É de estrema importância enaltecer que, o trabalho em curso havia sido proposto para que fosse de
campo porem, por motivos imperativos ligadas a pandemia de COVID-19, não foi possível
proceder como havia sido planificado no princípio, no entanto, iremos elaborar o presente trabalho
com base nas referências bibliográficas.
Processo de aquisição e aprendizagem de línguas
A linguagem é a forma de comportamento usada num contexto social para a comunicação das
ideias e acções. Qualquer criança fisiologicamente normal adquire os sinais fonológicos e o seu
significado bem como as regras de combinação que os regem do grupo linguístico aqui pertence.
No grupo da população considerada mentalmente atrasada estão incluídos todos os indivíduos com
funcionamento intelectual abaixo da média com problemas de adaptação abaixo da realidade e,
consequentemente, sente deficiência no ajustamento social.
Dificuldades preceptivas;
Dificuldades de categorização ao nível abstracto;
Dificuldades em transferir princípios ou regras já aprendidas;
Essas crianças nunca chegam a possuir um sistema gramatical completo quando adulto, pois, o
progresso no desenvolvimento da linguagem parará habitualmente ao atingir a puberdade.
A forma como as crianças adquirem e desenvolvem a linguagem não é assunto conclusivo. Porem,
as respostas dadas pelos investigadores a esta questão vária de abordagem para abordagem.
Para isso considera-se três grandes teorias ao estudo do problema que passamos a seguir a
mencionar:
Para essa abordagem, a imitação é importante mas não é essencial e, ao contrário do que afirmam
os behavioristas, a linguagem aprende-se mas, não se ensina. As crianças aprendem o uso
linguístico correcto porque são provavelmente melhor compreendidas assim e mais aptas a
conseguirem obter o que desejam. Quando as crianças aprendem a linguagem, elas falam em
primeiro lugar sobre o aqui e o agora, sobre o que estão a fazer na altura e sobre o que estiver a
sua volta, para que o significado do que elas dizem seja óbvio a partir do contexto.
Embora não seja possível ensinar directamente a linguagem, a criança aprende a falar bem através
de dois processos complementares nomeadamente:
Os educadores devem ter presentes essas implicações, evitando quer a linguagem demasiado
simples, quer a linguagem demasiado complexa, porque no primeiro caso, a criança pouco
aprende de novo, e no segundo caso não esta preparado para entender. A correcta estratégia será a
simplificação da linguagem, evitando as regras gramaticais. Exige-se do adulto a capacidade para
deixar que a criança possa acabar as frases evitando interrupções. E por outro lado exige-se que o
adulto estimule a iniciativa da criança e ajude a formular as perguntas.
A aprendizagem da língua no 1.º Ciclo do Ensino Básico
Sabemos que, embora a maioria das crianças já chegue ao 1.º ciclo com contatos prévios
com a escrita e a leitura, o 1.º ciclo constitui uma etapa fundamental e determinante na
formação e no percurso escolar dos alunos. É composto por um grupo de áreas de conteúdo
onde o Português “constitui um saber fundamental, que valida as aprendizagens em todas
as áreas curriculares.
O Programa de Português para o Ensino Básico aponta para dois momentos importantes
na aprendizagem da língua ao longo do 1.º ciclo. O primeiro compreende os dois
primeiros anos, onde “as aprendizagens devem desenvolver nos alunos comportamentos
verbais e não verbais adequados a situações com diferentes graus de formalidade” (Reis et
al, 2009, p. 22).
Durante muito tempo não se deu a importância que hoje se dá ao treino da consciência
fonológica ao nível do 1.º ciclo. O processo de ensino aprendizagem da língua portuguesa ao
nível do 1.º ciclo centrava-se essencialmente em três grandes domínios: a oralidade, a
leitura e a escrita. Hoje, como regista Correia (2010, p. 119), “parece essencial (…) não
alhear as consciências fonológica e fonémica do domínio do conhecimento linguístico
reflexivo, mas sim estimular a compreensão dos fenómenos da gramática universal do
falante para que estes se plasmem no uso oral e escrito da língua”.
O segundo momento surge a par da descoberta das diferentes modalidades de texto bem
como da perceção e apreensão das “novas convenções sobre o modo como o texto escrito
se organiza, o uso correcto da pontuação, o alargamento do repertório lexical e o domínio
de uma sintaxe mais elaborada” (Reis et al, 2009, p. 22).
Esta fase é também determinante para a sua formação enquanto leitores, permitindo que a
leitura contribua para o “aperfeiçoamento intelectual, linguístico, e simultaneamente o
aperfeiçoamento do pensamento” (Cadório, 2001, p. 38), ao mesmo tempo que se pode
tornar “num óptimo veículo de enriquecimento de vocabulário, de novas estruturas de frase,
de novos contextos vocabulares” (ibidem).
Os erros mais frequentes no primeiro ciclo são do nível gramatical, que derivavam do facto
de as crianças ainda não [terem] aprendido as excepções às regras, pois “quando as
crianças descobrem uma regra, tendem a generalizar, usando-a mesmo quando as palavras
não seguem a regra” (Papalia, Olds & Feldman, 2001, p. 322). Um exemplo ilustrativo é
a confusão que muitas vezes fazem com o “fazi” em vez de “fiz”, aplicando a regra de
conjugação de outros verbos, como comer ou beber.
Rebelo (1993, citado por Cruz, 2007, p. 55) chama a este processo de iniciação à leitura
elementar, reportando-o “ao conhecimento e à distinção rudimentar das letras ao nível
visual e auditivo” e à associação dos grafemas aos fonemas, resultando dessa união a
identificação e pronunciação de palavras como entidades globais.
A dinâmica do português no ensino primário em Moçambique
Dado isso, a quase totalidade das crianças moçambicanas, quando entram para a escola, não fala
português, e naturalmente não lêem e nem escrevem. Esta é a situação do meio rural onde
prevalecem o uso das línguas locais, as línguas bantu e, onde o português é praticamente uma
língua estrangeira e, é apreendido e usado em salas de aulas, sobretudo em contacto com o
professor e com os livros escolares, sendo pouco frequentes as situações de comunicação em que é
falado em ambiente natural.
Quando as crianças do campo entram para a escola , para além de frequentarem um ambiente
estranho , não compreendem a língua usa na sala de aula e, muitas vezes tomam contacto com o
papel , o lápis e o livro pela primeira vez na vida.
Por um lado, encontram-se interferências das línguas maternas. Cada e qualquer pessoa
que fala uma língua segunda cometem erros, conforme o grau da sua competência
linguística que correspondem a estrutura da sua língua materna.
Por outro lado, há muitos desvios da norma da língua portuguesa padrão que não tem a ver
com as línguas moçambicanas. Vem simplesmente do facto de o português ser uma língua
segunda, é parcialmente dominada. Cada língua segunda coloca os seus próprios
problemas de aprendizagem. No caso do português, tempo e modo verbal género dos
nomes , concordância na frase , colocação dos pronomes. Esses problemas so se resolvem
gradualmente na medida em que os erros resultantes sejam corrigidos explicitamente ou
quando o aprendiz se encontra num ambiente onde se fala correctamente.
Conclusão
No presente trabalho abordamos dos processos e aquisição da língua portuguesa no primeiro ciclo
e, vimos que a criança ao ingressar na escola nem todas falam o português, e alguns aprendem por
imitação, e outros aprenderam em casa com os seus pais. Mesmo assim neste processo de
aprendizagem há muita interferência com as línguas bantu, visto que o nosso pais é multilingue, e
o português é uma língua segunda para muitas crianças.
Bibliografia