mais à frente
do assunto.
Assim, uma das forças motrizes da pesquisa foi descobrir por que os alunos
terminam o ensino médio sem saber o idioma – ou apenas o básico. De acordo com
Jareta (2015) o ensino de idiomas é opcional – uma vez que a disciplina foi aplicada
apenas a partir do básico 2 e apenas livros didáticos foram adotados até 2011. O autor
argumenta também que não há como testar o aprendizado de forma padronizada: a única
prova comum é o Enem, mas são apenas cinco questões de língua estrangeira em 180
questões.
Jareta (2015) afirma ainda que em sete estados, mais da metade dos professores
da rede pública tem contrato temporário. De fato, sua pesquisa encontrou distorções
como no caso de uma professora com 19 turmas de 45 alunos por turma em Belém. Em
que assim como a grande maioria dos alunos de escolas públicas, tem menos de duas
horas de aulas de inglês por semana.
Foi definido também que até o ano de 2022, todas as escolas do ensino público e
privado deveriam aumentar a carga horária de aulas de 800 horas anuais para 1000
horas por ano. Com isso, a proposta é criar a cultura das instituições que oferecem a
educação integral, visando uma maior e melhor preparação dos jovens para encararem o
ensino superior.
Em tese, esse tempo a mais que os alunos passarão na escola deverá ser usado
para as aulas do itinerário formativo, para que eles consigam aprender todos os temas
propostos na BNCC e no novo programa de aulas citadas no tópico anterior.
Além disso, existe também uma proposta a longo prazo para o ensino de uma
segunda língua estrangeira, de preferência o espanhol. Assim, essa seria uma forma de
fazer com que os jovens aprendam conceitos básicos de outros idiomas e se capacitem
para oportunidades de graduação e de trabalho em outros países.
Uma vez entendido o que a BNCC quer promover, surge o questionamento: será
que essas mudanças serão realmente benéficas para o ensino de inglês? Bem,
Aniecevski e Passoni se fizeram a mesma pergunta em 2021, e ao conduzir um estudo,
procuraram a opinião de especialistas, linguistas e professores sobre como o
lecionamento da língua foi/seria afetado pelas mudanças. Desta forma, os principais
pontos destacados por especialistas foram:
4. CONCLUSÃO
Dessa forma, para atingir as metas e objetivos, eles devem possuir amplo
conhecimento em práticas pedagógicas e obter material e medidas de apoio. Isso porque
todos esses fatores são essenciais e necessários para estimular a aprendizagem dos
alunos, ajudá-los a atingir os objetivos acadêmicos, facilitar a melhoria dos métodos de
ensino-aprendizagem/materiais de ensino-aprendizagem e, em uma figuração mais
ampla, atualizar o sistema geral de ensino.
Se tratando então do ensino de uma língua estrangeira como o inglês, fica ainda
mais claro que o impacto da prática pedagógica dos professores na eficácia do ensino
em sala de aula é inevitável, e que se não for feita uma abordagem mais séria e mais
específica sobre como o lecionamento do idioma vai se dar no novo ensino médio,
como sociedade, corremos o riscos de retroceder o escasso avanço que obtivemos com o
ensino de inglês na últimas décadas.
Contudo, é valido salientar que se obtivermos uma rede apoio externa que dê
para estes estudantes oportunidades para colocar em prática o conhecimento adquirido
(e que os permita ver o próprio progresso acerca deste) assim como uma maior
padronização do ensino e avaliação do inglês, reforçando a importância dessa segunda
língua, ainda teremos a possibilidade de obter resultados positivos não só na sala de
aula, mas também como impactar positivamente as vidas e carreira destes estudantes a
longo prazo.
REFERÊNCIAS
JARETA, Gabriel. Por que o ensino do inglês não decola no Brasil. Revista
Educação, [S. l.], p. S.P, 4 nov. 2015. Disponível em:
https://revistaeducacao.com.br/2015/11/04/por-que-o-ensino-do-ingles-nao-decola-no-
brasil/. Acesso em: 20 mar. 2023.