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Aula 07- Alfabetização e

Letramento II
Trabalhar com leitura e produção de textos escritos e orais
Desenvolver a proficiência em leitura e produção de diversos gêneros
tanto orais quanto escritos tem sido a finalidade da prática docente
preconizada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) como fundamento
do trabalho com a língua portuguesa na escola brasileira.
Nessa perspectiva, esse documento destaca a concepção interacionista
da linguagem e a abordagem da língua portuguesa sob a perspectiva dos
gêneros textuais.
A partir disso, pretende-se qualificar a competência discursiva do aluno
cidadão, o qual é usuário da língua, a fim de torná-lo proficiente na leitura e
na produção de textos orais e escritos incluídos nas mais diversas práticas
discursivas. Presentes não só no seu contexto diário, mas também nas que
ultrapassam a sua esfera de prática social.
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Letramento II
EMBASAMENTO TEÓRICO
Os PCNs (1998:12) preconizam que “toda a educação comprometida com o
exercício da cidadania precisa criar condições para que o aluno possa desenvolver
sua competência discursiva”. Consoante com essa orientação, esse documento prevê
o ensino da Língua Portuguesa sob a perspectiva de gêneros (textuais e discursivos)
tanto orais quanto escritos, já que eles são indissociáveis da vida social e cultura do
aluno.
Dessa forma, o trabalho com os gêneros possibilita ao aprendiz tanto o
desenvolvimento das suas competências de leitura e de produção oral e/ou escrita
quanto um ensino da língua com ênfase na pluralidade sócio-cultural.
Frente a isso, muitos estudiosos e pesquisadores da linguagem têm
desenvolvido estudos sobre análise de gêneros e a sua aplicabilidade na
metodologia de ensino tanto de Língua Portuguesa quanto de Língua Estrangeira.
Diante disso, para desenvolver o presente trabalho, tomamos como base conceitos
sobre gênero de diferentes autores.
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O trabalho com gêneros advém de épocas remotas. Há muito tempo, essa
terminologia circula entre os estudos literários do Ocidente. A análise dos gêneros
literários iniciou com Platão para então se firmar com Aristóteles e, assim,
propagou-se até chegar aos estudos lingüísticos.
Na contemporaneidade, firmou-se o conceito desenvolvido por Bakhtin. Para
esse teórico (1997:279), a língua materializa-se em enunciados orais e escritos que
pertencem a uma ou outra esfera de comunicação.
Tais enunciados refletem as finalidades de cada uma dessas esferas que variam
de acordo com a escolha da temática, do estilo e da construção composicional.
Dessa forma, os enunciados são “marcados pela especificidade de uma esfera
de comunicação” que elabora seus “tipos relativamente estáveis de enunciados”
denominados gêneros do discurso.
Swales (1990:33) aponta que “hoje, gênero é facilmente usado para referir uma
categoria de discurso de qualquer tipo, falado ou escrito, com ou sem aspirações
literárias”.
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Nessa linha, Meurer (2002:18) entende gênero como um “tipo específico
de texto de qualquer natureza, literário ou não, oral ou escrito, caracterizado e
reconhecido por função específica e organização retórica mais ou menos típica
e pelos contextos onde é utilizado”.
Os gêneros discursivos e/ou textuais fazem parte de uma sociedade, de
uma cultura, pois ordenam o nosso dia-a-dia. Isso porque, em cada situação de
comunicação, estamos ancorados em algum gênero já existente, daí a
impossibilidade de estudá-lo independentemente das relações sócio-
comunicativas.
Marscuschi (2003:3) aponta que “quando dominamos um gênero textual
não dominamos uma forma linguística e sim uma forma de realizar
linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares".
Complementa ainda que, relacionados com as diferentes situações
comunicativas e associados às necessidades sócio-culturais, os gêneros não são
estanques, mas sim “maleáveis, dinâmicos e plásticos”.
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Maingueneau (2001:8) destaca que gêneros do discurso são “dispositivos de
comunicação que só podem aparecer quando certas condições sócio-históricas
estão presentes”. Dessa forma, os gêneros se modificam com o transcorrer do
tempo, o que resulta transformações de conteúdo e de forma visando satisfazer às
necessidades das práticas comunicativas.
Ainda para Marcuschi (2002:35), “o trabalho com os gêneros textuais é uma
extraordinária oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos
autênticos do dia-a-dia”. Dessa forma, ressalta que, no ensino, pode-se trabalhar
com gêneros para incentivar os alunos a produzirem ou analisarem eventos
linguísticos tanto orais quanto escritos existente no seu contexto de atividade
discursiva.
Tendo como base essas conceituações, percebemos a razão pela qual os PCNs
enfatizam a importância de se trabalhar com os gêneros textuais em sala de aula.
A interação humana é mediada pela linguagem materializada em algum gênero
oral e/ou escrito e o trabalho com gêneros textuais em sala de aula proporciona a
análise do funcionamento não só da linguagem, mas também da sociedade.
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Produção de textos orais
Autor: Cecília M. A. Goulart,
Instituição: Universidade Federal Fluminense-UFF,
Atividade essencial no período da alfabetização, a produção de textos
orais é importante ao longo de todo o processo de escolarização, sobretudo na
Educação Infantil e nos anos iniciais do primeiro segmento do Ensino
Fundamental.
Os saberes, sentimentos, valores de nossas crianças, tudo é expresso
com a linguagem verbal desde o momento em que começam a se entender no
mundo.
A linguagem oral se produz continuamente abraçada a outras formas de
expressão, cujos elementos também externam conhecimentos dos falantes:
gestos, sons, cores, números, letras, movimentos. A relevância desta atividade
no processo de alfabetização se caracteriza por três dimensões entrelaçadas.
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A primeira dimensão: a relevância de práticas pedagógicas interativas,
em que os participantes falem e sejam ouvidos – em que todos vivam a
experiência de interagir e dialogar. Conversando, nos apresentamos para os
outros, expomos peculiaridades, sentimentos e conhecimentos e, do mesmo
modo, nos aproximamos dos outros para conhecê-los. Essas interações são
fundamentais para os integrantes do processo pedagógico se legitimarem
como partes do grupo e se sentirem dispostos a trocar saberes, construindo
conhecimentos juntos, de forma participativa e colaborativa.
A segunda dimensão: a experiência dos alunos com a cultura letrada se
constitui por meio de práticas orais, via materiais escritos e conhecimentos
específicos da constituição do sistema alfabético na sala de aula. Reflexões e
perguntas sobre a composição de palavras em letras, o destaque a rimas, as
semelhanças e diferenças entre unidades da língua em palavras e textos, e
também sobre suportes de textos e sentidos do escrito, a relação entre a fala
e a escrita, entre outros, podem ser temas de conversas.
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A terceira dimensão: a importância de atividades que, deliberada e
reflexivamente, focalizem a produção de gêneros do discurso orais. Podem-se
aproveitar situações sociais do cotidiano das crianças para sugerir a criação de
ações como convidar, listar, avisar, dar recados, contar histórias, entrevistar,
relatar, expor um problema – individualmente, em duplas ou coletivamente –,
explorando elementos ao longo de cada criação: tema do texto, objetivo,
destinatário, tratamento, extensão e características próprias a cada gênero.
A organização e a encenação de pequenos diálogos sociais típicos
também se mostram atividades produtivas: na escola, na rua, no médico, no
mercado, em programas de TV, ao telefone e em outras situações escolhidas
pela turma. O tom das cenas? Triste? Engraçado? E o registro? Formal?
Informal? As crianças podem fazer ensaios, variações, revisões. Ao final, todos
conversam e comentam sobre as apresentações, observando pontos positivos
e negativos, gerando temas e situações para novas atividades orais.
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OBSERVE AS MENSAGENS DE CADA PLACA ABAIXO, FAÇA A CORREÇÃO SE SOUBER:

R:__________________________ R:__________________________

R:______________________________ R:_______________________________
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Questão 14- Desenvolver a proficiência em leitura e produção de diversos gêneros tanto orais quanto escritos tem
sido a finalidade da prática docente preconizada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) como fundamento
do trabalho com a língua portuguesa na escola brasileira.
Nessa perspectiva, esse documento destaca a concepção interacionista da linguagem e a abordagem da
língua portuguesa sob a perspectiva dos gêneros textuais.
A partir disso:
A) pretende-se desqualificar a habilidade discursiva do aluno cidadão, o qual é usuário da língua, a fim de torná-lo
proficiente na leitura e na produção de textos orais e escritos incluídos nas mais diversas práticas discursivas.
Presentes somente no seu contexto diário, mas também nas que ultrapassam a sua esfera de prática social.
B) pretende-se quantificar a competência discursiva do aluno cidadão, o qual é usuário da escrita, a fim de torná-lo
eficiente na leitura e na produção de textos orais e escritos incluídos nas mais diversas práticas discursivas.
Ausentes não só no seu contexto diário, mas também nas que ultrapassam a sua esfera de prática social.
C) pretende-se qualificar a competência discursiva do aluno cidadão, o qual é usuário da língua, a fim de torná-lo
proficiente na leitura e na produção de textos orais e escritos incluídos nas mais diversas práticas discursivas.
Presentes não só no seu contexto diário, mas também nas que ultrapassam a sua esfera de prática social.
D) pretende-se ampliar a competência discursiva do aluno em questão , o qual é usuário da língua, a fim de torná-
lo proficiente na leitura e na produção de textos orais e escritos incluídos nas mais diversas práticas discursivas.
Presentes em seu contexto diário, mas também nas que ultrapassam a sua esfera de prática social.
E) pretende-se desmistificar a habilidade discursiva do aluno cidadão, o qual é usuário da escrita a fim de torná-lo
proficiente na leitura e na produção de textos orais e escritos incluídos nas mais diversas práticas discursivas.
Presentes não só no seu contexto diário, mas também nas que ultrapassam a sua esfera de prática social.
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Questão 15- Considere as afirmações sobre o embasamento teórico de como Trabalhar com leitura e
produção de textos escritos e orais:
I- O trabalho com gêneros advém de épocas remotas. Há muito tempo, essa terminologia circula entre
os estudos literários do Ocidente. A análise dos gêneros literários iniciou com Platão para então se
firmar com Aristóteles e, assim, propagou-se até chegar aos estudos linguísticos.
II-Na contemporaneidade, firmou-se o conceito desenvolvido por Bakhtin. Para esse teórico
(1997:279), a língua materializa-se em enunciados orais e escritos que pertencem a uma ou outra
esfera de comunicação.
III-Tais enunciados jamais refletem as finalidades de cada uma dessas esferas que variam de acordo
com a escolha da temática, do estilo e da construção composicional.
IV-Dessa forma, os enunciados são “marcados pela especificidade de uma esfera de comunicação” que
elabora seus “tipos relativamente estáveis de enunciados” denominados gêneros do discurso.
V-Swales (1990:33) aponta que “hoje, gênero é facilmente usado para referir uma categoria de
discurso de qualquer tipo, falado ou escrito, com ou sem aspirações literárias”.
Das afirmações anteriores a única INCORRETA é:

A) I B)II C)III D)IV E)V


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Questão 16- Os gêneros discursivos e/ou textuais fazem parte de uma sociedade, de uma cultura, pois ordenam o nosso dia-a-
dia. Isso porque, em cada situação de comunicação, estamos ancorados em algum gênero já existente, daí a impossibilidade de
estudá-lo independentemente das relações sócio-comunicativas.
Sobre o tocante assunto, vários estudiosos deixaram suas contribuições EXCETO:

A) Meurer (2002:18) entende gênero como um “tipo específico de texto de qualquer natureza, literário ou não, oral ou escrito,
caracterizado e reconhecido por função específica e organização retórica mais ou menos típica e pelos contextos onde é
utilizado”.
B) Marscuschi (2003:3) aponta que “quando dominamos um gênero textual não dominamos uma forma linguística e sim uma
forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares". Complementa ainda que,
relacionados com as diferentes situações comunicativas e associados às necessidades sócio-culturais, os gêneros não são
estanques, mas sim “maleáveis, dinâmicos e plásticos”.
C) Maingueneau (2001:8) destaca que gêneros do discurso são “dispositivos de comunicação que só podem aparecer quando
certas condições sócio-históricas estão presentes”. Dessa forma, os gêneros se modificam com o transcorrer do tempo, o
que resulta transformações de conteúdo e de forma visando satisfazer às necessidades das práticas comunicativas.
D) Ainda para Marcuschi (2002:35), “o trabalho com os gêneros textuais é uma extraordinária oportunidade de se lidar com a
língua em seus mais diversos usos autênticos do dia-a-dia”. Dessa forma, ressalta que, no ensino, pode-se trabalhar com
gêneros para incentivar os alunos a produzirem ou analisarem eventos linguísticos tanto orais quanto escritos existente no
seu contexto de atividade discursiva.

E) Bakhtin(1997;279) aponta que “hoje, gênero é facilmente usado para referir uma categoria de discurso de qualquer tipo,
falado ou escrito, com ou sem aspirações literárias”.
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Questão 17-No texto:Produção de textos orais
Autora: Cecília M. A. Goulart,
Instituição: Universidade Federal Fluminense-UFF, a autora comenta que:
Atividade essencial no período da alfabetização, a produção de textos orais é importante ao longo de todo o
processo de escolarização, sobretudo na Educação Infantil e nos anos iniciais do primeiro segmento do Ensino Fundamental.
Os saberes, sentimentos, valores de nossas crianças, tudo é expresso com a linguagem verbal desde o momento em
que começam a se entender no mundo.
A linguagem oral se produz continuamente abraçada a outras formas de expressão, cujos elementos também
externam conhecimentos dos falantes: gestos, sons, cores, números, letras, movimentos. A relevância desta atividade no
processo de alfabetização se caracteriza por três dimensões entrelaçadas.
Com base em seus conhecimentos e nas discussões realizadas em sala de aula, comente sobre :
I-Primeira dimensão:
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_________________________________________________________
II-Segunda dimensão:
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_________________________________________________________
III-Terceira Dimensão:
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Questão 18-Observe as mensagens de cada placa abaixo, tente fazer a correção :

R:________________________ _________________ ____________________ _____________________


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REFERÊNCIAS DA AULA
http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais
/SENALE_IV/IV_SENALE/Nara_Augustin_varios.ht
m
http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioce
ale/verbetes/producao-de-textos-orais
www.google.com.br/search?
q=placas+com+erros+ortograficos+engraçados&sa
=X&tbm=isch&tbo=u&source=univ&ved=2ahUKE
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