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Artigo original

Modalidades e recursos didáticos mais utilizados no ensino de Ciências e


Biologia

Flávia Cristine Medeiros Theodoro1, Josenilde Bezerra de Souza Costa2


e Lucia Maria de Almeida3
1 Graduada em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário FACEX (UNIFACEX), Brasil. E-mail: flavinhathe@hotmail.com
2 Graduada em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário FACEX (UNIFACEX), Brasil. E-mail: josenyrcosta19@gmail.com
3 Doutora em Psicobiologia (UFRN), Mestre em Botânica (UFRPE) e graduada em Ciências Biológicas e em Artes Visuais (U-
FRN). Professora do Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Facex – UNIFACEX, Brasil. E-mail: lmalmei-
da05@gmail.com

RESUMO: O presente estudo foi realizado com o objetivo o identificar jun-


to ao corpo docente as modalidades e recursos didáticos mais utilizados no
desenvolvimento das aulas de ciências e biologia analisando de forma re-
flexiva a utilização dos mesmos. Foram aplicados questionários em 55 es-
colas de ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos junto
a 113 educadores de escolas municipais, estatuais e privadas. Observa-se
que existe o entendimento por parte dos professores de que a utilização de
recursos e modalidades didáticas diversificados seja capaz de favorecer o
processo de ensino e aprendizagem, no entanto devido à carência de re-
cursos, de estrutura física das instituições e de falta de tempo e planeja-
mento, o livro didático e o quadro/lousa ainda são os recursos mais utiliza-
dos, seguido da aula expositiva como estratégia metodológica. Faz-se ne-
cessário, portanto que haja motivação, engajamento e participação do pro-
fessor e da comunidade escolar, pesquisando, avaliando e escolhendo que
recursos ou metodologia atende melhor a compreensão de conteúdos con-
siderando os objetivos de aprendizagem e o público alvo envolvido visando
melhorar o processo de ensino e aprendizagem.
Palavras-chaves: Professor. Aprendizagem. Educação. Metodologias.
Modalities and didactic resources most used in teaching science and biol-
ogy
ABSTRACT: The aim of the present study was to identify the modalities and
didactic resources used by the teaching staff to develop science and biolo-
gy classes, reflexively analyzing their usage. Questionnaires were applied to
113 teachers from 55 municipal, state and private elementary and second-
ary schools offering courses to both young people and adults. The teachers
believe that using different didactic strategies and resources may favor the
teaching and learning process. However, due to the lack of resources, phys-
ical structure, time and planning, traditional textbooks and a blackboard
are still the most widely used, followed by theoretical classes, as methodo-
logical strategies. It is necessary, therefore that teachers and the school
community be motivated, engaged and participate by researching, evaluat-
ing and selecting the most effective resources and methodologies in ac-

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cordance with the learning objectives and the target public involved with
the goal of improving the teaching-learning process.
Keywords: Teacher. Learning. Education. Methodologies.

1 INTRODUÇÃO comum, implicando que a assimilação dos


conhecimentos ocorra de forma mecânica
Muito se tem debatido acerca das mu- com memorização de enunciados, leis, re-
danças ocorridas no componente curricular sumos, sínteses, tabelas etc., (DELIZOICOV;
de Ciências Naturais no Ensino Fundamen- ANGOTTI; PERNAMBUCANO, 2002; OLIVEI-
tal e médio. Mudanças envolvendo desde a RA; NASCIMENTO; BIANCO., 2005), tendo o
abordagem de conteúdos mais relevantes, professor o papel de autoridade intelectual
metodologias inovadoras, materiais didáti- e transmissor de conteúdos e informações.
cos contextualizados e bem elaborados, No entanto, se observa cada vez mais a ne-
estratégias e modalidades didáticas nortea- cessidade de uma prática pedagógica que
das por um ensino de ciências que esteja possibilite ao futuro professor correlacionar
conectado à realidade e as ações cotidianas habilidades, conhecimentos e domínios me-
do discente, uma vez que com advento de todológicos com a realidade e o cotidiano
novas tecnologias o progresso científico da escola e do educando, permitindo que
cresce rapidamente, atrelado a estas mu- alunos e professores se ajustem a essa di-
danças estão também às concepções sobre nâmica de transformação (CARVALHO; GIL-
o papel do professor e do aluno no proces- PEREZ, 2011).
so de ensino e aprendizagem. Desta forma, De acordo com Lopes (2002), as preocu-
se faz necessário que professores de Ciên- pações com as dimensões da educação em
cias e Biologia estejam continuamente se Ciências e Biologia, evidenciam que existem
atualizando devido às rápidas mudanças várias possibilidades abertas no campo das
que ocorrem na sociedade com repercussão práticas educativas, levando a uma diversi-
na ciência e na sociedade (SILVA JÚNIOR; dade de tendências que refletem nas práti-
BARBOSA, 2008). cas de formação de professores e da educa-
Isto requer que tanto a escola como as ção em Ciências. Portanto, as instituições
instituições que estão ligadas diretamente de ensino responsáveis pela formação dos
na formação profissional destes educado- professores e comunidade escolar, preci-
res, possa suprir as exigências de uma soci- sam analisar e discutir os vários obstáculos
edade em transformação refletida na velo- que se apresentam nas diversas situações
cidade de renovação do saber e do saber de aprendizagem das disciplinas de ciências,
fazer (CAMPOS; NIGRO, 1999). buscando contextualizar os conteúdos cur-
Estudos enfatizam a necessidade de mu- riculares com a realidade cotidiana da co-
danças no processo de ensino aprendiza- munidade escolar, pesquisando e reavali-
gem que leve ao conhecimento científico, ando quais os métodos/técnicas ou estraté-
ultrapassando a noção que permeia ainda gia se adéqua melhor a um determinado
hoje sobre o conhecimento científico como conteúdo considerando sempre o objetivo
um saber transmitido de modo onde pre- do ensino e da aprendizagem.
dominam ideias alternativas ou de senso As diretrizes curriculares nacionais (BRA-

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SIL, 1998; BRASIL, 2006), conhecidas como rentes recursos materiais, bem como, estu-
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), do de caso, discussões em grupos, excur-
descrevem objetivos claros com relação aos sões, uso da internet e programas educa-
diferentes níveis de ensino, enfatizando a cionais para computador, projetos temáti-
necessidade de concentrar o ensino e a- cos, feira de ciências, mapas conceituais,
prendizagem no desenvolvimento de com- oficinas, elaboração de jornais, revistas e
petências e habilidades por parte do aluno. murais informativos, atividades experimen-
Com relação às Ciências e Biologia, os obje- tais etc. Partindo da concepção de que a
tivos educacionais destacam a importância prática pedagógica do professor, a escolha
de os conteúdos serem apresentados de da modalidade didática está intimamente
maneira contextualizada e problematizado- relacionada sendo impossível separá-las, é
ra, de modo que, o aluno possa ampliar preciso que tanto professores, como seus
competências que lhe permitam compre- formadores, entendam e reflitam sobre a
ender o mundo em que vive e atuar como correlação que existe entre conteúdos, mé-
indivíduo e cidadão, utilizando esses conhe- todos e técnicas de ensino, recursos didáti-
cimentos em situações reais tirando destas cos e tendências pedagógicas dentro do
situações subsídios para discussão teórica contexto histórico da educação e do ambi-
para que possa entender a ciência como ente escolar, refletindo a compreensão de
patrimônio das sociedades contemporâ- ciência e educação norteadas pelos objeti-
neas. vos educacionais.
Os PCNs recomendam que as práticas Cabe ao professor selecionar conteúdos,
pedagógicas estejam voltadas para o incre- métodos e as estratégias mais apropriadas
mento de competências através do ensino que ajudem a alcançar os objetivos da a-
de habilidades, devendo o processo ensino- prendizagem, tarefa esta que, necessita de
aprendizagem estar aliado à interdisciplina- reflexões regulares e sistemáticas, conside-
ridade e a transversalidade (BRASIL, 1998). rando que a formação do educador aconte-
De acordo com Krasilchik (2008), a escolha ce no cotidiano e intervenção sobre sua
da modalidade didática deve estar de acor- pratica, a sua atualização ocorrerá a partir
do com os conteúdos e objetivos seleciona- do exercício de reflexão constante de sua
dos, bem como da concepção de ciência, prática. No entanto, muitas vezes este exer-
valores e convicções do professor, sendo cício de reflexão ocorre de forma isolada ou
importante que o professor possa utilizar as sem discussões, debates e reflexões do con-
diversas modalidades didáticas uma vez texto escolar, passando a fazer parte so-
que, cada uma exige uma solução própria, mente do planejamento anual no início do
além de permitir o atendimento às diferen- ano letivo por ocasião da semana pedagógi-
ças individuais possibilitando o sucesso da ca, geralmente sendo esquecido durante
aprendizagem. todo o ano e na maioria das vezes não exe-
Muitos são os meios ou estratégias que o cutado.
professor pode utilizar para facilitar a a- A compreensão de que tanto recursos e
prendizagem (MASSETO, 1996), isto inclu- estratégias didáticas sejam capazes de favo-
em deste a organização de sala de aula que recer o processo de ensino e aprendizagem
facilite a aprendizagem do aluno, os dife- em ciências e biologia, tem sido incorpora-
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da nas propostas e abordagens teóricas do rimentais, a elaboração e utilização de mo-


ensino de ciências. De acordo com os PCNs delos/modelização, elaboração de projetos
(BRASIL, 1998), a ciência é produto da ela- e oficinas, como atividades de suma impor-
boração humana para compreensão do tância na proposta de um aprendizado sig-
mundo; portanto, os procedimentos de en- nificativo, por proporcionar uma atitude
sinar ciências, devem estimular uma postu- reflexiva sobre o fazer e saber fazer na sala
ra reflexiva e investigativa sobre os fenô- de aula, permitindo ao aluno participar de
menos da natureza e da sociedade. Portan- forma ativa, desenvolver habilidades como
to, os métodos e recursos didáticos, deveri- explorar, deduzir, formular hipótese e pre-
am propiciar ao aluno aprender de maneira dições, delimitar, avaliar e analisar dados
eficiente os conteúdos culturais sistemati- tirando suas conclusões. Para isso, efetiva-
zados pela humanidade, bem como a a- mente ele tem a oportunidade de pensar,
prendizagem de valores, comportamentos e questionar, criar e construir seu conheci-
ações úteis a uma sociedade que está em mento (GOMES; BORGES; JUSTI, 2008).
constantes modificações causadas pelo de- Dentro deste contexto, a escolha de es-
senvolvimento científico e tecnológico em tratégias e recursos didáticos promovem
cada momento histórico. espaços para reflexão e aprendizagem so-
Do ponto de vista do educando, muitos bre a prática pedagógica, uma vez que a
conceitos são vistos como de difícil com- utilização dos mesmos torna possível ao
preensão devido à falta de contextualização educador vivenciar momentos de pesquisa,
com a realidade do aluno, muitos desses criação, reflexão, contextualização, apropri-
conceitos são representados por exemplos ação do fazer pedagógico, pôr em prática
que envolvem estruturas que não podem estratégias diferenciadas de ensinar, apren-
ser vistas ao olho nu, ou conceitos abstratos der e avaliar, constituindo, portanto, um
de difícil assimilação. Aprender ciências é espaço de transformação da sua prática
decorar um conjunto de nomes, fórmulas, docente. Dentro desta perspectiva, este
descrições de instrumentos ou substâncias, trabalho teve como objetivo identificar jun-
enunciados e leis; tornando a aprendizagem to ao corpo docente as estratégias/modali-
um processo desinteressante, uma vez que, dades e recursos didáticos mais utilizados
não tem relação com o cotidiano do aluno. no desenvolvimento das aulas de ciências e
Neste contexto, tanto o emprego de dife- biologia, fazendo uma reflexão sobre a utili-
rentes métodos e estratégias de ensino po- zação dos mesmos, relacionando os princi-
de facilita a compreensão dos conteúdos, pais obstáculos encontrados pelos profes-
como também permitir a relação entre o sores na escolha e no uso das modalidades
conhecimento que está sendo desenvolvido didáticas, e qual a importância na aprendi-
em sala de aula com o cotidiano vivenciado zagem de ciências e biologia.
pelo aluno.
De acordo Zabala (1998), isto possibilita 2 METODOLOGIA
a construção de conceitos com significados
reais através da interpretação e construção Partindo da perspectiva de fazer um di-
de ideias. Dentro dessas estratégias meto- agnóstico de cunho descritivo-qualitativo,
dológicas, destacamos as atividades expe- realizamos a investigação através da elabo-
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ração e aplicação de um questionário con- 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
tendo questões com perguntas objetivas e
subjetivas. O questionário foi elaborado Participaram da pesquisa 55 escolas,
tendo como objetivo obter respostas que sendo 22 escolas estaduais, 21 municipais e
contemplasse conhecer quais e com que 12 particulares, e 113 professores respon-
frequência os materiais e estratégias são deram o questionário. Das 55 instituições
utilizados pelos professores em sala de au- participantes, 63,6 responderam que pos-
la, e a importância dada a escolha dos suem Projeto Político Pedagógico, e 36,3
mesmos na aprendizagem de ciências e ou afirmaram que existe conselho escolar.
biologia, e quais as principais dificuldades O perfil profissional revelou que 50,8%
com relação à utilização e aplicação de re- dos professores ensinam no fundamental II,
cursos e modalidades didáticas em sala de 25,8% no ensino médio e 23,3% lecionam
aula. também na Educação de jovens e Adultos,
Buscou-se também obter um perfil dos sendo comum a atuação dos mesmos em
profissionais que participaram da pesquisa, mais de uma modalidade de ensino ou insti-
através de questões sobre sua formação tuição.
acadêmica, se participava ou não de forma- No que diz respeito ao gênero, observa-
ção continuada, tempo de atuação profis- se uma predominância do gênero feminino
sional, objetivos de ensinar ciências/biolo- com 77% em relação ao masculino 32,7%;
gia e a relação com o cotidiano do aluno. fato amplamente documentado em outras
O critério na escolha das escolas foi a e- pesquisas na área de educação. Segundo
xistência de ensino fundamental II (Ciên- Vianna (2002), a docência foi assumindo um
cias) e/ou ensino médio (Biologia). A partir caráter eminentemente feminino, prin-
dessa escolha procuramos atingir o maior cipalmente na educação básica, onde é
número possível de escolas, tentando atin- grande a presença de mulheres no magisté-
gir todas as regiões geográficas da cidade, rio.
independentemente de serem públicas ou De acordo com o questionário, observou-
privadas. se que a faixa etária dos professores se ca-
O questionário foi aplicado após o con- racteriza da seguinte forma: 31,0% dos do-
sentimento prévio da direção dos estabele- centes encontram-se na faixa etária entre
cimentos de ensino e dos professores de os 21 e 30 anos, 46,9% entre 31 e 40 anos e
ciências e ou biologia que aceitaram parti- 22,1% entre 41 e 50 anos. Com relação ao
cipar da pesquisa após assinarem o termo dos 113 professores, apenas um não termi-
de consentimento informado, resguardan- nou a graduação, um tem licenciatura em
do o anonimato dos sujeitos e instituições química e outro em pedagógica, ambos le-
envolvidas. Foram distribuídos ao todo 200 cionando no ensino fundamental.
questionários no ambiente de trabalho dos A avaliação do perfil acadêmico revelou
professores, na ocasião foi explicado o mo- que a maioria dos profissionais tem forma-
tivo e importância da pesquisa, a grande ção acadêmica em Ciências Biológicas, 67%
maioria mostrou interesse em participar, no tem licenciatura e 39,8% possuem licencia-
entanto, somente 113 professores respon- tura e bacharelado, destes 21,2% possuem
deram e entregaram o questionário. especialização e 27,4% mestrado. Obser-
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vou-se que 67,3% dos professores partici- veis, muitas escolas não possuem um local
pam de algum tipo de formação continua- físico para isto (Figura 1).
da, e a maioria realiza o planejamento se-
manalmente 64,6%. Figura 1 – Principais dificuldades apontadas
Quando questionados sobre os motivos pelos professores com relação à utilização de
de escolha do curso e nível de satisfação materiais didáticos.
com a profissão, 69,3% afirmaram gostar e
se identificar com as disciplinas de ciências
e biologia, no entanto 88,7% afirmaram não
estarem satisfeito com a remuneração e
com as condições de trabalho.
Com relação aos objetivos de ensinar ci-
ência e sua relação com o cotidiano, 23,2%
acreditam que um dos objetivos do ensino
de ciência é proporcionar a compreensão
dos fenômenos e transformações que acon-
tecem na natureza, auxiliar no processo de
construção do conhecimento cientifico e da A Tabela 1 mostra os principais recursos
cidadania retirando o jovem da condição de didáticos utilizados no dia a dia pelos pro-
meros espectadores do mundo que vivem. fessores entrevistados em suas aulas, po-
Um percentual de 21,5% destacou que, um demos verificar que, notadamente tanto o
dos principais objetivos do ensino de ciên- quadro/lousa como o livro didático, são os
cias e sua relação com o cotidiano do aluno, recursos mais utilizados pelos professores
é possibilitar a formação de cidadãos cons- 69,7 e 68,4% respectivamente. Para a reali-
cientes, críticos e participativos, mediante o dade de muitos docentes, tanto o quadro
conhecimento cientifico sistematizado e sua como o livro didático representam a princi-
articulação com saberes e valores aprendi- pal fonte de trabalho, no entanto se faz ne-
dos na escola e no cotidiano do aluno. cessário uma avaliação criteriosa na escolha
55,3% não responderam. e utilização dos mesmos, uma vez que, co-
Com relação à escolha e utilização de mo afirmado pelos professores “muitos tra-
materiais didáticos utilizados pelos profes- zem conceitos errados e descontextualiza-
sores, os resultados demonstraram que, um dos”, outros escolhem pela sequência dos
dos grandes obstáculos apontados pelos conteúdos apresentados e organizados pelo
professores foi à falta de recursos didáticos, livro didático, como uma proposta pedagó-
seguindo do pouco acesso a esses recursos, gica correta a ser seguida.
quando presentes na escola, geralmente
ficam trancados ou sob a responsabilidade
de coordenação e direção que muitas vezes
estão ausentes. Foi relatada também, a au-
sência de infraestrutura adequada na escola
para que estes materiais fiquem disponí-

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Modalidades e recursos didáticos mais utilizados no ensino de Ciências e Biologia 133
Tabela 1 – Relação percentual da frequência de uso didático, por falta de autoconfiança ou por
dos recursos didáticos pelos professores. comodismo, o professor usa quase que ex-
FREQUÊNCIA DE USO (%)
clusivamente o livro didático como recurso
RECURSOS Sempre Quase Rara- Nunca
sempre mente
para suas aulas, abrindo mão de sua auto-
Quadro/lousa 69,7 24,8 5,5 0,0 nomia e liberdade, agindo simplesmente
Retroprojetor 4,3 22,3 28,7 44,7 como um técnico, sem refletir sobre seu
Televisão 11,4 27,3 45,5 15,9 papel como mediador do processo de ensi-
DVD 12,0 32,6 43,5 12,0 no aprendizagem.
Computador 25,3 33,0 26,4 15,4
Observa-se também que, o laboratório
Internet 22,2 27,8 32,2 17,8
Datashow 22,2 47,8 18,9 11,1 para atividades experimentais apresenta
Cd player 5,1 19,0 38,0 38,0 uma frequência de uso bastante escassa,
Laboratório 3,5 9,3 32,6 54,7 54,7% nunca utilizaram, por não existir este
Livros 68,4 28,4 3,2 0,0 espaço na escola, e mesmo nas escolas que
Jogos 11,1 24,4 43,3 21,1 possuem o espaço físico, não dispõem de
Figuras/Fotogra-
35,9 33,7 21,7 8,7 materiais e equipamento para o desenvol-
fias
Cartazes 20,0 33,3 32,2 14,4 vimento de atividades experimentais, sendo
Maquete 8,9 21,1 45,6 24,4 raramente usados 32,6%. Alguns professo-
Modelos e mode-
4,5 31,5 42,7 21,3
res relataram que desenvolvem algumas
lização atividades experimentais em sala de aula,
Mapas 12,4 31,5 37,1 19,1
utilizando na maioria das vezes recursos
Revistas 9,5 24,2 40,0 26,3
próprios ou conta com ajuda dos alunos.
Para muitos pesquisadores, as atividades
Silva (1996) argumenta que, a escola
experimentais são de fundamental impor-
muitas vezes idealiza o livro didático como
tância para o ensino de ciências, uma vez
ferramenta básica e indispensável nas fun-
que através das mesmas o educando tem a
ções pedagógicas exercidas pelo professor.
oportunidade de desenvolver habilidades e
Barganha e Garcia (2014) enfatizam que,
competências que despertam a curiosidade,
muitas vezes a cultura estabelecida no inte-
buscando formular explicações e hipótese,
rior da escola que transforma a sequência
levando-os a desenvolver posturas críticas,
proposta pelo livro didático como a que
realizar julgamentos e tomar decisões fun-
deve ser seguida na organização do currícu-
damentais em critérios objetivos (MARAN-
lo, é adotada pela maioria dos professores,
DINO; SELLES; FERREIRA, 2009; KRASIL-
e também pelos pais dos alunos, que acom-
CHICK, 2008). No entanto, este recurso a-
panham e exigem a utilização desse materi-
lém de pouco utilizando pelos educadores,
al. Pesquisas relatam a utilização do livro
ainda é para muitos uma forma de compro-
didático como o principal instrumento de
var a teoria estudada em sala (REGINALDO;
trabalho do professor, embora resultados
SHEID; GULLICH, 2012).
assinalem deficiências e limitações deste
A pesquisa mostrou que, muitos educa-
material, (MORTIMER, 1988; BIZZO, 2002;
dores utilizam recursos áudio visuais, 99,6%
ESCOLANO; MARQUES; BRITO, 2010).
usam figuras sempre ou quase sempre,
Krasilchik (2008) ressalta criticamente a
58,3% utilizam computador e internet,
situação de exclusividade do uso do livro
mesmo quando não existem equipamentos
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na escola, de acordo com alguns professo- professores para a utilização destes recur-
res, os alunos utilizam estes equipamentos sos, sendo necessário o professor aliar os
em casa. Observamos ainda que, 53 3% uti- objetivos de aprendizagem aos recursos
lizam cartazes para auxiliar o processo de utilizados. Rosa (2000) enfatiza alguns cui-
ensino aprendizagem, além de vídeo e TV, dados que o educador deve tomar ao esco-
slides e revistas. Alguns professores relata- lher o recurso audiovisual, além de indicar
ram que: “o recurso audiovisual auxilia regras gerais de como utilizar vários desses
grandemente a compreensão de conteúdos recursos. Portanto, a participação dos pro-
abstratos, possibilitando dúvidas que mui- fessores em cursos de capacitação e forma-
tas vezes o texto escrito ou a informação do ção continuada é de extrema importância.
professor não alcança”. De acordo com Ro- Um dos recursos assinala,,dos pelos pro-
sa (2000), os recursos audiovisuais melho- fessores como um bom facilitador do pro-
ram significativamente a aprendizagem de cesso de ensino e aprendizagem é o uso de
determinados conteúdos no ensino de ciên- modelos/modelização. No entanto, muitos
cias. O processo ensino-aprendizagem ocor- argumentaram que: “a escola não possui,
re quando o professor tem os meios pelos ou não tem condições de adquirir modelos
os quais seja capaz de fazê-lo, e os recursos disponíveis no mercado, por não considerar
didáticos são ferramentas que tem essa importantes”. Outros “argumentaram que
função facilitadora da aprendizagem. Re- não possuem tempo disponível para plane-
cursos audiovisuais como, figuras e fotogra- jar e desenvolver modelos”. A maioria tem
fias, vídeos e TV, computador e internet, jornada dupla, trabalhando em mais de
são recursos importante para o processo, uma escola. Atividades didáticas com mo-
no entanto, ferramentas de ensino como delização vêm sendo discutidas nos últimos
modelos/modelagem, esqueleto e maque- anos. De acordo com Astolfi e Develay
tes também são muito interessante neste (2001), a presença da modelização em sala
processo. A visualização, o contato, a mani- de aula surge “da necessidade de exemplifi-
pulação e a elaboração faz com que seja cação que não satisfaz o simples estabele-
mais fácil a compreensão do conteúdo tra- cimento de uma relação casual” (ASTOLFI;
balhado. Os equipamentos audiovisuais que DEVELAY, 2001, p. 104). Para Pinheiro et al.
são mais comuns na realidade da educação, (2001, p. 39), a modelização é “... um pro-
nas escolas, poderiam ser mais explorados, cesso que consiste na elaboração de uma
para Lepienski e Pinho (2010), há consenso construção mental que pode ser manipula-
de que são aliados importantes para facili- da e que procura compreender um real
tar a aprendizagem, tornando o processo complexo”. Portanto, é um processo de
educativo mais atraente e dinâmico. Vários construção onde o aluno precisa vivenciar
trabalhos têm sido realizados enfatizando este processo, para perceber a diferença
as contribuições significativas dos recursos entre a referência empírica e os modelos.
audiovisuais no ensino de ciências (SANTOS; Embora seja mais utilizada na matemática e
ARROIO, 2009; REZENDE FILHO; PEREIRA; química, muitos trabalhos têm sido desen-
VAIRO, 2011). volvidos com modelização em ciências e
No entanto, Almeida (2000) ressalta a biologia, sendo fundamentados na elabora-
importância de preparação e formação dos ção de modelos tridimensionais e represen-
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Modalidades e recursos didáticos mais utilizados no ensino de Ciências e Biologia 135
tativos (MATOS et al., 2009; MENDONÇA; conteúdo é seguida de discussão com a par-
SANTOS, 2011; DUSO, 2012). No entanto, ticipação dos alunos”, outros que: “utilizam
na nossa pesquisa essa modalidade mos- a aula dialogada, considerando inicialmente
trou-se muito pouco explorada pelos edu- o conhecimento prévio dos alunos, instigam
cadores. os mesmos a participarem”; outros admiti-
Considerando a frequência de utilização ram que: “muitas vezes não existe tempo
das modalidades ou estratégias didáticas para planejar a aula, então utilizam a expo-
pelos professores participantes da pesquisa, sição ou o livro”.
a Tabela 2 mostra que, a estratégia mais Muitos pesquisadores na didática das ci-
utilizada é a aula expositiva, totalizando ências destacam a necessidade e importân-
100% de uso, uma vez que alguns professo- cia de substituir os processos de ensino que
res sempre utilizam 61,7%, e 38, 3% quase priorizam a exposição, que levam a um re-
sempre utilizam; seguida de discussão e ceber passivo do conteúdo, por processos
estudo dirigido. As estratégias menos utili- que estimulem os alunos à participação
zadas são a dramatização, simulação, estu- (D’AMBRÓSIO, 2001; DELIZOICOV; ANGOT-
do do meio e oficinas pedagógicas respecti- TI, 2000; DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAM-
vamente. BUCO, 2002; KRASILCHICK, 2008), ressal-
tando a importância de substituir os pro-
Tabela 2 – Relação percentual das modalidades cessos de ensino que priorizam a exposição,
didáticas utilizadas pelos professores que levam a um receber passivo do conteú-
Percentual
do, por processos que estimulem os alunos
Modalidade Sempre Quase Rara- Nun-
sempre mente ca à participação.
Aula expositiva 61,7 38,3 0,0 0,0 Lima e Vasconcelos (2006) observaram
Discussão 38,2 54,4 7,4 0,0 que os educandos estão expostos muitas
Estudo do meio 1,1 29,3 54,3 15,2 vezes a recursos e estratégias didáticas que
Dramatização 2,1 16,0 51,1 30,9 nem sempre proporcionam uma construção
Estudo dirigido 31,3 44,4 21,2 3,0
de conhecimento eficaz. É preciso que eles
Seminários 21,5 53,8 23,7 1,1
Projetos 8,4 37,9 43,2 10,5 deixem de perceber e receber a ciência co-
Aula experimental 9,6 39,4 38,3 12,8 mo um produto acabado, onde a transfe-
Estudo de casos 5,4 38,7 45,2 10,8 rência de conhecimento se dá de forma es-
Oficinas pedagógicas 5,3 26,6 48,9 19,1 tática e sem significado para o aluno. Deli-
Simulação 3,2 26,6 43,6 26,6 zoicov e Angotti (2000) destacam que a e-
ducação em ciências, deve estar vinculada
Como observado, a falta de recursos (ou ao desenvolvimento científico do país ou
não) nas escolas, tem conduzido os educa- região, portanto, deve ser integrada ao co-
dores adotarem quase sempre uma única tidiano do aluno.
forma de modalidades de ensino, aulas ex- Na percepção de alguns professores,
positivas e como recurso o livro didático. O 21,3%, as combinações de diferentes recur-
que conduz a passividade dos ouvintes, le- sos e de estratégias didáticas facilitam e
vando, portanto, uma aprendizagem menos enriquecem o ensino e a aprendizagem,
eficiente ou pouco participativa, alguns pro- porque ambos auxiliam os alunos a desen-
fessores relataram que: “a exposição do volverem diferentes competências e habili-

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dades, viabilizando a construção do conhe- 4 CONCLUSÕES


cimento na interação/aluno professor, des-
ta forma, propicia caminhos para o aluno Diante dos resultados apresentados nes-
compreender o conteúdo. Foi apontado o ta pesquisa, observa-se que existe o enten-
uso de atividades como desenhos, palavras dimento por parte dos professore de que,
cruzadas, leitura e discussão de textos co- recursos e estratégias didáticas sejam capa-
mo recursos e ou estratégia didática 12,1%. zes de favorecer o processo de ensino e
Também foi assinalado como estratégia, aprendizagem, tanto os recursos, quanto às
fazer o levantamento prévio dos conheci- modalidades didáticas, foram enfatizados
mentos dos alunos sobre o conteúdo a ser pelos professores como ferramentas de
discutido, procurando relacionar com o seu trabalho de grande importância para um
cotidiano. Laburú, Arruda e Nardi (2003) melhor desempenho na aprendizagem do
ressaltam que a escolha por um recurso ou educando. No entanto, percebe-se que o
estratégia metodológica não pode ser con- ensino de ciências e biologia ainda é prati-
siderada como única e definitiva, estraté- cado como preparações teóricas, e que, de
gias e recursos adotados pelo educador diversas formas se expressa na sala de aula
precisam considerar a realidade do meio na mera transmissão de informações des-
onde estão inseridos estes alunos, e que contextualizadas do cotidiano do educando,
conhecimentos eles trazem consigo acerca uma vez que, os recursos e as modalidades
do assunto ou conteúdo explorado pelo didáticas mais usadas pelos docentes são os
professor. mais tradicionais encontrados na educação,
Conhecer recursos e estratégias metodo- a aula expositiva, seguido de estudo dirigi-
lógicas que facilitem o processo de ensino e do, o livro didático e o quadro/lousa. Para
aprendizagem, assim como saber utilizar muitos educadores as escolas não oferecem
esses recursos, são competências e habili- subsídios para planejamento, elaboração e
dades que professores deveriam expressar utilização de estratégias e recursos diversi-
na sua prática pedagógica diária, como re- ficados; muitas vezes o professor não dis-
quisitos básicos para um trabalho pedagó- põe de tempo necessário para planejamen-
gico de qualidade e eficaz. O professor, que to, elaboração e utilização de estratégias e
é o mediador deste processo de ensino, recursos diversificados. Portanto, é neces-
precisa estar ciente da importância de sua sário que haja motivação, engajamento e
atualização e capacitação profissional, por- participação do professor e da comunidade
tanto, sua prática pedagógica diária é carac- escolar, pesquisando, avaliando e esco-
terizada pelo desafio de articular o processo lhendo que recursos ou metodologia aten-
de ensino e aprendizagem através de mé- de melhor a compreensão de conhecimen-
todos e recursos que cumpram os objetivos tos, considerando, os objetivos de aprendi-
a que se propõem, desenvolvendo ou con- zagem, o público alvo envolvido, visando
solidando competências e habilidades no melhorar o processo de ensino e aprendiza-
educando. gem.

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ution License, which permits unrestricted use, distribu-
tion, and reproduction in any medium, provided the origi-
nal work is properly cited.

Artigo recebido em 23 de junho de 2015.


Avaliado em 17 de agosto de 2015.
Aceito em 08 de setembro de 2015.
Publicado em 16 de novembro de 2015.

Como citar este artigo (ABNT):


THEODORO, Flávia Cristine Medeiros; COS-
TA, Josenilde Bezerra de Souza; ALMEIDA,
Lucia Maria de. Modalidades e recursos di-
dáticos mais utilizados no ensino de Ciên-
cias e Biologia. Estação Científica (UNIFAP),
Macapá, v. 5, n. 1, p. 127-139, jan./jun.
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