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UNIMAIS – FACULDADE EDUCAMAIS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU LÍNGUA PORTUGUESA E


LITERATURA

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DE


APRENDIZAGEM DO ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Marcela de Meireles Lima Polito

Nova Venécia / 2023


MARCELA DE MEIRELES LIMA POLITO
MARCELA DE MEIRELES LIMA POLITO

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DE


APRENDIZAGEM DO ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Artigo Científico apresentado à UNIMAIS – Faculdade Educamais,


como requisito parcial para a obtenção do título Especialista em
pós - graduação latu sensu Língua Portuguesa e literatura.

Nova venécia/2023
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A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO DE


APRENDIZAGEM DO ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL

MARCELA DE MEIRELES LIMA POLITO

RESUMO

O trabalho em forma de artigo científico teve como objetivo principal compreender


e utilizar a Língua Portuguesa no Ensino Fundamental como fonte geradora de
significados que estruturam, representam e explicam simbolicamente as
realidades, as experiências humanas e os conhecimentos produzidos nas diversas
esferas de atuação do homem. A prática da importância da Língua Portuguesa
envolve vários elementos, ou seja, a socialização é um deles e com isso
desenvolve o raciocínio, imaginação, o relacionamento entre ideias, a capacidade
de pensar e extrair significados e a verbalização. Além disso, oferece aos alunos
condições para prever sequências de ação, dirigir o próprio comportamento e
participação das práticas com a Língua Portuguesa no Ensino fundamental. A
metodologia utilizada na pesquisa foi uma abordagem teórica metodológica, onde
a mesma foi pautada em uma pesquisa qualitativa, com caráter bibliográfico,
assim, diversos autores puderam prestar suas contribuições para esse trabalho.
Os resultados serviram de ponto de partida para objetivos ainda maiores do que
este, como por exemplo, destacar a grande contribuição que a língua portuguesa
possui em todos os níveis de ensino.

Palavras-chave: Língua portuguesa, ensino fundamental, ensino aprendizagem.


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Introdução

As discussões que tem frequentemente sido apontadas a respeito do


ensino/aprendizagem de língua portuguesa tem sido cada vez mais ponto de
partida para interesse de diversos profissionais que atuam no ramo da educação,
e que são pesquisadores que já estão há algum tempo no campo dos estudos
aplicados da linguagem, os próprios professores de língua portuguesa, e os
educadores que se interessa de uma forma geral acabam se envolvendo nessas
discussões (BONATTO, 2015).

As diversas investigações voltadas para esse segmento apontam quase sempre


para questões específicas, tais como, o que ensinar nas aulas de Língua
Portuguesa, se não leitura, escrita e interpretações de texto e como o professor
pode trabalhar ou adequar suas aulas com tamanha diversidade linguística
presente, pois culturas se chocam diariamente nas escolas (BONATTO, 2015).

No que concerne o ensino/aprendizagem de língua portuguesa, Antunes (2003, p.


90) “expõe que a atividade pedagógica de ensino do português deve tomar como
eixos fundamentais quatro campos: oralidade, escrita, leitura e gramática”.

Dessa forma, o trabalho com a gramática, segundo concepção da autora, deve de


forma coerente prever a pluralidade de normas linguísticas, pois “a gramática
existe não em função de si mesma, mas em função do que as pessoas falam,
ouvem, leem e escrevem nas práticas sociais de uso da língua” (ANTUNES, 2003,
p. 89).

Em termos gerais, a autora propõe que a melhor maneira de serem conduzidas as


aulas de língua portuguesa seria “[…] aulas que pudessem falar, ouvir, ler e
escrever textos em língua portuguesa” (ANTUNES, 2003, p. 111).

Hoje, pode-se encontrar facilmente nas salas de aula, especialmente quando as


aulas são de língua portuguesa algo que é interpretado como uma “pedra no
caminho” em diversas instituições escolares, seja pública ou particular, classes
econômicas desfavorecidas, e isso resulta em um distanciamento muito grande
entre a norma linguística dos alunos e a que serve de objeto de ensino (AMARAL,
et al, 2012).

O trabalho pretende responder a seguinte problemática: O aprendizado dos alunos


ao desenvolver suas capacidades de aprender a Língua portuguesa no Ensino
fundamental, como meios básicos para o pleno domínio da leitura e da escrita,
ampliando o domínio ativo nas mais diversas situações de uso da Língua
Portuguesa é de fato compreendido no contexto escolar?

Diante disso, o principal objetivo desse artigo científico é compreender e utilizar a


Língua Portuguesa no Ensino Fundamental como fonte geradora de significados
que estruturam, representam e explicam simbolicamente as realidades, as
experiências humanas e os conhecimentos produzidos nas diversas esferas de
atuação do homem.
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Os objetivos específicos utilizados para atingir o objetivo geral são: refletir sobre
as motivações responsáveis pela necessidade, do homem, de produção e fruição
da língua Portuguesa; reconhecer a importância da Língua Portuguesa em
contextos de aplicação a vida em sociedade e identificar as possíveis didáticas
que possam facilitar o processo de aprendizagem e proporcionar a consciência
pela importância da aquisição da Língua.

A metodologia utilizada na pesquisa foi uma abordagem teórica metodológica,


onde a mesma foi pautada em uma pesquisa qualitativa, com caráter bibliográfico,
assim, diversos autores puderam prestar suas contribuições para esse trabalho

Desenvolvimento

LÍNGUA PORTUGUESA E ENSINO FUNDAMENTAL


A linguagem verbal manifestada nos usos da língua nas mais diversas situações
das atividades humanas representa e/ou determina as experiências do homem na
vida social, produzindo significados que constroem múltiplas identidades. Como
afirma Rajagopalan (1998, p. 41), “a identidade de um indivíduo se constrói na
língua e através dela”, o que, para Orland (2002, p. 203) resulta de que “ao
significar, nos significamos, e é nisto que consiste os processos de identificação”.
Para essas autoras, todo processo de significação e repetição histórica, que faz a
língua significar para o sujeito, que também se significa na produção de sentido,
constituído uma identidade; e deslocamento, lugar de interpretação, de produção
de outro sentido, que historicizar o repetível, também é constituinte da identidade.

Além disso, a linguagem materializa os confrontos que se estabelece na


sociedade, razão pela qual, o signo se torna arena onde se desenvolve a luta de
classes. Os fenômenos ideológicos estão ligados as condições em forma de
interação social, materializadas, de maneira mais explícitas ou menos, na palavra,
o que define a natureza ideológica do signo (SILVA; SOUSA, 2017).

A reflexão sobre estes fatos permite reconhecer os lugares sociais


constituído/constituinte nas/das interações verbais e identificar os espaços de
produção de sentidos dos diferentes seguimentos sociais nos discursos que se
intercruza na sociedade. Com esse reconhecimento e, desenvolvendo a
competência, na condição de usuário da língua o sujeito estará, em parte,
instrumentalizado para o exercício da cidadania, interpretando e produzindo
significados com os quais poderá interagir socialmente para construir e
transformar realidade social (VIEIRA; FERREIRA; SCHMIDLIN, 2010).

A prática da importância da Língua Portuguesa envolve essas atividades citadas,


que promovem a socialização: desenvolve o raciocínio, imaginação, o
relacionamento entre ideias, a capacidade de pensar e extrair significados e a
verbalização. Oferece aos alunos condições para prever sequências de ação,
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dirigir o próprio comportamento e participação das práticas com a Língua


Portuguesa no Ensino fundamental (VIEIRA; FERREIRA; SCHMIDLIN, 2010).

Desses significados, cabe mencionar aqueles constituídos a partir do uso estético


da linguagem verbal, cujo produto, a obra literária representa uma forma particular
da experiência humana, um modo singular de vivencia emoções e aflições. O
contato com essa dimensão estética da língua portuguesa, portanto, entre outras
experiências de natureza semelhante, permitem desenvolver a sensibilidade e a
criatividade, fatores de grande importância para a formação do homem
(ANTUNES, 2007).

Por outro lado, em sociedade como a nossa escolarizada, industrializada,


marcada pelo acelerado processo de produção de conhecimento, letrada enfim, o
acesso a manipulação e a produção de informações são determinantes para o
desenvolvimento de competências necessárias e valorizadas nas práticas sociais.
O trato com a informação, por sua vez, depende sobre maneira do domínio da
modalidade escrita da língua, principal veículo de difusão de conhecimento nesse
tipo de sociedade (SANTOS, 2009).

Nessa perspectiva a Língua portuguesa é importante entre outras a consolidação


e o aprofundamento da aprendizagem adquiridos no ensino fundamental,
possibilitando o prosseguimento dos estudos: a preparação básica para o trabalho
e a cidadania do educando; e o aprimoramento do educando como pessoa
humana, incluindo o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento
crítico. Consequentemente, o processo de ensino-aprendizagem de Língua
Portuguesa é sempre integrado, uma prática sugerindo os subsidiando outra, para
revelar, usar, desenvolver, avaliar, refletir, aprofundar, sistematizar, criar e
dominar as capacidades e habilidades comunicativas interativas necessárias ao
uso da Língua Portuguesa no Ensino fundamental. O domínio da linguagem
representa para o ser humano condição indispensável para seu convívio em
sociedade (SANTOS, 2009).

Assim, levando em outra a necessidade de compreender a língua como


constituinte de identidade e da dinâmica social, e como forma desse acesso e
produção de conhecimento, que se realizadas na sociedade letrada, predominante
através da escrita contribuindo para entre outros fatores, o desenvolvimento de
estudos e a qualificação de trabalhos; e, considerando a responsabilidade ética e
dimensão estética dos usos sociais da linguagem verbal, torna-se necessário que
o objetivo do ensino de língua portuguesa na escola se dirija para a ampliação das
atividades verbais do aluno, para as diversas situações e interação social, por
meio do desenvolvimento de competência e habilidade relacionadas ao uso de
expressões orais e escritas a reflexão sobre a língua, inclusive na sua dimensão
estética-literária (SILVA; SOUSA, 2017).

Cabe mencionar que, como fica estabelecido nos PCNEM, o desenvolvimento da


competência linguística do aluno […] não está pautada nas exclusividades do
domínio técnico de uso da língua legitimada pela norma padrão, mas,
principalmente, saber utilizar a língua portuguesa em situações subjetiva e/ou
objetiva que exija graus de distanciamento de reflexão sobre contexto e estatuto
de interlocutores a competência comunicativa vista pelo prisma da referência do
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valor social e simbólico da atividade linguístico e dos inúmeros discursos


concorrentes (BRASIL, 1999).

Trata-se, nesse caso, de considerar a língua não somente como instrumento de


comunicação, mais de atendê-la, como prática social (SILVA; SOUSA, 2017).

Sobre esse modo particular de uso da língua portuguesa o ser humano tem com o
aprendizado, relações de natureza erótica. A linguagem é objeto de amor e às
vezes de ódio, e fonte de prazer. As estruturas limitadoras da língua portuguesa,
as normas sociais que impõe, opõem-se à tendência natural para a liberdade,
para a imaginação criadora. O princípio do prazer manifesta-se nas duras
realidades da aprendizagem. A Língua é um jogo (uma estrutura) cujas regras são
falseáveis que autoriza todos os golpes contestáveis, sem que seja possível
delimitar com precisão o conjunto de golpes permitidos e aqueles que não o são
(AMARAL, et al, 2012).

Ainda a respeito dos objetivos da importância da língua materna, os próprios


documentos que regulamenta e orienta o processo educacional no país os
definem claramente. No Art. 22 da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional-LDB 9.394- fica determinado que educação básica (ensino fundamental
e médio) tem por finalidade: desenvolver o educando, assegura-lhe a formação
comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer meios para
progredir no trabalho e em estudo posterior. Para que se cumpram partes dessa
determinação, está regulamentado, no Art. 26, 1º da referida Lei, que os currículos
[da educação básica] […] deve abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua
portuguesa (AMARAL, et al, 2012).

O Art. 32 da mesma Lei determina que o Ensino Fundamental […] terá por objetivo
a formação básica do cidadão, mediante [entre outras estratégias] o
desenvolvimento da capacidade de aprender, dando como meios básicos e pleno
domínio da leitura e da escrita […] nos PCN, que apresenta orientações para a
prática pedagógica nessa etapa de escolarização, o ensino de Língua Portuguesa
aparece com objetivo de permitir que o aluno amplie o domínio ativo do discurso
nas mais diversas situações comunicativas, sobretudo nas instancias pública no
uso da linguagem, de modo a possibilitar sua isenção efetiva no mundo da escrita,
ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da cidadania
(BRASIL, 1998).

LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS CARACTERÍSTICAS


A matriz de fundamentação e competências linguísticas básicas que o aluno
deveria desenvolver ao longo do ensino fundamental, parte da prática pedagógica
de língua portuguesa nessa etapa de escolarização. Foi sugerido ainda um
conjunto de conhecimento do qual o aluno, deverá apropriar-se para que essas
competências e habilidades possam ser construídas, além de alguns valores e
atitudes que estamos subjacentes às práticas de linguagem sugeridos em sala de
aulas, deverão possibilitar ao aluno assumir uma postura ética e responsável
como usuário da língua portuguesa nas práticas sociais (SANTOS, 2009).
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O espaço da língua portuguesa na escola é garantir o uso ético e estético da


linguagem verbal, fazer compreender que na linguagem é possível transformar/
reiterar o social, o cultural, o pessoal; aceitar a complexidade humana, o respeito
pelas falas como parte das vozes possíveis e necessárias para o desenvolvimento
humano enfim, fazer o aluno se compreender como um texto em diálogo constante
como outros textos (BRASIL, 1999).

Cabe observar que, no caso do ensino de Língua Portuguesa no Ensino


fundamental as competências e habilidades que o aluno deverá desenvolver neste
período é um aprofundamento do nível de complexidade das que já vinham sendo
construídas ao longo do Ensino Fundamental, já que, desde o início da
escolarização, as finalidades do trabalho pedagógico com a língua materna visam
à progressiva ampliação dos saberes linguísticos do aluno, necessários para a
participação ativa nas práticas sociais (TRAVAGLIA, 2006).

Em relação como se apresenta as competências e as habilidades, é importante


fazer uma divisão em três categorias: aquelas relacionadas aos usos da língua
oral e da língua escrita nas diversas situações de interação social: aquelas que
dizem respeito à capacidade de reflexão sobre a língua portuguesa no ensino
fundamental e as que se referem a análise das obras literárias. Tal categorização
representa apenas uma tentativa de orientar o trabalho de planejamento do
Ensino da Língua Portuguesa, já que a ampliação das atividades verbais dos
alunos para a interação social, objetivo de ensino da disciplina, pressupõe a
mobilização conjunta das diversas competências e habilidades linguísticas
(BONATTO, 2015).

Diante disso, percebe-se numa determinada situação de interação verbal como a


leitura de obra literária, a competência linguística a ser de obra literária, a
competência linguística a ser demonstrada pelo leitor, pressupõe a mobilização de
competências e habilidades relacionadas a prática de leitura desse tipo de texto,
assim como a pratica de análise dos recursos linguísticos e dos elementos
literários que constituem a obra. A orquestração dessas diversas competências e
habilidades é que caracterizará uma leitura competente do texto, atendendo aos
objetivos do leitor (AMARAL, et al, 2012).

Ensinar língua não é ensinar gramática, sobre isso nos diz numa de suas teses
básicas. Possenti (1996, p. 54) diz que:

Conhecer uma língua é uma coisa e conhecer sua gramática é outra. Que saber
uma língua é uma coisa e saber analisá-la é outra. Que saber usar suas regras é
uma coisa e saber explicitamente quais são as regras é outra. Que se pode falar e
escrever numa língua sem saber nada “sobre” ela, por um lado, e que, por outro
lado, é perfeitamente possível saber muito “sobre” uma língua sem saber dizer
uma frase nessa língua em situação real.

Quanto ao conjunto de conhecimento comentado, o autor convém esclarecer que


foi feito a correspondência gráfica entre cada competência (e suas habilidades) e
os conhecimentos exigidos para desenvolvê-la, visto que os conhecimentos,
quando necessita demonstrar competência para realizar uma determinada
atividade verbal. Assim, é que apenas listamos alguns conhecimentos de que, os
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alunos deverão apropriar-se para que realize suas atividades verbais com
competência em diferentes situações de interação social (BONATTO, 2015).

Do mesmo modo, a formação de valores e atitudes para o desempenho verbal


ocorre ao longo do desenvolvimento das diversas competências linguísticas. Daí
por que não ser possível associar cada valor e cada atitude que estão sendo
formados com cada competência que vai sendo construída pelos alunos
(AMARAL, et al, 2012).

Apresenta-se, apenas um conjunto de valores e atitudes que deverão estar sendo


formadas ao longo do trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa na Escola.

Portanto, os valores e atitudes sugeridos neste documento representam uma


adequação daqueles apresentados nos parâmetros curriculares nacionais para o
ensino fundamental a realidade dos alunos, já que, assim como as competências
e habilidades, esses valores e atitude devem estar sendo formados ao longo de
toda a Educação Básica (BONATTO, 2015).

PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO
Trata-se nesse momento do processo de escolarização no Brasil, onde muitos são
os pesquisadores, como, por exemplo, Soares (2005), expõem que “a escola
brasileira começa a expandir-se no século XIX, período da chamada
democratização do ensino”, traçando em linha reta no ensino de português com
uma norma padrão de tradição lusitana (Os lusitanos constituíram um conjunto de
povos ibéricos pré-romanos de origem indo-europeia que habitaram a porção
oeste da península Ibérica desde a Idade do Ferro).

A escola se encontrava numa situação delicada, pois até esse momento dava
suporte apenas aos membros da classe social dominante, e consequentemente
aos usuários que possuíam uma norma linguística de maior prestígio, mais
avançada, e a escola se via despreparada para corresponder a um atendimento
de qualidade à nova demanda educacional do país: alunos que utilizavam uma
variedade linguística bastante qualificada considerada como inferior e deficiente
(AMARAL, et al, 2012).

Diante dessa situação, os alunos que eram pertencentes a segmentos sociais de


menor prestígio social não conseguiam se destacar ou acompanhar a escola,
fracassando quase sempre, e esses fracassos podiam ser facilmente notados
através de altas taxas de repetência e grande evasão escolar, mas, acima de
todos esses fracassos estava a falta de preparo teórico metodológica das escolas
em receber e trabalhar o desenvolvimento desses alunos e consequentemente os
professores da época, que também tinham sua parcela de contribuição, pois
tomavam como objeto de ensino de língua portuguesa a já referida norma
linguística lusitana, e isso não gerava resultado, com o conhecimento e a
realidade linguística dos alunos (SILVA; SOUSA, 2017).

Depois de todos esses anos, mesmo com algumas mudanças sendo percebidas
pela própria sociedade, ainda assim existem alunos de menor prestígio linguístico-
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social que ainda continuam a não se desenvolver na escola e suas notas caem
consideravelmente, esse aluno é considerado como um indivíduo com uma
“deficiente”, e os professores precisam ter essa percepção (SILVA; SOUSA,
2017).

Em um livro elaborado para analisar as relações entre linguagem e escola,


Linguagem e escola, voltada para uma perspectiva social, Soares (2005) discute
as explicações que são provenientes do fracasso dos usuários de variedades
linguísticas dos que são desfavorecidos nas escolas (SOARES, 2005).

Nesse sentido, Soares (2005, p. 16) defende que “[…] a responsabilidade pelo
fracasso escolar dos alunos provenientes das camadas populares cabe à escola,
que trata de forma discriminativa a diversidade cultural, transformando diferenças
em deficiências”.

A diversidade linguística presente nas salas de aula hoje é muito grande e está
sendo avaliado pelos professores, quase sempre de forma negativa, e
infelizmente o encontro das diversas variantes linguísticas na escola não é
satisfatório, ou seja, não promove qualquer enriquecimento. De acordo com
Cardoso (1992, p. 127), esse encontro ocorre “[…] como forma de esmagamento
das individualidades e das regionalidades ou, até mesmo, de opressão social”. Em
outras palavras na escola:

Variações são concebidas, pelo professor em geral, como “erros”. E a atuação


desse professor, ou seja, a forma como ele procede diante de “erros”, a que ele
atribui como causas a esses, como os explica e como didaticamente tenta resolvê-
los parece não atender linguística e pedagogicamente às necessidades dos
alunos, nem corresponde ao que os estudos nessa área preconizam como o mais
indicado (PAVIANI; DAMIANI, 2001, p. 155-156).

Isso proporciona algo negativo acrescentado ao processo de


ensino/aprendizagem de língua portuguesa, pois leva a toda a sala de aula um
entendimento contrário do que são aulas de Língua Portuguesa, e os mesmos
passam a enxergar essa disciplina somente como uma obrigação, a saber,
português (SILVA; SOUSA, 2017).

Conclusão ou Considerações Finais


O presente artigo científico conseguiu atingir todos os objetivos ao qual se propôs,
inclusive o principal que foi compreender e utilizar a Língua Portuguesa no Ensino
Fundamental como fonte geradora de significados que estruturam, representam e
explicam simbolicamente as realidades, as experiências humanas e os
conhecimentos produzidos nas diversas esferas de atuação do homem.

Diante disso, o trabalho revelou pontos fundamentais, como por exemplo,


compreendeu-se que no caso do ensino de Língua Portuguesa no Ensino
fundamental as competências e habilidades que o aluno deverá desenvolver neste
período é um aprofundamento do nível de complexidade das que já vinham sendo
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construídas ao longo do Ensino Fundamental, já que, desde o início da


escolarização, as finalidades do trabalho pedagógico com a língua materna visam
à progressiva ampliação dos saberes linguísticos do aluno, necessários para a
participação ativa nas práticas sociais. Outro ponto bastante significativo foi
conhecer o processo de escolarização no Brasil, e perceber ao mesmo tempo em
que algumas situações não mudaram tanto, como é o caso dos alunos que eram
pertencentes a segmentos sociais de menor prestígio social não conseguiam se
destacar ou acompanhar a escola, fracassando quase sempre. Assim, esses
foram alguns dos ganhos extraídos pela pesquisa bibliográfica.

Portanto, o trabalho deixa um alerta sobre a língua portuguesa, pois, é necessário


aproveita-la melhor e de fato colocá-la em prática no cotidiano em que se vive e
atua, e enfatizar que em todos os níveis de ensino ela é determinante para a
formação do cidadão.

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10

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