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A variação linguística e o ensino de


língua portuguesa

Daniel Mendes de Oliveira


FAVENI

Ciro Carlos Antunes


Unimontes

10.37885/210906031
RESUMO

O objetivo geral deste trabalho revela-se que, variavelmente da fala, a grafia nasce de
uma técnica de aprendizagem ritual e demandam metodologias pedagógicas. Assim, a
prática contínua na educação básica e nos cursos posteriores sob o prisma da variação
linguística e o ensino de língua portuguesa. O objetivo específico foi examinar como a
variação linguística e o ensino de língua portuguesa incidem nos documentos oficiais,
como: no Parâmetro Curricular Nacional anos finais do ensino fundamental e médio, e
a Base Nacional Comum Curricular em que norteiam o teor sobre essa variação e como
expõem propostas pedagógicas, didáticas para o letrólogo trabalhar in loco. Por último,
traz uma reflexão sobre esses para examinar como a variação linguística foi apresen-
tada e de que forma auxilia o professor responsável dessa disciplina e alunos nesses
procedimentos de ensino aprendizagem. Este trabalho faz-se de pesquisa bibliográfica
e documental. O resultado obtido por meio deste trabalho indica que não basta ensinar
língua portuguesa em sala de aula sem respeitar as variações conhecidas pelos alunos
por meio de sua cultura e sociedade. Desse modo, se precisa que haja uma contextua-
lização, imanência e adequação do conteúdo com a realidade do aluno para que haja
uma aprendizagem da língua e das variantes ou linguística significativa para o processo
de comunicação dos alunos em situações reais de fala.

Palavras- chave: Variação Linguística, Documentos Oficiais, Ensino de Língua Portu-


guesa, Ortografia.

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Educação e Linguagem: ensino, contribuições e discursos
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema a variação linguística e o ensino de língua portu-
guesa na educação básica do ensino brasileiro. Desse modo, sabe-se que a língua é uma
invenção humana com o uso finito de palavras para organizar o pensamento e exteriorizar
por meio de palavras através das partes do discurso, pois, ela é, por si só, o método e o
alvitre da condição humana em estabelecer as relações com os seus pares. Logo, esse
método torna-se espontâneo, porque o ato de pensar imediatamente permite a mente hu-
mana organizar e exteriorizar o pensamento por meio das palavras faladas, e escritas em
um encadeamento de frase, orações e períodos que são proferidos, ou escritos dentro do
conhecimento tácito de um sujeito, por exemplos.
Ao falar de língua portuguesa, como língua oficial do Brasil, se entende que há línguas
maternas que são as dos gentios, mas o ser humano tem a capacidade de apreender línguas
oficiais e estrangeiras devido a competência linguística que ele tem domínio de línguas.
Alguns estudiosos defendem que o ato de grafar é uma performance estudada, porque
nenhum ser humano nasce sabendo e por essa razão, há dicotomia de língua oral e língua
escrita, uma apreende na família e na sociedade, enquanto a outra, em sala de aula em
ambientes escolares. Logo, a língua exige que aprenda, exercita e treina para aperfeiçoar o
conhecimento linguístico e suas variações que se dá através de níveis de linguagem: culto
e coloquial, por registros: formal e informal, por modalidade: oral e escrita, por variantes:
padrão e não padrão, por exemplos.
No contexto de sala de aula, a produção de engenho feito pelo alunado há de se ques-
tionar: Como os documentos oficiais tratam a variação linguística e o ato de escrever dos
alunos em ambientes escolares? Desse modo, acredita-se que esse seja o grande problema
encontrado nas escolas, porque, em geral, os alunos não sabem escrever, pois não tem o
costume de realizar leitura em gêneros e tipologias textuais diversas, por conseguinte, não
sabe e desconhece a ortografia, e a ortoépia das palavras. Por essa razão, se torna difícil
transferir a língua falada para a escrita e exteriorizar o seu pensamento.
Diante do exposto acima, acredita-se que o trabalho realizado em ambientes escolares
e não escolares permite que o alunado adentra a escola com falas diversificadas por fazer
uso da língua coloquial. Logo, quando transfere essa oralidade para a escrita há problemas
diversos, entre eles, ortográficos e concordâncias: verbal e nominal. Essas variantes não
parece erros, são inadequações que os sujeitos trazem em seu bojo de aprendiz devido a
sociedade em que se inseri, por vir de diferentes comunidades linguísticas. E, isso justifica
o motivo de muitos alunos não saberem grafar na norma padrão/culta.
Ao levar à luz da literatura da atualidade, motiva-se ponderar acerca das exposições,
este artigo que tem por objetivo geral mostrar que, diferentemente dela, a grafia nasce de
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um método de um aprendizado formal e demanda procedimentos pedagógicos, prática con-
tínua na educação básica, e nos cursos posteriores sob o prisma d’a variação linguística e o
ensino de língua portuguesa. Esse é um exame acerca da variação linguística e da emenda
de língua portuguesa, o que é e como se dá essa técnica, ao verificar como o Parâmetro
Curricular Nacional anos finais do ensino fundamental e médio orientam o conteúdo sobre
essa variação e como apresentam sugestões para o letrólogo trabalhar in loco. E, por últi-
mo, uma reflexão na Base Nacional Comum Curricular de língua portuguesa para examinar
como a variação linguística é abordada e de que forma auxilia o professor responsável
desse disciplina e alunos nesses procedimentos de ensino aprendizagem. E, averiguar se
a substância sobre variação linguística é o recurso para essa problemática.
O presente trabalho justifica-se, porque toda variante linguística para ensino de língua
portuguesa são significativas no processo de relação interpessoal face a face, ou à distância
por indivíduos que a emprega. Logo, quando essa deixa de atender as necessidade des-
ses falantes, há transformações para adequação, pois nenhuma língua é falada de modo
homogêneo sem a interferência da idiossincrasia. No Brasil, há inúmeras pessoas que não
aprenderam a ler, nem escrever, mas são falantes da língua materna e sabem as quatro
operações matemáticas, além de resolver problemas e calcular porcentagens, por exemplos.
A metodologia utilizada para este trabalho foi pesquisa bibliográfica e documental.
Primeiro delimita-se o tema, posteriormente fez-se pesquisa em bases de dados no Google
Acadêmico e na Biblioteca Eletrônica Científica Online. Em seguida, seleciona-se os artigos
para a composição do corpus deste trabalho. Fez-se de início uma leitura prévia, posterior-
mente, alguns apontamentos e por último, a redação final deste trabalho, de acordo o modelo
disponibilizado pela faculdade.
Na atualidade, sabe-se que as línguas evoluem com as tecnologias e com o passar
do tempo, à medida que o homem (re)inventa o seu saber, se transformam o que há em
recriação, assim, as palavras que compõem o léxico e os gramemas passam por evolução
para ganhar novas cargas semânticas. Assim, essas podem desaparecer ou não, mas com o
passar do tempo cristalizam com novos significados através da sociolinguística. No entanto,
a língua em si, é um desafio, tanto das gerações, quanto das classes sociais existente em
um determinado espaço/tempo.
Os indivíduos ajuízam a língua oral ao ter como parâmetro a língua gráfica literária.
Por consequente, há inúmeras normas acerca da linguagem escrita, porque os falantes que
leem pouco ou silabando é considerado pelos mais doutos de ignorantes.
Desse modo, no artigo (Art.) 34, no inciso IV da Lei número (n.) 9.394/96: “a compreen-
são dos fundamentos científico-tecnológicos dos pro­cessos produtivos, relacionando a teoria
com a prática, no ensino de cada disciplina” (BRASIL, 2017, p. 25). Por esse viés, percebe-se
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que as práticas letivas aprende-se na faculdade durante o curso através das disciplinas e do
estágio supervisionado curricular obrigatório, porque: “A formação docente, exceto para a
educação superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas” (BRASIL, 2017,
p. 44). Percebe-se, dessa forma, a prerrogativa da Lei número 9.394, de 1996, ao elucidar
a necessidade e obrigatoriedade da imersão do aluno ao futuro ambiente de trabalho.
Nesse sentido, a prática letiva dos Parâmetros Curriculares Nacionais de língua portu-
guesa, nem nos manuais didáticos dos professores não é aplicada por ser desconhecida pelo
professor sob o uso da linguagem (BRASIL, 1998), porque: “Para isso, o estudo da variação
cumpre papel fundamental na formação da consciência linguística e no desenvolvimento da
competência discursiva do aluno, devendo estar sistematicamente presente nas atividades
de Língua Portuguesa” (BRASIL, 1998, p. 82). Logo, as práticas do exercício da cidadania
não se aplica com legitimidade e imparcial, pois:

[...] o critério de organização dos conteúdos de Língua Portuguesa em termos


de USO - REFLEXÃO - USO, de certa forma, define também o eixo didático,
a linha geral de tratamento dos conteúdos. Caracteriza um movimento meto-
dológico de AÇÃO - REFLEXÃO - AÇÃO, em que se pretende que, progres-
sivamente, a reflexão se incorpore às atividades linguísticas do aluno de tal
forma que ele tenha capacidade de monitorá-las com eficácia (BRASIL, 1997,
p. 38-39, grifos do autor).

Sendo assim, o português falado pelos nativos, no Brasil, se apresenta por meio de
diversas variedades linguísticas, que é resultado das diferenças sociais empregadas na
língua por meio da história e da dimensão territorial geográfica que o país possui. Por essa
ótica, os falantes são corrigidos como se a língua que falam, ou grafam não é a mesma
que escrevem. Logo, a escola anula a aprendizagem linguística que se realiza em meio a
interação social/relações humanas, mas, segundo Camara Jr. (1970):

A variação linguística é a consequência da propriedade da linguagem de nunca


ser idêntica em suas formas através da multiplicidade do discurso (v.). Essa
variação real é compensada por uma invariabilidade imanente, que faz de
cada realização, a rigor diferente de qualquer outra, a apresentação de uma
invariante dos discursos há invariabilidade de um modelo, a que essa variação
se refere, e cujo sistema constitui a língua [...] (CAMARA JR., 1970, p. 383).

Por essa razão, tem-se as variantes linguísticas por ocorrer de forma livre, quando de-
corre da própria impossibilidade de se repetir uma forma sempre exata da mesma maneira
e de se chegar a uma identificação absoluta de realização entre todos os falantes de uma
língua, ou pode ser estilística, porque há a manifestação psíquica por meio da linguagem,
de um lado, por outro lado, se tem a variação posicional de uma assimilação geral dentro
de um contexto (ANTUNES, 2019).
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De acordo com Bagno (1999), a variação linguistica é objeto e componente de ensino de
língua, porque uma educação que se faz com a linguística para a construção de identidade e
cidadania em uma sociedade que tem estados de direitos na democracia não se pode des-
considerar que as maneiras de falar individual e dos diferentes grupos sociais estabelecem
meios essenciais da identidade cultural dessa comunidade de falantes e dos individuos, pois
denegrir os falantes que a falam, como incapazes, deficientes ou menos inteligentes que
aqueles que a falam corretamente sob o dominio dos meios de comunicação, em especial,
aos literatos. Segundo o autor acima citado:

[...] o idioma oferece a seus falantes; também é preciso evitar a prática dis-
torcida de apresentar a variação como se ela existisse apenas nos meios
rurais ou menos escolariados, como se tambem não houvesse variação (e
mudança) linguística entre os falantes urbanos, socialmente prestigiados e
altamente escolarizados, inclusive nos generos escritos mais monitorados
(BAGNO, 1999, p. 16).

Desse modo, entende-se que o ato de aprender a língua, em especial, a falada ocorre
antes da aprendizagem da língua escrita. No Brasil, há milhares de brasileiros analfabetos,
porque, em geral, as pessoas não apreenderam a ler nem escrever devido o tardio na es-
colarização e outros pelas condiçoes financeiras, porque precisaram trabalhar para sobre-
veviver. Mas, esses sujeitos são falantes nativos da língua portuguesa. Sendo assim, o que
esses usuários da lingua precisam é desenvolver o conhecimento prévio e apreender novos
lexicos e diferenciá-los em situaçoes de uso do menos formal ao mais formal.
As prática letivas em ambientes escolares e não escolares ocorrem de acordo com a
região e a sua cultura e isso é diferente de escola para escola, de professor para profes-
sor. Na atualidade, sabe-se que a língua portuguesa não é dificil, mas é preciso desconstruir
o discurso que o seu ensino é difícil, pois quando se faz com afinco e acompanha a escrita
do alunado no processo, ele apreende e desenvolve por meio da observação, da escuta das
pessoas experientes, em especial, o professor (RODRIGUES, 2021).
Ao acompanhar este movimento, algumas editores e editoras tem-se produzido livro
didático que trata em alguma seção ou capítulo acerca das variações linguísticas para ajudar
os professores a introduzir o tema durante o processo de aprendizagem dos alunos em sala
de aula na disciplina de língua portuguesa. Por esse viés, se entende que esse problema
persiste, em geral, pelo modo de práticas letivas e didáticas inadequadas a formação do
aluno, porque neste século é ensinada de maneira tradicional com enfase na gramática nor-
mativa. Sendo assim, se percebe que não há adequação, imanência nem contextualização
do conteúdo, uma vez que, o seu ensino é ensinado, por si só, sem presar as variantes,
mas somente a culta.

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Educação e Linguagem: ensino, contribuições e discursos
O ensino de variante linguística em sala de aula através do livro didático é esclarece-
dora que há variantes, mas cada uma delas tem-se uma explicação cientifica e que o seu
ensino ponderá para respeitar a escrita oficial do país e das academias. Sendo assim, a
palavra “estar” é pronunciada como: /istar/, /star/, /tar/, por exemplos, compete ao professor
explicar que uma mesma palavra é proferida de diferentes maneiras ou formas, ao conside-
rar a localização geográfica em que o falante foi criado e está inserido. E, há uma variação
lexical, por exemplo, em que a palavra “garoto”, no sul significa “guri”, “menino” em Minas
Gerais e “gaiato”, em Pernambuco (ANTUNES, 2019).
Os telejornais tem uma influência na variante padrão do lingua culta, assim como, o
registro formal ao apresentar uma notícia, por exemplo: “Auxílio emergencial deve ser decla-
rado no Imposto de Renda: a entrega da declaração começa na segunda feira (1º) e vai até
o fim de abril (R7, 2021, p. 1, grifos nossos). Observa que essa manchete o jornalista não
usou a forma culta da língua, mas uma variante coloquial ao empregar três verbos simul-
taneamente, que o primeiro e segundo verbo equivale ao presente do indicativo e junto ao
último ficará: “é declarado” que é um verbo auxiliar mais um verbo principal, formando assim
uma agente da passiva. Desse modo, o que se percebe que o jornal está se adequando a
variação linguística coloquial e informal.
Por essa razão, o letrólogo deve ensinar aos alunos o conceito de língua, as suas pro-
priedades e seus usos de acordo com o papel social de cada falante, consequentemente,
qual o comportamento desses usuários com relação aos usos linguísticos, nas mais variadas
situações reais de fala e escrita (CAGLIARI, 1992).
A língua materna ou oficial é adquirida pelo falante em seus primeiros anos de vida de
modo natural e espontâneo, por conseguinte, a criança a domina de modo pleno. A língua de
registro exige exercício, treino e memorização, porque algumas palavras tem letras compos-
tas ou dobradas, por exemplo: “nascer”, “reproduzir”, “carro”. Logo, escrever, corretamente
e falar requer do falante domínio de várias habilidades para que ele possa desempenhar os
seus diferentes papeis sociais por meio da consciência dos diferentes gêneros e sequen-
ciais textuais, além da ideia explicita em cada um deles de acordo a natureza e ideologia da
cultura em que escreveu (ANTUNES et al., 2020).
Atualmente, escrever constitui em si uma atividade que consiste em ordenar pensa-
mentos/ideias para depois organizá-los de forma coerente/coesa. Sobretudo, o aluno não
necessita escrever como um escritor experiente, porém se exige que expresse com clareza
aquilo que quer dizer/falar/escrever. Desse modo, é importante que o alunado entenda a ideia
do texto e a sua intenção social-cultural, porque o provável leitor fara da forma de correção
que se utiliza e dê preferência ao ato de escrita, pois um texto engenhoso busca explicitar um

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valor qualitativo e quantitativo de informações. De tal modo, o aluno terá prazer em revisar
sua produção e entender a engenhosa importância do processo de redação (BRASIL, 1989).
Uma questão essencial para compreender a variação linguística e a escrita correta,
ou para escrever bem é a falta de leitura dos alunos-estudantes fora do ambiente escolar.
Essa ausência de hábito de leitura dificulta a aprendizagem, porque não há uma ampliação
do léxico, desse modo, Antunes et al. (2020) sugere a praticar a leitura de conceitos no
vocabulário, dicionário, ou enciclopédia.
Segundo os autores acima citados não se pode esquecer de outra jaça hedionda que
embaça a limpidez da linguagem usual: é a gíria, esse conjunto de palavras grosseiras, em
geral, de linhagem indecorosa, mas que se vão insinuando até no falar dos alunos. O caso
é mais de política educativa, que de correção linguística, porém essas transgressões da
higiene e asseio verbal não se serão esquecidos neste trabalho. Na maioria das vezes,
essas ocorrências advêm das pessoas adultas que levam para suas casas essas expres-
sões chulas, recolhidas na rua e depois se indignam quando os filhos estudantes-alunos as
empregam (DALLA-BONA; BUFREM, 2021).
Na atualidade, sabe-se que a variação linguística é o agitação corriqueira e natural
de uma língua, que modifica especialmente por agentes históricos e culturais. Sobretudo,
pelo modo que usa, metódica e coerentemente, de acordo com o cotexto, contexto e texto
histórico, espaço geográfico e sociocultural no qual os usuários dessa língua manifesta-se,
verbalmente (MARCUSCHI; LUNA, 2017).
O trabalho dos humanistas em língua portuguesa, obedecem aos grandes ditames
do tempo: enriquecendo do vocabulário e da sintaxe pela importação latina; polimento do
idioma, ao começar pela fonética, terminando pelo estilo e depois, seleção das formas, no
intuito de aliviar a língua da multiplicidade inútil dos elementos, tinha conseguido imprimir
ao velho, pois a ortografia foi: fonética, etimológica ou derivação e, por fim, usual, mista ou
eclética (ANTUNES, 2019).
Na atualidade, segundo Colomer e Camps (2008), a ausência de leitura dificulta o
desenvolvimento da expressão escrita, ao fazer com que os alunos tenham um vocabulário
restrito. Essa deficiência de ação se percebe ao se expressar na forma escrita, o que não
é considerada fruto de desconhecimento da língua.
A aprendizagem, por si só, é não consciente, sem diligências, aleatória, não direta e
basicamente cooperativa, porque se estuda a todo instante, com qualquer falante da língua,
sem perceber, com uma conversa informal qualquer ou uma apresentação de divulgação
científica (DE LA ROSA YACOMELO, 2020).
Diante disso, a aula deva acontecer como um acontecimento ímpar, contínuo e perspi-
caz ao saber e transmitir o ensino de língua por meio de suas variantes. Logo, a linguagem
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constitui-se por meio de sua constituição da subjetividade. Assim, tem-se a existência de
processos de formais de educação que são resultados históricos específicos da cultura local
(DE LA ROSA YACOMELO, 2020).
Neste início de século XXI, a tecnologia existente, no Brasil, é usada a favor do ensino,
porque há nas World Wide Web conteúdos significativos ao conhecimento didático-científico
e aqueles que são tácidos, pois ao utilizar os laboratórios de informática, smartphone ou
desktop o aluno aprende a pesquisar por meio dos hipertextos acerca de diversos assuntos
antes de começar a redigir uma resposta. Logo, essa prática é de grande valor, uma vez
que, agrega ao alunado conhecimentos diversos e concepções linguísticas variadas, porque
coopera para que o aluno sinta prazer em descobrir o significados dos conceitos abstratos
e seja não dependente na construção de suas habilidades e competências acerca de seu
conhecimento (ANTUNES; CORDEIRO, 2021).
A escrita perfeita, na atualidade, é relativa, porque depende do tipo de incrustamento
que se escreve e do gênero textual que se quer redigir, por exemplos: reportagem, notícia
e conto. Todos esses gêneros são exemplos do português padrão escrito, contudo, apre-
sentar-se-á diferentes complexidade de formalidade e vocabulário com diferenças de ordem
regional e da época em que foram redigidos. Um dos objetivos do ensino de gramática na
escola é aparecer ao estudante a sua língua nacional/oficial, a qual ele deverá usá-la. Há ín-
dices de pesquisas que tratam do nível de leitura do brasileiro, por esse viés, entende-se
que se tem pouco hábito de leitura entre os brasileiros que são escolarizados e desses um
número mínimo pratica a leitura de textos literários e jornalísticos. Por essa razão, acredita-
-se que eles leem o suficiente para participar da vida política de sua comunidade e do seu
país, posicionando-se como cidadão crítico (SILVEIRA, 2012).
Ao considerar estes aspectos, compete ao professor de língua portuguesa adentrar em
sala de aula não apenas como docente, mas, principalmente, como interventor, mediador
de conversar entre as disciplinas escolares ao construir a interdisciplinaridade através da
linguagem e suas variações linguísticas. Desse modo, constata-se que a língua de registro
para os brasileiros é uma segunda língua, porque a ortografia dá-se por meio de decreto
federal e a sintaxe é a preferível a ordem canônica (ANTUNES, 2019).
Segundo Antunes et al. (2020), ensinar a escrita para o aluno é importante para que ele
construa o raciocínio lógico, consiga criar hipótese e a pensar com ponderações acerca de
uma temática. Na verdade, a função da escola é assegurar e garantir ao alunado o acesso
à grafia e os discursos que organizam a partir da língua. Por essa razão, os professores
precisam de modo constante atualizar-se, reciclar, aperfeiçoar para ampliar o seu conheci-
mento e as técnicas que evoluem a cada espaço e tempo.

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Sendo assim, o professor precisa estar atento e avaliar as suas práticas didáticas e
letivas em sala de aula a todo momento para possibilitar meios em que o aluno aprenda e
não receba os créditos para uma promoção no final do ano letivo. Desse modo, o alunado
aprendera pelo bel-prazer de descortinar as novidades, de entender a importância de es-
tudar e em relação ao que apreende é minimo em relação ao demasiado de conhecimento
existente no mundo e difundido pelos meios tecnológicos.
O que se percebe é, na atualidade, uma descontextualização entre o fazer do profes-
sor e o que a escola proporciona no tripé da educação básica: administrativo, pedagógico e
financeiro para o desenvolvimento integral do aluno, como cidadão crítico e conhecedor de
ideiais, que ele defende. De um lado, os docentes afirmam que o currículo oficial é conteu-
dista, porque prepara o aluno para a seleção em concursos e exames de vestibulares, por
outro lado, os discentes/estudantes/alunos não compreendem o porquê estudam, simulta-
neamente, não notam sentido na escola para si (DE LA ROSA YACOMELO, 2020).
Por essa razão, os procedimentos são mecânicos com intuito de tirar uma boa nota na
prova, o aluno não é motivado pesquisar, estudar além dos conceitos didáticos, porque tem
à ciência que o necessário para concluir o ano escolar é a média, ou à nota mínima para
aprovação. Nesse sentido, a escola ainda não compreendeu a sua função de didatico-cien-
tifico, porque forma alunos egressos técnicos e não sujeitos para o mundo, para exercer à
cidadania (BRASIL, 1998).
Atualmente, as propostas de reformulação do ensino de língua portuguesa trazem em
seu bojo um respeito à diversidade social e local dos alunos, ao encontrar uma metodologia
para democratizar o ensino, porque o quê tem questionado, de fato, é a desconsideração
que a escola faz em relaçao a realidade dos alunos e dos interesses deles, porque há um
ensino descontextualizado associado a exercicios mecânicos sem se quer observar a con-
textualização, realidade, com luz a imanencia e adequação do conteúdo a idade/sério do
aluno (BRASIL, 2018).
Por isso, o Parametro Curricular Nacional de língua portuguesa elucida o respeito
a linguagem do alunado, porque ele indica a proximação do falar com a grafia do aluno.
Dessa forma, se faz necessária uma revisão nas práticas docentes e letivas do ensino de
língua portuguesa, com finalidade de orientar quanto à admissão das variedades linguisticas
próprias dos alunos. Consequentemente, se cria um projeto educativo empenhado com a
democratização social e cultural, com a responsabilidade de garantir a todos os estudantes/
alunos o acesso aos saberes linguísticos que se usa nas relações interpessoais com à língua
em uso (BRASIL, 1998, 2002).
De fato, as técnicas diferencia-se, de acordo com a história e estar amarrada às con-
dições da situação comunicativa. Atualmente, a conversa informa, por exemplo, não é a
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mesma, tanto em relação ao tema quanto ao modo de dizer, por conter peculiaridades do
momento; o mesmo pode-se dizer acerca do conteúdo e o modo de como os gêneros tex-
tuais são escritos (ANTUNES et al., 2020).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) de língua portuguesa do 6º
ao 9º anos do ensino fundamental estabelece que a variação linguística para os anos finais
do ensino fundamental pauta-se no ensino da língua portuguesa que é uma integração de
muitas variedades. O estudante ao se tornar aluno já conhece e sabe pelo menos uma des-
sas variedades, antes de adentrar à escola. Logo, aquela que se instruiu pela ocorrência de
estar inserido em uma comunidade de falantes. Tranquilamente, ele é capaz de perceber
que as formas da língua apresentam variações e que determinadas expressões ou modos
de dizer são apropriados para certas circunstâncias, mas não para outras (BRASIL, 1998).
E, o PCN + Ensino Médio: Orientaçoes Educacionais Complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais. Linguagens, Códigod e suas Tecnologias estabelece que em
Língua portuguesa faz-se considerações e capacidades genéricas a serem crescidas aos
alunos. Simultaneamente, o professor fará a seleção de conteúdos sob o enfoque de temas
estruturadores com critérios rigorosos para a seleção de conteúdos para serem avalia-
dos (BRASIL, 2002).
Desse forma, não se aplica nem constitui o preconceito, pois se sabe que, no Brasil,
há várias línguas não oficiais. Com isso, caber-se-á a cada escola e grupo de professores
escolher e preparar contéudos aliados a performance e desenvoltura que atendam às ne-
cessidades de seus alunos, à medida que respeita: “as variações no ritmo de aprendizado,
a bagagem trazida pelo aluno, as opiniões em confronto, as vivências pessoais e escolares”
(BRASIL, 2002, p. 110).
Diante disso, se entende que em sala de aula há influências das mídias através dos
recursos tecnológicos de informação e do desenvolvimento tecnológico, porque ele agrega
à língua novas lexias. Tampouco, na atualidade, há a hegemonia da língua estaduniden-
se, a função da mídia são fatores que excitam sobre a língua entre os países globaliza-
dos. Em aversão a isso, há: “a conservação linguística e cultural deve ser também observada
quanto a grupos mais fechados e conservadores. Desse embate deve emergir a análise da
gênese de gírias, empréstimos linguísticos e variações dialetais, bem como da propriedade
de seus usos” (BRASIL, 2002, p. 101).
Por fim, a Base Nacional de Comum Curricular o que se observa é que esse mesmo
falante, aluno, pode ou não seguir determinadas convenções linguísticas sem que, com
sua atitude e com as variações adotadas seja relativamente reconhecido como um au-
têntico utente dessa língua, nesse caso tem-se sinótico de gramática descritiva (BRASIL,
1998, 2002, 2018).
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Ao termino deste artigo verifica-se que o objetivo de como os documentos oficiais tem-se
tratado a variação linguística ao longo da história de sua tessitura desde o PCN de língua
portuguesa, em 1998 e 2002, a BNCC, em 2018, revelaram que a ausência de habilidade de
alguns alunos demonstram em relação a forma gráfica da língua portuguesa oficial constitui-
-se na consequência de diversos fatores, entre eles o conhecimento da estrutura gramatical
da língua oficial, no Brasil, que sofrem influencias das outras variedades linguísticas, além
dos recursos tecnológicos, por exemplos.
Mediante ao exposto, entende-se que o aluno/estudante para redigir um bom texto
precisa ter domínio de diversas performances e um bom conhecimento ortográfico, simul-
taneamente práticas de escrita continuas inseridas em um contexto social que trata de um
incrustamento de sequência textual ou de gêneros para a engenhosa produção de texto ou
de gênero textual.
A escrita é diferente da fala e por isso emergi de um método vulgar para um científico,
consequentemente, requer estratégias, procedimentos e metodologias pedagógicas e prá-
tica continua. Em relação, a variação linguística, no que concerne ao uso da língua não há
forma adequada ou inadequada, mas há uma adequada a um determinado contexto de uso.
Os PCN’s e a BNCC orientam para uma prática letiva pedagógica voltada para a di-
versidade linguística e ampliação lexical em que o professor seja o mediador para que o
alunado compreender o método de nova aquisição de linguagem. No entanto, destaca-se
que a língua é dinâmica, evolui em espaço e tempo específico, de acordo a tecnologia do
momento, mas há diversos meio de dizer a mesma coisa e que todas essas maneira cor-
respondem aos usos diferenciados da língua ou funcionalismo da língua portuguesa.
Ao concluir este trabalho entende-se que as críticas são constantes e deixam de sur-
preender. Desde algum tempo, nos ambientes escolares, há uma insatisfação entre profes-
sor-professor, professor-aluno e aluno-aluno em todas as áreas dos blocos de ensino, ou
componentes curriculares, porque, em maioria, os alunos não leem nem escrevem bem,
apresentam problemas de interpretação, porque não interpretam bem um problema, não extrai
a ideia principal nem a relevância de um texto de geografia ou história, por exemplos, não
usam conceitos/significados científicos corretamente. Sendo assim, ao finalizar este trabalho
pode-se afirmar que os alunos precisam urgentemente de muitas práticas no cotidiano em
ambientes escolares ou não escolares, para que familiarizar com a gráfica e consigam expor
sua linha de raciocínio sem prescindir da norma padrão ou de sua língua oficial.
Na atualidade, ao concluir este trabalho, pode-se afirmar que os documentos oficiais:
PCN anos finais do ensino fundamental e ensino médio, e a BNCC possibilitaram meios do
conhecimento linguístico aproximar e trabalhar da realidade do alunado de acordo as suas
especificidades por meio do ensino de língua portuguesa e suas variações. Sendo assim, o
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ensino de língua portuguesa parte do ensino gramatical, ortográfico e sintático para que o alu-
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