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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Letras Libras
Disciplina: Introdução aos Estudos da Ciência da Linguagem
Docente: Simone Lorena da Silva Pereira
Discente: Lydiane Fonseca de Carvalho
Gilvaneide Azevedo Cavalcanti

O texto de Oliveira e Wilson Linguística e Ensino traz as diferentes


concepções de língua e gramática sobre o ensino da língua. Concepções que tem
como base “Práticas de uso da linguagem em tempos, lugares, sociedade e culturas
específicas, relações antes consideradas extralinguísticas, e, portanto, fora do
escopo das ciências linguísticas” (LOPES apud OLIVEIRA & WILSON, 2005, p.
158). Ao fazermos a escolha de uma determinada teoria também estamos aderindo
a uma dada concepção de linguagem.
A pragmática estuda o significado pelo ponto de vista do falante e a relação
do significado das palavras, os interlocutores e o contexto. Por exemplo, na
pergunta: Você sabe que horas são? A frase pode ser interpretado como um pedido
de informação, ou como um convite para que alguém se retire. Essa teoria se refere
ao ponto de vista do interlocutor que leva em consideração “os diversos usos
linguísticos como contextos reveladores da pluralidade e diversidade de lugares
sociais” (OLIVEIRA & WILSON, 2005, p. 158)
A sociolinguística, conhecida também como variacionista, compreende os
diversos usos linguísticos. Tem crescido o número de estudos nessa área,
pesquisando assim a prática e uso real da língua. Dentro dessa teoria, compreende-
se que a norma culta não seria a única variação linguística, mas sim um exemplo de
variação apenas, embora seja ela marca de prestígio social. (OLIVEIRA & WILSON,
2005, p. 160)
Essa teoria também contribui com a atuação do professor, uma vez que esse
começou a pensar o seu trabalho a partir do conhecimentos linguísticos prévios do
aluno, valorizando-os, reconhecendo a distinção entre a forma linguística das
classes de populares e a norma culta, e que essas não devem ser consideradas
uma inferior à outra.
A compreensão da sociolinguística possibilita à escola considerar os usos
linguísticos dos alunos, a partir do conhecimento linguístico do discentes ensinar-
lhes a língua padrão que é relevante também devido o seu “caráter político e
ideológico”, sem desconsiderar sua língua usual. (OLIVEIRA & WILSON, 2005, p.
161)
Diante da concepção estudadas, a sociolinguística traz um discurso muito
interessante para aprendizagem do aluno, quando essa defende que devemos ter
como base no ensino quais conhecimentos o aluno traz consigo. Pois usamos a
linguagem de formas diferentes em cada situação. Falamos informalmente quando
estamos no grupo de amigos, porém numa reunião no ambiente de trabalho
procuramos moldar o nosso vocabulário nos expressando dentro da norma culta.

Para ocorrer a aprendizagem, a interação social deve acontecer


dentro da zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que seria a
distância existente entre aquilo que o sujeito já sabe, seu
conhecimento real, e aquilo que o sujeito possui potencialidade para
aprender, seu conhecimento potencial. (Vygotsky)

Levando em consideração Vygotsky, o sujeito aprende com o meio na qual


está inserido e é o ambiente escolar que trará novos conhecimentos para a vida do
aluno. Então, a sociolinguística é de extrema importância, pois possibilita essa
interação entre diferentes costumes, sotaques, variedades regionais, de gêneros, de
idade, levando consequentemente o indivíduo a um progresso na língua, construindo
assim sua identidade social e cultural.
Na concepção funcionalista no que diz respeito a aquisição da linguagem, a
criança constrói sua gramática a partir das situações de interação com os membros
de sua comunidade. “Os funcionalistas concebem a linguagem como um instrumento
de interação social”. (CUNHA, 2015, p. 157)

Portanto, cabe a escola munir-se de instrumental teórico


metodológico eficiente para lidar com esses novos alunos cidadãos
brasileiros com direito a uma educação de qualidade. Nesse sentido,
uma das primeiras tarefas da escola é a consideração dos usos
linguísticos desses alunos como forma genuína de expressão da
língua portuguesa conveniente e adequada a sua inserção social.
(OLIVEIRA & WILSON, 2005, p. 161)

Diante da discussão do autor sempre devemos levar em consideração o


conhecimento prévio desses alunos a sua língua não deve ser descartada e sim
aperfeiçoado para a forma padrão, culta da linguagem.
Enfim, a linguagem não é apenas comunicação e suporte de pensamentos
vazios é principalmente a interação entre os sujeitos é o meio na qual se está
inserido para uma possível modificação da linguagem adquirida previamente para
dar lugar a norma culta da língua em questão.
Sendo assim, o professor é um mediador desses conhecimentos ajudando o
discente a fortalecer o seu vocabulário diariamente oferecendo o suporte necessário
para que exista de certo uma aprendizagem dos usos e funcionalidades da língua.
Refletindo sobre toda essa compreensão de língua. Compreendendo que o
docente é um par mais experiente com a função de mediador do conhecimento aos
alunos, devemos considerar aqui o professor como afirmava Freire “ensinar exige
pesquisa” e “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”, bem como
compreendendo o “inacabamento do ser humano” (FREIRE, 1996, p. 53). O docente
deve estar em contante busca de compreender seus alunos, para assim poder
ajuda-los.
Pensar o ensino para surdos com base na sociolinguística nos ajuda a
respeitar as individualidades de cada aluno, já que essa teoria considera os sujeitos,
a escola, a região etc. Ensinar os surdos têm algumas peculiaridades já que esses
indivíduos têm língua e cultura própria. Além da língua tem uma gramática
específica. Um professor de surdos eficiente tem que considerar todas essas
questões abordadas.

REFERÊNCIAS

CUNHA, Angélica Furtado da. Funcionalismo. In: MARTELLOTA, Mário Eduardo


(Org.). Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2015.

OLIVEIRA, Mariângela Rios de; WIILSON, Victoria. Linguística e Ensino. In:


MARTELOTTA, Mário Eduardo et. al. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto,
2015.

Disponível em: ˂https://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-


vygotsky/˃ acesso em: 25 de nov. de 2018.

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