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Dondo
2023
CARLOTA ALBERTO JUMUA
Dondo
2023
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Índice
CAPÍTULO I: CONSTRUÇÃO TEÓRICA...............................................................................4
1. Introdução............................................................................................................................4
1.1. Objectivos.....................................................................................................................5
1.2. Metodologia.................................................................................................................5
2.1. Currículo.......................................................................................................................6
3. Metodologia.........................................................................................................................9
3.1.1. Entrevista..................................................................................................................9
Considerações finais.................................................................................................................12
Referências bibliográficas.........................................................................................................13
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1. Introdução
Visando melhorar o processo de ensino e aprendizagem o governo pautou-se na
reconstrução de um currículo que pudesse não só dinamizar o processo de enino e
aprendizagem bem como trazer os conhecimentos e saberes locais, vivenciadas pela
comunidade dentro da escola, o interesse da escola pela comunidade tinha como objectivo
estabelecer as relações de diálogo entre a própria comunidade e a escola, entre os saberes
locais das comunidades e os saberes universais para o desenvolvimento da prática educativa.
Assim sendo, em 2004 o Ministério de Educação introduziu inovações no currículo do ensino
básico, dentre várias inovações surge o currículo local.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Analisar a estratégia de implementação do currículo local no sistema de educação em
Moçambique e na Escola Primária de Nova Chamba I – Beira.
1.2. Metodologia
Segundo Amaral (2007), o método bibliográfico é uma etapa fundamental em todo trabalho
científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o
embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção,
fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa.
Cada região onde a escola está inserida constitui o local ideal onde o currículo local
deve ser pensado, coordenado e organizado. Nessa perspectiva, Gaspar e Roldão (2007)
sublinham que independentemente do tipo de educação ou da modalidade da educação que se
quer transmitir, o currículo ocupa o centro de toda a aprendizagem.
conforme Sithole apud Camuendo (2006, pág. 70), o saber local é aquele que se
adquire ao longo da experiência da vida e, é o produto da interacção entre seres humanos em
função de contextos culturais específicos de cada povo. Este saber está intimamente ligado a
práticas de vivências culturais da população.
Basílio (2006), considera que os saberes locais fazem parte das temáticas mais
discutidas, hoje, no campo de educação. São discutidos porque o paradigma educacional tende
a adaptar-se às condições concretas da vida das pessoas.
Ainda segundo o mesmo autor, Moçambique realizou uma terceira reforma curricular
operada de forma faseada. A primeira fase da terceira reforma começou no Ensino Básico, em
2003. Nesse ano, foram escolhidas 22 escolas pilotos a nível do país. Em 2004 foi introduzido
na íntegra em todas as escolas do país. A terceira reforma curricular focalizou-se nos aspectos
da cultura local, na ligação escola -comunidade e no desenvolvimento das competências.
Mazula (2018), defende que é chegado o momento de formar docentes com o nível
superior para a lecionação no ensino primário. Na sua óptica, o desenvolvimento, tanto rural,
quanto urbano, é condicionado pela formação de docentes de bom nível. No nosso entender, o
nível superior requerido ao docente do ensino primário é associado à capacidade de superação
da racionalidade técnica, que é orientada para a mera transmissão de conhecimentos. Supõe-se
que um docente do ensino primário tenha o nível superior para que seja um sujeito conferido
de racionalidade crítica e criativa.
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Segundo Varela (2013), o manual do currículo local não tem sido consultados com
profundidade por não constituírem nuclear de cada temática e de cada disciplina. A forma
como o currículo local está organizando não expressa sinais de inteligência curricular da
escola. Mais ainda, elucida de forma mínima a racionalidade crítica dos respetivos docentes.
O currículo local, não demonstra nenhum sinal de evolução para a constituição de uma
disciplina específica nós últimos anos do ensino básico. A sua organização em forma de
disciplina seria a melhor forma de torná-lo num espaço de diálogo intercultural e de produção
de conhecimentos em prol da emancipação da cultura local. Cristiano (2006), Basílio (2012),
Nhalevilo (2013).
Para Nhalevilo (2011), a existência do currículo local não só ganha valor se não for
apenas para a simples compreensão do aluno, mas sobretudo para a sua emancipação
significativa, com impactos refletidos na comunidade. Desta forma percebe-se que o currículo
local tem sido usado como provedor de aprendizagens superficiais. Por exemplo: ensina os
elementos do rio (nascente, leito, margem, afluentes e foz) mas não ensina sobre o peixe que
predomina no local, não ensina pescar e a conservar o peixe, não ensina as medidas de
mitigação da poluição do rio. Isso é que seriam os factores de desenvolvimento comunitário
decorrentes do currículo local.
3. Metodologia
3.1. Método de abordagem
O método de abordagem é, de acordo com Andrade (2006), responsável pelo
raciocínio utilizado no desenvolvimento da pesquisa. Trata-se do procedimento geral que
norteia o desenvolvimento das etapas fundamentais duma pesquisa. Visto que o nosso estudo
visa analisar das estratégias de implementação do currículo local no sistema de educação em
Moçambique, o Método de Abordagem adoptado foi o indutivo.
3.1.1. Entrevista
As entrevistas foram realizadas na Escola Primária, na qual consistiu na formulação de
um inquérito, para o efeito antes solicitamos a disponibilidade dos intervenientes para a
entrevista, e posteriormente foram distribuídas o inquérito aos professores da disciplina de
ciências sociais daquela escola.
professores tem levado a cabo para a implementação do currículo local, segundo o diretor
adjunto da escola, a escola tem como estratégias de implantação:
primeiramente o uso das línguas locais como auxílio a explicação de alguns conteúdos
de difícil percepção aos alunos;
A direção tem orientado ao uso dos exemplos que estejam mais próximos dos alunos;
orientação da gestão democrática na sala de aula, isto é, deixar que o aluno fale e
mostre a sua forma de intender um determinado assunto com base no que já vivenciou
e vivencia no dia-a-dia;
Reuniões em grupo de professores da mesma disciplina com vista a selecionar
conteúdos e suas dadas formas de inclusão do currículo local na escola;
Considerações finais
Para construir uma sociedade inclusiva em que o homem é um sujeito ativo capaz de
desenvolver o seu meio social por meio da educação escolar. Transmitem o entendimento dos
direitos da sua formação baseados nós fundamentos éticos que nos tornam humanos, justos e
dignos, tendo em conta que o processo que o processo educacional inclusivo promove esses
valores, impõe vivências da realidade que promove a igualdade, a fraternidade e tolerância.
Esse entendimento ressalta a importância do currículo local nas escolas. Com a análise das
estratégias de implementação do currículo local é importante saber que a educação é um
processo dinâmico e cabe a direção escolar criar meios de acompanhar essa evolução, a partir
de estratégias de inovação anualmente para que seja realmente uma educação inclusiva.
Indo nó que diz respeito às análises feitas na escola primária completa de Nova
Chamba I, em prol das estratégias de implementação do currículo local sugerimos que os
programas de ensino devem prever uma margem de tempo que permita a acomodação do
currículo local, isso significa que a escola tem de ter um tempo para a introdução de
conteúdos locais que seja relevante para a inserção adequada do aluno na perspectiva da
comunidade
Deste modo, percebe-se os alunos da Escola primária Nova Chamba 1, não são
dotados de competências para um desenvolvimento comunitário significativamente relevante
e sustentável. O contributo do currículo local na comunidade onde os alunos estão inseridos
ainda é passível de reconstituições para que tenha impacto em larga escala no
desenvolvimento comunitário. Entretanto, há que repensar em paradigmas de ligação escola
Comunidade que possam trazer um estímulo significativo de desenvolvimento comunitário
que seja cada vez mais sustentável.
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Referências bibliográficas
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5. CASTIANO, José P. O currículo local como espaço social de coexistência de
discursos: estudo de caso no Distrito de Barue, em sussundenga e da cidade de
chimoio. Revista E curriculum. São Paulo, v.1, n.1, p.1-33. 2006.
6. FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra.
7. INDE/MEC (1999). Plano curricular do ensino básico. Objectivos, Politica e
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8. Mazula, B. (2012). O professor e os desafios do ensino e aprendizagem no século
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10. NHALEVILO, Emília Afonso Zulmira. O currículo local: uma oportunidade para
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11. PACHECO, José Augusto, Políticas curriculares. Porto: Porto Editora. 2002.
12. Pereira. E. M. A. (2011). Inovação Curricular. Disponível em
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14. Roldão, M. C. (2011). Um currículo de Currículos. Lisboa, Portugal: Edições Cosme.
15. Sacritsán, J.G. (2008). O currículo: uma reflexão sabre a pratica. (3a ed.). Porto,
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