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São Paulo
2012
CESAR AUGUSTO SINICIO MARQUES
obtenção do grau de
Especialista.
São Paulo
2012
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Marques, Cesar Augusto Sinicio
16 fl.
Orientador:
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RESUMO
percebe-se em sua formulação uma preocupação em tornar o aluno melhor capaz posicionar-se de
maneira crítica e de utilizar diversas linguagens para expressar e comunicar suas idéias. A
linguagem, como tida por Vigotski, será determinante no desenvolvimento de tal compreensão e
do acesso a níveis mais complexos de pensamento. Será papel da escola, portanto, permitir,
provocar e potencializar “o acesso a uma variedade de atmosferas que doutra maneira lhe
estariam vedadas ou só lhe seriam parcialmente acessíveis” (SIMONE apud BECHARA, 2009).
Através de um estudo bibliográfico das metodologias de ensino de língua estrangeira oral para
níveis avançados, nas quais há preocupação em aumentar o acesso a níveis mais eficazes de
comunicação por meio de uma maior consciência das diferentes funções e estruturas da
BECHARA, 2009), o presente estudo pretende propor atividades práticas que possam ser
utilizadas em sala de aula de maneira a permitir que os alunos tenham controle mais eficaz de
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ABSTRACT
The Brazilian Parameters for Education (PCNs) for Portuguese demonstrate concern toward
leading students into a better use of multiple medias to express themselves and communicate
better, along with a push towards critical thinking. Language, as described by Vigotski, will be
determinant to the development of such abilities and to allow further access to more complex
levels of though. The school’s role will be to allow, provoke and grow the potential to the “access
BECHARA, 2009). Through a bibliographical study of the methodologies to teach foreign oral
language to advanced students, where there is an effort to increase the efficacy of communication
via awareness raise of the different functions and structures of the language (THORNBURY,
2007), along with an analysis of the proposals on how to teach native language grammar so as to
raise the potential of expression (TRAVAGLIA, 2009 and BECHARA, 2009), the present study
aims at proposing practical activities to be used in classroom which will allow students to have
better control of their oral productions in their native tongue, a more efficient critical thinking and
the development of their autonomy to push them towards the citizens described in the PCNs.
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SUMÁRIO:
RESUMO....................................................................................................................................4
ABSTRACT................................................................................................................................5
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................7
DESENVOLVIMENTO.............................................................................................................9
CONCLUSÃO..........................................................................................................................13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................14
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INTRODUÇÃO
examinar a literatura de propostas de prática de ensino de língua que estejam alinhadas com a
diferentes contextos e situações, resultando em propostas práticas para uso em sala de aula.
Acreditamos que ao criar uma lista elementar de atividades que possam ser assim utilizadas
estaremos promovendo aquilo que os PCNs propõem-se a trazer para os alunos: maior autonomia
Segundo Vigotski: “Todas as funções psíquicas superiores são processos mediados, e os signos
constituem o meio básico para dominá-las e dirigi-las. (...) Na formação de conceitos, esse signo é
torna-se o seu símbolo” (2003). Assim sendo, o domínio desse objeto intermediário lingüístico,
ser dispensada em função da presença física dos objetos que mentalmente simboliza, o mesmo
que as palavras-meio que lhes dão forma mental sejam de fato correspondente a símbolos no
pensamento.
construtivo nas diferentes situações sociais por parte dos alunos é fundamental que os alunos
tenham entendimento pleno e consciente de que existem diferentes situações sociais e que tais
“Um domínio social é um espaço físico onde as pessoas interagem assumindo certos
papéis sociais. Os papéis sociais são um conjunto de obrigações e direitos definidos por
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normais socioculturais. Os papéis sociais são construídos no próprio processo da interação
humana. Quando usamos a linguagem para nos comunicar, também estamos construindo e
reforçando papéis sociais próprios de cada domínio. (...) Quando observamos um diálogo
entre mãe e filho, por exemplo, verificamos características lingüísticas que marcam ambos
os papéis.”
todas as ocasiões, menos ainda é clara a distinção de que modalidades diferentes da língua, ou na
fala de Bechara (2009), diferentes “línguas funcionais”, recebem valorização social distinta,
algumas de mais e outras de menos prestígio. Dá-se então que para seguir o plano proposto pelo
PCN é necessário clarificar tais distinções. Mais do que “corrigir o erro”, é preciso compreender
A proposta do trabalho é distinguir entre as práticas de ensino propostas por Travaglia (2003
e 2009) para o ensino de língua materna e as de Thornbury para ensino de língua inglesa na
modalidade oral para alunos avançados, aquelas que se destacam como promotoras de um uso
mais consciente da língua. Acreditamos que através dessas práticas estaremos habilitando o aluno
para aquelas funções descritas nos PCNs aumentando o repertório gramatical e lexical do aluno,
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DESENVOLVIMENTO
do uso já bem organizado de estruturas mais simples da língua, o aluno possa fazer uso de
mais clara e eficaz. Tal desafio é muito semelhante àquele do professor de língua materna. Os
alunos brasileiros dominam a língua portuguesa em sua variedade coloquial e usual e conseguem
através do seu uso realizar aquilo que lhes é urgente e necessário. Tornar esses alunos conscientes
das estruturas que já se utilizam e fazer uso das mesmas para ensiná-los a respeito de outras
Na medida em que os alunos passem a ter maior acesso a esferas mais abstratas da língua
portuguesa e tenham condições de identificar os diferentes domínios sociais com seus respectivos
modus operandi, os alunos estarão exercitando a capacidade de transitar entre diferentes usos da
pensamento e a linguagem têm relação inseparável, é possível supor que ao ser capaz de
o aluno também passará a ser capaz de desenvolver pensamentos abstratos mais complexos,
O discurso da necessidade da mudança nas práticas escolares tem permeado todo tipo de
produção acadêmica em anos recentes. O próprio texto dos PCNs contempla tais reivindicações
por um ensino que leve em conta variações lingüísticas e a questão do aprendizado eficaz. Todas
essas mudanças são necessárias para uma educação que gere autonomia e atuação crítica por parte
do aluno. Nesse sentido, com bibliografia exemplar e texto extremamente bem direcionado, os
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Parâmetros Curriculares Nacionais se apresentam como uma verdadeira locomotiva de
brasileiro não parece ter absorvido tais recomendações. Travaglia (2009) afirma que o ensino de
Língua Portuguesa das escolas de ensino fundamental e médio. “Estes, principalmente depois das
constantes e reiteradas críticas ao ensino de gramática nesse nível e também à própria teoria da
gramática tradicional e a gramática normativa, sentem-se angustiados sobre o que fazer em sala
associada à idéia de silêncio e fracasso, foi aos poucos surtindo o efeito de retirar tais práticas
descontextualizadas da sala de aula. Tal processo, baseado numa acertada visão de que punir o
aluno por utilizar-se da sua língua funcional, trazida da sua experiência primordial com a
linguagem, não só não faz sentido como fere a individualidade do discente que se torna cada vez
mais ausente do seu próprio processo de aprendizagem, tornando-o um mero repetidor mecânico
de conceitos que não lhe dizem respeito. O problema que surgiu daí, entretanto, é que ao retirar-se
o prestígio do ensino da gramática normativa tradicional nas escolas sem, entretanto propor uma
clara aplicação das pesquisas lingüísticas, os professores ficaram em uma posição delicada. Essa
seguir. O problema é que as linhas gerais são guias excelentes para a reflexão e orientação
que então seja possível promover um novo tipo de ensino de língua materna.
A idéia de que o pensamento elaborado pode ser potencializado pelo acesso às esferas mais
sofisticadas da língua está presente nos textos de Rafaelle Simone (apud BECHARA, 2009) que
“significa não apenas dotar a criança de um cômodo instrumento para superar as dificuldades
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técnicas impostas pela educação, mas, e, sobretudo, permitir-lhe o acesso a uma variedade de
atmosferas que doutra maneira lhe estariam vedadas ou só lhe seriam parcialmente acessíveis.”.
Também Travaglia (2003) indicará essa associação entre a educação em língua materna e a
qualidade de vida uma vez que quando dotado das ferramentas pertinentes a pessoa seria capaz de
viver melhor porque conseguiria veicular pela língua os significados ou sentidos que deseja e
compreender melhor os significados e sentidos que chegam até ela. A pessoa seria capaz ainda de
seja, o falante da língua será capaz de se colocar muito melhor na relação com os outros, com a
sociedade e a cultura em que vive (...). Um falante com tal capacidade tem uma qualidade de vida
muito maior, pois consegue se colocar como sujeito nas relações sociais, consegue utilizar a
Quanto aos métodos utilizados para chegar a essa proposta educativa, Thornbury (2007) em
seu livro “How to Teach Speaking” irá descrever atividades diversas para promover oralidade no
detalhes que podem tornar um aluno de língua estrangeira mais consciente daquilo que produz e
mais autônomo na sua capacidade. Ora, se ao lidarmos com a linguagem padrão temos usos e
termos que nos são diferentes daqueles utilizados na linguagem coloquial do dia-a-dia, temos que
aquelas propostas para levar o aluno a um uso autônomo e eficaz da língua podem ser de grande
valor para o professor de língua materna. Thornbury propõe, a título de exemplo, o uso de
gravações e passagens transcritas para aumentar a consciência que o aluno tem sobre o uso
de determinadas estruturas. A partir daí, ficará mais relevante falar de outros formatos possíveis e
situações que podem requerer tais usos. Seguindo tal raciocínio seria possível pensar em eixos
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temáticos que provocariam o uso mais ou menos freqüente de certo tipo de estrutura. Como
discussão com a provocação “Como você se sentiria no lugar de tal pessoa”. A discussão entre
estruturas e diferentes modalidades para então convidar os alunos a tentar desvendar que tipo de
operação lingüística estaria sendo expressa, que palavras condicionaram tal operação e em que
outras situações isso poderia ocorrer. Como resultado final, os alunos reunidos em grupo
poderiam desafiar uns aos outros com contextualizações diversas sendo que o grupo teria que
produzir a partir daquele contexto uma fala apropriada que comunicasse o sentido proposto.
Travaglia também propõe diversos exercícios práticos que poderiam levar a uma maior
conscientização sobre o uso da língua e dentre elas o uso de gravações e transcrições. Depois
define: “... qualquer atividade que peça ao aluno para passar de um dialeto para outro, de um
registro para outro, de uma forma para outra, serão exercícios de gramática de uso (...). Essas
atividades em conjunto levam os alunos a prestar atenção na condição de uso de formas que são
quanto ao ensino das regras da gramática normativa, “para não levar a comportamentos e atitudes
totalmente inaceitáveis com relação ao ensino da língua.” E ilustra com o exemplo facilmente
resgatável pela memória de quem já passou pela escola da fala do professor que condena as
repetições e diz que o bem falar ou bem escrever buscará sempre a variedade lexical que
evidencia riqueza de vocabulário. A seguir o autor apresenta um texto de Camões que usa em
(aqui seguirá lista com exercícios práticos, aplicação, correspondência no PCN e outras
informações relevantes)
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CONCLUSÃO
linguagem, também é uma operação mental traduzir conceitos em práticas. Acreditamos que os
PCNs são referenciais de valor ímpar na história da educação. Entretanto, sua formulação abstrata
que serve como “framework” ou moldura para trabalho, não é necessariamente factível na prática
Se por um lado o professor deve ser produtor de conhecimento bem preparado para criar
atividades pedagógicas a partir da necessidade local, por outro lado o repertório de professores
iniciantes precisa de estímulos sob os quais serão criadas alternativas mais sofisticadas e/ou
uma ‘tradução’ dos PCNs em atividades práticas ao mesmo tempo em que trouxe um repertório
básico de atividades que podem ser utilizadas para atingir os objetivos que os PCNs propõem.
É somente ao unir sólida formação teórica com práticas consistentes que o trabalho do
professor faz sentido. Há certamente muito mais na realidade empírica do dia-a-dia das aulas do
que a filosofia e a ciência da educação capturam até hoje. É, no entanto, fundamental que esses
eliminação do silêncio em favor da voz dos alunos e do professor em diálogos cada vez mais
harmoniosos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Summus, 1997.
dezembro de 1996.
1998.
CHOMSKY, Noam. Language and Mind. Reino Unido: Cambridge University Press, 2009.
Letras, 1996.
PRETI, Dino. Estudos de língua oral e escrita. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
THORNBURY, Scott. How to teach speaking. Reino Unido: Pearson Education Limited,
2007.
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TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. São
VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 8ª. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
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