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METODOLOGIA

DO TRABALHO
CIENTÍFICO

Autores
Adjairon da Silva Coelho
Cora Elena Gonzalo Zambrano
Cristiani Dália de Mello
Elecy Rodrigues Martins
Isabella Coutinho Costa
Juliane Marques de Souza
Marinalva da Silva Brito
Márcia Teixeira Falcão
Plínio Henrique Oliveira Gomide
Thiago José Costa Alves
John Eric Lemos de Amorim
METODOLOGIA
DO TRABALHO
CIENTÍFICO

Organização
Francisco dos Santos Panero
Wender Antônio da Silva

Diagramação
Marlon Belo Marques

Revisão gramatical
Cristiani Dália de Mello
3

ICONOGRAFIA
Indica uma atividade que deve ser realizada em âmbito de
pesquisa de campo.

Indica a utilização de comentários, notas que devem ser


colocadas na coluna de indexação.

Indica atividade proposta pelo professor que deve ser


executada em grupo ou atividade apresentada à turma sob
forma de debate.

Indica que atividade proposta pelo professor deve ser


executada no ambiente virtual.

Refere-se quando o professor elaborar uma atividade que


demande do aluno, saber mais, extrapolar o conteúdo e
apresentar nova forma de conhecimento.

É utilizada para indicar ao estudante que existe a necessidade


de se aprofundar nos conceitos apresentados, realizando
pesquisas nas diversas mídias disponíveis.

Refere-se a uma atividade reflexiva, na qual o aluno deverá


externar uma atividade de vivência didático-pedagógica de
seu cotidiano.

É utilizada para marcar uma informação considerada


importante como conceitos e indicações, e que mereça um
destaque.

É utilizado para destacar conteúdo enfatizado em sala de aula


semipresencial.

Indica pergunta direta a ser respondia no fórum do Ambiente


Virtual de aprendizagem.
4

SUMÁRIO
Unidade 1
Ciência e métodos de pesquisa.................................................................. 5

Unidade 2
A importância da leitura e interpretação de textos na vida acadêmica e da
ética em pesquisa..................................................................................... 16

Unidade 3
Técnicas de leitura: análise textual, temática, interpretação e
problematização........................................................................................32

Unidade 4
As normas da ABNT e sua aplicação na organização do trabalho
científico....................................................................................................50

Unidade 5
Projeto de pesquisa..................................................................................58
5

UNIDADE 1
CIÊNCIA E MÉTODOS DE PESQUISA

Prof.ª Juliane Marques de Souza


Prof. Thiago José Costa Alves
Prof. John Eric Lemos de Amorim

Prezado(a) estudante,
Seja bem-vindo(a)! Essa é nossa primeira unidade da disciplina de
Metodologia do trabalho científico. Nesse livro, trataremos de pontos
importantes do método científico, falaremos dos instrumentos de
comunicação científica (revistas especializadas, eventos etc.),
abordaremos as questões éticas envolvidas no processo do fazer científico,
técnicas de leitura e normas da produção científica, bem como das etapas
envolvidas na construção de um projeto de pesquisa. Esperamos que, ao
final da disciplina, você tenha compreendido o que difere o conhecimento
científico dos demais tipos de conhecimento (filosófico, religioso e senso
comum) e o quanto é importante o rigor científico e o método para se obter
resultados nesse campo do conhecimento. Desta forma, essa unidade
apresenta os conceitos básicos sobre conhecimento científico e explica
também como se constrói esse conhecimento. Apresenta também métodos
e técnicas de pesquisa científica. Assim, ao final desta Unidade o discente
será capaz de: Definir o que é ciência e conhecimento científico; Empregar
métodos e técnicas de pesquisa científica; reconhecer o papel da
Universidade e a importância da produção científica no ensino superior.
Vamos aos estudos?

Iniciamos esta leitura questionando a você: O que você entende por


ciência?

Vamos fazer um exercício? Anote em um papel o que você entende por


ciência e ao final da leitura, compare as definições. Vamos lá?
Assista ao vídeo: o Que é ciência? Pelo link:
https://youtu.be/ZYz0O8gFbyQ?t=32
6

1.1. Conceitos de ciência, seus métodos e sua filosofia aplicados à


investigação científica: O que é conhecimento científico?
Iniciamos este capítulo buscando definir ou, talvez, nos aproximar de
uma definição do que é o conhecimento científico e, para que possamos
cumprir essa missão, precisamos reconhecer a existência de outros tipos
de conhecimento e o que os tornam diferentes do conhecimento científico.
São eles: a) senso comum; b) conhecimento religioso e; c) conhecimento
filosófico, como mostra a Figura 1.

Figura 1: Infográfico definindo os diferentes tipos de conhecimento

Fonte: https://www.diferenca.com/conhecimento-empirico-cientifico-
filosofico-e-teologico

Vamos começar pelo senso comum ou conhecimento empírico. A


construção dessa tipologia de conhecimento está diretamente relacionada
7

ao mundo vivificado por cada ser, onde podem ser considerados em


matrizes lógicas semelhantes aos saberes, visões de mundo e
conhecimentos de um individuo em relação ao que o cerca. Este
conhecimento é formado de maneira espontânea e tem relação com a
vivência diária, do cotidiano. Como exemplo de senso comum podemos
utilizar crenças familiares, mitos e lendas, o qual comportam em si
verdades e tabus relacionados às visões de mundo de um individuo ou de
um grupo de indivíduos.
Já o conhecimento científico é uma tipologia que esmiúça o
constructo concebido pelo senso comum, onde busca validar utilizando-se
de técnicas e métodos específicos de comprovação de determinado
fenômeno. Em si, o senso comum é parte importante da construção do
conhecimento científico, onde em dois momentos apresentam relação
direta, são eles:
a) o objectar - observar o objeto de estudo antes de qualquer
intervenção científica; e
b) o empirismo - considerar a diversidade comportamental de um
objeto de pesquisa desde pequenas interferências ou do “experienciar”.
Estes dois momentos pré-científicos são essenciais para que sejam
construídas hipóteses e identificados problemas de pesquisa. Assim é
possível afirmar que o senso comum é parte ingressante de inúmeras
pesquisas científicas.
Um exemplo interessante dessa relação entre o senso comum e o
conhecimento científico é o caso dos indígenas andinos (populações que
vivem na Cordilheira dos Andes) que mascavam folha de coca para reduzir
a fome em épocas de escassez de alimentos. Pesquisadores que se
interessaram por estudar esse hábito descobriram que a folha de coca tinha
um importante efeito anestésico na mucosa gástrica (parede estomacal).
Dessa propriedade contida na folha da coca cientistas desenvolveram o
primeiro anestésico local utilizado pela humanidade.
O conhecimento religioso, por sua vez, baseado na fé, tem suas
verdades como absolutas e, por isso, não precisa ser submetido a provas.
Esse tipo de conhecimento pode contradizer a lógica, já que aceita algo
como certo mesmo que logicamente não seja possível (GOMÉZ, 2006).
8

Finalmente, o conhecimento filosófico está diretamente relacionado


a construção de conceitos e definições as quais permeiam desde o tempo
em que vivemos. Desse conhecimento deriva a episteme, à qual seria a
matriz lógica incutida na construção do conhecimento mais próxima do real.

Episteme: é o paradigma geral segundo o qual os múltiplos saberes científicos


se estruturam em uma determinada época. O surgimento de uma nova
episteme implica em uma ruptura paradigmática alterando métodos e
pressupostos cognitivos anteriores.

Em si, o conhecimento filosófico tem o papel de ordenar a construção


dos saberes acerca da explicação do mundo desde o ordenamento,
interações e funcionamento sistemático. Assim, o conhecimento filosófico
tem papel importante sobre algumas áreas do conhecimento científico,
desde a sua compartimentalização, mudanças bruscas de pensar e
(re)pensar o real. Vale salientar que o real é e sempre será o princípio
básico do conhecimento científico.
Em síntese, podemos afirmar que o conhecimento científico se
estrutura como um corpo de conhecimentos sistemáticos (inter-
relacionados) e estruturados (se sustentam em teorias já aceitas), as quais
apresentam relação direta com o senso comum (infraestrutura) e
conhecimento filosófico (superestrutura). Dessa união surge o método, o
qual categoricamente, tem por objetivo aproximar um constructo humano
(realidade construída) do real. Dessa forma, podemos dizer que o
conhecimento científico não é produto acabado (PRODANOV e FREITAS,
2013, p.16), transforma-se constantemente à medida que avançam
estudos e técnicas.
9

Figura 2: Quadro comparativo dos diferentes tipos de conhecimento


Fonte: (Souza et al. 2013, p. 23)

Utilizando-se das tecnologias digitais, faça uma pesquisa nas mais diversas
bases de dados científicas e, tente encontrar discursos que versem sobre os
conceitos que envolvem a ciência e o conhecimento científico.
Para iniciar sua trajetória como pesquisador, sugerimos que faça buscas no
Google Acadêmico, pois esta ferramenta indexa várias bases de dados
científicas, facilitando a recuperação da informação.
Sugerimos também que vá ao youtube e assista vídeos que abordam a
temática, compare as falas e os discursos, estabelecendo parâmetros para
sobre o fazer ciência.

A pesquisa científica é um conjunto de ações desenvolvidas por um


pesquisador, visando a construção de conhecimento científico. Essas
ações são sistematizadas e planejadas em torno de objetivos previamente
estabelecidos e podem atuar na ampliação, refutação, confirmação de
conhecimentos pré-existentes.
Ao iniciarmos uma pesquisa científica, precisamos levar em
consideração três aspectos levantados por Pitta e Castro (2006) como
essenciais: 1) conhecer bem e ter competência no assunto a ser
pesquisado; 2) ter acesso e dominar a amostra; e 3) depender o mínimo
possível de terceiros para realizar a pesquisa. O entusiasmo e a motivação
pelo tema também são considerados importantes aliados ao
desenvolvimento.
Em seguida, é importante realizar um bom planejamento (projeto de
pesquisa) analisando todas as condições e a viabilidade para execução do
que está sendo proposto, para somente depois executar o projeto.
10

A pesquisa científica pode ser classificada quanto a sua abordagem,


natureza, objetivos e procedimentos.
Quanto a abordagem pode ser quantitativa, qualitativa ou mista.
Todas possuem igual importância nos processos investigativos e se
definem a partir do interesse central da pesquisa, da análise da
realidade/fenômeno que se pretende estudar, bem como do problema de
pesquisa delineado, conforme pode-se observar na figura 3.

Figura 3: Diagrama comparativo dos enfoques quantitativo e qualitativo.


Modificado de Sampieri et al (2013)
Fonte: a autora

Vamos aprender mais sobre os tipos de pesquisa? Para se aprofundar nos


conceitos, faça algumas pesquisas, assista alguns vídeos, leia alguns textos.
Faça uma reflexão do seu entendimento do que é a Metodologia Científica.
Bons estudos!

Quanto a Natureza, pode ser pesquisa básica que objetiva gerar


conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência, sem aplicação
prática prevista. Envolve verdades e interesses universais e a pesquisa
aplicada que objetiva gerar conhecimento para aplicação prática, dirigidos
à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

Quanto aos objetivos, pode ser: pesquisa exploratória, pesquisa descritiva


e pesquisa explicativa. A figura 4 exemplifica bem diferença entre elas.
11

Figura 4: Quadro comparativo dos tipos de pesquisa quanto ao seu objetivo.


Fonte: https://pedagogiapmlll.blogspot.com/2016/06/tipos-de-pesquisa_15.html

Quanto aos procedimentos, pode ser 1) Pesquisa experimental que segue


um planejamento rigoroso, onde as etapas da pesquisa iniciam pela
formulação exata do problema e das hipóteses, que delimitam as variáveis
precisas e controladas que atuam no fenômeno estudado; 2) Pesquisa
bibliográfica que é a base para as outras pesquisas e os exemplos mais
característicos desse tipo de pesquisa, são sobre investigações sobre
ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições a
cerca do problema; 3) Pesquisa documental recorre a fontes mais
diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como cartas,
filmes, documentos oficiais, fotografias, pinturas, tapeçaria, relatórios de
empresas, boletins, etc.; 4) Pesquisa de campo que se caracteriza pelas
investigações que corresponde à observação, coleta, análise e
interpretação de fatos e fenômenos que ocorrem dentro de seus nichos,
cenários e ambientes naturais de vivência; 5) Pesquisa de levantamento é
utilizado no estudo exploratórios e descritivos de uma amostra ou
população podendo ser utilizado de questionários, formulários e
entrevistas; 6) Estudo de caso é muito utilizado em ciências biomédicas e
sociais.
Vamos fazer uma pausa para estudos complementares? Abaixo sugerimos um 12
livro. Tente localizar no livro os elementos que estudamos até aqui. Reflita
sobre sua aprendizagem e tente observar os pontos que precisa melhorar.
Bons estudos!

Como leitura complementar, sugerimos a leitura do livro intitulado


“MÉTODOS DE PESQUISA”, clique aqui para abrir o documento.

1.2 Método de pesquisa


O método científico pode ser definido como o procedimento científico
adotado pelo pesquisador durante a investigação para capturar/coletar
dados do fenômeno observado. Esse método deve se alinhar aos objetivos
traçados para a investigação de maneira a garantir ao pesquisador o
acesso a informações úteis que possibilitem verificar as hipóteses de
estudo (quando existentes) e buscar respostas ao problema de pesquisa
proposto.
O método científico pode ser classificado segundo sua abordagem,
visto que cada método define regras básicas do procedimento a ser
adotado para construção, correção ou ampliação de determinado
conhecimento científico produzido.
A seguir as principais abordagens do método científico são
apresentadas, em linhas gerais.

- Método dedutivo: Proposto por René Descartes baseia-se em quatro


regras, são elas: a) evidência: só se pode acolher como verdadeiras as
coisas reconhecidamente evidentes; b) análise: dividir as dificuldades em
partes; c) síntese: reorganizar os pensamentos partindo do mais simples
para o mais complexo e: d) enumeração: realizar enumerações e revisões
gerais sem nada omitir.

- Método Indutivo: Proposto por Francis Bacon e Galileu Galilei estrutura-


se da seguinte forma: a) observação dos fenômenos para se obter
informações sobre os acontecimentos; b) experimentação para descobrir
relações entre os fenômenos e; c) generalização para se formular regras e
leis.
13

- Método hipotético-dedutivo: Proposto por Karl Popper consiste


basicamente na: a) formulação de um problema, para o qual se oferece
uma solução provisória; b) relação teoria-tentativa, da qual partem dedução
de proposições para serem testadas (hipóteses); c) falseamento, refutação
das hipóteses pela observação e experimentação e; d) novo problema que
se origina.

- Método dialético: presente nas ideias de diversos pensadores, o método


dialético se consolidou nas proposições de Friederich Hegel e de Karl Marx.
Na chamada tríade Hegeliana, parte-se de uma afirmação (tese),
apresenta-se uma negação para essa afirmação (antítese) e por fim
produz-se a negação da negação (síntese). Na dialética Marxista, o mundo
só pode ser compreendido em um todo, refletindo uma ideia a outra
contrária até o conhecimento da verdade. As leis dialéticas, propostas por
Marx, consideram: a) ação recíproca, unidade polar onde “tudo se
relaciona”; b) mudança dialética, que é a negação da negação, onde “tudo
se transforma”: c) a passagem da quantidade à qualidade (mudança
qualitativa) e; d) interpretação dos contrários, a contradição ou luta dos
contrários.

Vamos fazer uma pausa para estudos complementares? Para que você
consiga entender a importância do método na pesquisa, sugerimos que faça
uma busca sobre as principais ideias e como foi a vida dos seguintes
pensadores: René Descartes, Francis Bacon, Galileu Galilei, Karl Popper,
Friederich Hegel e Karl Marx. Observe a importância de cada um deles para a
evolução da ciência e do método científico.
Bons estudos!

Muito se discute, desde os primórdios da humanidade, a respeito


das formas de se produzir o conhecimento científico. É consenso, contudo,
que não há um “método” único, no sentido de uma receita universal, para
se “fazer” ciência (CHIBENI, 2006). Se você deseja aprofundar-se mais
nessa discussão, sugerimos a leitura do artigo: Algumas observações
sobre o “Método Científico” de Silvio Seno Chibeni, disponível no link
abaixo.
14

Como leitura complementar, sugerimos a leitura artigo intitulado


“Algumas observações sobre o Método Científico”, clique aqui para
abrir o documento.

Até o momento, como está o seu entendimento acerca dos conteúdos


da disciplina? É muito importante que você esteja compreendendo para que
possa dar prosseguimento aos seus estudos. Lembre-se que o Núcleo de
Educação à Distância da UERR está à sua disposição para ajudá-lo. Bons
estudos...
15

Referências

BLOG EDUCACIONAL/LANA Quadro comparativo dos tipos de


pesquisa quanto ao seu objetivo. Disponível em:
<https://pedagogiapmlll.blogspot.com/2016/06/tipos-de-esquisa_15.html>.
Acesso em: 24 de junho de 2020.

CHIBENI, Silvio, S. Algumas observações sobre o “método científico”.


Disponível em:
<https://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/metodocientifico.pdf>.
Acesso em: 09 de março de 2021.

SANTOS, José Luís Guedes dos et al. Integração entre dados quantitativos
e qualitativos em uma pesquisa de métodos mistos. Texto contexto -
enferm. [online]. 2017, vol.26, n.3. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/0104-07072017001590016>. Acesso em: 24 de
junho de 2020.
GERHARDT Tatiana E.; SILVEIRA, Denise T. Métodos de pesquisa.
Universidade Aberto do Brasil – UAB/UFRGS. Graduação Tecnológica -
Planejamento e Gestão para Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS.
Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2019. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf>. Acesso
em: 24 de junho de 2020.

GOMEZ, M. Introducción a la metodología de la investigación


científica - 1a ed. Córdoba: Brujas, 160p, 2006.

PITTA, G. B. B.; CASTRO, A. A. A pesquisa científica. Jornal Vascular


Brasileiro, 5(4), 243-244, 2006. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S1677-54492006000400001> . Acesso em: 24 de
junho de 2020.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico:


métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo
Hamburgo: Feevale, 2013.

SAMPIERI, R. H; COLLADO, C. F; LUCIO, M. P. B. Metodologia de


pesquisa. 5 ed. Porto Alegre: Penso, 2013.

SOUZA, G. dos S. de; SANTOS, A. R. dos; DIAS, V. B. Metodologia da


pesquisa científica: a construção do conhecimento e do pensamento
científico no processo de aprendizagem. Editora Animal: Porto Alegre,
161p, 2013.
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UNIDADE 2
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NA VIDA
ACADÊMICA E DA ÉTICA EM PESQUISA

Prof.ª Cora Elena Gonzalo Zambrano


Prof.ª Elecy Rodrigues Martins

Prezado(a) estudante,
Seja bem-vindo(a)! Esta é nossa segunda unidade da disciplina de
Metodologia do Trabalho Científico. Nesta unidade iremos discutir a
importância e necessidade da leitura e interpretação de textos na vida
universitária, isto é, a necessidade do letramento acadêmico. Iremos
abordar também o tema Ética em Pesquisa e a importância da
responsabilidade do pesquisador com relação à construção e divulgação
do conhecimento científico. Apresentaremos, ainda, conceitos e tipos de
plágios. Neste sentido, nosso objetivo é discutir a importância da leitura e
interpretação de textos para o estudo acadêmico, apresentar letramento
acadêmico como objetivo dos estudos acadêmicos e, apresentar aspectos
gerais e conceitos sobre ética em pesquisa. Vamos aos estudos?

2.1. A leitura na vida acadêmica


A leitura é um dos instrumentos mais importantes para o
desenvolvimento do indivíduo, ainda mais para o desenvolvimento da vida
acadêmica. Ela proporciona diferentes visões de mundo e amplia o leque
de oportunidades pessoais e profissionais. Esses conhecimentos podem
gerar muitas novas experiências, essenciais para o crescimento intelectual
dos universitários.
17

Na vida acadêmica, a leitura é um elemento imprescindível para a


fixação e ampliação dos conteúdos propostos. O conhecimento de fontes
adicionais constitui a grande base de apoio para a abstração de conceitos,
ideias e domínio amplo em relação ao assunto. Dessa forma, o significado
da leitura na construção do conhecimento científico não se limita à simples
leitura de textos de outros autores, mas sim à capacidade de fazer análise
crítica, na interpretação e no relacionamento com o conteúdo do trabalho
que está sendo construído. Assim, a facilidade com que alguns autores
expõem seus resultados experimentais e suas ideias, e discutem sua
relação e sua inserção na literatura especializada, certamente está
relacionada ao conhecimento acumulado em torno do assunto. A
construção de textos de revisão sobre um assunto pontual não deve
apenas envolver a exposição do conhecimento produzido por outros
autores, mas deve expor também a contribuição específica dos autores
sobre o assunto.

Vamos fazer uma pausa para estudos complementares? Para que você
consiga entender a importância da leitura na vida e, principalmente no
ensino universitário, sugerimos que utilize o Google Acadêmico para
encontrar pelo menos dois artigos em revistas científicas que debatam a
importância da leitura para a produção científica e acadêmica.
Bons estudos!

2.2 Dificuldades da leitura e produção textual acadêmica


Quando o aluno entra na universidade, geralmente, está mais
adaptado a uma produção discursiva voltada para a experiência individual
e uma leitura reprodutora dos conteúdos textuais. Isso ocorre devido às
práticas de leituras usadas com mais frequência no Ensino Médio.
Entretanto, a leitura acadêmica demanda do aluno muito mais do que ser
capaz de compreender o que leu, mas também a reelaboração dessa
leitura e, ainda, muitas vezes, é necessário dialogar com os autores de
modo a produzir um discurso diferente, bem seja de acordo ou em
desacordo com os autores do referido texto, para conhecer diferentes
abordagens sobre o mesmo tema. Além de ler, analisar e interpretar as
18

leituras acadêmicas, os universitários também precisam produzir trabalhos


científicos. Diante dessa demanda de tarefas, é comum encontrar uma
lacuna entre o que se espera do aluno ao ingressar na academia e o que
ele efetivamente traz de seu ensino anterior. Por isso, é necessário o
empenho para a aquisição do letramento acadêmico.

Você sabia que a Universidade Estadual de Roraima possui algumas ótimas


revistas científicas? Convidamos você, como aprendiz na disciplina de
Metodologia do Trabalho Científica, a navegar pelos artigos e produções
científicas. Basta clicar sobre as imagens abaixo. Bora lá? Boa leitura!

Fonte: www.uerr.edu.br

2.3 Letramento acadêmico


O letramento acadêmico pode ser conceituado “como um processo
de desenvolvimento contínuo de conhecimentos sobre como interagir com
as diferentes formas de textos no contexto acadêmico” (FISCHER, 2008, p.
180). Já, a expressão “letramentos acadêmicos” refere-se a uma vertente
teórica dos Novos Estudos do Letramento, cujo objetivo principal é
investigar as práticas letradas do domínio acadêmico. Para entender
melhor o que é letramento, vamos fazer uma atividade?
Vamos fazer uma pausa para estudos complementares? Utilizando-se das
tecnologias digitais, faça pesquisas na internet acerca dos termos:
letramento e letramento científico. Tente estabelecer uma relação direta
entre os termos.
Bons estudos!

Para complementar seus estudos, clique aqui, e leia sobre letramento.


19

De acordo com a Constituição Brasileira, todas as universidades


devem atuar tendo como base o tripé: ensino, pesquisa e extensão;
instâncias em que professores, estudantes e funcionários empreendem
suas atividades desempenhando diferentes papéis. Para os alunos recém
ingressados no ensino superior, esses eixos são desconhecidos, assim
como a vida acadêmica em geral.
É esse ambiente acadêmico que recebe ingressantes em diversas
áreas do conhecimento, com aspirações a desenvolver os mais variados
projetos de vida. O estudante que chega aos bancos das universidades,
embora seja considerado, em princípio, apto a participar de uma série de
práticas discursivas universitárias, costuma levar algum tempo para se
adaptar a esse novo ambiente. Os processos acadêmicos mais simples,
como matrícula e criação de senhas para acessar o site da universidade e
navegar na web ou no ambiente virtual de aprendizagem da plataforma
Moodle (em se tratando de cursos na modalidade EaD), são práticas novas
que demandam adaptação.
Por outro lado, é comum que os professores peçam para os
estudantes produzirem textos como fichamentos, resenhas, ensaios e
seminários, sem considerar que a grande maioria nunca tenha participado
de práticas discursivas que envolvessem esses gêneros. Por isso, na
próxima unidade haverá explicações sobre os gêneros textuais mais
usados na universidade.

Você sabe o que é uma Universidade? Assista ao vídeo abaixo e entenda um


pouco sobre este importante conceito. Bora lá? Pense um pouco sobre a
importância da Universidade Pública e, principalmente, de como você se
insere no contexto da Universidade Estadual de Roraima- UERR.

Assista ao vídeo: O que é Universidade?


Clique aqui para assistir ao vídeo
20

2.3.1 Dicas para interpretação de textos acadêmicos


É comum que estudantes encontrem dificuldades na interpretação de
textos teóricos. Faz parte do estudo e aprendizagem das ciências.
Geralmente, em textos científicos, há uma discussão teórica, seguida da
interpretação dos dados. Nesse tipo de estudo teórico o raciocínio é
geralmente dedutivo, o que exige muita disciplina intelectual.
Para conseguir interpretar é preciso criar condições de abordagem e
entendimento do texto a partir da utilização de alguns recursos. De acordo
com Severino (2007), os textos são portadores de mensagens, concebidas
e codificadas pelos autores, que são destinadas aos leitores. Nós, como
leitores, devemos decodificar as mensagens no sentido amplo, fazer
análises e relacionar essas mensagens ao nosso próprio conhecimento de
mundo, ou seja, a nossas experiências pessoais e culturais. No entanto, é
importante entender algumas diretrizes para ler e compreender trabalhos
científicos com base em uma série de precauções.
A primeira precaução é delimitar a unidade de leitura, isso quer dizer
que devemos dividir o texto por seções, capítulos, unidades ou tópicos,
para entender o sentido geral do texto e, depois, os específicos. Alguns
autores recomendam formar unidades de sentido para trabalhar de forma
individual, por etapas.
Outro aspecto importante é que o estudo das unidades seja continua,
sem grandes intervalos de tempo. Inicialmente, devemos realizar uma
leitura seguida e completa do texto, nessa primeira vez não é necessário
compreender totalmente o conteúdo, pois o objetivo é ter uma visão de
conjunto do raciocínio do autor. Esse contato geral permite entender o estilo
e método do texto. Em uma segunda leitura, é importante assinalar todos
os pontos passíveis de dúvida e que exijam esclarecimentos.
Também é importante obter informações sobre o autor, como vida,
obra e pensamento, porém, essas informações não devem prejudicar o
entendimento do texto a ser estudado.
Outra dica é fazer um levantamento de vocabulário, conceitos e
termos fundamentais para a compreensão do texto, o que ajudará na sua
compreensão. Fatos históricos e outros autores citados também podem ser
pesquisados para conseguir uma análise mais completa.
21

Para finalizar este tópico sobre interpretação de textos acadêmicos,


sugerimos que assistam ao vídeo abaixo. Faça uma reflexão sobre o que
você já entendeu até aqui. Dúvidas, procure seu tutor.

Assista ao vídeo: Introdução ao texto acadêmico


Clique aqui para assistir ao vídeo

2.4 Ética na pesquisa

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=jgnzObbfy-c

2.4.1 O que é ética?


Ética é a “teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade” (VASQUEZ, 1995, p.1). Designa um conjunto de costumes e
atitudes de determinadas comunidades. Portanto, refere-se aos valores
sociais, familiares, profissionais e científicos que se estabelecem no
cotidiano comunitário.
São os princípios éticos de cada meio social que norteiam e sevem
como parâmetro avaliativo do que é bom ou mau, do que é certo ou errado
e do que é ético ou antiético em determinadas ações pessoais e
profissionais dos indivíduos. A ética nem sempre é determinada em forma
de lei ou regulamentação. Em alguns casos, ela se estabelece tacitamente,
22

de acordo com as vivências sociais dos sujeitos em sua comunidade. Em


outros casos, há determinações e normas legais que balizam o
comportamento ético dos sujeitos.
A exemplo, podemos denominar como ético o comportamento do
aluno que faz suas leituras, estuda e produz seu próprio trabalho
acadêmico e utiliza os conhecimentos adquiridos seguindo os preceitos
normativos previamente estabelecidos para esse fim, assim como podemos
denominar antiético o comportamento do aluno que burla as regras de
produção do trabalho científico na elaboração do seu trabalho. Dessa
forma, a ética na academia, nosso foco nessa seção, é caracterizada por
regras e princípios que devem ser seguidos para uma boa avaliação do
trabalho científico e, consequentemente para avaliação da postura
acadêmica do sujeito que o produziu.

2.4.2 Ética na pesquisa


A pesquisa e, consequentemente, o trabalho acadêmico deve ser
produzidos seguindo princípios éticos pré-estabelecidos, de acordo com a
área de conhecimento de cada trabalho (exatas, biológicas, humanas e
socialmente aplicadas etc.). Esses princípios vêm sendo determinados no
decorrer dos anos, seguindo o desenvolvimento das ciências e as
demandas que esse desenvolvimento faz surgir.

Você sabe o que é Comitê de Ética em Pesquisa? Não? Vamos entender o


que é? Assista aos vídeos abaixo e depois acesse a página do CEP da
Universidade Estadual de Roraima, através do link:
https://www.uerr.edu.br/cep/

Assista ao vídeo: O que é o CONEP?


Clique aqui para assistir ao vídeo

Assista ao vídeo: O que é o CEP?


Clique aqui para assistir ao vídeo
Entrevista sobre o CEP a partir dos 5 minutos e 18 segundos de vídeo
partir de
23

2.4.3 Marcos Históricos


O Código Nuremberg de 1947 e a Declaração de Helsinque elaborado
em 1964 são marcos históricos que norteiam os princípios éticos para
pesquisas com seres humanos na área da medicina, configurando-se como
um conjunto de normas que conduzem as pesquisas na área da saúde
e de outras áreas de conhecimento.

Para complementar seus estudos, clique aqui, e leia sobre o Código de


Nuremberg de 1947.

Para complementar seus estudos, clique aqui, e leia sobre a


Declaração de Helsinque elaborado em 1964.

Você sabe o que é bioética? Como estudos complementares, navegue pelo


site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, acessando:
https://www.ufrgs.br/bioetica/

2.4.4 Pesquisa com humanos

Assista ao vídeo: Ética em pesquisa com seres humanos


Clique aqui para assistir ao vídeo

Destacamos alguns princípios estabelecidos com base no Código


Nuremberg e na Declaração de Helsinque para pesquisas com seres
humanos. São eles:
 A participação voluntária (não obrigatória) nas pesquisas de
qualquer área;
 A pesquisa deve ser conduzida por pessoas qualificadas;
 Deve-se evitar sofrimentos e constrangimentos aos participantes;
 A pesquisa deve seguir técnicas e métodos e suporte teórico
adequados;
 A pesquisa com humanos deve ser avaliada por um comitê ético.
24

A pesquisa com humanos compreende toda atividade de pesquisa


que preveja a participação de pessoas, tais com os testes médicos para
produção de novas drogas para o mercado farmacêutico, a aplicação de
questionários, entrevistas (gravadas em áudio/vídeo ou não), testes de
qualquer natureza, formação de grupos focais para obtenção de dados para
estudos de áreas diversas.
No Brasil há um sistema nacional para o registro e avaliação de
pesquisas com seres humanos, independente da área de pesquisa.
Chama-se Plataforma Brasil. Seguindo as normas do Conselho Nacional
de Saúde (CNS), da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e
dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) e de seu sistema interligado, as
pesquisas com humanos devem ser submetidas nesse sistema a uma
avaliação para liberação da prática da pesquisa.

A Plataforma Brasil é uma base nacional e unificada de registros de


pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEP/CONEP.
Ela permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes
estágios - desde sua submissão até a aprovação final pelo CEP e pela
CONEP, quando necessário - possibilitando inclusive o
acompanhamento da fase de campo, o envio de relatórios parciais e dos
relatórios finais das pesquisas (quando concluídas). O sistema permite,
ainda, a apresentação de documentos também em meio digital,
propiciando ainda à sociedade o acesso aos dados públicos de todas as
pesquisas aprovadas. Pela Internet é possível a todos os envolvidos o
acesso, por meio de um ambiente compartilhado, às informações em
conjunto, diminuindo de forma significativa o tempo de trâmite dos
projetos em todo o sistema CEP/CONEP.
(http://plataformabrasil.saude.gov.br/login.jsf ).

Cada instituição de ensino superior (IES) tem um CEP e é ele que


avalia os trabalhos submetidos à Plataforma Brasil.
A Universidade Estadual de Roraima tem seu CEP
(https://www.uerr.edu.br/cep/). Visite o site e veja regimentos, resoluções
do CEP/UERR, modelos de documentos necessários e quem pode
submeter projetos à avaliação.
Um exemplo da necessidade de submissão de projetos que preveem
a participação de humanos à avaliação pelo CEP está ligado à divulgação
da pesquisa. Alguns periódicos não aceitam publicar trabalhos decorrentes
25

de projetos cuja metodologia previa a participação de humanos, mas não


foram submetidos aos registros e avalições do CEP.

2.5 Plágio e Fraude


De acordo com o dicionário Aurélio online, em seu significado jurídico,
plágio é a “apresentação que alguém faz de algo, como se fosse de própria
autoria, quando na verdade foi criado ou pertence a outrem; cópia,
imitação: plágio de um livro, trecho de música, de uma pintura etc” e fraude
é “qualquer ação ilícita, desonesta, ardilosa que busca enganar ou ludibriar
alguém.”

Assista ao vídeo: CopySpider – Detector de Plágio


Clique aqui para assistir ao vídeo

2.5.1 O que é plágio no trabalho científico?


O plágio no trabalho acadêmico/científico configura-se na usurpação
de trabalhos de outrem de forma integral ou parcial. Plágio é, portanto, uma
fraude. Ou seja, plagiar é usar todo o trabalho de outra pessoa e declarar
como seu; ou retirar partes (trechos, ideias, figuras, quadros, dados de
qualquer natureza) de trabalhos seus (autoplágio) ou de outros, sem fazer
as devidas referências. Dessa forma, plagiar é uma atitude ilegal e
antiética.

Assista ao vídeo: Plágio Acadêmico


Clique aqui para assistir ao vídeo

2.5.2 Produção acadêmica e direito autoral


O advento da internet, a massificação das informações e publicações
por meio digital, além de trazerem muitos benefícios para a produção
acadêmica, também facilitaram a recorrência do plágio.
Vale lembrar que, para os casos de plágio, pode-se aplicar a lei de
direitos autorais (Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998,
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm) que, garante a proteção do
26

direito do autor e, segundo Martins Filho (1998, p.183), "lidam basicamente


com a imaterialidade, principal característica da propriedade intelectual que
está presente nas produções artísticas, culturais, científicas etc.”

Assista ao vídeo: Citações bibliográficas


Clique aqui para assistir ao vídeo

Existem várias formas de fraudes e plágios no meio acadêmico.


Dessa forma é necessário conhecê-los para evitá-los. Wachowicz (2015)
cita os tipos de plágios mais comuns na academia:
 Plágio Total, Integral ou Direto - acontece quando uma obra é
copiada por inteiro.

 Plágio Parcial - é a cópia de partes do trabalho de terceiros sem a


devida referência.

 Plágio Conceitual - é a reprodução da ideia ou da concepção


teórica original sem as devidas referências.

 Plágio Indireto - é a apresentação de nova forma como sendo algo


de novo de partes de trabalho já publicados ou de sua integralidade.
Como exemplo, a forma de estruturar e apresentar um trabalho ou a
reprodução de citações no texto quando forem oriundas de citações
utilizadas em outras obras, fruto da pesquisa de outros
pesquisadores, fazendo crer que a pesquisa e a busca da fonte
tenham sido feitas nas obras e documentos citados, ou seja, a cópia
da citação, sem a devida referenciação.

 Plágio às Avessas- consiste no ato de retirar da obra a autoria do


seu legitimo autor e atribuí-la a terceiro, que detenha em
determinada área do conhecimento grande prestígio.

 Plágio Invertido- Consiste no ato do autor retirar o seu próprio nome


trabalho por ele produzido para atribuí-lo a um terceiro, que é uma
27

autoridade na matéria, para com isto atribuir maior reconhecimento


e validade aos argumentos constantes do texto.

 Plágio por encomenda- O plágio por encomenda poderá ocorrer,


por exemplo, quando alguém contrata um escritor para escrever um
trabalho/texto, com a condição de que não lhe seja atribuído
qualquer crédito.

 Plágio Consentido. Acontece quando dois ou mais pesquisadores


trocam suas pesquisas, suas produções para que sejam utilizadas
por um ou por ambos com o intuito de potencializar suas produções
acadêmicas.

 Autoplágio é o ato de um pesquisador reutilizar, total ou


parcialmente, textos de sua autoria reapresentando-os como se
fossem inéditos, sem quaisquer referências aos trabalhos
publicados anteriormente.

Qualquer dessas formas de fraudes, ao serem detectadas, seja por


programas específicos de rastreamento de plágio, ou pelos avaliadores dos
trabalhos “podem culminar com a reprovação de alunos, cassação de
diplomas, bem como a exoneração de professores ou de pesquisadores de
centros de excelência” (WACHOWICZ, 2015, p. 3).
Sobre a postura acadêmica diante das responsabilidades da
pesquisa e produção científica, a Academia Brasileira de Ciências – ABC
(http://www.abc.org.br/), em seu Guia de Recomendações de Práticas
Responsáveis (http://www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-4559.pdf) afirma que “a
confiança é o pilar da atividade de pesquisa” e que os pesquisadores e
acadêmicos devem construir uma relação de responsabilidade com os seus
trabalhos e pesquisas realizados, para que se construa uma relação de
confiança no pesquisador e na ciência. Assim, assevera que
Os pesquisadores devem ter confiança de que seus colegas
levantaram dados e informações de forma cuidadosa,
utilizaram técnicas e métodos apropriados, reportaram os
resultados de forma correta e manusearam com respeito o
28

trabalho de outros pesquisadores. Quando esses padrões


são violados e a confiança rompida, não são afetados
apenas os pesquisadores diretamente envolvidos, mas a
própria base da atividade de pesquisa (ACADEMIA
BRASILEIRA DE CIÊNCIAS, 2013, p.3)

Dessa forma, espera-se que os acadêmicos de qualquer área de


conhecimento, reconheçam importância da leitura e interpretação de textos
na vida acadêmica, da ética em pesquisa, dos diferentes métodos e
técnicas de investigação, produção e divulgação de trabalhos científicos,
ajam com responsabilidade e assim, colaborem com um desenvolvimento
científico responsável.

Lembrete: Atenção e foco nos seus estudos.

Chegamos ao final de mais uma unidade. Espero que você esteja se


desenvolvendo bem em seus estudos. Dúvidas, procure o tutor, reveja
os textos e os materiais disponíveis. Vamos para nosso próximo desafio?
Vamos lá, então!
29

Anotações:
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Referências
ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS. Rigor e Integridade na
Condução da Pesquisa Científica - Guia de Recomendações de Práticas
Responsáveis. 2013. Disponível em http://www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-
4559.pdf. Acesso em Acesso em 10 de agosto de 2019.

BRASIL, Câmara dos Deputados. Legislação: Constituição Federal de


1988. (atualizada até a Emenda Constitucional nº 106/2020). Disponível em
<https://www2.camara.leg.br/atividadeegislativa/legislacao/constituicao19
88>. Acesso em: 24 de junho de 2020.

BRASIL, Presidência da República. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de


1998. Casa Civil: subchefia para assuntos jurídicos. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm>. Acesso em: 24 de
junho de 2020.

CAED UFMG. Ética em pesquisa envolvendo seres humanos. 2019.


(16m20s). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=5PIRTfpOoMA>. Acesso em: 24 de
junho de 2020.

______. Universidade: conceitos e possibilidades. 2017. (18m38s).


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HEC_rA1Og_o>.
Acesso em: 24 de junho de 2020.

CANAL DESCOMPLICADO. Plágio acadêmico e ética na pesquisa.


2019. (07m06s). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=PqEEnM3DjYM>. Acesso em: 24 de
junho de 2020.
30

______. Referências Bibliográficas | Citações. 2019. (04m37s).


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4FUThBrcH0Q>.
Acesso em: 24 de junho de 2020.

CANAL USP. Aulas USP | Práticas de Leitura e Escrita Acadêmicas.


2019. (01m34s). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Hb8x6d4W40M>. Acesso em: 24 de
junho de 2020.

COLLECTING MOMENTS. Detector de plágio para trabalhos


acadêmicos – Instalar e utilizar CopySpider. 2017. (07m12s). Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=6mDV_gC-RI >. Acesso em: 24
de junho de 2020.

DICIO, Dicionário Online de Português. Letramento. Significado de


Letramento. Disponível em: < https://www.dicio.com.br/letramento/>.
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ÉTICA EM PESQUISA. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa -


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FISCHER, A. Letramento Acadêmico: uma perspectiva portuguesa.


Revista Acta Scientiarum. Language and Culture, Maringá, v. 30, n. 2, p.
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GOLDIM, José R. Bioética: Página de Bioética - 23 anos (1997-2020).


UFRGS – Bioética. Disponível em < https://www.ufrgs.br/bioetica>. Acesso
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1947. UFRGS – Bioética. Disponível em
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______. Declaração de Helsinki I: Associação Médica Mundial - 1964.


UFRGS – Bioética. Disponível em <
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LEA, M. R.; STREET, B. Student Writing in higher education: an


academic literacies approach. Studies in Higher Education, London, v. 23,
n. 2, p. 157- 166, jun. 1998.

MARTINS FILHO, P. Direitos autorais na Internet. Ci. Inf., Brasília, v. 27,


n. 2, p. 183-188, maio/ago. 1998. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/%0D/ci/v27n2/2729811.pdf. Acesso em 15 de
agosto de 2019.
31

NAPEAD (UFRGS). Interpretação da Literatura | Introdução ao texto


acadêmico. 2019. (14m06s). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=F4H-qXydyQg>. Acesso em: 24 de
junho de 2020.

OLIVEIRA, E. F. Letramento acadêmico: principais abordagens sobre a


escrita dos alunos no ensino superior. Revista Trama, v. 13, n. 28, 2017, p.
119 – 142.

PORTAL SÃO FRANCISCO. Normas da ABNT. Disponível em


<https://www.portalsaofrancisco.com.br/portugues/normas-da-abnt>.
Acesso em: 24 de junho de 2020.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23ª


ed., São Paulo: Cortez, 2007.

TV UFG. Se liga na UFG! – Comitê de Ética em Pesquisa - Completo.


2015. (23m22s). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=43tASceqCt0>. Acesso em: 24 de
junho de 2020.

VÁSQUEZ, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1995.

WACHOWICZ, Marcos - Noções fundamentais sobre o plágio


académico, Estudos de Direito Intelectual, em homenagem ao Professor
Doutor José de Oliveira Ascensão, 50 anos de Vida Universitária, Almedina,
Lisboa, 2015. Disponível em http://www.gedai.com.br/wp-
content/uploads/2015/09/artigo_plagio_academico_obraprof_jose_oliveira
_ascensao-1.pdf. Acesso em 03 de agosto de 2019.
32

UNIDADE 3
TÉCNICAS DE LEITURA: ANÁLISE TEXTUAL,
TEMÁTICA, INTERPRETATIVA E
PROBLEMATIZAÇÃO

Prof.ª Dr.ª Cristiani Dália de Mello


Prof.ª Dr.ª Isabela Coutinho Costa
Prof.ª Me. Marinalva da Silva Brito

Prezado(a) estudante,
Seja bem-vindo(a)! Essa é nossa terceira unidade da disciplina de
Metodologia do trabalho científico. Esta unidade apresenta etapas da
leitura e a importância de técnicas para leitura de textos acadêmicos.
Apresenta também conceitos e características de gêneros textuais
acadêmicos como o fichamento, o resumo, a resenha e o mapa conceitual.
Neste sentido, a unidade possui como objetivos apresentar etapas e
técnicas de leitura, discutir a importância do estabelecimento de métodos
de estudo na vida acadêmica, apresentar as características dos gêneros
textuais: fichamento, resumo, resenha, mapa conceitual. Vamos aos
estudos?

Fonte: Carvalho Jr. et al. (2012)


33

3.1 Que é leitura?

Segundo Koch (2009, p.12) os Parâmetros Curriculares


Nacionais conceitua a leitura como “processo no qual o leitor realiza um
trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus
objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o
que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação,
decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade
que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação,
sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos
que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões
diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de
esclarecimentos, validar no texto suposições feitas.”

Os conceitos de leitura estão atrelados às concepções variadas


de língua. Anteriormente, quando se pensava a língua como estrutura,
código ou simplesmente como mero instrumento de comunicação, a leitura
era apenas uma atividade que exigia do leitor o reconhecimento do sentido
das palavras e estruturas no texto, o foco era exclusivamente no texto.

Em uma outra concepção de língua como representação do


pensamento, a leitura seria mais como captação das ideias do autor,
pressupondo um sujeito autor absoluto de suas ações e de seu dizer. O
texto, nesta concepção, é concebido como um produto do pensamento do
autor e o leitor seria apenas um sujeito passivo, receptor da mensagem do
autor.

A visão de leitura que o parâmetro curricular aborda vai além


dessas visões, porque o sujeito é visto como construtor social, ator do
processo e o ato de ler passa a ser algo de mão dupla. Tanto leitor quanto
autor se constroem e são construídos no texto, dialogicamente. Nessa
concepção, reproduzindo a afirmação de Koch (2009, p.11) a leitura passa
a ser uma “atividade interativa altamente complexa de produção de
sentidos, que se realiza evidentemente com base nos elementos
linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização,
34

mas requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do


evento comunicativo.”

Assim, autor e leitor são “estrategistas” na interação pela


linguagem, não é só o conhecimento linguístico necessário para se ler o
texto, mas também o reconhecimento das estratégias cognitivas-
discursivas que possibilitaram o levantamento de hipóteses válidas ou não,
as lacunas que o texto possa ou não apresentar, ou seja, uma forma ativa
de construir o sentido numa postura interacionista.

Dias (2018, p.19) reflete bem esta abordagem quando conceitua


a leitura como “prática social que mobiliza autor e leitor por meio do texto”.
E reforça o emprego das estratégias cognitivas e na interação entre
sentidos. Como a leitura passa a ser algo mais profundo para a
compreensão do texto, alguns fatores são necessários como:
conhecimento linguístico, conhecimento prévio a respeito do assunto do
texto, conhecimento geral a respeito do mundo, motivação, interesse pela
leitura e outros. Isso seria produzir leitura ativa. Na qualidade de leitores
ativos, estabelecemos relações entre nossos conhecimentos anteriormente
constituídos e as novas informações contidas no texto, fazemos
inferências, comparações, formulamos perguntas relacionadas ao seu
conteúdo, processamos, criticamos, contrastamos e avaliamos as
informações que nos são apresentadas, produzindo sentido para o que
lemos.

Perceberam como a leitura é algo bem mais complexo do que


simplesmente decodificar palavras? O exercício da leitura é de
extrema importância para a vida acadêmica. Vamos em frente?
35

3.2 Tipos de leitores

Kato (1990, p.40) relata que existem três tipos de leitores:

O primeiro que apreende facilmente as ideias gerais e principais


do texto, sendo fluente e veloz, embora faça muitas adivinhações sem
procurar confirmá-las com os dados no texto.

O segundo seria aquele que constrói o significado com base nos


dados do texto, mas que lê muito pouco nas entrelinhas, detectando
detalhes como erros de ortografia, não tira conclusões apressadas. É
vagaroso, pouco fluente, tem dificuldade de sintetizar as ideias do texto,
pois não conseguem distinguir o que é mais importante do que é
redundante ou ilustrativo.

E, por fim, o terceiro tipo de leitor, que é o leitor maduro, aquele


que usa de forma adequada e no momento apropriado os dois processos
complementarmente. O leitor que tem um controle consciente e ativo do
seu comportamento. Estamos falando aqui desses processos, como sendo
o ascendente e o descendente.

O processo ascendente (bottom-up) faz uso linear e indutivo das


informações visuais, linguísticas e sua abordagem é composicional, isto é,
constrói o significado através da análise e síntese do significado das partes.

O processo descendente (top-down) é uma abordagem não-


linear, que faz uso intensivo e dedutivo de informações não-visuais e cuja
direção é da macro para a microestrutura e da função para a forma.

Assim, o leitor ativo, conforme falamos no item anterior, assume


algumas estratégias de leitura, baseando-se em antecipações e hipóteses
como: o conhecimento sobre o autor do texto, o meio de veiculação do
texto, o gênero textual, título, a distribuição e configuração das informações
no texto. Isso ajuda ao leitor obter a maturidade de leitura.

Reflita sobre a sua postura como leitor e, tente se encaixar no


contexto apresentado. Que tipo de leitor você se considera?
36

3.2.1. Etapas de leitura

Segundo Severino (1996, p.52) a leitura de um texto para


estudos passa pelas seguintes etapas: análise textual; análise temática e
análise interpretativa.

Vamos entender o que cada uma aborda?

a) Análise textual: É a preparação da leitura, é a tomada de contato com


todo o texto. Neste momento, pode-se assinalar os pontos possíveis de
dúvidas, esclarecer os dados sobre o autor, entender o vocabulário, fazer
referências a fatos históricos e a outros autores ou outras doutrinas. Ao
final, esquematizar o texto. O esquema serve para organizar a estrutura
redacional do texto. Para Medeiros (2003) essas ações seriam
parcialmente o que ele chama de análise dos elementos, em que se
compreende a referência bibliográfica, a estrutura do
plano do livro ou texto, o vocabulário, o modelo teórico, a doutrina etc.
Parcialmente, porque no seu modelo de análise já estariam sendo
levantadas as ideias principais e secundárias, etapas que para Severino
(1996) fazem parte da análise temática reportada no próximo item.

b) Análise temática: É a compreensão da mensagem global. Saber sobre


o assunto ou tema. Para isso, fazer perguntas sobre a problematização do
tema, por exemplo: como o assunto está problematizado? Qual a
dificuldade que deve ser resolvida? Qual o problema a ser solucionado?
Que posição o autor assume? Qual é a ideia central ou a tese? A partir da
ideia central, é hora de saber como o autor demonstra a sua tese, qual foi
o raciocínio, a argumentação que ele usou para demonstrar sua posição.
Essa análise já oferece subsídios para a elaboração do resumo ou síntese
do texto.

c) Análise interpretativa: Nesta análise, já ocorre um diálogo com o autor,


pois faz-se uma leitura nas entrelinhas, forçando o leitor a tomar uma
posição própria a respeito das ideias enunciadas. Questiona-se sobre a
37

relação entre o posicionamento teórico e o pensamento geral do autor. Se


há coesão entre as orientações filosóficas assumidas com as ideias
apresentadas. Procura-se, portanto, a não-contradição do tema em
questão com as abordagens apresentadas. Além disso, faz-se um
julgamento da coerência interna do texto, que seria sobre os objetivos
atingidos, a eficácia do raciocínio para a demonstração da tese, a solidez
da conclusão apresentada, para daí, formular-se um juízo crítico, em que
se conclui se há ou não relevância do estudo do tema abordado.

d) Problematização: Esta se refere ao levantamento dos problemas para


discussão, principalmente se o estudo estiver sendo feito em grupo.

e) Síntese pessoal: Esta etapa final é que comprovará o amadurecimento


intelectual. É uma fase de elaboração pessoal, com retomada de pontos
abordados em todas as etapas anteriores.

3.2.2. Vamos treinar?

Para complementação desta unidade e


para reforçar os conhecimentos
adquiridos, sugerimos a consulta ao
livro de Metodologia do Trabalho
Científico do Severino (1996).

3.3. Métodos de estudo: fichamento, resenhas e mapa conceitual


3.3.1. Métodos de estudo
A vida acadêmica demanda uma vasta rotina de atividades
sempre permeadas por leituras. É necessário apreender teorias, conceitos,
métodos, fórmulas, etc. além de distingui-los um dos outros a depender de
cada área do conhecimento. Essa rotina de atividades deve ser
desempenhada da forma mais eficiente possível, pois é isso que determina
38

o seu bom desempenho nas rotineiras avaliações de cada disciplina. Dessa


forma, é necessário desenvolver técnicas e métodos de estudos que
viabilizem o registro das leituras e apreensão do conhecimento acadêmico
necessário a cada disciplina. Apresentaremos a seguir alguns dos gêneros
textuais de maior demanda na academia. Eles são os mais exigidos e os
mais eficientes, quando a atividade pressupõe a leitura de textos
acadêmicos.

3.3.2. Fichamento.
O fichamento consiste na elaboração de fichas (sejam elas
físicas ou não) que têm como objetivo a catalogação dos dados de um
determinado texto acompanhado de suas ideias principais ou citações mais
importantes.

É um gênero textual que serve para acesso rápido aos dados de


um determinado texto e para relembrar as discussões nele contidas.

É uma atividade muito útil quando se considera o volume e ritmo


de leitura que um curso superior demanda, pois com o fichamento de cada
texto lido, é possível, mesmo depois de passado um longo tempo da leitura
inicial, o ativar a memória sobre as discussões do texto e, além disso, é
uma forma de sistematizar o seu conhecimento. O fichamento pode ser
muito útil também na preparação prévia para a produção de um texto mais
elaborado. Se você tem a intenção de produzir um artigo e precisa
selecionar bases teóricas para essa produção, uma pasta com fichamentos
já produzidos pode adiantar muito o seu trabalho de produção, além de
dispor de todos os dados bibliográficos das obras.

A estrutura do fichamento pode ser composta por:

 Referência bibliográfica da obra


 Comentários gerais sobre o tema da obra
 Citações (com aspas e indicações das páginas)
 Comentários específicos
39

Exemplo de fichamento:

TARALLO, Fernando. A pesquisa sociolinguística. São Paulo: Ática, 2005.

O livro desenvolve um modelo teórico-metodológico de pesquisa na área da


sociolinguística e tem como base a Teoria da Variação Linguística, estruturado
por Willian Labov, que assume o “caos” linguístico como objeto de estudo.

“As variantes de uma comunidade de fala encontram-se em relação de


concorrência: padrão, conservadora, e de prestígio refletem as previsões dos
modelos sociolinguístico; as variantes inovadoras, estilizadas e não-padrão
ampliam as dimensões que atitudes sociolinguísticas podem alcançar.” (p. 12)

“É a partir de sua existência real, com todas as inúmeras, infinitas e possíveis


facetas que tentaremos construir um modelo teóricos”. (p. 18). Dessa forma, o
autor defende que o objeto de análise determina a teoria e não o contrário.

“Para sociolinguística, o vernáculo é a língua falada em situações naturais de


interação face a face”. (p. 19)

O pesquisador da área de sociolinguística precisa interagir no processo de


comunicação, mas pode utilizar também o método de observação.

Método: estabelecer a comunidade para pesquisa e proceder de acordo com


critérios indicados: (p. 27)
Instrumento: gravador
Método: entrevista
Seleção aleatória de informantes.
Roteiro de perguntas/questionário-guia.
Estabelecer módulos de tópicos de comunicação: dados pessoais; tema de
interesse do falante.
Modulo Narração: perigo de morte. (Apresenta mais eficácia) (p. 23)
(Continua...)

3.3.3. Resumos
Resumir exige leitura atenta e observação da estrutura um texto.
É um apanhado geral, descrito com suas próprias palavras, sobre as
discussões contidas em partes do texto ou em sua integralidade.

Um resumo deve conter uma apresentação geral da obra e a


descrição do que é discutido em suas subdivisões (se houver). É um texto
que pode ser produzido em um parágrafo ou em vários. Essa característica
pode ser determinada pela estrutura da obra, já que um artigo tem estrutura
diferente de um livro.

Veja exemplos de resumos.

 Resumo de um romance
40

 Memórias Póstumas de Brás Cubas- Machado de Assis

Memórias póstumas de Brás Cubas (1881) é o romance inaugural do Realismo


no Brasil e uma das obras-primas de Machado de Assis, pertencendo à fase
realista deste autor, quando ele atingiu o ponto mais alto de sua carreira literária.

Resumo

O livro é narrado em primeira pessoa por Brás


Cubas, protagonista do romance. Ele narra a
história de sua vida após sua própria morte, por
isso é identificado nos meios literários como
defunto-narrador ou defunto-autor. Por ele,
ficamos conhecendo fragmentos das várias etapas
de sua vida: infância, juventude e vida adulta.
Na infância fora uma criança perspicaz, irreverente
e, muitas vezes, desrespeitosa; na adolescência
preocupara o pai quando se apaixonou por
Marcela, prostituta esperta e interesseira que tira
proveito do sentimento nutrido pelo jovem e da
inexperiência dele, para explorá-lo, levando-o,
inclusive, a furtar joias da mãe, para presenteá-la.
Em sua trajetória de adulto, Brás Cubas faz muitos planos, tanto pessoais como
comerciais, mas, no geral, fica apenas nos planos, já que acaba por não dar
sequência a nenhum deles, de maneira a conseguir o sucesso que a si mesmo
prometia. Outros fragmentos dessa trajetória registram os amores de Brás
Cubas, particularmente o vivido com Virgília, bela figura de mulher casada, com
quem manteve relacionamento amoroso e íntimo por alguns anos.
Brás Cubas morreu como sempre vivera: confortavelmente, sob o ponto de vista
econômico, mas termina seus dias de forma melancólica, tendo apenas Virgília
ao seu lado que, piedosamente, vem estar com ele em seus últimos momentos
de vida.
Fonte: www.coladaweb.com/resumos/memorias-postumas-de-bras-cubas-machado-de-assis
41

 Resumo de um artigo científico


Pesquisa acadêmica em contabilidade gerencial no Brasil: análise e
reflexões sobre teorias, metodologias e paradigmas

Artur Roberto do Nascimento


Emanuel Junqueira,
Gilberto de Andrade Martins
Resumo

O trabalho teve por objetivo identificar e analisar as características


epistemológicas da produção acadêmica da pesquisa em contabilidade
gerencial no Brasil. Realizou-se uma pesquisa empírico-analítica com técnicas
de análise bibliométrica e de conteúdo dos trabalhos do Congresso da
Associação Nacional do Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis
[ANPCONT] de 2007 e 2008, Congressos de Contabilidade e Controladoria da
Universidade de São Paulo [USP] e Encontros Nacionais da Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração [ANPAD] dos anos
de 2005 a 2008, perfazendo um total de 287 trabalhos. Os resultados indicam:
(a) baixa utilização de referências que abordem as teorias da contabilidade
gerencial, baixa incidência de referências a artigos publicados em periódicos
internacionais e alta idade média dos trabalhos citados, 10 anos; (b) as
estratégias de pesquisa se concentram em pesquisas de campo (38%),
levantamentos descritivos (16%), ou trabalhos documentais (9%), sem geração
de teorias substantivas ou trabalhos de natureza explicativa; (c) em relação às
teorias, observa-se que 83% dos trabalhos se baseiam somente em conceitos
contábeis ou legislação, enquanto 17% utilizam teorias da economia, sociologia
ou psicologia; (d) em relação aos paradigmas, observa-se que a maioria segue
o funcionalista (97%), e apenas 3% seguiram paradigmas
críticos/interpretativos.

Keywords: teoria da contabilidade gerencial; epistemologia da contabilidade


gerencial; pesquisa em contabilidade gerencial.
Fonte: www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-65552010000700008&script=sci_abstract&tlng=pt

Sobre resumos de trabalhos científicos - artigos, dissertações, teses


- veja: http://www.biblioteca.fsp.usp.br/~biblioteca/guia/a_cap_05.htm

Acesse a Revista Ambiente: Gestão e Desenvolvimento e veja


como os resumos científicos dos artigos.
https://periodicos.uerr.edu.br/index.php/ambiente
42

3.3.4. Resenhas
As resenhas são apreciações gerais de obras diversas. É um
gênero acadêmico que apresenta uma análise detalhada de obras
científicas ou não.

Sua estrutura retórica consiste em:

1. Apresentar a obra.
2. Descrever sua estrutura.
3. Analisar criticamente e avaliar seu conteúdo.
4. Recomendar ou não sua leitura.

Podemos dizer que uma obra que foi fichada e resumida já


cumpriu boa parte da estrutura retórica da resenha que, para sua
conclusão, precisa ainda de sua crítica, avaliação e recomendação.

3.3.5. Mapa conceitual


Os mapas conceituais são estruturas gráficas que apresentam
os conceitos chaves de um texto. Buscam sintetizar de forma ordenada e
sequencial a relação entre esses conceitos ou entre as os temas discutidos
no texto.

Vamos entender melhor o que é um mapa conceitual? Acesse o portal:


https://www.infoescola.com/pedagogia/mapas-conceituais-no-
processo-de-ensino-aprendizagem-aspectos-praticos/
Exemplo:

O mapa conceitual sintetiza graficamente a informação e,


através de sua estrutura, deve possibilitar a reescrita ordenada dessas
informações.

Vamos entender melhor o que é um mapa conceitual? Acesse o portal:


http://pedagogiandoufpi.blogspot.com/2017/01/mapa-conceitual.html
43

Fonte: http://pedagogiandoufpi.blogspot.com/2017/01/mapa-conceitual.html

Ao chegar ao final desta unidade, esperamos que você tenha desenvolvido


as competências necessárias para realizar as técnicas de leitura, bem
como entender o que é um texto científico. Dúvidas, procure o tutor. Reveja
os textos e os materiais disponíveis. Então vamos para a próxima unidade?
44

Referências

ASSIS, Machado. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática,


1992
CARVALHO JR, P. M. Avaliação do programa de residência
multifuncional em saúde da família: uma análise qualitativa através de
duas técnicas. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, Rio de
Janeiro, 2012.

DIAS, J.de F. Ler e (re) escrever textos na universidade: da prática teórica


e do processo de aprendizagem-ensino. Campinas: SP, Pontes
Editora,2018.

FREIRE, P. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

KATO, M. O aprendizado da leitura. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1990.


KOCH, I.V. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.ed. São Paulo:
Contexto, 2009.

MEDEIROS, J.B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos,


resenhas. 5ª ed., São Paulo: Atlas, 2003.

NASCIMENTO, Artur R. do; JUNQUEIRA, Emanuel e MARTINS, Gilberto


de A. Pesquisa acadêmica em contabilidade gerencial no
Brasil: análise e reflexões sobre teorias, metodologias e
paradigmas. Rev. adm. contemp. [online]. 2010, vol.14, n.6, pp.1113-
1133. ISSN 1982-7849. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-
65552010000700008.

PEDAGOGIANDO. A arte de ensinar aprendendo. s.d. Disponível em:


<http://pedagogiandoufpi.blogspot.com/2017/01/mapa-conceitual.html>.
Acesso em: 24 de junho de 2020.

SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico.20.ed.São Paulo:


Cortez, 1996.

SILVA, André L. Silva da. Mapas conceituais no processo de ensino-


aprendizagem: aspectos práticos. InfoEscola – Navegando e
aprendendo, s.d. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/pedagogia/mapas-conceituais-no-processo-
de-ensino-aprendizagem-aspectos-praticos/>. Acesso em: 24 de junho de
2020.

TARALLO, Fernando. A pesquisa sociolinguística. São Paulo: Ática,


2005.
45

UNIDADE 4
AS NORMAS DA ABNT E SUA APLICAÇÃO
NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
CIENTÍFICO

Prof. Adjairon da Silva Coelho


Prof. John Eric Lemos de Amorim

Prezado(a) estudante,
Seja bem-vindo(a)! Essa é nossa quarta unidade da disciplina de
Metodologia do Trabalho Científico. Este texto tem como objetivo
apresentar as normas da ABNT e sua aplicação na organização do trabalho
científico. Vamos aos estudos?

Fonte: http://www.abnt.org.br/
46

4.1. As normas da ABNT

Normas são regras para serem respeitadas dentro de um âmbito


ou limite que pode ser uma família, empresa, organização, universidade,
algum segmento da sociedade, uma região ou para todos de um país ou
conjunto de países (PEREIRA et al., 2018). A palavra “normatização”,
criada por meio do senso comum, está relacionada a estabelecer normas
ou regras. Normalmente, as instituições, institutos de pesquisa,
universidades, faculdades e, empresas, exigem que os trabalhos
produzidos nelas ou apresentados para elas sejam feitos seguindo as
normas, caso os trabalhos não obedeçam ao especificado, são rejeitados
sumariamente e sem aceitar recursos. No Brasil, as normas mais utilizadas
no meio acadêmico brasileiro são as da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Em princípio estas normas têm aplicação e validade
nacional a menos que se especifique o contrário por meio de alguma outra
norma particular, geralmente é o que ocorre quando submetemos
manuscritos às publicações internacionais, com normas específicas a cada
periódico (paper).

A formatação de trabalhos científicos ou documentos científicos


deve ser realizada de acordo com nas normas da ABNT. Podem ser
considerados documentos científicos: monografias, trabalhos de conclusão
de curso, relatórios, teses, dissertações, artigos científicos, resumos,
resenhas, livros, capítulos de livros, projetos e muitos outros (PEREIRA et
al., 2018). Algumas regras importantes da ABNT são citadas abaixo:

1) Norma Brasileira NBR 14.724: especifica os princípios gerais para a


elaboração de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros já
mencionados), tendo como objetivo sua apresentação à instituição (banca,
comissão examinadora de professores, especialistas designados e/ou
outros). Nesta norma orienta-se como devem ser os títulos, os elementos
pré-textuais, o texto e sua formatação, e os elementos pós-textuais.

Assista o vídeo: Norma Brasileira NBR 14.724.

Clique aqui para assistir ao vídeo


47

Vamos ler a Norma Brasileira NBR 14.724 na íntegra? Acesse o link:


http://site.ufvjm.edu.br/revistamultidisciplinar/files/2011/09/NBR
_14724_atualizada_abr_2011.pdf

2) Norma Brasileira NBR 6023: específica como devem ser feitas as


referências bibliográficas que são colocadas no final dos trabalhos sejam
eles: tese, dissertação, monografia, trabalho de conclusão de curso, artigo
científico, relatório etc.

Assista o vídeo: Norma Brasileira NBR 6023.

Clique aqui para assistir ao vídeo

Vamos ler a Norma Brasileira NBR 6023 na íntegra? Acesse o link:


https://www.ufpe.br/documents/40070/1837975/ABNT+NBR+602
3+2018+%281%29.pdf/3021f721-5be8-4e6d-951b-fa354dc490ed

3) Norma Brasileira NBR 6024: especifica a numeração progressiva das


seções de um documento escrito. Os documentos podem ter numeração
de seções ou de itens que podem, numeração das páginas e outros itens.

Assista o vídeo: Norma Brasileira NBR 6024.

Clique aqui para assistir ao vídeo

Vamos ler a Norma Brasileira NBR 6024 na íntegra? Acesse o link:


https://www.bm.edu.br/wp-
content/uploads/2018/10/ABNT_NBR-6024-2012.pdf

4) Norma Brasileira NBR 6027: específica como elaborar índices ou


sumários, onde colocá-los.
48

Assista o vídeo: Norma Brasileira NBR 6027.

Clique aqui para assistir ao vídeo

Vamos ler a Norma Brasileira NBR 6027 na íntegra? Acesse o link:


http://www2.unicentro.br/ppgadm/files/2017/03/ABNT-NBR-
6027_2012.pdf?x35443

5) Norma Brasileira NBR 6028: especifica o tamanho em quantidade de


palavras para um resumo de tese, dissertação, monografia, TCC ou artigo.

Assista o vídeo: Norma Brasileira NBR 6028.

Clique aqui para assistir ao vídeo

Vamos ler a Norma Brasileira NBR 6028 na íntegra? Acesse o link:


http://unicentroagronomia.com/destino_arquivo/norma_6028_res
umo.pdf

6) Norma Brasileira NBR 10520: especifica que as citações devem ter


correspondência com as referências escritas no final do texto conforme a
norma ABNT NBR 6023, já mencionada anteriormente.

Assista o vídeo: Norma Brasileira NBR 10520.

Clique aqui para assistir ao vídeo

Vamos ler a Norma Brasileira NBR 10520 na íntegra? Acesse o link:


http://www2.uesb.br/biblioteca/wp-
content/uploads/2016/05/NBR-10520-CITA%C3%87%C3%95ES.pdf
49

As citações podem ser diretas, quando se usa exatamente as


palavras do autor. Caso esta citação possua menos que três linhas, pode
vir no próprio texto. Caso tenha mais de três linhas, deve ter um recuo de
4 cm e o texto do autor escrito em letras menores ou itálico ou entre aspas.
As letras menores são conforme o tamanho das letras do texto:
se o texto principal está escrito em letras tamanho 12, então as palavras da
citação poderão ser em letras tamanho 10.
Observa-se que normalmente os textos são escritos em letras
do tipo Times New Roman, Arial, ou Calibri.

Assista o vídeo: citações de trabalhos científicos

Clique aqui para assistir ao vídeo

Então... como estão os estudos? Espero que tenha entendido para que
servem as normas NBR de formatação de texto acadêmico. É importante
lembrar que as Normas da ABNT, as chamadas NBR, são normas que
podem ao longo do tempo sofrer adaptações, melhoramentos etc. Neste
sentido, recomenda-se pesquisar a última atualização antes de formatar
qualquer texto acadêmico. Também é importante observar as normas de
formatação de texto de sua Universidade, algumas instituições possuem
regras próprias e que podem ser diferentes do que propõe a ABNT.

Ao chegar ao final desta unidade, esperamos que você tenha


desenvolvido as competências necessárias para entender as normas da
ABNT, saber buscar as normas corretas para escrever trabalhos
acadêmicos e científicos. Dúvidas, procure o tutor ou reveja os textos e os
materiais disponíveis. Até a próxima!
50

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520:
Informação e documentação - Citações em documentos - Apresentação.
Rio de Janeiro, p. 7. 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724:


Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos — Apresentação.
Rio de Janeiro, p. 11. 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023:


Informação e documentação - Referências. Rio de Janeiro, p. 24. 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024:


Informação e documentação — Numeração progressiva das seções de um
documento — Apresentação. Rio de Janeiro, p. 4. 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027:


Informação e documentação — Sumário — Apresentação. Rio de Janeiro,
p. 3. 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028:


Informação e documentação - Resumo - Apresentação. Rio de Janeiro, p.
2. 2003.

BIBLIOTECA UNESP DE RIO CLARO - BRC. Citações de acordo com


ABNT 10520: Sistema Autor-Data. 2019. (11m23s). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=cgCZvHu-x9o>. Acesso em: 25 de
junho de 2020.

BIBLIOTECA UNESP DE RIO CLARO - BRC. Citações de acordo com


ABNT 10520: Sistema numérico. 2018. (02m54s). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=mWfKg6mStIQ>. Acesso em: 25 de
junho de 2020.

BIBLIOTECA UNESP DE RIO CLARO - BRC. Trabalhos acadêmicos de


acordo com a Norma ABNT 14724: pré-textuais. 2019. (24m07s).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rndRkHjfIEM>. Acesso
em: 25 de junho de 2020.

DESCOMPLICA ABNT. Como fazer Sumário NBR 6027. 2016. (12m05s).


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UnDre1yDhBE>.
Acesso em: 25 de junho de 2020.

DESCOMPLICA ABNT. Resumo técnico Científico – Aula NBR 6028.


2016. (06m42s). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=G70G7Q-WfcM>. Acesso em: 25 de
junho de 2020.

GUEDES, Ivan. Referências bibliográficas ABNT NBR 6023 2018 para


2019. 2019. (18m38s). Disponível em: <
51

https://www.youtube.com/watch?v=d7ttgOLl2Uw>. Acesso em: 25 de junho


de 2020.

PASSOS, Matheus. Curso ABNT NBR 6027 e 6024 [Aula 09 – ABNT NBR
6024: alíneas, subalíneas e indicativos de seção]. 2019. (06m08s).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0Y8sasj4SG0>.
Acesso em: 25 de junho de 2020.

PEREIRA, A.S.; SHITSUKA, D.M.; PARREIRA, F.J.; SHITSUKA,


R. Metodologia da pesquisa científica. 1. ed. Santa Maria: UFSM, 2018.
52

UNIDADE 5
PROJETO DE PESQUISA

Profa. Dra. Márcia Teixeira Falcão


Prof. Dr. Plínio Henrique Oliveira Gomide

Caro(a) Acadêmico (a),


Agora em nossa 5 Unidade da disciplina, iremos falar sobre o projeto de
pesquisa. Abordaremos sobre o que é um projeto de pesquisa, quais são
as etapas de construção do projeto de pesquisa, estrutura, TCC,
monografia, dissertação e tese. Falaremos ainda sobre as normas que
regem os trabalhos acadêmicos, as Normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas - ABNT.
É sempre importante lembrar que, se precisar de
ajuda, você poderá contar com a equipe do
Núcleo de Educação à Distância da
Universidade Estadual de Roraima, eles estão
preparados para auxiliá-lo(a) no que for
necessário. Bons estudos!

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/10304847
53

5.1 O projeto de Pesquisa - definições e etapas

Você com certeza já ouviu falar em Projeto de Pesquisa, pois no


ensino médio muitos alunos em conjunto com o professor, elaboram
projetos para a Feira de Ciências.
Então, na academia você irá aprender a elaborar um projeto de
forma um pouco diferenciada do que você já estudou. O projeto de
pesquisa irá lhe dar suporte e planejamento para desenvolver uma
pesquisa científica. A pesquisa cientifica fará parte da sua vida acadêmica,
seja em projetos de iniciação científica como: Programa de Iniciação
Científica - PIBIC, Trabalho de Conclusão de Curso como por exemplo
Monografia, Dissertação, Tese e outros.

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC: é o momento em que


o graduando irá revisar, aprofundar e sistematizar seus conhecimentos que
foram adquiridos durante o processo de formação. A elaboração do TCC
exige procedimentos normativos, metodológicos e científicos rigorosos que
buscam atender às exigências de um trabalho acadêmico, e ao mesmo
tempo, da comunicação da língua escrita (MAIA; OLIVEIRA, 2009), pois se
trata de um estudo que exige:
 Apresentar uma dimensão teórica, consistente e dotada de
argumentação sobre o objeto investigado;
 Ao tratar de uma dimensão empírica, exige um olhar sobre a
realidade;
 Exigir formalidade acadêmica de acordo com a normatização
exigida;
 Uma reflexão crítica e inovadora capaz de explicar o fenômeno
investigado.

Assista o vídeo: O que é TCC?

Clique aqui para assistir ao vídeo


54

Dissertação: é um tipo de trabalho apresentado no final do


curso de pós-graduação (stricto sensu) visando obter o título de Mestre
através da defesa pública da dissertação, perante uma banca acadêmica
de pelo menos três doutores (SANTOS, 2004; MAIA; OLIVEIRA, 2009).

Conheça os Programas de Mestrado da UERR e leia algumas Dissertações!

Ensino de Ciências: https://www.uerr.edu.br/ppgec/

Educação: https://www.uerr.edu.br/ppge/

Agroecologia: https://uerr.edu.br/ppga/

Segurança Pública: https://uerr.edu.br/mps/

Tese: é um trabalho acadêmico que apresenta o resultado de


um estudo inédito a partir de um recorte epistemológico, com o uso de
métodos investigativos próprios pertinentes à área de estudo, visando à
obtenção do título de Doutor.

Conheça os Programas de Doutorado vinculados à UERR e leia algumas Teses!

Ensino de Ciências e Matemática: https://www.uerr.edu.br/doutorado-em-


educacao-em-ciencias-e-matematica/

Geografia: https://www.uerr.edu.br/doutorado-interinstitucional-em-geografia/

Letras e Linguística: https://www.uerr.edu.br/doutorado-interinstitucional-em-


letras-e-linguistica/

Segurança Pública: https://uerr.edu.br/mps/

Para chegarmos as etapas descritas acima, torna-se necessário


elaborar o projeto de pesquisa. Prodanov e Freitas (2013) ressaltam que o
Projeto de Pesquisa é um documento que visa explicar as várias etapas de
um trabalho de pesquisa, abordando dentre vários aspectos: o que será
pesquisado? por que desejamos fazer a pesquisa? como será realizada?
quais recursos serão necessários para sua execução? quanto tempo
levaremos para executá-la? e outros.
Para Creswell (2010), os projetos de pesquisa são planos e
procedimentos para pesquisa, no qual abrangem decisões desde
suposições amplas, métodos detalhados de coleta e análise de dados.
55

No projeto você irá traçar os caminhos que deverão ser trilhados


para alcançar seus objetivos. É um documento para avaliação da proposta
apresentada a fim de obtermos aprovação e/ou financiamento. Cada
instituição também tem suas regras próprias para avaliação.
O autor do projeto deve conhecer e observar as exigências
estabelecidas. Muitos cursos em especial de mestrado e doutorado exigem
a apresentação do projeto para qualificação, geralmente após a conclusão
dos créditos. Esse documento não se confunde com o projeto ou pré-
projeto para ingresso no curso.
A elaboração do projeto de pesquisa segue as normas da ABNT
15287/2011 que determina os elementos que o projeto de pesquisa deve
conter. Ressalta-se que as outras normas da ABNT são utilizadas para
elaboração do projeto (Quadro 01).

Quadro 01: Indicação das normas da ABNT para elaboração do projeto de pesquisa
ABNT REFERÊNCIA
6023 Informação e Documentação - Referências – Elaboração – ABNT, 2018
10520 Citações em Documento –ABNT, 2002
6027 Sumário –ABNT, 2017
Fonte: os autores

Caros acadêmicos, solicitamos que façam uma reflexão sobre o que


vocês entenderam dos conteúdos apresentados até aqui. Em caso de
dúvidas, reveja as unidades e seus conteúdos ou procure seu tutor.
Sugerimos revisar na unidade 4, os conteúdos sobre as NBRs 6023, 6027
e 10520. É importante entender as normas da ABNT para continuarmos.
Vamos em frente?

A elaboração do projeto de pesquisa perpassa por alguns


elementos que falaremos a seguir, conforme os elementos dispostos no
Quadro 02.
56

Quadro 02: Estrutura do projeto de pesquisa


Elementos Sugestão de laudas
Capa 01 lauda
Elementos Pré-

Folha de rosto 01 lauda


-textuais

Lista de Ilustrações / Figuras 01 lauda


Lista de Abreviaturas e Siglas 01 lauda
Lista de Tabelas e Quadros 01 lauda
Lista de Símbolos 01 lauda
Sumário 01 lauda
Tema 01 lauda
Elementos textuais

Delimitação do tema 01 lauda


Problema 01 lauda
Hipóteses ou questões norteadoras 01 lauda
Objetivos gerais e específicos 01 lauda
Justificativa 01 a 02 laudas
Referencial teórico 04 a 10 laudas
Procedimentos metodológicos 02 a 04 laudas
Cronograma 01 lauda
Orçamento 01 lauda
Referências 01 a 03 laudas
pós-textuais
Elementos

Anexos Depende o que será


inserido

Apêndice Depende o que será


inserido

Fonte: Adaptado de Rodrigues (2006)

5.2 Etapas do projeto de pesquisa


Já vimos o que é um projeto de pesquisa, agora falaremos sobre
cada uma das etapas para construção do projeto de pesquisa. Antes de
elaborarmos o projeto é importante pensar o que queremos pesquisar, por
que esse me interessa, qual o problema que eu quero responder e outras
questões abordadas no quadro 03.

Quadro 03: Elementos do Projeto de Pesquisa.


Elementos do Projeto de Pesquisa
Elemento O que é? Pergunta
Tema Assunto sobre o qual a Qual é o meu tema?
pesquisa será realizada.
Delimitação do Nome que o trabalho irá Como se chamará?
tema receber.
Problema Pergunta que o Qual é a minha
pesquisador quer pergunta?
responder sobre o
assunto.
Hipótese (s) Respostas antecipadas e O que o trabalho
57

provisórias ao problema, pretende


questões que demonstrar?
encaminharão o
desenvolvimento da
pesquisa.
Objetivos O que se pretende atingir Para que fazer?
com a pesquisa.
Justificativa Razões para realizar a Por que fazer?
pesquisar.
Referencial Teórico Conteúdo que o O que sei sobre o
ou Fundamentação pesquisador conhecer assunto?
Teórica sobre o assunto.
Procedimentos Conjunto de atividades Como vou
metodológicos organizadas para desenvolver minha
levantamento dos dados e pesquisa?
realização da pesquisa.
Orçamento Lista de custos de De que vou
materiais e mão-de-obra precisar?
necessários para a
realização da pesquisa.
Cronograma de Lista por ordem e prazos Quando e em que
atividades para realização, ordem vou realizar a
desenvolvimento e pesquisa?
conclusão das atividades
relacionadas com a
pesquisa.
Referências Lista de obras O que consultei
Bibliográficas consultadas para a para fazer o
elaboração do projeto de projeto?
pesquisa.
Fonte: Modificado de Pescuma; Castilho (2001).

Com relação ao Tema da pesquisa, ao escolher o tema o


pesquisador visa atender as suas necessidades intelectuais ou de interesse
pessoal. Ressalta-se que o pesquisador goste e tenha interesse pelo tema
escolhido, que tenha tempo e condições de desenvolver a pesquisa. Já a
Delimitação do Tema exige especificação, Rodrigues (2006) reforça que
se torna necessário definir sua extensão, profundidade, tempo e espaço,
indicando o contexto histórico e geográfico.
Na Introdução você deve trazer de forma clara e objetiva a
contextualização do tema, descrever o cenário onde a pesquisa está
centralizada, falar brevemente a relevância do estudo, identificar o
problema e esclarecer os objetivos do estudo, lembrando que deve ser de
forma sintetizada, pois você falará mais a frente de forma mais profunda.
58

Quantos aos Objetivos (Geral e Específicos) devem ser claros,


demonstrando aquilo que se quer alcançar, para evitar possíveis desvios
no processo de pesquisa. O objetivo geral corresponde ao que o
pesquisador pretende com a pesquisa, está relacionado diretamente ao
problema. Ele esclarece e direciona o foco central da pesquisa de maneira
ampla. Normalmente é redigido em uma frase, em outras palavras, é a
síntese do que se pretende alcançar, usando o verbo no infinitivo**, já os
objetivos específicos definem as etapas para alcançar o objetivo geral.
**Alguns exemplos de verbo no infinitivo que podem ser
utilizados na formulação dos objetivos:
Analisar Avaliar Compreender
Constatar Demonstrar Descrever
Elaborar Entender Estudar
Examinar Explicar Identificar
Inferir Mensurar Verificar

Exemplo:
Objetivo Geral: Analisar a importância da informática no aprendizado dos
alunos do ensino médio nas escolas públicas estaduais no município de
Boa Vista, Roraima.
Objetivos específicos:
 Levantar como a informática contribui na interação professor - aluno;
 Verificar como a pesquisa orientada pelo professor por meio da internet
facilita a produção do conhecimento.

Na elaboração dos objetivos Fachin (2005) e Rodrigues (2006)


orientam que devem ser levados em consideração os seguintes aspectos:
a) Ser formulados com o verbo no infinitivo;
b) Claros, precisos, explícitos e concisos;
c) Conter a correlação entre causa e efeito de determinado problema;
d) Cada objetivo deve expressar uma ideia.

Em relação a Hipótese é uma proposta de solução para o


problema da pesquisa, passível de verificação ou experimentação. Fachin
59

(2005) ressalta que o enunciando deve ser correlacionado com as variáveis


independentes (fator conhecido, a causa) e dependentes (efeito, o que
medir ou provar). Sampieri, Collado e Lucio (2006) comentam que nem
todas as pesquisas necessitam de hipótese, o fato da hipótese ser
formulada ou não, depende de dois fatores: o enfoque do estudo e o tipo
de estudo.

A variável é um aspecto ou dimensão de um fenômeno que


pode ser suscetível a medição e a observação.

Já as questões norteadoras são questionamentos que o


pesquisador pretende responder ao longo do desenvolvimento da pesquisa
para alcançar a resposta à pergunta principal do tema-problema. Ela se
relaciona aos objetivos específicos e tem a função de orientar o
pesquisador na condução do trabalho, e devem: estar relacionadas com o
problema da pesquisa; possibilitar a verificação por meio de técnicas
disponíveis e ter redação clara e compreensível.
No item Justificativa devem ser apresentados dos motivos que
levaram à decisão de se abordar esse tema dentro do universo acadêmico,
é o momento de dizer os porquês da pesquisa, mostrar sua importância
para que e para quem, a relevância da pesquisa no contexto científico,
social, quais os aspectos inovadores (se houver) e a viabilidade de
execução (RODRIGUES, 2006).
O Referencial Teórico ou Fundamentação Teórica é a
pesquisa bibliográfica sobre o assunto no qual o pesquisador irá buscar em
diversas fontes de pesquisa tais como: livros, teses, dissertações, artigos
publicados em periódicos nacionais e internacionais, além de outras fontes.
Recomenda-se que as publicações sejam recentes (últimos cinco anos).
Prodanov e Freitas (2013) destacam que:
[...] a finalidade da pesquisa científica não é apenas um
relatório ou uma descrição de fatos levantados
empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter
interpretativo no que se refere aos dados obtidos. Para tal,
é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo
teórico, optando por um modelo que sirva de embasamento
à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou
levantados (p. 131).
60

É importante ressaltar que o referencial teórico não uma simples


transcrição de texto, mas sim uma discussão, análise e interpretação de
ideias, sem comprometer a ideia do autor que está sendo utilizado para
fundamentar a pesquisa. Rodrigues (2006) lembra que é necessário incluir
na redação do referencial teórico citações diretas e indiretas, obedecendo
as normas vigentes da ABNT. As citações devem estar de acordo com as
ideias desenvolvidas pelo pesquisador.
Quanto aos Procedimentos metodológicos, são os métodos,
técnicas, materiais, etapas, participantes da pesquisa, análise dos dados e
etc. que serão utilizados para realização da pesquisa. Diversos elementos
são utilizados para realização da pesquisa tais como descritos no quadro
04.

Quadro 04: Elementos utilizados nos procedimentos metodológicos


Método de abordagem: indutivo, dedutivo,
Método dialético, hipotético-dedutivo, fenomenológico
Método de procedimento: histórico, tipológico,
comparativo, estatístico, experimental, clínico e
etc.
Abordagem Qualitativa, quantitativa ou mista
Coleta de dados Questionários, entrevistas, observação,
formulários
Amostra Casual ou aleatória, sistemática, proporcional
estratificada ou amostra de área.
Fonte: os autores

Ressalta-se que nem todos os projetos seguem as mesmas


orientações metodológicas, pois dependem dos objetivos da pesquisa.
Lembrando que se a pesquisa envolver seres humanos devem ser
submetidas ao Comitê de Ética em Pesquisa, através da Plataforma Brasil
(http://plataformabrasil.saude.gov.br/login.jsf) e devem ser descritos nos
procedimentos metodológicos.
O Cronograma da pesquisa deve constar as atividades e o
tempo de duração de cada fase ou etapa, no qual podem ser especificados
meses, semanas ou anos. Em geral as etapas da pesquisa, dividem-se
em: levantamento ou revisão de literatura, coleta de dados, redação e
revisão dos dados, entrega e defesa (Figura 01).
61

Figura 01: Exemplo de cronograma de pesquisa

Fonte: os autores

Quanto ao Orçamento, Prodanov e Freitas (2013 p. 139)


ressaltam que são os gastos previstos para o desenvolvimento da pesquisa
“tanto em relação ao pessoal, quanto com material (também contempla a
fase da elaboração do projeto, a execução da pesquisa e a elaboração do
trabalho de conclusão)”. Rodrigues (2006) alerta para que o pesquisador
tenha atenção ao elaborar o orçamento realista, a fim de não comprometer
o desenvolvimento e os resultados da pesquisa em função da falta de
recursos (Figura 02).
Figura 02: Modelo de orçamento

Fonte : Prodanov e Freitas (2013)


62

Normas para elaboração de Trabalhos Acadêmicos


Normas da ABNT - Associação Brasileira de Normas
Técnicas/2011.

 Trabalhos digitados ou datilografados na cor preta, podendo utilizar


outras cores somente para as ilustrações.
 Papel Ofício formato A4 (branco ou reciclado).
 Os elementos pré-textuais devem iniciar no anverso, já os elementos
textuais podem ser digitados ou datilografados no anverso e verso
das folhas.
 Tipo de letra (fonte): Times New Roman ou Arial.
 Tamanho da letra: pitch 12 para o corpo do texto e pitch 10 para
citações longas, notas de rodapé, paginação e legenda de
ilustrações e tabelas.
 Títulos devem ter o mesmo tamanho de letra.

5.3. Digitação dos documentos


Ao digitar os trabalhos as margens deverão permitir a
encadernação e reprodução correta então temos:

Figura 03: Configurar página

 MARGENS:
- margem superior: 3cm.
- margem inferior: 2cm.
- margem esquerda: 3cm.
- margem direita: 2cm.

Fonte: os autores
63

 TÍTULOS:
- Centralizados (sem numeração).
- Títulos com indicativo numérico: à esquerda, a 1,5 cm da
borda (Ex: 1. A Escola...).
- Subtítulos sempre alinhados a esquerda.

 ESPACEJAMENTO:
- Espaço em branco entre a seção e o texto anterior.
- Entre as linhas de textos: espaço 1,5.
- Citações longas, notas, referências, resumos, obras
consultadas ou rodapé: espaço simples.

 INÍCIO DE PARÁGRAFOS E CITAÇÕES ABNT/2002:


- Início de parágrafo: 1,5 cm da margem.
- Citações longas: 4 cm da margem esquerda.

 PAGINAÇÃO:
- No canto direito da página.
- Capa não conta.
- Contagem inicia com a página de rosto.
- Numeração somente a partir da página textual (introdução).

Caros acadêmicos, para a formatação das normas da ABNT no editor de


texto, sugerimos que você faça uma revisão na unidade 4. Nesta unidade
estão disponíveis alguns vídeotutoriais que podem lhe auxiliar.
É importante entender as normas da ABNT para continuarmos.
Vamos em frente?

Assista o vídeo: Formatação de texto conforme ABNT

Clique aqui para assistir ao vídeo


64

 ESTRUTURA DO TRABALHO CIENTÍFICO:


-Teses, Dissertações e Trabalhos Acadêmicos.
-Elementos Pré-textuais:
Capa (obrigatório).
Lombada (opcional).
Folha de rosto (obrigatório).
Errata (opcional).
Folha de aprovação (obrigatório).
Dedicatória (opcional).
Agradecimentos (opcional).
Epígrafes (opcional).
Resumo na língua vernácula (obrigatório).
Resumo na língua estrangeira (obrigatório).
Sumário (obrigatório).
Lista de ilustrações (opcional).
Lista de abreviaturas e siglas (opcional).
Lista de símbolos (opcional).
-Elementos Textuais: (obrigatório).
Introdução.
Desenvolvimento (Referencial teórico, Metodologia e Resultados e
Discussão).
Considerações Finais.
-Elementos Pós-textuais:
Referências (obrigatório).
Apêndices (opcional).
Anexo (opcional).
Glossário (opcional).

Assista o vídeo: Estruturação do TCC

Clique aqui para assistir ao vídeo


65

Figura 04: Estrutura do trabalho acadêmico

Fonte: os autores

- Relatórios de Estágio
-Elementos Pré-textuais:
Capa (obrigatório).
Lombada (opcional).
Folha de rosto (obrigatório).
66

Errata (opcional).
Sumário (obrigatório).
Listas (opcional).
-Elementos Textuais: (obrigatório):
Introdução.
Desenvolvimento.
Considerações Finais.
-Elementos Pós-textuais:
Referências (obrigatório).
Apêndices (opcional).
Anexo (opcional).

- Projeto de Pesquisa, Pré-Projeto/Anteprojeto


Folha de rosto (obrigatório).
Dados de Identificação (obrigatório).
Sumário (obrigatório).
Introdução (opcional).

 CAPA:
- Capa padronizada com o nome e identificação visual da instituição.

 PÁGINA DE ROSTO:
a) Nome do autor, a 5 cm da borda superior, centrado, em negrito e
letras versais (12 a 14).
b) Título principal do trabalho, a 11 cm da borda superior, centrado, em
negrito e letras versais (12 a 14).
c) a 17cm da borda superior, do centro para direita, pitch 12, deve
conter as especificações do trabalho: sua natureza, objetivo para
que está sendo apresentado, nome da Instituição e da disciplina.
d) Nome do orientador.
e) Local e data.
67

 ERRATA
Elemento opcional que deve ser inserido logo após a folha de
rosto, constituído pela referência do trabalho e pelo texto da errata.

Figura 05: Exemplo de capa

Fonte: os autores
68

 FOLHA DE APROVAÇÃO
Elemento obrigatório, colocado logo após a folha de rosto,
constituído pelo nome do autor do trabalho, título do trabalho e subtítulo (se
houver), natureza, objetivo, nome da instituição a que é submetido, área de
concentração, data de aprovação, nome, titulação e assinatura dos
componentes da banca examinadora e instituições a que pertencem. A data
de aprovação e assinaturas dos membros componentes da banca
examinadora são colocadas após a aprovação do trabalho (ABNT, 2005).

Figura 06: Exemplo de folha de aprovação.

Fonte: os autores
69

 DEDICATÓRIA, AGRADECIMENTOS E EPÍGRAFE:


 Fonte, tipo de letra e moldura a critério do autor.

Figura 07: Exemplo de dedicatória

Fonte: os autores

 RESUMO EM LÍNGUA VERNÁCULA E ESTRANGEIRA:


Apresentação fiel, breve e concisa dos aspectos mais relevantes do
trabalho.
- Deve ressaltar o Objetivo, o Método, os Resultados e as
Considerações finais.
- Recebe o nome de Resumo.
- Espaço simples entre as letras.
- ABNT recomenda que se use de 150 a 500 palavras para
trabalhos científicos e de 100 a 250 em artigos.
- Encerra com as palavras-chave.
70

 SUMÁRIO:
- Apresentar apenas as seções primárias, secundárias e terciárias
- O Espacejamento é simples entre as linhas e deixa-se uma linha em
branco entre um título e outro.

Figura 08: Exemplo de sumário.

Fonte: os autores

Os indicativos das seções devem aparecer no sumário da mesma forma


que apareceram no texto.
71

 NOTAS DE RODAPÉ:
- Pode ser uma nota de referência ou nota de explicação.
- Espaço simples e tamanho 10.

 ILUSTRAÇÕES:
- Podem figurar no corpo do trabalho ou anexadas no seu final.

 TABELAS:
- Tabelas devem ser numeradas consecutivamente com algarismos
arábicos que seguem a palavra Tabela (Tabela 1, Tabela 2, Tabela 3...).

 REFERÊNCIAS (NBR 6023/2018):


- Lista ordenada dos documentos efetivamente citados no texto.
- Elementos essenciais/obrigatórios: autor(es), título, subtítulo (se
houver), edição (a partir da 2) e local, editora, ano de publicação.

Figura 08: Exemplo de sumário

REFERÊNCIAS

AAKER, David Austin. Criando e administrando marcas de sucesso. São Paulo:


Futura, 1996.
ALVES, Maria Leila. O papel equalizador do regime de colaboração estado-
município na política de alfabetização. 1990. 283 f. Dissertação (Mestrado em
Educação) - Universidade de Campinas, Campinas, 1990. Disponível em:
http://www.inep.gov.br/cibec/bbe-online. Acesso em: 28 set. 2001.

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Texto do Decreto-Lei n.º 5.452, de 1


de maio de 1943, atualizado até a Lei n.º 9.756, de 17 de dezembro de 1998. 25 ed.
atual. e aum. São Paulo: Saraiva, 1999.
CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de (Org.). Construindo o saber: metodologia
cientifica, fundamentos e técnicas. 5. ed. São Paulo: Papirus, 1995. 175 p.

CURITIBA. Secretaria da Justiça. Relatório de atividades. Curitiba, 2004.

DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 6. ed. São Paulo: Cortez,
1999.
______. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

MAINGUENEAU, Dominique. Elementos de lingüística para o texto literário. São


Paulo: Martins Fontes, 1996.

Fonte: os autores
72

Saiba mais: acesse o site da ABNT: http://www.abnt.org.br e busque


informações a respeito da normatização para trabalhos acadêmicos. Em
caso de dúvida, não hesite em buscar ajuda dos bibliotecários da
Biblioteca de sua Instituição de Ensino Superior.

Vamos em frente?

Início da pesquisa 

 Final da Pesquisa

Ao chegar ao final desta unidade, esperamos que você tenha entendido


como construir um projeto de pesquisa. Estas habilidades e competências
serão essenciais ao longo de seus estudos e, principalmente para o
desenvolvimento de trabalhos científicos. Dúvidas, procure o tutor ou
reveja os textos e os materiais disponíveis. Até a próxima!

Até mais, bons estudos!


73

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 10520


informação e documentação- citações em documentos: apresentação.
Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

______. NBR 6023 informação e documentação – referências:


apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

______. NBR 15287 informação e documentação- projetos de


pesquisa: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

______. NBR 6027 informação e documentação- Sumário:


apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.

CRESWELL, J.W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativos,


quantitativos e misto. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

MAIA, L. F. S.; OLIVEIRA, M. V. F. Trabalhos acadêmicos: princípios,


normas e técnicas. Natal: CEFET/RN, 2009.

ME ENSINA. Normas ABNT: Formatação de Capa, Sumário, Conteúdo,


Referências Bibliográficas e Numeração no Word. 2018. (37m11s).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=b6zBAlRcJ5I>.
Acesso em: 25 de junho de 2020.

PESCUMA, D.; CASTILHO, A. C. F. Referências Bibliográficas: um guia


para documentar sua pesquisa. São Paulo: Olho d’água, 2001.
PRODANOV, C.C.; FREITAS, E.C. Metodologia do trabalho científico
[recurso eletrônico] : métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho
acadêmico. 2 ed. – – 2. ed. – Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

REVISTA CIENTÍFICA NÚCLEO DO CONHECIMENTO. Estrutura do


TCC – Revista Científica Núcleo do Conhecimento. 2018. (09m47s).
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=M1JFx7fA_gs>.
Acesso em: 25 de junho de 2020.

REVISTA CIENTÍFICA NÚCLEO DO CONHECIMENTO. O que é um TCC


– Trabalho de Conclusão de Curso – Revista Científica Núcleo do
Conhecimento. 2019. (03m23s). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=3UphFl6r1Rc>. Acesso em: 25 de
junho de 2020.

RODRIGUES, A.J. Metodologia Científica. São Paulo: Avercamp, 2006.

SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, P. B. Metodologia de


Pesquisa. 3 ed. São Paulo: McGrawHill, 2006.

SANTOS, A. R. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 6


ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
74

Autores:

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