MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO

Rua 75, nº 46, Centro. CEP: 74055-110. Goiânia, Goiás.

SELEÇÃO 2024/1 – EDITAL Nº 030/2023-PROPPG

USO DE METODOLOGIAS ATIVAS COMO PRÁTICA EDUCACIONAL DENTRO

DO ENSINO DE LÍGUA INGLESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Linha/sublinha de pesquisa: Teorias educacionais e práticas pedagógicas.

Orientador(a) 1: Paula Graciano Pereira.
Orientador(a) 2: Joana Peixoto.

GOIÂNIA
2023
RESUMO

Este projeto de pesquisa investiga o uso de metodologias ativas como prática educacional
no contexto do ensino de língua inglesa na educação básica. Metodologias ativas são
abordagens pedagógicas que colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem,
promovendo a participação ativa, a interação e a construção do conhecimento. No entanto,
sua aplicação no ensino de língua inglesa na educação básica requer uma compreensão
sólida dos benefícios, desafios e impactos associados. Espera-se que os resultados desta
pesquisa contribuam para uma compreensão aprofundada do impacto das metodologias
ativas no ensino de língua inglesa na educação básica. Além disso, os achados poderão
informar a prática pedagógica de professores, orientar a formação de docentes e promover
melhorias no ensino de língua inglesa, proporcionando aos alunos uma educação mais
envolvente, contextualizada e significativa.

Palavras-chave: metodologias ativas, ensino de língua inglesa, educação básica,

participação ativa, aprendizagem contextualizada.

ABSTRACT

This research project investigates the use of active methodologies as an educational

practice in the context of English language teaching in primary education. Active
methodologies are pedagogical approaches that place the student at the center of the
learning process, promoting active participation, interaction, and knowledge construction.
However, their application in English language teaching in primary education requires a
solid understanding of the benefits, challenges, and associated impacts. It is expected that
the findings of this research will contribute to a comprehensive understanding of the
impact of active methodologies on English language teaching in primary education.
Furthermore, the findings may inform teachers' pedagogical practice, guide teacher
training, and promote improvements in English language education, providing students
with a more engaging, contextualized, and meaningful educational experience.

Keywords: active methodologies, English language teaching, primary education, active

participation, contextualized learning.

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1 INTRODUÇÃO

O universo educacional vem se modificando ao longo de todo desenvolvimento

pedagógico, a ideia de transformar a forma tradicional do ensino de língua inglesa, já
conhecida entre as escolas de todo o Brasil, se tornou prioridade. A intensa busca por
métodos de ensino que gerem engajamento nos alunos é uma prática a ser alcançada dentro
da educação básica brasileira. Quando se trata de deixar com que os alunos se tornem
protagonistas ao aprenderem um novo idioma é muito importante entender o conceito de
metodologias ativas de ensino.
Tais metodologias são abordagens pedagógicas que promovem a participação ativa
dos alunos, o pensamento crítico e a resolução de problemas. Essa abordagem rompe com
a tradicional transmissão unilateral de informações, promovendo a construção de
conhecimento de maneira contextualizada e significativa.
A educação básica, por sua vez, desempenha um papel crucial na formação dos
alunos, fornecendo as bases para seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional. A
língua inglesa, como veículo de comunicação global e acesso a diversas fontes de
informação, tem um papel central nesse processo. No entanto, muitos alunos enfrentam
desafios ao aprender uma nova língua, como a falta de motivação, a dificuldade em aplicar
conceitos em situações reais e a sensação de distanciamento em relação ao conteúdo.
Perante ao exposto, surge o questionamento: como as metodologias ativas podem
ser incorporadas de maneira eficaz no ensino de língua inglesa na educação básica, a fim
de promover um aprendizado mais interessante, marcante e duradouro? Antes mesmo de
responder tal pergunta é válido entender o processo de aprendizagem do professor e sua
forma de transmitir o conteúdo. O ponto de partida de todo desenvolvimento pedagógico se
inicia com o docente e suas relações de ensino no passado, sendo assim é possível
encontrar um ponto chave a ser transformado, exemplificado no trecho de um artigo de
Rubio (2009, p. 39): “muitos professores ainda ensinam os seus alunos da mesma maneira
que eles foram ensinados”.
As metodologias ativas de ensino exigem uma intensa busca pelo saber, partindo
inicialmente do professor, que deve estar aberto ao novo, para então instigar seu aluno a
aprender também. Na obra Democracia e Educação, Dewey mostra como é possível
entender que a forma ativa se cria quando se aprende a aprender.

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 O aprender a prática de um ato, quando não se nasce sabendo-o, obriga a
aprender-se a variar seus fatores, a fazer-se combinações sem conta
destes, de acordo com a variação das circunstâncias. E isso traz a
possibilidade de um contínuo progresso, porque, aprendendo-se um ato,
desenvolvem-se métodos bons para outras situações. Mais importante
ainda é que o ser humano adquire o hábito de aprender. Aprende a
aprender (DEWEY, 1959b, p. 48)

2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

No enquadramento atual da educação, o ensino de língua inglesa na educação

básica enfrenta altos pontos de dificuldade, em que a falta de motivação do aluno, o ensino
tradicional e a dificuldade de aplicar as habilidades linguísticas dentro da realidade torna
todo o processo de aprendizagem intangível.
A captura da atenção acaba não acontecendo de maneira eficaz em aulas
tradicionais, e a relação entre o doente e o estudante se estremece entre os inúmeros
exercícios de repetição e tradução. Tudo isso gera a falta de interesse no aprendizado,
levando ao aumento do distanciamento entre o aluno e a língua inglesa. Infelizmente, todo
processo educacional, como o descrito acima, acaba se resumindo em resultados
quantitativos incoerentes.
Como as metodologias ativas podem transformar o ensino de língua inglesa em
algo tangível e real dentro da realidade de cada criança estudante? Sem dúvidas, tal
pergunta norteia o projeto de pesquisa aqui apresentado.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Diante do desafio de aprimorar o ensino de língua inglesa na educação básica, esta

pesquisa busca investigar como a implementação de metodologias ativas pode influenciar
o engajamento dos alunos, a aquisição de habilidades linguísticas e a aplicação prática do
inglês em contextos reais. O projeto tem como objetivo central explorar como as
metodologias ativas podem ser adaptadas e integradas de maneira eficaz no ensino de

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língua inglesa, a fim de proporcionar uma experiência de aprendizagem mais significativa,
real e duradoura para os alunos da educação básica.
3.2 Objetivos específicos:

• Desenvolver estratégias pedagógicas que incorporem metodologias ativas no

ensino de língua inglesa.
• Avaliar o impacto das metodologias ativas no engajamento dos alunos, na
aquisição de habilidades linguísticas e na motivação para aprender inglês.
• Comparar o desempenho atual dos alunos que participaram de aulas com
metodologias ativas com os resultados anteriores a pesquisa.

4 JUSTIFICATIVA

O ensino de língua inglesa na educação básica desempenha um papel crucial na

formação dos alunos, preparando-os para enfrentar os desafios de uma sociedade
globalizada e interconectada. No entanto, muitos educadores enfrentam obstáculos ao
tentar proporcionar uma experiência de aprendizado eficaz e envolvente para seus alunos.
As metodologias tradicionais de ensino, muitas vezes baseadas em aulas expositivas e
práticas repetitivas, podem resultar em falta de motivação, desinteresse e dificuldades na
aplicação prática das habilidades linguísticas adquiridas.
A educação básica engloba uma ampla faixa etária e níveis de aprendizagem,
exigindo abordagens flexíveis e adaptáveis. Metodologias não tradicionais podem ser
especialmente benéficas nesse contexto, pois promovem a autonomia e a participação dos
alunos, atendendo às necessidades individuais de aprendizagem.
Nesse contexto, a adoção de metodologias ativas no ensino de língua inglesa na
educação básica emerge como uma alternativa promissora. A abordagem centrada no
aluno, característica das metodologias ativas, reconhece a importância da participação
ativa, da colaboração e da construção do conhecimento pelo próprio aluno. Ao
proporcionar um ambiente de aprendizado mais dinâmico e interativo, as metodologias
ativas têm o potencial de aumentar o engajamento dos alunos, tornando a aprendizagem
mais significativa e duradoura.
Além disso, a integração de metodologias ativas no ensino de língua inglesa pode
contribuir para o desenvolvimento de habilidades além das linguísticas. A colaboração

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entre alunos, a resolução de problemas, a criatividade e a comunicação eficaz são
competências essenciais para o sucesso em um mundo cada vez mais complexo e
interligado. Essas habilidades, muitas vezes desenvolvidas por meio das metodologias
ativas, têm o potencial de preparar os alunos não apenas para se comunicarem em inglês,
mas também para se tornarem cidadãos mais críticos, reflexivos e adaptáveis.
A relevância desse estudo é ressaltada pela crescente demanda por abordagens
pedagógicas inovadoras que possam enfrentar os desafios enfrentados pelo ensino de
língua inglesa na educação básica. Investigar o uso de metodologias ativas nesse contexto
permitirá identificar práticas eficazes, desvendar possíveis obstáculos e fornecer
orientações práticas para educadores, escolas e formuladores de políticas. Além disso, a
pesquisa poderá contribuir para a literatura acadêmica ao fornecer evidências empíricas
sobre o impacto das metodologias ativas no ensino de língua inglesa, ampliando o
conhecimento sobre o campo da educação linguística e pedagogia.
Portanto, este projeto de mestrado busca preencher uma lacuna importante na
pesquisa educacional ao investigar o uso de metodologias ativas no ensino de língua
inglesa na educação básica. Acredita-se que os resultados desta pesquisa possam fornecer
insights valiosos e práticos para aprimorar a prática educacional, melhorar o aprendizado
dos alunos e contribuir para a formação de indivíduos mais preparados para os desafios do
século XXI.

5 REFERENCIAL TEÓRICO

Vale destacar que o ensino da língua inglesa transcende a mera abordagem

gramatical e vocabulário, abrangendo igualmente a progressão das habilidades
comunicativas e interculturais. Através do emprego de metodologias ativas, como
simulações de situações do cotidiano, interações em grupo e projetos colaborativos, os
estudantes são capacitados a praticar o idioma em cenários autênticos. Esse engajamento
propicia uma assimilação mais profunda tanto da cultura quanto da comunicação,
ampliando a compreensão do aprendizado linguístico.
É possível embasar as metodologias ativas em diversas teorias de aprendizagem,
como a teoria da aprendizagem significativa de Ausubel (1963), que traz com fonte a
importância de sustentar o novo conhecimento em bases cognitivas já adquiridas

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anteriormente, e o construtivismo de Piaget (1950), que destaca ativamente o protagonismo
do aluno dentro da construção de conhecimento.

“Para todas as finalidades práticas, a aquisição de conhecimento na

matéria de ensino depende da aprendizagem verbal e de outras formas de
aprendizagem simbólica. De fato, é em grande parte devido à linguagem
e à simbolização que a maioria das formas complexas de funcionamento
cognitivo se torna possível.” ( AUSUBEL 1968, p. 79)

Já a teoria sociocultural de Vygotsky (1978) destaca a importância da mediação

dentro da complexa relação estímulo-resposta, e cabe ao professor estar aberto a se tornar
um bom mediador, estimulando o aluno a trazer a língua inglesa para dentro da sua
realidade. Sendo assim, as metodologias ativas podem e devem fazer parte de diversas
estratégias de aprendizagem, e Oxford (1990) as define como: “ações realizadas pelos
alunos para ampliar sua própria aprendizagem(...) ações realizadas pelos aprendizes de
segunda língua e língua estrangeira para controlar e melhorar sua aprendizagem”.
Os métodos ativos e não tradicionais têm demonstrado aumentar o engajamento dos
alunos devido à natureza participativa das atividades. Isso é especialmente relevante no
contexto do ensino de língua inglesa, onde a motivação intrínseca desempenha um papel
crucial na aquisição linguística (Deci & Ryan, 1985). A participação ativa e a interação
social promovidas pelas metodologias ativas podem contribuir para um ambiente mais
motivador.
Estimular, envolver, motivar e criar conexões sentimentais entre o estudante e a
língua inglesa é a principal maneira de iniciar a prática ativa de aprendizagem. Segundo
Naiman e Todesco (1975) a relação afetiva entre o aluno e a segunda língua é um fator
determinante nos resultados a serem alcançados.
Em síntese, a aplicação das metodologias ativas no ensino de língua inglesa na
educação básica pode revolucionar todo o aprendizado, trazendo vantagens pedagógicas
tanto para o docente quanto para aluno, proporcionando uma aprendizagem mais
participativa, real e significativa. No entanto, é crucial considerar a adaptação dessas
abordagens ao contexto específico da educação básica e promover a formação contínua dos
professores para garantir o sucesso da implementação.

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6 METODOLOGIA

Será adotada uma abordagem qualitativa de pesquisa, permitindo uma compreensão

aprofundada das percepções, experiências e impactos das metodologias ativas no ensino de
língua inglesa na educação básica. A pesquisa qualitativa é adequada para explorar as
nuances e complexidades das práticas educacionais em contextos reais.
Serão selecionadas escolas representativas que estão implementando metodologias
ativas no ensino de língua inglesa. A observação das aulas será realizada para analisar
como as metodologias ativas estão sendo aplicadas na prática e como elas influenciam o
engajamento dos alunos.
O estudo envolverá professores de língua inglesa e alunos matriculados no ensino
fundamental. Como coleta de dados entrevistas serão conduzidas com professores para
explorar suas perspectivas sobre o uso de metodologias ativas, desafios enfrentados e
benefícios percebidos, e serão realizadas observações das aulas de língua inglesa onde
metodologias ativas estão sendo implementadas, a fim de capturar a dinâmica da prática
em contexto real.
As entrevistas e observações serão transcritas e analisadas por meio de análise de
conteúdo. A mesma permitirá identificar temas recorrentes, padrões e insights relacionados
à eficácia das metodologias ativas no ensino de língua inglesa.
Este estudo seguirá as diretrizes éticas, obtendo consentimento informado dos
participantes e garantindo a confidencialidade e anonimato das informações coletadas.
Serão reconhecidas possíveis limitações do estudo, como a representatividade dos
participantes e a generalização dos resultados.
Em suma, é esperado que os resultados deste estudo contribuam para uma
compreensão mais aprofundada do impacto das metodologias ativas no ensino de língua
inglesa na educação básica. As conclusões poderão informar práticas pedagógicas futuras e
programas de formação de professores.

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REFERÊNCIAS

AUSUBEL, D.P. Educational psychology: a cognitive view. New York, Holt, Rinehart
and Winston, 1968.

RUBIO, M. C. “Effective teachers - Professional and personal skills”. In: ENSAYOS,

Revista de la Facultad de Educación de Albacete, nº 24, 2009.

DEWEY, J. Democracia e Educação Introdução à filosofia da educação. 3 ed. São

Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959b.

PIAGET, J. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

VYGOTSKY, L.S. Mind in Society. Cambridge, MA. Harvard University Press, 1978.

OXFORD, R.L. Language Learning Strategies: What Every Teacher Should Know.
Boston: Heinle & Heinle, 1990.

Deci, E. L. & Ryan, R. M. (1985). Intrinsic motivation and self-determination in

human behavior. New York: Plenum.

NAIMAN, N.; FROHLICH, M.; TODESCO, A. The good second language learner.
TESL Talk, v. 6, p. 58-75, 1975.