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CIÊNCIAS: CONTEÚDOS E MÉTODOS

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS .................................. 5

FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA E SEUS CONTEÚDOS ........................ 10

CONTEÚDOS BÁSICOS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS .................... 14

MÉTODOS, TÉCNICAS E PRÁTICAS DE CIÊNCIAS........................... 23

O LIVRO DIDÁTICO COMO MATERIAL DE APOIO ............................. 25

Cientificidade e organização dos conteúdos ...................................... 27


Acessibilidade ao aluno...................................................................... 27
Contextualização ................................................................................ 28
Criticidade .......................................................................................... 28
Capacidade de mobilizar as capacidades e habilidades intelectuais dos
alunos ........................................................................................................... 29
Atualidade .......................................................................................... 29
Outras recomendações ...................................................................... 29
MATERIAIS PARA ENSINO-APRENDIZAGEM .................................... 31

Estratégias e recursos didáticos no ensino de ciências ..................... 31


1. Pesquisa e Investigação ............................................................. 31

2. Experimentação .......................................................................... 33

3. Uso de gêneros orais .................................................................. 35

4. Escrita sobre Ciências ................................................................ 36

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 38

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO

Os assuntos abordados na apostila ciências: conteúdos e métodos, tem


como objetivo subsidiar o processo de formação da área de docência em biologia
e práticas pedagógicas. Espera-se que através da leitura do conteúdo, esses
possam enriquecer o desenvolvimento de disciplinas relacionadas à teoria e
metodologia científica, de forma a, apresentar conteúdos e fundamentos teórico-
metodológicos do ensino de ciências.
Sabe-se que a cultura científica atualmente está presente de forma
circundante em nossa sociedade: em textos escritos ou audiovisuais, objetos
científicos, instrumentos de medida, radiografias, museus, medicamentos entre
outros, exigindo que os cidadãos saibam se posicionar e administrar essa
informação.
É importante lembrar que:
Os conceitos científicos são atrelados às manifestações culturais e
necessitam “ser reconstruídos em suas pluri determinações, contemplando as
novas condições de produção humana, respondendo, quer de forma teórica,
quer de forma prática, aos novos desafios propostos” (gasparin, 2009, p. 3).
O primeiro eixo contempla os fundamentos da ciência, abordando
aspectos históricos no direcionamento dos conteúdos, os objetivos estipulados
e questões quanto aos saberes relativos do tema. Já o segundo eixo prioriza
questões relacionadas à métodos, técnicas e práticas de ciências para a
aprendizagem do ensino, destacando materiais para ensino-aprendizagem, de
modo a, incentivar estratégias e recursos didáticos diversos para o ensino da
ciência.
Os textos visam também aumentar a compreensão das escolhas teóricas
que embasam a prática docente que são estabelecidas ao longo da formação e
atuação dos professores. Em outras palavras, como a orientação teórica é
reconhecida em termos de metodologia em um determinado campo, os
professores terão melhores condições para escolher suas percepções sobre o
homem, o mundo e a sociedade com mais autonomia.
A organização dos materiais é fixada em diferentes autores que discutem,
enfocam e orientam o trabalho das ciências. Também utilizamos autores que

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discutem questões técnicas, sociais e científicas em certo grau de métodos
sociológicos e filosóficos.

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A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS

Figura 1 - O que é Ciências

Fonte - Anderson

Segundo Cegalla,
Ciências é: 1- conjunto ou soma dos conhecimentos humanos
adquiridos por meio de observação sistemática, de pesquisa e de
métodos e linguagens próprios: os progressos da ciência. 2- campo de
estudo sistematizado voltado para qualquer ramo do conhecimento ; 3-
conhecimento; noção precisa; informação: a diretoria vai até a subsede
para tomar ciência do que está ocorrendo.4- arte, técnica; tecnologia.
5- disciplina escolar introdutória dos estudos científicos: estudamos
português, matemática e ciências. // neste caso se escreve com letra
maiúscula. (Cegalla, 2005, p. 195).

A partir dessa conceituação, observamos que ciência pode ser entendida


como sendo um conjunto de conhecimentos, um campo de estudo, uma arte ou
técnica. Além disso, ciência também se constitui como uma disciplina curricular.
A importância do ensino de ciências também está vinculado à noção de
que:

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A apropriação de seus conceitos e procedimentos pode
contribuir para o questionamento do que se vê e ouve, para a
ampliação das explicações acerca dos fenômenos da natureza, para a
compreensão e valoração dos modos de intervir na natureza e de
utilizar seus recursos, para a compreensão dos recursos tecnológicos
que realizam essas mediações, para a reflexão sobre questões éticas
implícitas nas relações entre ciência, sociedade e tecnologia. (Brasil
(c), 1997, p. 21 e 22).

Outro motivo para o ensino de ciências nos nossos dias está relacionado
Às mudanças no âmbito da produção, em razão do avanço da
ciência e da tecnologia, tem gerado uma situação de competitividade
no mercado mundial. Instalou-se, um novo paradigma produtivo em
nível mundial, o qual implica profundas mudanças na produção, na
aprendizagem, na difusão do conhecimento e na qualidade dos
recursos humanos (Lib Neo; Toschi; Oliveira, p. 95, 2003).

Aliás, é preciso recordar que, hoje, a preocupação crescente com a


eficácia da escola é tema que rompe as paredes da área específica da educação,
verificamos uma infinidade de setores da sociedade preocupados com o papel
da escola, os políticos, em seus discursos, o dono da fábrica e de escolas
particulares, a família, os grupos de elite e as minorias, pois todos parecem
reconhecer o valor da educação, ou seja, do papel que os saberes
disponibilizados pela escola podem desencadear na vida das pessoas em geral
(Polon, 2010).
Desse modo,
A ciência, portanto, merece lugar destacado no ensino como
meio de cognição e enquanto objeto de conhecimento. Isto é, sua
grande importância consiste, ao mesmo tempo, em elevar o nível do
pensamento dos estudantes e em permitir-lhes o conhecimento da
realidade – o que é indispensável para que as jovens gerações não
apenas conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem, mas
também, e sobretudo, saibam nele atuar e transformá-lo. (Saviani, n,
2003, p. 71. Apud. Geraldo, 2009, p. 83).

Dessa forma, na perspectiva da formação individual e da formação


coletiva, a educação, a escola, a família e a sociedade parecem entregar valores,
normas e saberes.

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O conhecimento científico gera poder, de manipulação e/ou
transformação da natureza e das estruturas sociais. Assim, a ciência
está necessariamente ligada aos interesses humanos, às
intencionalidades, às finalidades humanas. Então, a distribuição social
do conhecimento científico é parte fundamental da socialização dos
bens socialmente produzidos ao longo da história cultural do homem,
e representa uma parcela importante do poder socialmente produzido
ao longo da história da humanidade. (Geraldo, 2009, p.58).

A reflexão sobre o tipo de educação que melhor atenderia às


necessidades dos sujeitos no plano individual e coletivo, na sociedade
contemporânea, torna-se um desafio, pelo fato do desequilíbrio entre o aumento
da riqueza, da exclusão e pobreza no nosso país e no mundo (Polon, 2010).
Portanto, na escola, deverão ser dispensados cuidados especiais nas
situações de aprendizagem, ou seja, os professores deverão refletir sobre sua
prática pedagógica, bem como buscar novas metodologias para superar a
transmissão de saber, que já não garante uma ação educativa capaz de atender
os requisitos da atualidade (Polon, 2010). Desse modo, pode-se entender que o
currículo escolar e os conhecimentos ministrados pelos professores
desempenham um papel muito importante na formação das futuras gerações.
Nesse sentido, vale lembrar alguns questionamentos propostos por
charlot (2005) sobre as fontes da mobilização intelectual dos alunos:
1) indaga sobre qual seria a finalidade para um aluno, da classe popular
ir para à escola.
2) para esse aluno, qual seria o sentido de estudar ou não na escola?
3) qual é o sentido da aprendizagem, de compreender, seja na escola ou
fora dos muros da escolares?
Essas questões mostram que o que é ensinado na escola é condição para
uma vida diferenciada em sociedade, pois: “Aprender não é apenas adquirir
saberes, no sentido escolar e intelectual do tempo, dos enunciados. É também
se apropriar de práticas e de formas relacionadas e confrontar-se com a questão
do sentido da vida, do mundo, de si mesmo”. (Charlot, 2005, p.57).
No entanto, quando as questões relacionadas ao ensino das ciências são
enfatizadas, o pensamento de professores e alunos fica cheio de
questionamentos. De um modo geral, a ciência é considerada um campo do

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conhecimento dominado por poucas pessoas, o que é quase impensável,
apenas uma minoria. Quase sempre quando se fala em ciência, a figura de um
cientista aparece em um laboratório rodeado de frascos e mais frascos de poção.
A identificação da ciência e tecnologia como conhecimento não neutro e
sua vinculação com a economia, a cultura e a política é um ponto fundamental
que deve ser determinado no processo de formação do cidadão, ou seja, a partir
do momento em que ciência e tecnologia são entendidas como conhecimento
técnico, ela se estabelece em um momento histórico. Serão capazes de fazer
escolhas com maior liberdade e autonomia.
Em resumo, a ciência desempenha um papel importante no processo de
formação. Os homens os tornam capazes ou incapazes de resolver problemas
contemporâneos. Portanto, considerando a socialização do conhecimento
científico produzido e divulgado pelo ser humano na escola, eles são o
conhecimento básico da formação do aluno em nossa sociedade. Pode-se dizer
que é muito importante que os professores repensem a prática docente no
ensino de ciências.

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Quadro 1 - Evolução do ensino de Ciências

Fonte - Quadro adaptado de KRASILCHIK, p. 22, 1987 O professor e o currículo


das ciências.

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FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA E SEUS CONTEÚDOS

Historicamente, o ensino de ciências foi exposto a inúmeros movimentos


de transformação, que refletiram nos diferentes objetivos da educação e suas
modificações, buscando superar a visão tradicional de ensino e de ciência
(Carvalho, 2004; Krasilchik, 2000).
Os problemas sociais e econômicos, tecnológicos e ambientais são,
então, trazidos para os conteúdos escolares em ciências naturais, aproximando-
os das ciências humanas e sociais, reforçando a percepção da ciência como
uma construção humana (Menezes, 2000).
Esses objetivos são claramente identificados em documentos oficiais do
ensino de ciências naturais no nível fundamental (Brasil, 1998a) e médio (Brasil,
1998b), que indicam o desenvolvimento de competências que permitam ao aluno
compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando
conhecimentos de natureza científica e tecnológica (Brasil,1998a) e o
desenvolvimento, de forma combinada, de conhecimentos práticos,
contextualizados, que respondam às necessidades da vida contemporânea e de
conhecimentos mais amplos e abstratos, que correspondam a uma cultura geral
e a uma visão de mundo promovendo competências e habilidades que sirvam
para o exercício de intervenções e julgamentos práticos (Brasil, 1998b).
Novas situações para os objetivos do ensino de ciências trazem outras
dimensões ao conteúdo escolar, que deve conseguir inserir a dimensão
conceitual da aprendizagem disciplinar com a dimensão formativa e cultural, de
forma a, incluir, além da dimensão conceitual, as dimensões procedimentais e
atitudinais (Carvalho, 2004).
Este conteúdo precisa, ainda, ter como base a aproximação entre ciência,
tecnologia e sociedade (Santos, 2011); ser contextualizado com as outras
realidades do conhecimento humano e compreendido, enquanto produção
histórica, como os homens conduzem sua vida nas relações sociais de trabalho
em cada modo de produção, reunindo as dimensões conceituais, científicas,
históricas, econômicas, ideológicas, políticas, culturais, educacionais (Gasparin,
2009).

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Assim, ele deve apresentar questões contemporâneas, em que a ciência
e a técnica não são estranhas e em que visão de mundo e instrumentos práticos
se complementam (Menezes, 2000).
Segundo Geraldo (2009), a ciência e sua aplicabilidade apresentam
caráter contraditório na sociedade, pois podem contribuir para reduzir ou ampliar
o poder dos grupos dominantes na sociedade. Desse modo, algumas das
principais funções do conhecimento científico, bem como da sua socialização,
estão atreladas às questões de:
1- desenvolvimento tecnológico;
2- formação de mão de obra para indústria, o comércio e o
sistema financeiro;
3- formação do mercado consumidor, apto a aceitar os
produtos que a indústria tem para lhe oferecer e lhe induzir a um
consumismo desenfreado;
4- desenvolvimento da racionalização, da objetividade, da
lógica e das habilidades cognitivas humanas, da produtividade do
trabalho humano, do controle e da transformação da natureza e das
relações sociais pelo homem;
5- desenvolvimento da consciência dos homens sobre as
finalidades e perspectivas concretas de seus direitos: à qualidade de
vida compatível com os padrões contemporâneos, ao trabalho e ao
poder de apropriação e distribuição do produto do trabalho, à
alimentação, saúde, educação, habitação, segurança, conservação do
meio ambiente e à participação nas decisões políticas da sociedade.
(Geraldo, 2009, p. 59).

Ao se pensar em ciências como construção humana, a disciplina deve


estabelecer estratégias que garantam a interdisciplinaridade, envolvendo temas
de outras disciplinas que abordem questões sociais, culturais e políticas.
Portanto cabe ao professor de ciências, ao elaborar o seu plano de trabalho
docente a abordagem e o encaminhamento metodológico de temas relacionados
aos desafios contemporâneos, tais como:
Educação ambiental: a degradação ambiental se intensifica ao longo dos
tempos, resultando na miséria, no consumismo, na exclusão social e econômica,
gerando crises, entre elas a do conhecimento. Portanto, nas aulas de ciências
será abordado tal assunto de forma a fazer os educandos compreenderem a

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problemática mundial, utilizando imagens ilustrativas, textos publicados em
revistas, livros, internet, jornais e tv pendrive.
Educação fiscal: a educação fiscal estimula o cidadão a refletir sobre a
função socioeconômica dos tributos, possibilita aos cidadãos o conhecimento
sobre administração pública, incentiva o acompanhamento, pela sociedade, da
aplicação dos recursos públicos e cria condições para uma relação harmoniosa
entre o estado e o cidadão. Esse tema deve ser trabalhado com os alunos de
modo a conscientizá-los e alertá-los sobre o pagamento muitas vezes indevido
de certos impostos e também de determinar os seus direitos, sabendo onde os
mesmos são empregados, através de vídeos, palestras, análises de textos,
debates e seminários.
Cidadania e direitos humanos: tem na sua essência a busca dos princípios
da dignidade humana, respeitando os diferentes sujeitos de direito e fazendo
com que o cidadão tenha maior justiça social. O tema será abordado através da
análise de textos, músicas, debates, vídeos, palestras e seminários.
Enfrentamento à violência na escola: pelo fato de ser uma questão de
extrema importância, deve ser trabalhada pelos educadores com muita ênfase
nos dias atuais, pois este tema cita episódios em que pessoas sofrem
constantemente xingamentos, preconceitos, ameaças, assaltos e assédios. De
forma geral, os adolescentes apontam que essas razões devem-se
principalmente à desigualdade social e ao uso de drogas. Cabe ao professor
realizar um trabalho junto aos alunos no sentido de conscientizá-los da
importância da escola como instituição realizadora do direito à educação. A
metodologia utilizada compreende vídeos, palestras, debates e seminários.
Educação para as relações étnico–raciais: este tema aborda aspectos
ligados às práticas discriminatórias, principalmente de grupos nordestinos,
mulheres e ciganos, abordando xingamentos e piadas preconceituosas e até
mesmo a violência física contra a população negra. Busca observar como se
expressa e quais são os efeitos dessa discriminação onde o negro é a principal
vítima. A metodologia utilizada será a análise de vídeos, seminários, debates,
músicas, produção de paródias, poemas e teatro.

Prevenção ao uso indevido de drogas: consiste num trabalho desafiador,


que requer tratamento adequado e cuidadoso, desprovido de valores e crenças

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pessoais. Devido ao uso das drogas, percebe-se uma mudança no
comportamento principalmente dos adolescentes em virtude da precocidade do
seu uso e sua associação com atos violentos. O educador deverá ser o mediador
nos debates, palestras, dinâmicas, paródias e análise de músicas.
Educação escolar indígena: é de fundamental importância compreender
a cultura indígena e mantê-la para que o aluno tenha o conhecimento do seu
modo de vida, da alimentação, do artesanato e da sua inserção na sociedade. A
abordagem da cultura indígena será feita através de visitas a aldeias como
trabalho de campo.
Gênero e diversidade sexual: reflete as questões mais inquietantes do
relacionamento humano na sociedade atual. O resultado são reflexões de leitura
agradável que possam propiciar novas visões sobre relacionamentos amorosos
e sexuais, temas de constante interesse e discussão para todos nós.
Diversidade educacional: deve abordar de forma crítica e coerente cada
um dos desafios contemporâneos citados, uma vez que alguns destes foram
determinados por lei. Por ser conteúdo interdisciplinar, deve-se ter um olhar
especial para cada assunto trabalhado, levando em consideração os problemas
sociais.
Os recursos tecnológicos disponíveis na escola como: tv pen-drive,
projetor de multimídia, retro-projetor, microscópio, lupas e os laboratórios de
ciências/ biologia, física, química e informática, serão utilizados para
implementar uma maior qualidade na apropriação do conhecimento, com a
intencionalidade de garantir a aprendizagem significativa por parte dos
estudantes.

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CONTEÚDOS BÁSICOS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS

Entende-se por conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para


cada série da etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio,
considerados imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes nas
diversas disciplinas da Educação Básica (DCE, 2008).
Na fase escolar, os alunos têm o direito de adquirir esses conhecimentos,
sendo que o trabalho docente com esses conteúdos é da responsabilidade do
professor. Furman (2009) expõe que temos o papel de orientar nossos alunos
para o conhecimento desse mundo novo que se abre diante deles quando
começam a se fazer perguntas e a olhar além do evidente, temos que aproveitar
suas curiosidades como plataforma e sobre a qual estabelecer as bases do
pensamento científico e desenvolver o prazer por continuar aprendendo.
Com base nesta hipótese, o plano de trabalho docente é o momento de
formular recomendações de ensino dos professores, cujo conteúdo aceitará
métodos de ensino em contextos históricos, sociais e políticos, de forma que
sejam significativos para os alunos em várias regiões, realidades culturais e
econômicas contribuindo com sua formação cidadã.
Nessa direção, a tentativa deve ser a de que a ciência e a tecnologia
sejam inseridas cada vez mais no cotidiano social fazendo parte dos debates
culturais,
“para além de conhecimentos e de manifestações em áreas
tradicionais (literatura, cinema, música, arte, etc.), conhecimentos
básicos em ciência e sobre a ciência e manifestações de algo que
marca a nossa realidade social – a cultura do fazer” (SANTOS, 1999).
Nessa proposta pedagógica, os conteúdos básicos estão apresentados
por série e/ou ano. Também indica como os conteúdos básicos se articulam com
os conteúdos estruturantes da disciplina, que tipo de abordagem teórico-
metodológica deve receber e, finalmente, a que expectativas de aprendizagem
estão atreladas.

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Quadro 2 - Eixos Temáticos (Ensino Fundamental)

Fonte - SOARES, José Luiz (2001)

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Quadro 3- Eixos Temáticos (Ensino Fundamental)

Fonte - SOARES, José Luiz (2001)

16
Quadro 4- Eixos Temáticos (Ensino Fundamental)

Fonte - SOARES, José Luiz (2001)

17
Quadro 5 - Eixos Temáticos (Ensino Fundamental)

Fonte - SOARES, José Luiz (2001)

18
Quadro 6 - Eixos Temáticos (Ensino Médio)

19
Fonte - PR - Secretaria de Estado da Educação, (2008)

20
Quadro 7 - Eixos Temáticos (Ensino Médio)

Fonte - PR - Secretaria de Estado da Educação, (2008)

21
Quadro 8 - Eixos Temáticos (Ensino Médio)

Fonte - PR - Secretaria de Estado da Educação, (2008)

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MÉTODOS, TÉCNICAS E PRÁTICAS DE CIÊNCIAS

As mudanças no significado de conteúdo estão articuladas às


modificações na prática pedagógica em sala de aula, ou seja, às mudanças na
metodologia de ensino, pois, como afirma Gasparin (2009) se cada conteúdo
deve ser analisado, compreendido e apreendido em uma totalidade dinâmica,
faz- se necessário instituir novas formas de trabalho pedagógico para dar conta
deste novo desafio.
Já o método de ensino tem a função de dirigir a ação do professor
encaminhada a um objetivo, auxiliando-o no planejamento e na sistematização
adequada (GERALDO, 2009). Ele não se reduz a quaisquer medidas
procedimentos e técnicas, mas decorre de uma concepção de sociedade, de
natureza da atividade prática humana no mundo, do processo de conhecimento
e, particularmente, da compreensão da prática educativa numa determinada
sociedade (LIB NEO, 2002).
Sabe-se que a utilização de algumas metodologias educacionais no
ensino, destacando-se o ensino de ciências, como mapas conceituais, noções
de alfabetização científica, situações-problema, tema gerador e fundamentação
em pesquisa, que iniciem da ação em sala de aula, e possam promover uma real
aprendizagem significativa de acordo com a realidade contextual de cada escola,
demonstra-se de extrema importância para a promoção de um ensino de
qualidade.
Luciana Hubner, gerente de formação de projetos educacionais da
empresa Sangari, afirma que as práticas e os conteúdos desenvolvidos do 6º ao
9º ano não se modernizaram. "Não temos um currículo de Ciências, mas apenas
orientações gerais trazidas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)".
Para evitar essa dificuldade, ao invés de seguir o livro didático, é
importante tratar o tema em um contexto relacionado à sociedade e à cultura do
aluno, a fim de proporcionar uma aprendizagem significativa (atender às
expectativas de aprendizagem). Com base nessa perspectiva, ao abordar
conteúdos como as estações do ano e as regiões climáticas, você não pode
deixar de comentar catástrofes climáticas - as enchentes no Sul do país, como

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a de Blumenau em 2008 e as do Rio Grande do Sul em 2009, e as secas
recorrentes no Nordeste são bons exemplos.
Portanto, os professores devem ser estimulados a utilizar parte da carga
horária em sala de aula para estimular a construção do conhecimento e valorizar
a cientificidade, os quais venham a incentivar a formação de alunos
pesquisadores desde as séries finais do Ensino Fundamental. Conforme propõe
Pedro Demo (1996), quando menciona que a pesquisa faz com que jovens
transformem conhecimentos já disponíveis na sociedade em algo novo para
eles.
O ensino desta disciplina deve criar condições para que os alunos
realizem pesquisas científicas e desenvolvam o pensamento crítico e a
argumentação sólida. Portanto, o conceito de região deve estar vinculado a
questões sociais, tecnológicas, políticas, culturais e éticas (relações
contextuais). Em sala de aula, os professores também devem estabelecer
relações entre conceitos relacionados ao conteúdo constituinte (relações
conceituais), conceitos científicos e conceitos relacionados a outras disciplinas.

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O LIVRO DIDÁTICO COMO MATERIAL DE APOIO

O livro didático tem se mostrado um recurso bastante presente na prática


pedagógica do professor e, através do PNLD - Programa Nacional do Livro
Didático tem sido distribuído a alunos de todas as séries do Ensino Fundamental
e Médio, apresentando textos, ilustrações e imagens que possibilitam a
articulação entre o aluno e os novos saberes. Embora muitos novos recursos
tecnológicos estejam disponíveis, os livros impressos sempre estiveram nas
salas de aulas e ainda representam o material mais utilizado e acessível aos
alunos.
Para Choppin (2000, p.116), o livro é o produto de um grupo social e de
uma época, sendo histórico e geograficamente determinado. Os livros didáticos,
ou manuais escolares, livros de textos, livros escolares (BUFREM, SCHMIDT e
GARCIA, 2006), refletem essa trajetória histórica e apresentam uma
complexidade de valores sociais e culturais que permitem compreender as
mudanças na ação pedagógica, tanto em relação ao papel do professor como
também do aluno. Em outras palavras, o livro se apresenta como o suporte, o
depósito dos conhecimentos e das técnicas que, num dado momento, a
sociedade acredita ser oportuno que a juventude deva adquirir para a construção
e efetivação de seus valores. (CHOPPIN, 2000).
Como é destacado nos principais objetivos do Programa Nacional do
Livro Didático (PNLD) se faz necessária à participação ativa e democrática do
professor no processo de seleção dos mesmos. Essa situação exige do
professor (a) possuir determinado saberes, critérios, competências, etc. para
poder realizar em conjunto uma escolha com seus colegas de trabalho.
É o professor quem deve ter uma boa preparação para desenvolver essa
atividade de vital importância. Embora o desenvolvimento das novas tecnologias,
da mídia, dos textos digitais, o livro didático continua sendo o mais fiel aliado do
professor e um recurso imprescindível para os alunos.
Nos livros didáticos para o ensino de Ciências os autores direcionam um
ou outro tipo de estratégia para os alunos aprenderem o mundo no qual vivem,
utilizando as "ciências naturais" como referência na familiarização, explicação,
compreensão na realidade. Assim, é através dele, que as ciências devem

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dialogar com outros tipos de saberes, como uma obra aberta, problematizadora
da realidade, que dialoga com a razão para o pensamento criativo.
Por meio do livro didático, a Ciência deve apresentar como uma referência
da construção humana, sócio historicamente contextualizada, e não como um
produto fechado, como racionalidade objetiva única, que deprecia o pensamento
dos alunos. O livro didático é produzido para um aluno genérico, ou seja, que
não existe. Isso exige do professor no momento da seleção do livro, pensar nos
alunos reais, nas necessidades e possibilidades de cada um, e principalmente,
no contexto real de vida dos alunos.
A seleção dos livros didáticos não devem excluir os professores como
construtores ativos de saberes que desenvolvem essa importante competência
profissional (Ramalho, Nuñez e Gauthier, 2000). Os professores devem ter um
domínio de saberes diversos a serem utilizados para assumir a responsabilidade
ética de selecionar os livros didáticos, e não só isso, como também, estarem
capacitados para avaliar as possibilidades e limitações dos livros recomendados
pelo MEC, pois o livro deve ser um, dentre outras ferramentas para o ensino de
Ciências.
Sugere-se então para a escolha dos livros didáticos:
 Organizar em grupos, planejar a leitura e a discussão da Guia (do
PNLD) e pesquisar as obras aprovadas nos links disponibilizados
pelos editores;
 Conduzir as discussões com base em um roteiro previamente definido,
no qual devem constar aquelas características consideradas
imprescindíveis para uma boa obra.
 Verificar se a proposta de trabalho de cada obra está de acordo com
o projeto político pedagógico e com o currículo da escola para a área
ou para o componente curricular em questão;
 Verificar se a obra apresenta uma progressão adequada (de um
volume para o outro e no interior de cada um deles);
 Procurar avaliar as coleções atualmente em uso e definir quais
aspectos foram favoráveis e quais não atenderam às expectativas do
grupo.

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 Procurar levar as experiências em conta na hora da discussão em
grupo;
 Anotar e guardar, cuidadosamente, os dados das coleções analisadas,
mas não escolhidas; essas informações poderão ser úteis para os
próximos processos de seleção de obras didáticas; Da mesma forma,
anotar os dados das coleções escolhidas, para evitar dúvidas futuras.

Quais critérios adotar para escolher um livro didático que atenda suas
necessidades?

Cientificidade e organização dos conteúdos


É necessário conferir se as definições são precisas e se há uma lógica na
organização dos temas, se ajuda os alunos a formarem conceitos científicos
corretos e se possibilita aos alunos expressarem corretamente as definições e
termos utilizados na matéria ensinada. Além disso, há necessidade de se
verificar, também, se as formas de apresentação dos assuntos contemplam os
métodos da ciência ensinada.
Por exemplo, um livro de ciências deve estar elaborado em
correspondência com o método científico da Física, da Química e da Biologia. É
interessante que o livro tenha uma exposição e uma ordenação dos
conhecimentos com uma clara definição de objetivos e sequência lógica
conforme as séries a que destina.

Acessibilidade ao aluno
Todo livro didático tem por tarefa transformar a ciência em matéria de
ensino. É o contraponto da cientificidade. Ser acessível não quer dizer facilitado.
Significa que deve ser adequado ao nível de desenvolvimento mental dos alunos,
à sua idade, ao seu interesse.
Acessibilidade quer dizer: relação entre as exigências de conhecimento
postas pela escola e pelo professor e a atual capacidade de rendimento escolar
dos alunos.

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Acessibilidade diz respeito, também, à linguagem utilizada no texto. A
linguagem deve estar adequada ao nível de compreensão e assimilação dos
alunos aos quais se destina.

Contextualização
Um bom livro didático deve atender ao princípio da junção entre o
conhecimento e a prática. Em qualquer matéria, é importante que os
conhecimentos tragam uma relação com a experiência de vida dos alunos.
E também com os problemas e desafios da realidade, não só local como
também global. Os conteúdos precisam ajudar os alunos a colocarem
cientificamente as questões da vida prática. Dar respostas científicas aos
problemas do cotidiano, aplicando a teoria e aprendendo a observar a realidade.
Em resumo, os conceitos, o uso dos princípios básicos da matéria e o
domínio dos métodos para aplicá-los, precisam estar articulados com as ações
práticas dos alunos, de modo que estas ajudem à assimilação ativa dos
conteúdos.

Criticidade
Este é um dos critérios mais importantes. Todo livro, assim como todo
conhecimento, carrega ideias, ideologias e filosofias.
Assim, a criticidade se refere a avaliar quais ideologias o livro traz e a que
grupo social interessa. A forma de exposição dos conteúdos tanto pode ajudar
os alunos a analisarem o fato ou objeto de estudo, de diferentes ângulos,
estabelecendo todas as relações possíveis de um objeto com outros, quanto
pode dar uma visão falsa da realidade.
Dificilmente o livro trará a crítica pronta. Livros que denunciem as
injustiças, que mostrem a realidade social nem sempre é possível e nem mesmo
desejável. É preciso estar atento se o livro traz afirmações preconceituosas,
discriminadoras, em relação a raça, sexo, religião, profissão etc. A melhor
condição para realizar um trabalho crítico com o livro didático é seu caráter
científico.

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Capacidade de mobilizar as capacidades e habilidades intelectuais
dos alunos
O livro didático precisa trazer os elementos conceituais e metodológicos
para ajudar os alunos a pensarem autonomamente, ou seja, possibilitar que os
alunos organizem uma visão de mundo e apliquem criativamente seus
conhecimentos na prática.
Para isso, é necessário verificar a linguagem do texto, a argumentação
lógica, os desafios cognitivos propostos nos exercícios, nas perguntas.

Atualidade
Um livro didático que cumpre o requisito de cientificidade precisa ser
também, um livro atual. Que incorpora os resultados mais recentes das
pesquisas.
Mas, além de estar atualizado com as descobertas da ciência, é preciso
estar em dia com temas mais amplos da sociedade. Como temas políticos,
sociais, econômicos e ecológicos.
Temas como ecologia, abordagem da diversidade cultural, regional e
global e questões éticas precisam estar presentes independentes da disciplina
do livro. Esses são temas que fazem parte da formação cidadã do aluno.

Outras recomendações
 Conter propostas de atividades para o estudo independente dos alunos.
As propostas incluem: exercícios de vários tipos, estudo dirigido
individual, pesquisas, testes, questões de dissertação. Atividades de estudo que
valorizem o trabalho pessoal, o desenvolvimento de habilidades cognitivas, a
compreensão do assunto, a discussão, o pensamento autônomo.
Em resumo, o objetivo das atividades de estudo independente deve ser o
enriquecimento de processos mentais e a estruturação interna do conhecimento.

 Trazer ilustrações, gráficos, fotografias, etc.


As ilustrações, gráficos, e diagramas, além de aperfeiçoar a comunicação
com o leitor, associam o conteúdo e o desenvolvimento de estratégias cognitivas,
de habilidades de pensamento.

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 Interdisciplinaridade.
É necessário um diálogo entre as matérias para uma melhor compreensão
de temas ou problemas, de modo a se ter uma visão globalizada sobre o assunto.
É juntar vários ramos de conhecimento ou noções de várias disciplinas para
compreender melhor um assunto ou ver globalmente um problema da realidade.

Dessa forma, o livro didático tem um importante papel na melhoria da


qualidade da educação pública, sendo um importante suporte para o
planejamento das atividades do professor, e para a consolidação da
aprendizagem dos alunos. Portanto, deve-se sempre observar a analisar os
critérios principais que o livro didático deve conter, objetivando uma melhor
interpretação e melhor uso em sala de aula.
Vale ressaltar que, o uso do mesmo, não deve ser restringido somente ao
que se está apresentado, mas sim, deve-se buscar aplicar juntamente a ele,
metodologias ativas, que servirão de auxílio e compreensão entre teoria e
prática.

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MATERIAIS PARA ENSINO-APRENDIZAGEM
Estratégias e recursos didáticos no ensino de ciências

Situações didáticas essenciais para o ensino de Ciências.

1. Pesquisa e Investigação
Quando fala-se de Ensino de Ciências por Investigação, pretende-se
sugerir imagens alternativas de aulas de ciências, diferentes daquelas que têm
sido mais comuns nas escolas, dentre elas, o professor fazendo anotações no
quadro, seguidas de explicações e os estudantes anotando e ouvindo-o dissertar
sobre um determinado tópico de conteúdo. Este ensino aproxima a ciência dos
cientistas com a ciência escolar.

"Essa proposta de ensino deve ser tal que leve os alunos a construir
seu conteúdo conceitual participando do processo de construção e
dando oportunidade de aprenderem a argumentar e exercitar a razão,
em vez de fornecer-lhes respostas definitivas ou impor-lhes seus
próprios pontos de vista transmitindo uma visão fechada das ciências”
(Carvalho, 2004).

Criar atividades investigativas para a construção de conceitos é uma


forma de oportunizar ao aluno participar em seu processo de aprendizagem.

"Uma atividade de investigação deve partir de uma situação


problematizadora e deve levar o aluno a refletir, discutir, explicar,
relatar, enfim, que ele comece a produzir seu próprio conhecimento por
meio da interação entre o pensar, sentir e fazer. Nessa perspectiva, a
aprendizagem de procedimentos e atitudes se torna, dentro do
processo de aprendizagem, tão importante quanto a aprendizagem de
conceitos e/ou conteúdos” (Azevedo, 2004).

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Exemplo:

Pesquisa e investigação

Observação, leitura, entrevista e estudo do meio desenvolvem a curiosidade.

O que é?

O estímulo à busca de informações em fontes diversificadas por meio da


observação, da leitura de textos, de entrevistas, do estudo do meio e das
diferentes tecnologias.

Quando propor?

Durante o desenvolvimento de todos os conteúdos. A curiosidade e a


busca de informações são os combustíveis da ciência e devem ser
continuamente estimuladas.

O que o aluno aprende?

A formular hipóteses, interpretar resultados, elaborar problemas, recolher


dados, pesquisar e registrar as informações obtidas.

32
Como propor?

Em atividades de busca de informações, o aluno deve comparar e


elaborar hipóteses e suposições, estabelecendo relações entre fatos ou
fenômenos. Para que a pesquisa em textos - na biblioteca ou na internet - seja
produtiva e não apenas uma coleta de dados mecânica, é importante apresentar
questões que levantem problemas sobre o tema a ser pesquisado.

2. Experimentação
Acredita-se que a experimentação é importante, pois contribui com o
desenvolvimento dos alunos, auxiliando-os na aquisição de conhecimento.
Quando o professor permite aos seus alunos pensarem ao invés de pensar por
eles, este está favorecendo a autonomia intelectual dos mesmos e preparando-
os para atuar em forma competente, criativa e crítica, conforme sugere Garrido
(2002).
Esta abordagem metodológica enfatiza a iniciativa do aluno porque cria
oportunidade para que ele defenda suas idéias com segurança e aprenda a
respeitar as idéias dos colegas. “Dá-lhes também a chance de desenvolver
variados tipos de ações – manipulações, observações, reflexões, discussões e
escrita”. (Carvalho et al, 1998, p.20)
Conforme Bachelard (1938), “todo conhecimento é resposta a uma
questão”, o que nos permite ressaltar a importância desde as séries iniciais das
atividades experimentais no processo de (re) construção de conhecimentos
científicos.

33
Experimentação

Averiguar hipóteses e suposições ajuda a apreender o conhecimento.

O que é?

A construção de formas de averiguar hipóteses e suposições.

Quando propor?

Como parte dos projetos e sequências didáticas. O conhecimento é mais


facilmente apreendido quando os jovens observam o problema.

O que o aluno aprende?

Os conteúdos relacionados ao tema em questão - e a encontrar variáveis.

Como propor?

A atividade não precisa, necessariamente, ser realizada num laboratório.


Muitas vezes, a sala é adequada. Diferentemente do que se pensava no
passado, as experiências não servem para comprovar informações recebidas
em aulas teóricas, mas para verificar hipóteses. Antes de iniciar a montagem do
experimento, é preciso tematizá-lo para que a problematização não seja artificial.
"O que queremos descobrir?" é a pergunta-chave. Cabe ao aluno prever o que
pode ocorrer durante a realização do experimento.

34
3. Uso de gêneros orais

Exposição

Seminários e debates são formas de dominar e usar a linguagem de textos


científicos.

O que é?

Explorar formas de falar sobre Ciências, com debates, seminários,


dramatizações, entrevistas e exposições (leia a sequência didática).

Quando propor?

Regularmente, vinculado às sequências didáticas.

O que o aluno aprende?

A se expressar sobre conteúdos científicos, por meio de diferentes


linguagens, e adequar os termos que usa à situação vivenciada. A linguagem
empregada num encontro de pesquisadores tem de ser diferente daquela que
visa a divulgação científica.

Como propor?

É importante buscar formas diferentes de falar sobre Ciências. São


oportunidades de aprendizagem os debates entre os colegas que devem

35
defender pontos de vista diferentes, a apresentação de seminários sobre os
conteúdos estudados, a realização de entrevistas com especialistas e as
exposições dos conteúdos aprendidos. Falar sobre uma descoberta recente é
um modo de dominar e usar a linguagem específica de textos científicos, gráficos
e tabelas.

4. Escrita sobre Ciências

Registro

Produzindo textos e esquemas, o aluno organiza melhor o pensamento.

O que é?

Produção de textos informativos e esquemas crescentemente complexos


de forma coletiva e individual.

Quando propor?

Como parte de projetos e sequências didáticas.

O que o aluno aprende?

A organizar o pensamento, sistematizar conhecimentos adquiridos e


conhecer as características dos textos informativos.

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Como propor?

A escrita pode nascer de uma experiência - o relato dela e de conclusões


- ou se constituir no aprofundamento do que foi experimentado, com base na
coleta de dados em várias fontes. A produção coletiva da classe sob
coordenação do professor é fundamental. Ela garante o registro das discussões
e conduz à aprendizagem do texto informativo, incluindo a socialização de ideias
e dos modos de formulá-las. As produções devem ser consistentes e prever a
utilização de definições e termos cujo significado é conhecido por todos. Aos
poucos, com a conquista de autonomia, a atividade pode se tornar individual.
Dessa forma, pode-se verificar a importância das ações educativas dos
professores, com ênfase às suas respectivas práticas pedagógicas, para a
melhoria do processo de ensino e aprendizagem, no que compete ao Ensino de
Ciências.
Juntamente a isso, os conteúdos devem ser apresentados de maneira
significativa aos alunos, ou seja, valorizando e desenvolvendo práticas
investigativas, experimentais e atrativas, visando o desenvolvimento e a
aprendizagem dos alunos.
Constata-se assim que o Ensino de Ciências na Educação Básica e a
formação do educador desta disciplina são de grande relevância, uma vez que,
historicamente, mudanças significativas estão sendo traçadas, tanto nos
conteúdos metodológicos, quanto na prática em sala de aula, o que confere a
essa área o status de um campo complexo de estudos e investigações.

37
REFERÊNCIAS

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