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Abdul Razak Ussene


Albino Inácio
Bilnísio Bernabé Simone
Delfina Florindo
Felisberto Jorge Beira
Inés Afonso Akissa
Palmira de Silva
Serafim Materno Nchuak

Historiografia Grega e a Glorificação do Homem Grego

Universidade Rovuma

Extensão de cabo delgado

2021
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Abdul Razak Ussene

Albino Inácio

Bilnísio Beranabé Simone

Delfina Florindo

Felisberto Jorge Beira

Inés Afonso Akissa

Palmira de Silva

Serafim Materno Nchuak

Historiografia Grega e a Glorificação do Homem Grego

Curso de Licenciatura em Ensino de História com Habilitações em Documentação

Trabalho de caracter avaliativo a


ser apresentado no departamento
de letras e ciências sociais, sob
orientação do docente da cadeira
de Introdução a Historia:

Prof. Dr. Zacarias Milisse Chambe

Universidade Rovuma

Extensão de cabo delgado

2021
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Índice

Introdução..........................................................................................................................3

1.Historiografia..................................................................................................................4

1.2.Historiografia Grega....................................................................................................5

1.3.Heródoto e Tucídides como fundadores da História...................................................6

2.Característica da historiografia Grega............................................................................7

3.Limitações da historiografia Grega................................................................................7

Conclusão..........................................................................................................................8

Referências bibliográficas.................................................................................................9
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Introdução

Os gregos sempre se notabilizaram pelo seu envolvimento e contribuição para o


desenvolvimento das diversas áreas do conhecimento, sendo então destacados nalgumas
áreas de saber incluindo na Historia, melhor, na historiografia. É com esse pressuposto
que neste trabalho o grupo aborda sobre a historiografia grega e a glorificação do
homem grego onde pretende-se debruçar o contributo dos Gregos na arena da
historiografia.

Para a materialização do trabalho foi importante a delimitação de objectivos norteadores


do trabalho. O geral visa analisar a historiografia grega e a glorificação do homem
grego, portanto, para o alcance deste objectivo foi imperioso Identificar os principais
percursores na historiografia grega; Caracterizar a historiografia grega e por fim
explicar as limitações da historiografia Grega.

O presente trabalho está estruturado da seguinte maneira: introdução, onde se destacam


os aspectos primordiais que iram se desenrolar no trabalho, revisão da literatura onde se
discute sobre aspectos teóricos do trabalho, conclusão onde se faz um breve resumo
concluindo aquilo que foi abordado no trabalho e por fim a referencia bibliográfica onde
são ilustradas as obras que foram consultadas para a realização do presente trabalho.

Para a realização do presente trabalho usou-se a pesquisa bibliográfica que consistiu na


busca de informações contidas nos livros, obras publicadas na Web gráfica, artigos
publicados, jornais, e monografias.
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1. Historiografia

Historiografia, em sua concepção mais corrente, remete ao produto final do ofício do


historiador, podendo ainda ser entendida como conjunto de obras históricas produzidas
por historiadores ao longo do tempo. Porém, deste conceito aparentemente simples
emergem muitas questões que se relacionam directamente com a polissemia da palavra
história.

Como se sabe, a acepção moderna do conceito de “história”, tal como teorizou


Koselleck (2006 p.32), alude tanto ao acontecimento e à experiência passada, quanto ao
relato do acontecimento. Nesta última dimensão, enquadra-se o conhecimento
produzido a respeito dos acontecimentos passados, no qual se encaixaria a
historiografia. Mas, eis as questões: como delimitar o que é e o que não é conhecimento
histórico? Como definir o que são obras propriamente históricas? Trata-se de todo o
conjunto de obras que relatem aspectos do passado, ou apenas daquelas que são fruto do
trabalho de historiadores profissionais, conforme a tradição inaugurada no século XIX
da história-disciplina?

Na perspectiva de Malerb (2006 p.15), não há uma resposta definitiva para nenhuma
dessas perguntas, pelo menos no estágio actual das pesquisas em torno de um conceito
de historiografia. Nas palavras do historiador Jurandir Malerba, “parece faltar um
campo de entendimento comum sobre o próprio escrito histórico: enfim, um conceito
operacional de historiografia”

Há autores, porém, dentre eles o alemão JORN Rusen, que possuem uma definição clara
de historiografia: o produto do conhecimento histórico obtido racionalmente, ou seja,
obedecendo às regras metodológicas e de cognição da história com pretensões de
cientificidade.

Segundo Rusen, (1995 p.46), as formas de apresentação do conhecimento histórico são


fundamentos da ciência histórica, ou seja, a historiografia é “parte integrante da
pesquisa histórica, cujos resultados se enunciam, pois, na forma de um ‘saber redigido’”

Fica então evidente que a, historiografia seria a construção narrativa dos resultados da
pesquisa histórica, realizada a partir do controle metódico de investigação empírica e de
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crítica documental. É ela que dá forma e feitio histórico aos elementos empíricos
(objectivos) da pesquisa, inserindo-os na vida prática, atribuindo-lhes sentidos e
significados.

1.2. Historiografia Grega

Segundo Grant (2003 p.15), o conceito de historiografia nasceu na Grécia Antiga,


embora seja aceite que anteriormente já existia uma concepção histórica no Oriente, um
desejo de permanência de todo o realizado. Contudo, essa concepção histórica primitiva
é uma mera transmissão de dados históricos que, como as listas reais do Antigo Egito,
careciam de análise histórica, pelo qual não se tratava de historiografia, sem negar por
isso o seu valor documental.

Referindo-nos já a existência, entre os Gregos, duma tradição cosmogónica. Não


poderíamos deixar de mencionar, agora, a existência, na tradição mítica grega, duma
história da humanidade dividida em cinco idades (idade de ouro, idade de prata, idade
de bronze, idade de heróis e idade do ferro).

De ferro foi a primeira raça dos homens dotados de voz, que os imortais criaram, eles
que são habitantes do olimpo.

Viviam sob o governo de cronos quando ele reinava no céu, eram como deuses, com
espírito despreocupado, vivendo a margem de penas e de misérias; a velhice medonha
não os surpreendia, mas, sempre de membros vigorosos, deleitavam-se em festins a bom
recato de todo o mal; se morriam, era como que vencidos pelo sono. Para eles tudo era
perfeito: o solo fértil oferecia-lhes por si frutos numerosos e abundantes; e eles,
contentes e tranquilos, viviam da terra, no meio de bens inúmeros.

A segunda raça a vir, a de prata, bem pior que a anterior, fizeram-na os deus que
habitam no Olimpo.

Não era igual a de ouro, nem de corpo nem de espirito, os filhos eram criados, durante
cem anos, junto da mãe sensata, muito pueris, na sua casa. Mas quando cresciam e
chegavam ao torno da juventude, viviam muito pouco tempo, cheios de sofrimento, pela
sua loucura.
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1.3. Heródoto e Tucídides como fundadores da História


Heródoto de Halicarnanço (484-420 aC), é considerado pai da História. Com ele a
História dá os primeiros passos da cientificação, já que:

 A História passa a debruçar-se sobre o passado e o presente dos homens e não


dos deuses;
 Inaugura uma história genética, no sentido de se perguntar não somente o que
aconteceu, mas também porque aconteceu, tentando encontrar o fio condutor da
causa e efeito;
 Introduziu no discurso histórico a noção de mudança, onde resulta o conceito de
evolução inerente ao todo o acontecimento histórico;
 A história preocupa-se em perceber a dicotomia passado-presente;
 Heródoto não só fala e investiga a cerca dos gregos, mas também alarga a sua
pesquisa ao povo Bárbaro, atingindo outras civilizações;
 Propõe não somente reconstituir os factos, mas sobretudo descobrir a razão
porque se deram;
 Com Heródoto (que não se limitou a escrever sobre as guerras Pérsicas, mas foi
também ao Egipto e a Mesopotâmia, sobre cuja história escreveu), há o
reconhecimento do parentesco universal do Homem e se transforme num
sentimento generalizado;
 Tanto Heródoto como Tucídides fazem história a partir dos testemunhos
fidedignos das fontes orais espalhadas por várias divindades;

Acrescendo Burrow (2004 p.35) diz que sem ser ainda uma ciência, a história ensaia
com Heródoto os seus primeiros passos na senda da cientificação. Será a História uma
Ciência do geral ou do particular? Aristóteles entendia que a História era o
conhecimento do particular.
Tucídides, continuador do pensamento de Heródoto, operou avanços significativos na
História ao introduzir a análise e a explicação causal dos factos históricos, pois ele
afastou-se das interpretações fabulosas que subsistiam em Heródoto e procurou uma
inteligibilidade assente nas provas mediante uma investigação e crítica das fontes.
Começa com Tucídides a História explicativa.
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2. Característica da historiografia Grega

Segundo Momigliano (1986) podemos mencionar as seguintes características

 A historiografia Grega é humanista, científica e auto reveladora, uma vez que


procura não apenas a projecção do presente no futuro, mas principalmente
ensinar com o presente a relação com o passado dos homens, objectivando
mostrar o sentido dos factos humanos;
 A historiografia grega é pragmática, pois procura obter do ocorrido uma lição
proveitosa para o futuro.

3. Limitações da historiografia Grega

 Foi limitada no tempo: o recurso documental restrito a tradição oral e os


testemunhos oculares limitou o âmbito cronológico da história grega;
 Foi limitada no espaço, uma vez que centrou o seu estudo às costas do
mediterrâneo dando assim um carácter regional.( Rüsen, 1996 p. 78-80)

Historiografia grega, nasce no século V a.C. da mão de Heródoto. Para alguns autores,
trata-se de um nascimento tardio pelo maior peso do mito e da falta de interesse por
descobrir umas origens mais racionais. Antes já havia textos de carácter histórico, mas
segundo Bravo, entre outros, não são fontes historiográficas ao carecer de espírito
crítico. Para Burrow, estas primeiras descrições históricas focavam-se em histórias
locais sobre as suas supostas origens. Schrader determina três elementos básicos e
definidores da historiografia grega.
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Conclusão
De acordo com as constatações feitas na realização do trabalho ficou evidente que a
historiografia deve apresentar critérios objectivos na medida do possível para ser
compreendida. O Estudo bibliográfico e crítico dos escritos sobre a própria história,
suas fontes e os autores que estudaram essa matéria. A historiografia moderna concede
muita importância à política como um todo.

Portanto, percebeu-se que historiografia grega foi aquela realizada na Grécia Antiga, do
século V a.C. até o século IV d.C., de Heródoto até Zósimo, passando por Tucídides,
Posidónio, Políbio.

Foi na antiga Grécia onde nasceu o vocábulo História, que significa investigação. Isto
deveu-se a civilização e pensamento grego a formação do espírito de historiador e a
consequente construção racional da sabedoria.
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Referências bibliográficas
Burrow, John: (2009) Historia de las Historias: de Heródoto al siglo XX. Crítica,
Barcelona. Pp.34-35
Grant, Michael: (2003) Historiadores de Grécia y Roma: información y desinformación.
Alianza Editorial, Madrid.

Koselleck, Reinhart. (2006) Futuro Passado. Contribuição à semântica dos tempos


históricos. Rio de Janeiro: Contraponto.

Malerba, Jurandir. (2002) Notas à margem: a crítica historiográfica no Brasil dos anos
1990”. In: Revista Textos de História, Brasília, pp. 181-210.

Momigliano, Arnaldo: La historiografia grega. Crítica, Barcelona, 1984. 

Roussel, Denis: (1975) Los historiadores gregos. Siglo XXI, Buenos Aires.

Rüsen, Jörn. (1996) Narratividade e objectividade nas ciências históricas. In: Revista
Textos de História, Brasília, pp. 75-102.

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