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Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3

Cadernos PDE

I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS PERIGOSOS: RECURSOS DIDÁTICOS
ALTERNATIVOS PARA A COMPREENSÃO DE PROBLEMAS
AMBIENTAIS

Ana Marcia Ponvequi¹


Orientadora: Maria Auxiliadora Milaneze Gutierre²

Resumo
Em nosso cotidiano escolar há a necessidade de uma busca constante por
metodologias alternativas (leituras, pesquisa, atividades de laboratório, maquetes,
jogos interativos) para se aproveitar, ao máximo, dos recursos audiovisuais que a
atualidade nos proporciona. Diante dessa realidade essa unidade didática, tem por
objetivo, contribuir e criar condições para a melhoria das aulas de Ciências, e visa
relacionar o conteúdo “Ciclos Biogeoquímicos” aos problemas ambientais atuais.
Para tanto, serão utilizados recursos didáticos diferenciados, na tentativa de
despertar maior interesse por parte dos educandos, e a eles repassar conceitos
científicos que consigam ultrapassar o “simples olhar dos conteúdos didáticos”. Com
isso, compreender a dinâmica dos ciclos biogeoquímicos auxiliará aos alunos a
compreender alguns impactos ambientais causados por ações antrópicas
desmedidas, como a introdução de substâncias nocivas aos seres vivos, com
consequências sérias para todo o ecossistema, ocasionando perdas nas
comunidades naturais e também para a qualidade de vida dos seres humanos.

Palavras-chave: Educação, Ciências, Ciclos Biogeoquímicos; Recursos Didáticos,


Impactos Ambientais

1. Introdução

Repensar nas aulas de Ciências, sobretudo na prática do cotidiano escolar,


leva os professores da disciplina de Ciências a refletirem sobre o ensino de sua
prática pedagógica em sala de aula, tendo em vista que, a na maioria das vezes, os
educandos terminam o Ensino Fundamental sem conseguir a apropriação dos

___________________________
¹ Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Federal do Paraná - UFPR, Professora da Rede
Pública Estadual do Paraná.
² Doutora em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Professora Associada
do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá - UEM, e Orientadora do
Programa de desenvolvimento Educacional - PDE.
conteúdos básicos, sem atingir as expectativas de aprendizagem que estão
presentes no plano de trabalho docente, seja anual ou semestral.
Seria natural que os professores de Ciências possuíssem domínio das teorias
científicas que permeiam os conteúdos estruturantes dos planos de trabalho
docentes, para que as aulas no Ensino Fundamental não fossem ministradas
somente com as metodologias tradicionais (exposições orais, quadro de giz e
utilização de livros didáticos). Pelas falhas na formação profissional e também pelo
crescimento tecnológico dos dias atuais, há necessidade de uma busca constante
por metodologias alternativas (leituras, pesquisas, atividades de laboratório,
maquetes, jogos interativos e uso de softwares) para se aproveitar, ao máximo, dos
recursos audiovisuais que a atualidade nos proporciona.
Durante as aulas de Ciências, principalmente no período vespertino, nota-se o
desinteresse da maioria dos educandos em relação a determinados conteúdos
programáticos e metodologias propostas nos planos de trabalho docente. Talvez se
esses mesmos conteúdos fossem ministrados de uma forma mais diversificada,
muitas vezes fora do ambiente da sala de aula, no laboratório ou até mesmo no
pátio da escola, haveria uma melhor compreensão de tais conteúdos, contribuindo
para melhores condições de ensino aprendizagem dos educandos.
Buscando alternativas nos métodos de ensino do conteúdo programático
“Ciclos biogeoquímicos”, talvez se possa despertar o interesse e colaborar para uma
aprendizagem mais significativa dos educandos, de modo a tornar mais amplos os
conteúdos e conceitos relacionados com os problemas ambientais atuais.
Mediante esta reflexão, o presente estudo foi elaborado como finalização de
etapas das atividades desenvolvidas durante a participação no Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), nos anos de 2014 e 2015, da Secretaria de
Educação do Paraná (SEED). Portanto, em síntese as atividades realizadas durante
tal processo de formação continuada serão apresentadas no presente artigo.
O Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, Produção da Unidade
Didático Pedagógica, Implementação do Projeto de Intervenção na Escola e Grupo
de Trabalho em Rede (GTR), realizados com professores da Rede Estadual de
Ensino foram realizados na seguinte sequência: O primeiro, pensado inicialmente
para turmas do 9º ano do Ensino Fundamental, o segundo sofreu várias adequações
e finalmente foi adequado para qualquer público alvo (principalmente 6º ano), o
terceiro implementado em duas turmas de 6º ano (período vespertino) e
finalmente a quarta sequência, o GTR, com contribuições significativas para a
finalização do presente artigo.
Com a intenção de contribuir e criar condições para a melhoria das aulas de
Ciências executou-se o presente projeto de intervenção, o qual visa relacionar o
conteúdo programático “Ciclos Biogeoquímicos” aos problemas ambientais atuais,
tendo por base o uso de recursos didáticos alternativos, na tentativa de despertar
maior interesse por parte dos educandos, repassando conceitos científicos que
consigam ultrapassar o “simples olhar dos conteúdos didáticos” no nosso cotidiano
escolar.

2. Reflexões metodológicas

2.1. O processo de ensino aprendizagem

As Diretrizes Curriculares para a Educação (DCE) para o ensino de Ciências


do Estado do Paraná se firmam na construção do conhecimento a partir da práxis do
professor, objetivando os conteúdos estruturantes da disciplina, sendo eles a
Astronomia, a Matéria, os Sistemas Biológicos, a Energia e a Biodiversidade. Esses
auxiliam o professor a selecionar os conteúdos específicos e os relacionarem, entre
si e com outras áreas de conhecimento, propiciando reflexões constantes sobre as
mudanças conceituais em determinados contextos (PARANA, 2008).
De acordo com Guimarães (2009, p.12), a Ciência é uma construção humana
coletiva que sofre a influência do contexto histórico, social, cultural e econômico nos
quais está inserida. Tendo por base a proposta de Vygotsky (1998, apud
GUIMARÃES, 2009, p.12) de que o ser humano pode ser entendido com um ser
social e histórico, precisando ampliar sua consciência para concretizar sua
participação na sociedade; bem como a concepção de Delizoicov (2001, p. 133) de
que uma situação-problema deveria ter o potencial de gerar no aluno a necessidade
de apropriação de um conhecimento que ele ainda não tem, e que ainda não foi
apresentado pelo professor. Dessa forma e de acordo com o citado autor, entende-
se a necessidade, cada vez mais urgente de se criar métodos de ensino-
aprendizagem que proporcionem a discussão das situações-problema, encontradas
em nosso dia a dia, possibilitando a geração de diálogos entre professor e alunos, e
de modo a auxiliar na apropriação do conhecimento científico.
Levando-se em conta o desenvolvimento de métodos de ensino, segundo
Carvalho (2006 p. 4) no ato de ensinar existe problemas relacionados com as
metodologias de ensino, como planejar o trabalho cotidiano em uma sala de aula,
afim de que se possam alcançar os objetivos propostos.
Vale ressaltar que o professor deve reconhecer que o aluno é, na verdade, o
sujeito de sua aprendizagem, é quem realiza a ação, e não alguém que sofre ou
recebe uma ação. “Não há como ensinar alguém que não quer aprender, uma vez
que a aprendizagem é um processo interno, e que ocorre como resultado de uma
ação de um sujeito, não como resultado de qualquer ação” (DELIZOICOV,
ANGOTTI, PERNAMBUCO, 2009, p. 122).
Guimarães (2009, p. 13) afirma que a aprendizagem se dá por meio de
metodologias que promovam a ação do estudante, no sentido de fazê-lo refletir,
buscar explicações e participar de um processo que o levará às soluções de
problemas. Em adição, tendo por base as propostas de Delizoicov, Angotti,
Pernambuco (2009, p.126), que os conhecimentos científicos fazem-se presentes,
no cotidiano, por intermédio dos objetos e processos tecnológicos que permeiam as
diferentes esferas da vida contemporânea, bem como pelas explicações científicas.
De acordo com Carvalho (2006, p.22) utilizar atividades investigativas, como
ponto de partida para desenvolver a compreensão de conceitos, é uma forma de
levar o aluno a participar de seu processo aprendizagem, sair de uma postura
passiva e começar a perceber e a agir sobre o seu objeto de estudo.
A partir dessa reflexão compreende-se que todos aprendem o tempo todo, e
nós, professores de Ciências, devemos aproveitar o interesse de nossos alunos
pelos processos naturais, de modo a despertar, cada vez mais, o interesse deles,
mas mantendo a preocupação e a relevância dos conteúdos repassados.
Gil e Castro (1996 apud CARVALHO, 2006, p. 23) ressaltam que os aspectos
da atividade científica podem ser explorados em uma atividade investigativa, as
quais podem ter as seguintes importâncias: a) apresentar situações problemáticas
abertas; b) favorecer a reflexão dos estudantes sobre a relevância e o possível
interesse das situações propostas; c) potencializar análises significativas, que
ajudem a compreender e a acatar as situações planejadas e formular perguntas
sobre o que se busca; d) considerar a elaboração de hipóteses como atividade
central da investigação científica, sendo capaz de orientar o tratamento das
situações e de explicitar as pré-concepções dos estudantes; e) considerar as
análises, com atenção nos resultados, de acordo com os conhecimentos
disponíveis, das hipóteses manejadas, além de considerar os resultados das demais
equipes de estudantes; f) conceder uma importância especial às memórias
científicas que reflitam o trabalho realizado e que possam ressaltar o papel da
comunicação e do debate na atividade científica; e g) ressaltar a dimensão coletiva
do trabalho científico, por meio de grupos de trabalho, que interajam entre si.

2.2. Os ciclos biogeoquímicos

De acordo com Delizoicov, Angotti, Pernambuco (2009, p. 97), todos os


organismos que habitam a Terra vivem em maior ou menor regime de
interdependência com demais fatores bióticos e abióticos, de modo a constituir os
Ciclos Biogeoquímicos, tão necessários para a manutenção da vida neste planeta.
De acordo com Lopes e Rosso (2010, p. 95) os seres vivos mantêm uma constante
troca de matéria com o meio ambiente, do qual retiram os elementos químicos
utilizados em seus ciclos de vida, mas que, posteriormente, são devolvidos ao
primeiro. Esses processos constituem os ciclos biogeoquímicos.
Na mesma linha de pensamento César, Sezar e Caldini (2010, p.74)
ressaltam que a matéria que constitui os componentes dos ecossistemas é
constantemente reciclada, e que os nutrientes que compõem os seres vivos, têm um
movimento cíclico no ecossistema. Dentre os ciclos biogeoquímicos mais estudados
estão o da água, do carbono, do nitrogênio, do cálcio, do fósforo e do enxofre, mas
as ações antrópicas atuais, em muito, tem promovido alterações nos mesmos, e
consequentemente no meio ambiente como um todo. Ainda de acordo com os
autores acima, nos ciclos biogeoquímicos, a atividade dos decompositores, das
cadeias e teias alimentares é fundamental, pois degradam os restos de animais e
vegetais e os devolvem ao solo em formas químicas (orgânicas ou inorgânicas)
passíveis de serem assimiladas pelos produtores (vegetais), de modo a fechar o
ciclo biogeoquímico ao qual pertencem.
Lopes e Rosso (2010, p.149) ressaltam que em qualquer ecossistema, todos
os componentes, vivos ou não vivos, mantêm um equilíbrio entre si, podendo-se
falar em sinergia ambiental. O termo sinergia pode ser aplicado ao processo
coordenado e integrado de vários fatores na realização de uma função. Assim,
quaisquer alterações no meio ambiente podem implicar em desequilíbrio no
ecossistema como um todo, e determinar modificações, o que se constitui na quebra
da sinergia ambiental.
Compreender a dinâmica dos ciclos biogeoquímicos nos auxilia a entender
alguns impactos ambientais comum no dia a dia, e que em geral, são causados por
ações antrópicas desmedidas, como a introdução de substâncias nocivas aos seres
vivos. Como consequência, sérias perturbações ocorrem nos ecossistemas,
acarretando em perdas para as comunidades naturais e também para o ser humano.

2.3. Ciclo do Nitrogênio

Lopes e Rosso (2010, p.100) afirmam que o aproveitamento do nitrogênio


pelos seres vivos depende de sua fixação em compostos moleculares, podendo ser
realizado pela radiação ou biofixação, sendo esta última forma considerada a mais
importante em termos quantitativos. De acordo com a Figura 1, os animais obtêm
nitrogênio através da alimentação, e o retorno deste elemento ao meio ambiente
ocorre através da decomposição dos organismos (quando esses morrem) ou pelos
processos de excreção (fezes e urina).

Figura 1: Ciclo biogeoquímico do nitrogênio. Fonte:


http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/2/247ciclo_nitrogenio.jpg

De acordo com Lopes e Rosso (2010, p.102), visando melhorar a produção


de suas lavouras, os agricultores têm utilizado duas formas básicas para aumentar,
no solo, a taxa de nitrogênio assimilável pelas plantas: a adubação verde ou a
adubação química. Na primeira são plantadas espécies leguminosas, pois suas
raízes se associam com as bactérias fixadoras de nitrogênio. Por sua vez, na
adubação química, são adicionados ao solo, adubos sintéticos que contêm
nitrogênio fixado industrialmente. Desta forma, o homem está interferindo neste ciclo
significativamente, quando utiliza a adubação química em suas lavouras, pois o uso
de fertilizantes químicos ricos em nitratos precisa ser feito com critérios, pois se em
excesso, são transportados pela chuva, atingindo os lençóis freáticos, rios e mares
que alimentam muitos poços construídos para abastecimento humano. Alguns tipos
de verduras, quando cultivados em solos com excesso de nitrato absorvem e
concentram essa substância. A ingestão de água ou verduras com excesso de
nitrato pode causar uma forma grave de anemia, a metaemoglobinemia, decorrente
da união do nitrogênio com a hemoglobina

2.4 Ciclo do Carbono

César, Sezar e Caldini (2010, p.75) ressaltam que todas as moléculas


orgânicas dos seres vivos têm átomos de carbono em sua composição. A Figura 2
mostra o ciclo do carbono através dos componentes bióticos e abióticos do
ecossistema, demonstrando como o carbono é fixado pelos vegetais através do
processo de fotossíntese, cujos produtos finais são moléculas de oxigênio e de
glicose.

Figura 2: Ciclo biogeoquímico do carbono. Fonte:


http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/2/ciclocarbono1.jpg

Através dos alimentos, o gás carbono fixado em moléculas orgânicas é


incorporado aos herbívoros e posteriormente, transferido aos consumidores da
comunidade ecológica. A devolução desse gás ao meio ambiente ocorre através do
processo de respiração, ou pelos processos de decomposição da matéria orgânica,
realizada pelos seres decompositores das cadeias alimentares.
Assim como no ciclo do nitrogênio, diversas ações antrópicas têm alterado
significativamente o ciclo de carbono, tendo Lopes e Rosso (2010, p.153) ressaltado
que a poluição do ar pelo aumento da quantidade de gás carbônico acentua o efeito
estufa, causando o aquecimento global. Dentre as principais fontes de emissão de
gás carbônico a combustão de derivados do petróleo, tais como a gasolina e óleo
diesel, utilizados nos motores à explosão de nossos veículos, com a eliminação de
resíduos tóxicos, tais como o monóxido de carbono e o próprio gás carbônico.
Também o uso de carvão mineral para a geração de energia elétrica e aquecimentos
domésticos, contribuem para o aumento da poluição causada pelo monóxido de
carbono, trazendo muitos malefícios para o homem (Figura 3).
Lopes e Rosso (2010, p.153) afirmam que a combustão incompleta nos
motores à explosão libera monóxido de carbono, um gás extremamente perigoso,
inodoro, que se mistura com o ar e acaba sendo inspirado pelos animais. Ao passar
pelo sangue associa-se a hemoglobina formando a carboxiemoglobina. Essas
moléculas de hemoglobina “ocupadas” não mais transportam oxigênio, causando
asfixia nos animais. É necessário extremo cuidado com veículos parados, e com o
motor em funcionamento, em garagens, túneis e outros lugares onde a ventilação é
limitada, com risco de asfixia e morte.

Figura 3: Ações antrópicas e suas influências diretas no ciclo do carbono. Fonte:


http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/2/458chuvaac.jpg
2.5. Ciclo da água

César, Sezar e Caldini (2010, p.30) afirmam que é impossível haver vida, em
nosso planeta, sem a presença da água. A cada dia que passa o homem está se
conscientizando sobre o valor que esse recurso natural possui. Entretanto o volume
consumido também tem aumentado, assim como a contaminação dos oceanos, rios
e lagos, influenciando negativamente tal ciclo biogeoquímico (Figura 4). De acordo
com os autores acima (p.172), a água pode ser poluída de diversas maneiras.
Poluentes sólidos, como o plástico, resíduos de composições diversas e sedimentos
carreados pelas enxurradas, podem tornar a água inabitável para muitos animais,
bem como inadequada ao consumo humano. Além disso, a poluição por outros
materiais não biodegradáveis agrava o problema das enchentes. Os poluentes
químicos e metais pesados, provêm da infiltração através do solo ou do derrame
direto nas águas dos rios.

Figura 4: Ciclo biogeoquímico da água. Fonte:


http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/2/240cicloh2o.jpg

3. Material e métodos

A proposta de intervenção pedagógica foi aplicada às duas turmas do 6º ano


(aproximadamente 57 alunos) do Ensino Fundamental (período vespertino) do
Colégio Estadual Unidade Pólo, no Município de Maringá, Paraná.
Nos primeiros contatos com os demais professores, pedagogos e alunos do
citado colégio, a professora participante do PDE explanou sobre a importância de tal
Programa do Governo do Paraná em parceria com a Universidade Estadual de
Maringá (UEM) e os objetivos da proposta de intervenção. A seguir, foram
distribuídos cartazes informativos pelo colégio, contendo as mesmas informações
acima citadas.
Os trabalhos realizados no decorrer da implementação foram organizados no
próprio caderno de sala de aula, conforme sequência didática contida na Unidade
Didática, produzida para implementação em sala de aula. A Unidade Didática foi
organizada em atividades didáticas sequenciais, oportunizando momentos de
aprendizagens diferenciadas, mediante o uso de recursos didáticos alternativos para
a compreensão de problemas ambientais causados por ações antrópicas, sendo: a)
Aulas expositivas e dialogadas no laboratório de informática, sob o tema “Ciclos
biogeoquímicos”; b) Registro de atividades propostas nos cadernos de sala de aula
(anotações); c) Leituras Coletivas para construção de textos informativos; d)
Aplicação de um questionário semi-estruturado, com perguntas simples e diretas
sobre os temas “Ciclo biogeoquímicos” e “Problemas ambientais causados pelas
ações antrópicas; e) Seminários realizados pelos alunos, com base em pesquisas
prévias; f) Apresentação do filme “Turma da Mônica Um Plano Para Salvar o
Planeta”; g) Confecção de um folder sobre o tema em pauta e h) Exposição de
trabalhos realizados a partir das propostas elaboradas pelos alunos do 6º ano do
Colégio Estadual Unidade Polo-Maringá (PR).
Incialmente os alunos tiveram suporte de pesquisa em sala de aula e na sala
de informática do colégio, para fundamentação das discussões sobre o assunto em
questão, antes que o mesmo fosse explorado e aprofundado em sala de aula. A
seguir aos alunos foram fornecidos os seguintes textos: “Ciclo da água”, com acesso
pelo link: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-agua/ciclo-da-
agua.php; “Ciclo do carbono”, com acesso pelo links:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-ciclosbiogeoquimicos/ciclo-
do-carbono.php; e “Ciclo do nitrogênio”, com acesso pelo link:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-ciclosbiogeoquimicos/ciclo-
do-nitrogenio.php (disponíveis para acesso em 25 de outubro de 2014).
O questionário semi-estruturado foi aplicado a todos os alunos participantes,
sendo as respostas tabuladas em sala de aula. No decorrer da sequência didática,
os alunos também contribuíram com suas próprias ideias para a finalização da
implementação.
4. Resultados e Discussões

As atividades propostas foram desenvolvidas, no decorrer do processo de


implementação, considerando momentos de aprendizagem significativa para a
reconstrução de alguns conceitos relacionados com o tema abordado.
Mediante anotações e intervenção pedagógica, este momento foi considerado
muito importante, pois o Professor, pois estimulou a turma a participar das atividades
registrando os conhecimentos prévios sobre o tema proposto. A seguir, foram
anotadas as curiosidades dos estudantes, enquanto se socializavam com os textos
fornecidos, e percebeu-se a dificuldade na grafia e coesão textual, para a maioria
deles.
Em sequencia didática, houve a construção coletiva de um texto sobre as
relações da mata ciliar, as condições ambientais atuais e a sua relação com o Ciclo
da Água, aproveitando o tema para a realização de um quebra cabeça com
materiais descartáveis, de acordo com a Figura 5.

Figura 5: Quebra-cabeça sobre “Ciclos biogeoquímicos", com materiais alternativos e confeccionado


pelos alunos do 6º ano do Colégio Estadual Unidade Polo (Maringá, PR). Fonte: a autora-2015.

Após alguns momentos pedagógicos previstos no processo de


implementação aplicou-se um questionário com intuito de coleta de dados. Seguem
algumas questões pertinentes. Na Figura 6 representa as respostas da pergunta “O
que você entende por meio ambiente”, demonstrando que a maioria tem
conhecimentos prévios das respostas, e somente cinco alunos disseram não saber
responder à questão.
Figura 6: Respostas obtidas com para a questão O que você entende por meio ambiente? como parte
do questionário aplicado aos alunos do 6º ano do Colégio Estadual Unidade Polo (Maringá, PR).
Fonte: a autora-2015

Com relação à pergunta “O que você entende por ações antrópicas do


homem na natureza?”, a maioria dos alunos (28) responderam que são as
alterações realizadas pelo homem no planeta Terra de maneira a prejudicá-lo
(Figura 7). Na obtenção dessa resposta percebeu-se a dificuldade de entendimento
no vocabulário e houve a necessidade de auxílio de um dicionário.

Figura 7: Respostas obtidas com para a questão “O que você entende por ações antrópicas do
homem na natureza?” Como parte do questionário aplicado aos alunos do 6º ano do Colégio Estadual
Unidade Polo (Maringá, PR). Fonte: a autora-2015.

Percebe-se claramente que todos aos alunos envolvidos no processo de


implementação possuem os requisitos para discussão dos conteúdos pedagógicos
propostos. Quando foram questionados sobre: O que você pode fazer para melhorar
os problemas ambientes? A maioria dos alunos do 6º ano reportou-se ao lixo e ao
destino que devemos dar aos resíduos sólidos. Preocupam-se também com os
resíduos produzidos no próprio Colégio, em seus arredores e em suas casas.
Os estudantes apresentaram suas pesquisas para o professor e demais
colegas da sala, através de cartazes, vídeos, slides, áudios e especialmente
maquetes com materiais diversos, conforme a Figura 8.
Mediante ao conflito de pensamentos e acreditando na premissa de amenizar
os problemas ambientais contando com pequenas ações do cotidiano, os próprios
alunos do 6º ano propuseram um “Plano para Salvar a Escola”, apresentado para os
alunos do 3º Ano do Ensino Médio (Figura 9), e que também incluiu a produção de
um cartaz coletivo (Figura 10) e folder diversos. Tendo por base as propostas de
folders desenvolvidas pelos alunos, foi solicitado ao publicitário Alessandro César
Volpato que desenvolvesse o layout do folder final do projeto, conforme Figuras 11 e
12.

Figura 8: Maquetes relacionados ao tema “Ciclos Biogeoquímicos”, confeccionadas pelos alunos do


6º ano do Colégio Estadual Unidade Polo (Maringá, PR). Fonte: a autora-2015.

Outro ponto interessante do processo de implementação foi o


acompanhamento de tutoria no Grupo de Trabalho em Rede (GTR), realizado em
paralelo ao processo de implementação, e contando com a interação dos
professores participantes, com enriquecimento para o processo de implementação e
finalização do presente artigo. Segue algumas falas dos professores da Rede
Estadual de Educação do Estado do Paraná durante o GTR-2015 “Ciclos
biogeoquímicos perigosos: Recursos didáticos alternativos para a compreensão de
problemas ambientais”, Modalidade EAD.
Em relação ao projeto de intervenção: “Professora Ana Márcia, seu projeto
“Ciclos biogeoquímicos perigosos: recursos didáticos alternativos para a
compreensão de problemas ambientais”, está ótimo e nos ajudará muito na
realizarmos um bom trabalho de conscientização e mudanças de comportamentos
para a preservação dos recursos naturais”. “O projeto está bem fundamentado e
contribuirá para ampliar a minha prática pedagógica.

Figura 9: Apresentação do trabalho coletivo “Plano para Salvar a Escola” apresentados pelos alunos
do 6º ano (Ensino Fundamental) aos alunos do 3º ano (Ensino Médio) do Colégio Estadual Unidade
Polo (Maringá, PR). Fonte: a autora-2015.

Figura 10: Cartaz coletivo confeccionados pelos alunos do 6º ano do Colégio Estadual Unidade Polo
(Maringá, PR), como parte do trabalho coletivo “Plano para Salvar a Escola”. Fonte: a autora-2015.
Figura 11: Folder (frente) produzido a partir das ideias dos alunos do 6º Ano do Colégio Estadual
Unidade Polo (Maringá, PR). Arte Gráfica: Alessandro César Volpato. Fonte: a autora-2015.

Figura 12: Folder (verso) produzido a partir das ideias dos alunos do 6º Ano do Colégio Estadual
Unidade Polo (Maringá, PR). Arte Gráfica: Alessandro César Volpato. Fonte: a autora-2015.

Em relação à implementação do projeto de intervenção na Escola foram


recebidas as seguintes mensagens de outras professoras: “Gostaria de ressaltar
uma alteração que percebi em seu projeto de intervenção: O projeto estava previsto
para ser aplicado no nono ano e agora é sugerido para qualquer ano do Ensino
Fundamental. Acredito ser positivo, porque quando li sua proposta pensei em
trabalhar algumas atividades no oitavo ano. O conteúdo permite tal flexibilidade,
portanto pode-se em trabalhar em qualquer ano do Ensino Fundamental”. “Escolhi o
tema proposto por você para ampliar meus conhecimentos e, ele veio de encontro
com minhas expectativas, trazendo novas ideias, metodologias diferenciadas, troca
de experiências e, com isso poderemos aplica-lo em sala de aula, melhorando
significativamente o aprendizado de nossos educandos”. Realmente a professora
escolheu bem seu tema de pesquisa. Temos que trabalhar esses assuntos com os
alunos sempre fazendo a contextualização para que eles percebam que fazem parte
do meio em que vivem, que são formados pelos mesmos elementos que constituem
o universo e que tudo o que farão para o meio ambiente estarão fazendo para si
mesmos.

5. Considerações finais

A elaboração do presente artigo contribuiu e oportunizou aos alunos do 6º ano


diferentes momentos de aprendizagens. Para tanto, foram utilizados recursos
didáticos diferenciados, despertando maior interesse por parte dos educandos, e a
eles repassando conceitos científicos que amenizaram o “simples olhar dos
conteúdos didáticos”.
Com isso, compreenderam a dinâmica dos ciclos biogeoquímicos, e isso os
auxiliará a entender alguns impactos ambientais comum em nosso dia a dia, e que,
em geral, são causados por ações antrópicas desmedidas, como a introdução de
substâncias nocivas aos seres vivos, com consequências sérias para todo o
ecossistema, proporcionando perdas nas comunidades naturais e também para a
qualidade de vida dos seres humanos.
Repensar nossa prática pedagógica no decorrer do processo de
aprendizagem é importantíssimo, tendo como foco principal nossa atividade
pedagógica utilizando os recursos didáticos alternativos que possuímos ou que
nossa realidade escolar nos permite utilizar.
Durante o processo de implementação pensei que havia cometido alguns
erros, principalmente na escolha do tema e da turma, devido a complexidade do
tema e a idade cronológica das turmas, mas a metodologia empregada demonstrou
que qualquer tema pode ser ensinado, mediante um planejamento sequencial bem
elaborado e objetivos claros a serem desenvolvidos.
Em todo trabalho faz se necessário um planejamento lógico e um estudo de
metodologias adequadas, porém uma sequencia didática bem elaborada pelo
professor consegue contribuir significativamente para o processo ensino
aprendizagem.
Qualquer conteúdo didático pode ser apresentado de forma lúdica e
prazerosa, mesmo que com poucos recursos disponíveis no nosso cotidiano escolar,
porém demanda muita pesquisa e organização por parte do professor.

6. Referências

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http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br/2011/05/questoes-com-gabarito-
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Prática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

CESAR, J.S.; SEZAR, S.; CALDINI, N.J. Biologia celular, vírus: entre moléculas e
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DELIZOICOV, D. Problemas e problematizações. In: PIETROCOLA, M. (Org.).


Ensino de Física: conteúdo, metodologia e epistemologia numa concepção
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DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de ciências. São Paulo:


Cortez, 1994. (Coleção magistério, 2º Grau. Série formação do professor).

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências:


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