Você está na página 1de 13

1

Pascoal João Magure

PROPOSTA METODOLÓGICA PARA A INSERÇÃO DE CONTEÚDOS LOCAIS


NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA

Licenciatura em Ensino Geografia com Habilitações ao Turismo

Universidade Licungo
Beira
2020
2

Pascoal João Magure

Licenciatura em Ensino Geografia com Habilitações ao Turismo

Trabalho de pesquisa a ser apresentado


ao Departamento de Ciências da Terra
e Ambiente, por fins avaliativos da
cadeira de Tema transversal III.

Docente:
Msc. Geraldo Cardoso Sotaria

Universidade Licungo
Beira
2020
3

Índice
Introdução....................................................................................................................................4

2. Proposta metodológica para a inserção de conteúdos locais no ensino-aprendizagem de


Geografia......................................................................................................................................5

2.1 O ensino de Geografia a partir da apreensão do real: o estudo do meio................................6

2.2 Conteúdos locais de Geografia..............................................................................................6

2.3 Os recursos didáticos no ensino de Geografia.......................................................................7

2.4 Uma perspectiva sobre o ensino da geografia que concebe a aprendizagem significativa do
aluno.............................................................................................................................................7

2.5 A contribuição teórico-prática dos pensadores da Educação.................................................8

2.6 Trabalho de campo: experiências geográficas.......................................................................9

2.7 Propostas de trabalho de campo no ensino de Geografia.....................................................10

Consideracoes Finais..................................................................................................................11

Referências Bibliográficas.........................................................................................................12
4

Introdução
A sensibilidade de fazer a pesquisa é muito maior, visto que, a proposta metodológica para a
inserção de conteúdos locais no ensino-aprendizagem de geografia já esta sendo debatido na
esfera académica, quanto a cadeira de tema transversal-III. Constando alguns objectivos, sendo
geral de avaliar a proposta metodológica para a inserção de conteúdos locais no ensino-
aprendizagem de geografia, tendo objectivos específicos, identificar as metodologias básicas do
ensino da geografia, descrever os conteúdos locais do ensino de geografia e caracterizar as
propostas metodológicas do ensino da geografia, por fim tendo a metodologia em que irei usar o
método bibliográfico que consistirá na leitura de várias obras que vai abordar o tema em
destaque, e pesquisar na internet de modo a buscar informações diferenciado com intuito de
enriquecer o trabalho.

O trabalho pedagógico na disciplina de Geografia precisa fazer com que o estudante assuma
posições diante dos problemas enfrentados na família, no trabalho, na comunidade escolar, nas
instituições locais. É preciso que ele tenha um nível de consciência sobre as responsabilidades,
os direitos sociais, para poder provocar mudanças na sociedade. (PONTUSCHKA;
PAGANELLI; CACETE, 2009).
5

2. Proposta metodológica para a inserção de conteúdos locais no ensino-aprendizagem de


Geografia
É necessário lembrar que o mundo passou por inúmeras mudanças e transformações ao longo do
tempo histórico e que o ritmo das mudanças na sociedade alterou as relações entre toda a
sociedade. As relações internacionais se mundializaram e se globalizaram, o neoliberalismo se
expandiu, interferindo no quotidiano da vida das pessoas e na educação escolar. Logo, os
conteúdos a serem estudados na Geografia carecem de responder a tais transformações e serem
vistos em novos prismas.

Para tanto, será importante que o professor conheça o marco fundamental da história da
educação e da trajetória do ensino da Geografia nos últimos tempos e, assim, compreenda a
tensão existente nas universidades, escolas superiores responsáveis pela formação docente.

Para que o professor se torne pesquisador, devem-se seguir alguns princípios, como:
a) ter domínio do conhecimento geográfico a ser ensinado e seus caminhos teórico-
metodológicos para trabalhar a disciplina;
b) fazer uso das diferentes disciplinas para ajudar na compreensão da complexidade do mundo;
c) compreender o mundo contemporâneo e d) ter uma consistente formação científica,
pedagógica e humana.
Não basta conhecer a ciência geográfica e sua trajetória, é preciso saber ensiná-la. As
informações não podem se mostrar isoladas e descontextualizadas, pois assim, não criam sentido
para os estudantes. A problematização de questões da realidade geográfica e sua interação entre
os elementos dessa realidade e o quotidiano da vida dos estudantes são fatores imprescindíveis
na ação pedagógica do professor de Geografia.

No uso dos métodos de ensino é indispensável que o professor conheça satisfatoriamente os


conceitos teóricos que sustentam a metodologia empregada.”
Portanto o professor deve estar envolvido no processo de ensinar e deve estar ciente que o aluno
é o foco da aprendizagem. “[...] metodologia de ensinarem inclui muito mais do que a simples
aplicação de uma técnica em determinado momento da prática pedagógica.
.
6

No entanto algumas experiências mostram que é possível romper com esse modelo: “Inúmeros
experimentos de inovações no ensino básico vêm sendo feito em todo o país, e em todos os
níveis de ensino. Se tivéssemos uma “supervisão’’ de tudo o que acontece em nosso enorme país,
poderíamos ver milhares de professores que em meio ás dificuldades de seu trabalho, conseguem
inovar dia a dia.
Despertam a curiosidade, mobilizam a energia dos jovens, trazem sorrisos de descobertos,
despertam no aluno o desejo de aprender e de participar da construção do próprio conhecimento.
Eles são seres mágicos que sabem transformar grades e “libertação curriculares”. Nas escolas
que trabalhamos seguramente existe grande números de colegas professores que inventam, saem
das trilhas da rotina e criam experiências inovadoras com seus alunos. (ALMEIDA; FONSECA
JÚNIOR, 2000 p.15)”.

2.1 O ensino de Geografia a partir da apreensão do real: o estudo do meio


O estudo do meio é uma metodologia de ensino interdisciplinar que tem intenção de descobrir a
complexidade de um espaço determinado muito dinâmico e em constante transformação, em que
uma única disciplina sendo trabalhada de forma isolada dificilmente daria conta de compreender.
Além de ser interdisciplinar permite que o professor e o estudante se envolvam no processo de
pesquisa. (PONTUSCHKA; PAGANELLI; CACETE, 2009).

O processo de descoberta diante de um meio qualquer, pode aguçar a reflexão do estudante para
produzir conhecimentos que não estão nos livros didáticos. Uma das etapas importantes do
estudo do meio é o trabalho de campo. Um projecto de ensino fundamental utilizando essa
metodologia provoca uma apreensão do espaço social, físico e biológico que se dá em múltiplas
acções.

O estudo do meio através de trabalho de campo possibilita práticas de ensino com intervenção
pedagógica em cada momento, apontando as contribuições disciplinares para o conhecimento do
objeto de estudo.
7

2.2 Conteúdos locais de Geografia


Nesse sentido, na educação esse profissional tem um perfil de alguém que rompe com o modelo
tradicional de transmitir a informação e passa a ser um pesquisador, adota novas práticas
pedagógicas e novas metodologias, sai da sua zona de conforto em busca da melhoria da
qualidade de ensino. “Na articulação entre as formas aprender e as teorias de aprendizagem
aparecem as explicações sobre os tipos de processos que o acompanham.
Quando situamos essas explicações como definidoras (ou próximas), procuramos encontrar o
modelo a partir do qual qualquer conteúdo pode ser ensinado. Assim, chegamos ao nível no qual
o método é traduzido para as actividades concretas que realizamos em sala de aula. O que
implica por parte do professor não se acomodar e ter uma receita pronta para as metodologias
adotadas (SOMMA, 2003 p. 164).”

2.3 Os recursos didáticos no ensino de Geografia


Segundo PONTUSCHKA, PAGANELLI e Cacete (2009), os recursos didácticos ou propostas
didáticas atuam como mediadores dos processos de ensino e aprendizagem nos diferentes níveis
e obedecem a alguns critérios, como: adequação aos objectivos propostos, aos conceitos e aos
conteúdos que serão trabalhados, ao direcionamento do trabalho desenvolvido pelo professor em
sala de aula e às características da turma. Isso provoca maior participação e interação do
estudante
com o estudante e do professor com o estudante.

2.4 Uma perspectiva sobre o ensino da geografia que concebe a aprendizagem significativa
do aluno
Entende-se que sendo a geografia algo que se aprende e se constrói, é também parte integrante
do processo ensino e de aprendizagem do aluno.
Segundo Marcondes e Peixoto, (2012, p. 59), deve-se investigar as idéias que os alunos já trazem
para a sala de aula, adequando estratégias, ritmo de trabalho e actividades, também mediar,
reavaliando o processo de ensino e aprendizagem.
8

STRAFORINI (2005)3 citado por Amorim (2009 p.56) nos esclarece: “[...] que o papel da
Educação, e dentro dessa, o do ensino de Geografia é trazer à tona as condições necessárias para
a evidenciação das contradições da sociedade a partir do espaço, para que no seu entendimento e
esclarecimento possa surgir um inconformismo e, a partir daí, uma outra possibilidade para a
condição da existência humana”.
Com essa colocação acredita-se que as perspectivas dos alunos relacionadas ao ensino da
Geografia tende a possibilitar uma aprendizagem significativa e contextualizada dos conteúdos.

O professor que actua no dia a dia em sala de aula está preocupado em dar seqüência ao trabalho
escolar sem quebra da continuidade. Nesse sentido, lança mão de instrumentos, métodos e
processos que facilitam a aprendizagem do aluno e ajudam, também, o trabalho docente sem
maiores preocupações com os fundamentos da educação. Assim, parece estranho ao teórico da
educação reunir três pedagogias de orientação epistemológica distintas. Freinet é alguém
interessado no “livre tateio experimental” dos alunos diante da realidade.

O “método natural” é sempre guiado pelo “interesse do aluno” diante da vida. O professor nessa
perspectiva é um condutor de mentes que exploram o mundo.

Antes da ciência e antes do formal há a experiência de vida das pessoas, a inserção das pessoas
num mundo injusto, desigual e desumano. Antes, porém, de apreender a aprendizagem da escola
é preciso reconhecer e utilizar a aprendizagem da vida, fazer a “leitura do mundo” antes
da “leitura da palavra”.

SAVIANI, por sua vez, pensa a educação como mediação entre o professor e o conhecimento
científico elaborado historicamente e as pessoas imaturas que precisam apropriar-se desse
conhecimento como base para sua autonomia e liberdade. Todos os pensadores indicados
percebem que a educação é processo de conscientização, de aprendizagem e de ensino, de
respeito às pessoas que precisam dominar os instrumentos culturais importantes para a redenção
e libertação das camadas populares.
9

2.5 A contribuição teórico-prática dos pensadores da Educação


Uma Geografia articulada aos interesses da maioria da população, aos interesses concretos do
povo, será uma Geografia compromissada que denominaremos “Geografia Contextualizada”. O
contexto será a mediação entre a Geografia Universitária e a Geografia Escolar, entre a pesquisa
geográfica e a organização e o ensino dos conteúdos escolares, entre os conhecimentos de base
empírica, de senso comum e os saberes alicerçados em bases científicas.

A Geografia lê o mundo através da paisagem. A paisagem é o nosso primeiro contato com o


mundo
circundante, enquanto nível de experiência sensível, “o aqui-agora do cotidiano da Geografia”,
segundo Moreira (2002, p. 200), “o espaço banal”, conceito apresentado por François Perroux,
citado por Milton Santos em Território e Sociedade (p. 53), no sentido de que é nesse espaço que
não mandam, os ricos e os pobres, os poderosos e os não poderosos estão presentes. Milton
Santos (2000, p. 53) define esse espaço como “horizontalidade”, sendo a “verticalidade” os
vetores que se instalam nos lugares e que corresponde, sobretudo, às ações das empresas globais,
que pouco se importam com o que está em seu entorno.

A horizontalidade é o resultado da vizinhança, da coabitação, da coexistência do diverso, que é


objecto do trabalho do geógrafo.
O geógrafo é então, um cientista que através do mergulho na paisagem que vê e vive, explica o
mundo no que ele é. Isso faz da linguagem da geografia uma linguagem por excelência colada
justamente a esse dado real do mundo que é a paisagem geográfica. Em suma, a metodologia da
Geografia é a leitura do mundo através da paisagem.

O nosso ponto de partida deverá ser o que há de mais concreto e palpável nessa relação
sociedade espaço, que é exatamente a paisagem, pois ela pode ser vista, apalpada, medida,
mapeada, etc. e, mais do que isso, pode ser investigada em seus elementos de modo a permitir o
descortiçamento do intrincado mundo das relações sócio espaciais, tanto em escala local como
regional e mundial. Para ensinar o contexto, o educador precisa conhecer o contexto. Assim, a
formação do educador, tem trajectória próxima à formação do aluno.
10

2.6 Trabalho de campo: experiências geográficas


A potencialidade da geografia escolar, como fonte de conhecimento está em rede com as
mudanças e ações espaciais do dia-a-dia, de modo que a geografia abarca um volume de
experimentos de campo que se torna uma dinâmica concreta da prática pedagógica, modelando
desse modo, os recortes e fragmentos constituídos no elo de situações interativas dos espaços da
sala de aula e o espaço geográfico.

De acordo com Braun (2005) o trabalho de campo, trabalhar pedagogicamente a totalidade-


mundo baseada na realidade do aluno da base teórica nos processos de aprendizagem da
geografia e de um educador que favorece descobertas, emoções e reflexões críticas para a
formação do Ser Humano.

Apesar do professor atribuir intervenções, diante do conteúdo discutido, a produção do


conhecimento, transforma-se numa peculiaridade do aluno, sendo capaz de assimilar vários
aspectos, diante do contexto geográfico estudado. Este fator é indispensável tornar claro e
transparente para os discentes nas atividades em campo, proporcionando aos mesmos a
emancipação de seus conhecimentos.

2.7 Propostas de trabalho de campo no ensino de Geografia


As contribuições do trabalho de campo impregnadas no “solo geográfico” para com o ensino-
aprendizagem do aluno na disciplina de geografia são nítidas, prática que desperta a curiosidade
e entendimento dos mesmos, enriquecendo a educação geográfica e as expressões de
desenvolvimento da leitura de mundo mais aguçada, no tocante da reflexão dos conteúdos,
permitindo uma motivação de discutir o teórico e comprovar com a prática real in loco, de modo
que cada experiência vivenciada no estudo de campo amplia o leque de conhecimento e
fortalecimento dos vínculos educacionais.

Nesse processo o entendimento dos alunos sobre os aspectos geológicos, dinâmica da paisagem,
agentes endógenos e exógenos, processos erosivos, a importância da vegetação, relações de
trabalho, dinâmica territorial, lugar, estudo dos solos, entre outros foi bastante satisfatória.
11

Para superar os métodos tradicionais de ensino, torna-se necessária uma nova


abordagem metodológica que valorize o desenvolvimento dos aspectos cognitivos dos
educandos, onde o objetivo da prática educativa não é simplesmente transmitir o
conhecimento ao aluno, mas levá-lo a pensar e refletir sobre os conteúdos, além de dar
grande destaque à vida social do mesmo, como fator fundamental para seu
desenvolvimento intelectual e moral (PILETTI, 2006, p. 43).

Consideracoes Finais

Findo a pesquisa que tinha como tema, proposta metodológica para a inserção de conteúdos
locais no ensino-aprendizagem de Geografia, quanto a isso é importante lembrar que o mundo
passou por inúmeras mudanças e transformações ao longo do tempo histórico e que o ritmo das
mudanças na sociedade alterou as relações entre toda a sociedade. As relações internacionais se
mundializaram e se globalizaram, o neoliberalismo se expandiu, interferindo no quotidiano da
vida das pessoas e na educação escolar. Logo, os conteúdos a serem estudados na Geografia
carecem de responder a tais transformações e serem vistos em novos prismas.

O trabalho pedagógico na disciplina de Geografia precisa fazer com que o estudante assuma
posições diante dos problemas enfrentados na família, no trabalho, na comunidade escolar, nas
instituições locais. A pesquisa apesar do professor atribuir intervenções, diante do conteúdo
discutido, a produção do conhecimento, transforma-se numa peculiaridade do aluno, sendo capaz
de assimilar vários aspectos, diante do contexto geográfico estudado. Este fator é indispensável
tornar claro e transparente para os discentes nas atividades em campo, proporcionando aos
mesmos a emancipação de seus conhecimentos.
12

Referências Bibliográficas
ALVES, L.A.; LOPES, M.; SILVA, K. A Importância de se Praticar o Trabalho de Campo na
Ciência Geográfica. A MARGEM - Estudos, Uberlândia - MG, ano 1, n. 1, p. 10-9, jan./jun.
2008.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Secretaria de Educação


Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998b.

BRAUN, A.M.S. Rompendo os muros da sala de aula: o trabalho de campo como uma
linguagem no Ensino de Geografia. 2005. 161 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.

CALLAI, Helena C. et al. O estudo do município e o ensino de história e geografia. Ijuí, Unijuí,
1988.
______. Território e sociedade. Entrevista com Milton Santos. Entrevistadores: SEABRA, O.;
CARVALHO, M.; LEITE, J. C. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2000.

FERREIRA DO VALE, J. M. Breves anotações sobre a prática alfabetizadora. Jornal do Espaço


do Geógrafo, Bauru, n. 14, p. 11-12, 1998.

FERREIRA DO VALE, J. M. Ensino e gnosiologia na obra pedagógica de Paulo Freire. Revista


Ciência Geográfica, Bauru, n. 10, p. 62-66, maio/ago. 1998.
13

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores
Associados/ Cortez, 1989.

______. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983.


KOSIK, K. Dialética do Concreto. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

LACOSTE, Y. A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Campinas (SP):
Papirus, 1993.

Você também pode gostar