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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ – UEPA

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA – CAPES


CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROJETO: Sequência de Ensino Investigativo (SEI) – Utilização de


composteiras caseiras como instrumento de Educação Ambiental na Escola
Estadual de Ensino Médio Raimundo Laureano da Silva Souza.

Residentes: Adriele de Jesus Martins dos Santos, Beatriz Souza da Silva, Cássia
Nunes da Silveira, Karoline Oliveira de França, Melissia Oliveira Ribeiro e Vitória dos
Santos Silva. ¹
¹ Estudantes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Pará –
campus VI. Integrantes do Programa de Residência Pedagógica.

Paragominas
2023
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho possui o objetivo de apresentar uma proposta de projeto
utilizando como metodologia ativa, a Sequência Ensino Investigativo (SEI). Projeto
esse, a ser realizado no programa de Residência Pedagógica (RP) e aplicado na
Escola Estadual de Ensino Médio Raimundo Laureano da Silva Souza, em turmas
de anos iniciais (1ª, 2ª e 3ª série) do ensino médio.

O ensino de ciências com a estratégia de investigação, é bastante utilizado


quando há o intuito do aluno desenvolver sua própria autonomia na busca do
protagonismo científico. A Sequência de Ensino Investigativo é uma metodologia
ativa que parte dos conhecimentos prévios do aluno (o senso comum) para o
alcanço do conhecimento cientifico. Para Carvalho (2013, p. 2) novos
conhecimentos possuem a origem de conhecimentos anteriores. A SEI busca utilizar
diversas estratégias para participação do aluno em ambiente escolar, ou seja, o
discente não irá mais se restringir somente em copiar e decorar o que está sendo
exposto a ele, mas sim, ser livre para questionar e formar seu próprio raciocínio. É
importante ressaltar que Carvalho (2013) não propõe um modelo de ensino com
etapas fixas, e sim etapas essenciais. O que se entende por etapas essenciais no
desenvolvimento de SEIs é a ideia de que toda investigação científica basicamente
envolve um 1. problema, acompanhado de uma pergunta simples, objetiva, que
possa desencadear ações nos alunos; em seguida, busca-se a 2. familiarização e a
3. resolução do problema proposto com 4. discussões diversas, seguida de
reflexões sobre as relações de causa e efeito; 5. contextualização do problema
relacionando-o com o cotidiano e, por fim, o 6. atividade de avaliação/ registro que
apresenta como chegou à solução para o problema.

2. QUESTÃO PROBLEMA

Assim, ao idealizar o projeto, foi escolhido utilizar a metodologia ativa SEI,


seguindo o que foi proposto por Carvalho (2013), apresentaremos a questão
problema: A importância da utilização da técnica de compostagem como meio
de redução do impacto ambiental ocasionado pelo lixo orgânico e quais os
benefícios adquiridos com a atuação do cidadão/aluno consciente no meio ao
qual está inserido? E compostagem como forma de projeto multidisciplinar.
3. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

3.1 Objetivo Geral: Esse projeto tem como objetivo geral promover a
reeducação ambiental nos alunos do ensino médio (1º, 2º, 3º ano), construir visões
conscientes decorrentes de problemáticas socioambientais e estabelecer uma
prática sustentável ambiental vivente no âmbito escolar.

3.2 Objetivos Específicos: A utilização dos conceitos de Educação Ambiental


trabalhados, buscar uma participação efetiva de todas as áreas dos conhecimentos
(interdisciplinaridade), elaborar atividades com foco na participação do aluno e ter
como resultado maior absorção dos assuntos debatidos no decorrer dos encontros.

4. JUSTIFICATIVA

A utilização dos compostos orgânicos vem se tornando cada vez mais


necessário na atualidade, pois segundo FAO (Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente) em 2019 relatou que cerca de 931 milhões de toneladas de
alimentos são desperdiçados todos os dias no planeta, estima-se que 60% desse
lixo orgânico vem de origem doméstica, sendo assim, esse problema global está
vinculado com a falta de conscientização dos integrantes das comunidades, para
mudar esse cenário é necessário buscar praticas que coloque o cidadão como peça
fundamental nessa luta ambiental, com pequenas ações que estimule o senso crítico
e transforme o meio que se vive.

As técnicas de compostagem vem como meio de reaproveitamento de


resíduos orgânicos que são muitas vezes descartados de maneira incorreta e sem
utilidade pós-descarte, quando se fala da utilização de composteiras no âmbito
escolar e até mesmo residencial, muitas dúvidas surgem, pois é um assunto que
ainda se tem a necessidade de ser explorado na população em geral, é importante
ressaltar que existem uma diversidade de possibilidade para incrementar uma
composteira para uso próprio, já que se detém de uma gama de modelos que vão
desde o mais simples as industriais, essa técnica quando trabalhada na educação
básica poderá proporcionar que o educador busque a interdiplinaridade entre as
áreas do conhecimento, a visualização do aluno como pertencente do meio e a
propagação de uma reeducação ambiental na comunidade. A ecopedagogia é um
conceito que vem amadurecendo nos meios acadêmicos como um ramo que busca
trabalhar a vivência do cotidiano dos discente vinculada com atividades que
promover soluções sustentáveis para a sociedade, partindo desse pressuposto, as
composteiras no meio educacional poderão propiciar a construção de um aluno
educado ambientalmente.

É importante ressaltar que os conceitos trabalhados no decorrer desse projeto


são de extrema relevância para estabelecer e construir uma base solida do futuro
individuo critico que sairá da escola, buscara explorar: a diferença entre resíduo e
lixo; os malefícios decorrentes do descarte irregular do lixo orgânico; o impacto
global do desperdício desenfreado de alimentos todos os dias; alternativas
sustentáveis para combater o problema global que é o lixo orgânico; O que
compostagem; tipos de composteiras; utilização do composto orgânico no cotidiano.
todos os tópicos citados serão explorados em conjunto com os alunos, buscando
sempre a sua participação e o protagonismo, valorizando os conhecimentos prévios
e buscando a contextualização. De acordo com Michèle Sato (2005), a educação
ambiental não se deve ser vinculada somente com datas comemorativas, como, o
dia internacional da água, o dia nacional do meio ambiente, mas sim, necessita ser
uma prática cotidiana e indispensável na vida do indivíduo, fazer EA vai muito além
de conceitos a serem decorados e falados sem significados, a reeducação ambiental
tem que possuir significados e práticas.

5. REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 O que é compostagem e sua relevância

A compostagem é o conjunto de técnicas aplicadas para alcançar o principal


objetivo, a decomposição de materiais orgânicos por organismos heterotróficos
aeróbios, para manter o material estável e rico em substâncias húmicas com
nutrientes minerais para um solo mais rico. Para a autora Michele Sato (2000),
Sabe-se que a ciência é vista como uma ferramenta que busca descrever e entender
a natureza, enquanto os procedimentos éticos operam com base em regras que
ajudam a distinguir aquilo que deve ser daquilo que não deve ser. Ou seja, os alunos
irão desenvolver com a experiência adquirida durante o processo de aplicação e
suas diferentes abordagens, sabendo lidar não só com os impactos relacionados
diante dos descartes de maneira negativa mas também por obter a informação direta
e embasada por profissionais habilitados e capacitados diante dos contextos teórico
que aqui estão apresentados de maneira objetiva e explicativa para sanar as
possíveis dúvidas que irão surgir diante das discussões realizadas como uma
estrutura interdisciplinar e seu impacto na capacidade de cada aluno em sua
construção e desenvolvimento de base fundamental para obtenção e preparação
para aplicação de científica.

O que o professor/a aceitar e compreender como metas da Educação


Ambiental refletirá nas estratégias e na metodologia educativa. Sabemos, pois
que os/as professores/as são sujeitos imprescindíveis para manter ou
modificar/transformar/romper com o modelo tradicional de ensino (transmissivo,
enciclopédico e obsoleto) e ignorar ou abordar os problemas que esse modelo
gera (Sato et al., 2001).

A necessidade de formação relacionada com os docentes da área da ciência,


aplica não só em suas metodologias, mas principalmente em como aplicar diferentes
atividades com os recursos e até mesmo com o tempo que estarão desenvolvendo
como atividade disciplinar e interdisciplinar, buscando orientar aos alunos suas
perspectivas durante a aplicação e desenvolvimento do projeto e suas conclusões
para cada desempenho e meta alcançada durante a construção da composteira e o
processo da compostagem dos resíduos que foram depositados, sobre a destinação
para aumento do descarte de forma sustentável impactando diretamente a
segurança ao aplicar a atividade no ambiente escolar/casa ou outros espaços. Com
o objetivo de alcançar o entendimento e relação direta entre aluno-aluno, aluno-
professor e professor-aluno.

O presente projeto parte do princípio de que, com o desenvolvimento de


conhecimentos científicos, mobilização da sociedade escolar e disposição, é
possível realizar o tratamento de resíduos orgânicos (RO) originários da escola e da
comunidade, por meio da compostagem. Buscando com o projeto, desenvolver na
comunidade escolar (alunos, professores, equipe administrativa, pais) a
conscientização sobre o impacto dos resíduos sólidos, lixos e rejeitos no município e
no planeta. Para Henemann e Gonzalez (2018), as atitudes sustentáveis devem ter
início em âmbito local, para depois atingirem o global. A compostagem não trará
apenas benefícios ambientais, mas também sociais e econômicas, desviando
grandes quantidades de lixos orgânico de aterros, assim reduzindo custos com
transportes e diminuição de poluentes nocivos. Já em contexto escolar, a
compostagem pode reduzir o volume de lixo produzido na escola, incentivar o
pensamento cientifico, sendo a criação de composteiras um processo
multidisciplinar, podendo envolver diversas disciplinas como: Biologia
(biodiversidade, decompositores, microbiologia), Matemática (calculando formas,
volume, espaços para construção de uma composteira), Física e Química
(transformações químicas, densidade, processos químicos da decomposição). Além
de trazer olhares para a produção de projetos que acontecem na escola, e até gerar
lucro com a venda de adubos.

5.2 Reflexão acerca da compostagem em ambiente escolar

Sabe-se da importância da educação ambiental, habilidades que estão


associadas à aprendizagem e ao desenvolvimento tanto do aluno quanto do
professor. Os professores têm papel fundamental para a aplicação de ensino e
projetos relacionados com a ciência e planejamento como modelo integrado de
ensino e seus contextos, tendo como desafio, a maneira de como construir e
alfabetizar os aspectos tanto sociais como científicos para construção de um
pensamento crítico/social e científico, segundo a autora Michele Sato:

O papel do professor é explicitar os elos entre os argumentos. Todos os


estágios, nesses tipos de argumentos indutivos, estão abertos a
questionamentos e, empregando-se as estratégias didáticas adequadas, geram
uma abordagem liderada pela pesquisa. Cursos de desenvolvimento profissional
podem apoiar os professores na identificação dos componentes de um
argumento, na avaliação da validade das conclusões e na localização dos

componentes comuns em diferentes áreas (Sato, 2000).

Com base nos impactos ambientais, faz-se necessário e importante a


formação para uma orientação objetiva e direta nas escolas e até mesmo na
universidade com o intuito de informar, conscientizar e definir as características do
presente projeto que foi apresentado, defendida pela Norma ABNT NBR 13591/1996
como processo de decomposição biológica dos resíduos orgânicos, realizado em
condições aeróbias, por meio da ação de um grupo variado de organismos (ABNT,
1996). Sendo considerada por ser uma ferramenta de baixo custo, com objetivo de
reutilizar de maneira sustentável resíduos orgânicos que são constantemente
descartados de maneira inadequada em lixões/aterros, sendo eles ricos em micro e
macronutrientes como fertilizante orgânico. O programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA), apontou que 8 milhões de toneladas de plástico estão
sendo descartadas diretamente ao mar todos os anos, ocasionando diversos
impactos negativos no Meio Ambiente e consequentemente no habitat de diversas
espécies e até mesmo em nossa saúde. Ao planejar esse projeto, foram discutidas
diferentes abordagens de como aplicar em sala de aula/ambiente escolar, com os
alunos de primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Médio, sendo viável para os
discentes e docentes que estarão engajados, considerando que a sua
implementação viabiliza projeções positivas, ao contextualizar e apresentar aos
alunos, diferentes maneiras de como descartar e aproveitar tais resíduos.

6. MATERIAIS E METÓDOS
O presente projeto será realizado com as turmas de 1º, 2º e 3º anos do
ensino médio de uma escola estadual no município de Paragominas no sudeste
paraense, ele será trabalhado com alunos na faixa etária de (definir idade)
totalizando cerca de (X) alunos. A metodologia que será utilizada nesse projeto será
com foco total no protagonismo do aluno, apresentando atividades que trabalhem a
autonomia do aluno. Iremos abordar juntamente aos alunos os conhecimentos
preliminares a respeito do tema, questionários, rodas de conversa e uma oficina com
as técnicas de compostagem com o intuito de introduzir nas turmas conceitos de
práticas ambientais assim podendo proporcionar a esses alunos uma visão crítica
acerca do desperdício e a destinação correta desses resíduos orgânicos.

Para fazer uma compoteira domestica serão necessários 3 baldes com


tampa, com volume para 45 dias dos resíduos, 1 torneira de bebedouro com
vedação, furadeira e brocas ou outra técnica para a perfuração de buracos,
serragem ou folhas secas restos de alimentos permitidos como exemplo: casca de
ovo, borra de café, verduras, cascas de frutas e legumes.

A Compostagem tem como objetivo incentivar os estudantes a separar alguns


dos resíduos produzidos na cozinha e em todo o ambiente escolar. Ao fazermos
compostagem estamos reciclando os restos de comida e resíduos vegetais, que
teriam como destino final o Aterro Sanitário.

7. CONCLUSÃO

Diante do exposto, após a realização do projeto, serão analisados e


discutidos os resultados esperados e os resultados obtidos. Conforme o esperado, o
projeto de compostagem em ambiente escolar, poderá ajudar os alunos a terem uma
outra visão acerca dos lixos orgânicos. Podendo enxergar nesse material outra
forma de descarte, que resultará em adubo orgânico, que poderá ser utilizado de
diversas maneiras, hortas, ambientes agrícolas, uso doméstico e podendo alcançar
projetos econômicos, como venda de adubo caseiro. Com a realização do projeto,
poderá ser possível alcançar resultados positivos em questões como, educação
ambiental, conservação, maneiras de descarte de lixos e ambientação sustentável.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (Org.). Ensino de Ciências por Investigação:


Condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning,
2016.

HENEMANN, Valdeneia Ferreira; GONZALEZ, Carlos Eduardo Fortes. Educação


Ambiental e Compostagem: Um caminho para a sustentabilidade. Paraná. 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13591:


Compostagem. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

Lira, Gabriel Souza. et al. Manual de Compostagem. Paraíba: UFPB. 2019.

OLIVEIRA, Arlene Maria Gomes; AQUINO, Adriana Maria; NETO, Manoel Texeira de
Castro. Compostagem caseira de Lixo Orgânico Doméstico. Bahia. Embrapa.
2005.

SATO, Michele. Pesquisadora em Educação Ambiental. In: Educação, Teoria e


Prática. Rio Claro, v.9,n 16/1, p.24-35, 2001.

FAO no Brasil: ONU: 17% de todos os alimentos disponíveis para consumo são
desperdiçados. On-line. Reino Unido: Organização das Nações Unidas para
alimentação e agricultura, 5 mar. 2021. Disponível em: >
https://www.fao.org/brasil/noticias/detail-events/pt/c/1379033/<. Acesso em: 16 abr.
2023.

COSTA, Elaine Maria. Como fazer compostagem doméstica sem minhocas


(passo-a-passo). Disponível em:
>http://www.maiscommenos.net/blog/2017/03/como-fazer-compostagem-domestica-
sem-minhocas-passo-passo/<. Acesso em: 16 de abril de 2023.

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