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IMAO e DMT

O QUE É UM INIBIDOR DA MAO?


O DMT encontrado em plantas como a jurema-preta (Mimosa hostilis), a chacrona (Psychotria
viridis) e o capim-amarelo (Phalaris Arundinacea), não costuma ter efeito por via oral. Isto deve-se
a que é destruído (inibido) pela monoamina oxidase (MAO). A MAO é um a enzima importante que
destrói certos compostos químicos como drogas e venenos.
Os inibidores da MAO, ou IMAO, interferem com o funcionamento da enzima MAO e anulam a
destruição de compostos químicos tais como o DMT, tornando-o activo quando ingerido. A mistura
de uma planta que contenha DMT e um IMAO é conhecida como ayahuasca (ou yage). Os IMAO
devem ser usados com grande cuidado, pois podem tornar comidas normalmente inofensivas em
substâncias altamente perigosas. Os resultados podem variar entre dores de cabeça, náuseas, perda
da consciência, ou morte. Na tradição xamã, os IMAO são usados apenas depois de pelo menos um
dia de jejum. É aconselhável respeitar esta tradição.
Os IMAO são:
arruda síria (Peganum harmala)
ayahuasca (Banisteriopsis caapi)
maracujá
ioimba
e certos antidepressivos
DETALHADAMENTE
A monoamina oxidase (MAO) é o principal meio eliminatório da maioria das triptaminas. É por isso
que os inibidores da enzima MAO (IMAO) podem ser usados para aumentarem o efeito das
triptaminas e tornarem o DMT e o 5-MeO-DMT activos por via oral.
Os inibidores da MAO dividem-se em duas classes: irreversíveis e reversíveis. Para além disso
podem inibir apenas um ou ambos os tipos de enzima de MAO, sendo estes a MAO-A e a MAO-B,
as quais estão associadas aos neurónios serotonérgicos e dopaminérgicos, respectivamente.
Os IMAO irreversíveis (por exemplo, as hidrazonas iproniazida e fenelzina) ligam-se
permanentemente à enzima e causam uma inibição da MAO que dura 1-2 semanas após a ingestão.
São usados clinicamente para tratar a depressão.

Eu faço sem fervura, mas pode ferver, depois de fazer uma boa batição
na casca da raiz da Jurema-preta. É na camada vermelha que está a
força. Como inibidor de MAO, você pode usar também a Arruda da Síria
ou o Mariri/Jagube. Salve Deus e os Caboclos da Mata.

Boa tarde, pessoal, como muita gente tá pedindo bê não tenho tempo de
atender a todos, segue abaixo a receita da Mimohuasca: Receita
mimohuasca Ingredientes: 60 gramas de Jurema preta picada em miúdos
(pode-se utilizar um alicate de corte para cortar a casca em pedaços de
1cm ou menor) ou em pó 20 gramas de sementes de Arruda da Síria.
Modo de preparo Moa as sementes de Arruda da Síria no liquidificador ou
pilão, transformando-a um pó bem fino.

 Na panela ainda seca coloque o material misturado (Jurema + Arruda


da Síria)  Dica: a extração é mais eficiente se o volume total de material
não ultrapassar 1/3 do volume máximo da panela (dá para ter uma noção
pela altura das bordas da panela)  Adicione água  dica: usar em cada
extração aprox. 3 vezes o volume de água em relação ao volume do
material seco
 Leve ao fogo alto até ferver  Após a fervura, mantenha em ebulição
branda, mexendo continuamente por aproximadamente 1 hora  Dica:
pode-se usar uma escumadeira vasada ou colher de pau;  Após 1 hora
em fervura branda, drene bem o material e reserve o líquido extraído. 
Dica: espere a panela esfriar um pouco para evitar acidentes;

 Retorne o material drenado na panela, adicione água novamente


(aprox. 3 vezes o volume de agua em relação a quantidade de material ) e
leve para nova fervura, mexendo continuamente por mais 1 hora. 
Novamente drene bem o material, junte o segundo líquido extraído com o
primeiro  Filtre o liquido obtido das 2 extrações com pedaço de tecido
TNT ou filtro de pano - Obs:. coador de papel não funciona.  Leve o
liquido filtrado para nova fervura branda, evaporando até reduzi-lo para
aproximadamente 400 ml.  Esta quantidade rende aproximadamente 4
doses, ou seja cada dose terá aprox. 100ml. Conserve-o no congelador
para evitar que amargue com o tempo e descongele antes do uso.

Jurema é um conjunto de beberagens feita com partes de árvores de


mesmo nome. A jurema apresenta representações que variam em cada
um dos espaços sociais, entretanto sempre se referenciando a uma força
espiritual única, mesmo em sistemas onde não há bebida.[1] Era a bebida
sagrada que os pajés indígenas faziam, servida em reuniões especiais.
Após a colonização e até o século XIX beber jurema era sinônimo de
feitiçaria ou prática de magia, sendo que muitos índios e caboclos foram
presos acusados de praticarem o "adjunto da jurema". Clarice Mota
postula a existência de um complexo da jurema como um grupo de
representações que não apenas incluem plantas de nome Jurema, mas as
concepções existentes em torno delas, sendo uma demonstração das
misturas culturais que ocorrem no país, de forma que a Jurema possui
muitas faces.[2][3]
Segundo Carlos Estêvão que visitou os Pankararús[4] de Brejo dos Padres
em Tacaratú Pernambuco, 1936 [5] O preparo da Jurema ocorre da
seguinte forma: Raspada a raiz, para eliminação da terra que,
porventura, nela esteja agregada, em seguida é colocada sobre outra
pedra e macerada. Quando a maceração está completa, bota-se toda a
massa dentro de uma vasilha com água, onde a espreme com as mãos.
Pouco a pouco, a água vai-se transformando numa infusão (golda)
vermelha e espumosa, até ficar em ponto de ser bebida. Pronta para este
fim, dela se elimina toda a espuma, ficando, assim, inteiramente limpa.
Ao ficar nesse estado, o mestre cerimônia acende um cachimbo tubular,
feito de raiz de jurema, e, colocando-o em sentido inverso, isto é, botando
na boca a parte em que se põe o fumo, assopra sobre o líquido da vasilha
fazendo com a fumaça uma figura em forma de cruz e um ponto em cada
um dos ângulos formados pelos braços da figura.
O pernambucano Gonçalves de Lima, em 1943, foi o primeiro a
determinar a presença de um alcaloide que designou como "nigerina",
(atualmente conhecido como Dimetiltriptamina - DMT) no Ajucá, ou
Vinho de Jurema, preparado pelos índios Pankararu com a planta Jurema-
preta.[6] Em pesquisa aos índios Xucuru de Ororuba identificou a
preparação do veuêka, hidromel fortificado com cascas da Jurema-preta.
O hidromel anteriormente empregado pelos indígenas na preparação da
bebida foi substituído pela aguardente de cana e também pelo mel
industrializado.[7]
Rituais que incluem a ingestão da bebida preparada com a jurema são
praticado por remanescentes indígenas no Nordeste do Brasil, apesar do
processo de integração à sociedade nacional e do histórico combate pela
colonização católica, através da inquisição e da perseguição policial como
referido. Podem ser identificadas como etnias indígenas que utilizam a
Jurema em seus rituais: Kiriris, Tuxás, Pankararé no Nordeste; Tupinambás
de Olivença – Sul da Bahia; Atikun, Fulniôs, Kapinawá[8] e Xucuru-kiriri em
Pernambuco, Kariri-xocó de Alagoas e os Xocós de Sergipe [3][9]
Para entender o efeito da jurema não basta apenas analisar a composição
molecular e compará-la com as denominadas drogas alucinógenas, é
necessário situar-se no contexto de expectativas e formas de uso da
substância, ou seja, os mitos ou crenças a seu respeito. Não há dúvidas,
porém, por semelhança dos relatos de seu efeito, da identificação deste
com as descrições de possessão divina e êxtase religioso e o efeito
psicodélico de manifestação de divindade, como sugere o nome
enteógeno em sua classificação mais recente. A Jurema-preta possui em
sua composição um dos mais potentes ecodélicos, a Dimetiltriptamina,
substância também produzida pelo corpo humano em situações de
nascimento, morte, quase-morte, contatos místicos espontâneos,
profecias e sonhos, necessária ao funcionamento normal do corpo
humano.[10][11] Nesse sentido, Strassman ao comparar as profecias da
Bíblia Hebraica com as características subjetivas da DMT encontrou
semelhanças e diferenças fundamentais, elencando pontos de encontro à
DMT produzida pelo corpo humano e as profecias. Apesar Dmt não ser
eliciadora da glória divina (kavod[carece  de fontes]), mas facilitar a prontidão,
é através de um processo educacional de desenvolvimento da
racionalidade (que ocorre durante a experiências do cotidiano),
juntamente com o desenvolvimento da imaginação e estética (que ocorre
pelo êxtase) que se pode localizar revelações genuínas. A partir disso ele
propôs um modelo Teoneurológico (em contraposição ao modelo
neuroteológico), sendo o cérebro um receptor do efluxo divino e não
criador deste.[11] Camargo explica que "ao tratar-se das bebidas rituais,
não se pode, todavia, descartar o forte vínculo existente entre plantas
psicoativas e os transes místicos ou de possessão, na vida religiosa do
homem desde tempos pretéritos, tal como existiu entre povos primitivos
em diferentes partes do mundo". As bebidas rituais indígenas, no Brasil,
têm registros que remontam a vários séculos e que tais bebidas variavam
segundo as diferentes culturas e regiões onde ocorria o consumo das
mesmas, sempre em cerimônias de caráter mágico-religioso.[12]
Nascimento escrevendo sobre os Kiriris refere-se aos "Encantados" e
esboça uma classificação de seus rituais como: "Ouricuri", "Praiás" e
"Torés". [13]
Tanto o habito de fumar como de ingerir a bebida, foram incorporados a
rituais de origem e influência africana, a exemplo do candomblé,
umbanda, catimbó e jurema, sendo que os dois últimos apresentam
marcantes influências indígenas.[12] Segundo Assunção [14] que estudou
a Jurema na umbanda nordestina, as entidades espirituais identificadas
como pertencentes ao universo da "jurema" são caboclos, índios e
mestres. Uma caracterização de entidades (como "Mestre Carlos" e
outros mestres, caboclos e índios como "Pena Branca", "Arranca Toco",
"Sultão das matas" e da própria "Cabocla Jurema") é essencial para
compreender o direcionamento desse efeito . Um avaliação destas
características bem como dos contextos sociais da umbanda e catimbós
ou candomblés de caboclo e seus sistemas de crença precisa ser
considerada conjuntamente com seu efeito a partir da ação de alcaloides
encontrados nos vegetais utilizados na composição das bebidas, tais como
o DMT - Dimetiltriptamina ativado ou desativado por distintas
combinações farmacológicas. Assim, "quando se trata de enteógenos, não
se deve maximizar excessivamente as propriedades farmacológicas das
plantas, mas perceber que estas são veículos do contato com um mundo
transcendental perceptível somente através da experiência mística. Há
que se considerar suscetibilidades individuais, culturais, psicológicas,
bioquímicas etc para o êxtase." [15]
Assunção[14] pondera que, se um processo de simbolização progressiva
que ocorre com a planta jurema e com as demais plantas medicinais
substituindo o uso real ao ponto de não mais saber sequer reconhecer, no
caso, a jurema verdadeira, como em alguns centros de umbanda, desta
forma, o que justifica a permanência do símbolo Jurema? Segundo ele,
nesse processo a umbanda procurou absorver o conteúdo
simbólico/sagrado existente na "jurema" e nos catimbós, o saber sobre o
mundo vegetal, suas propriedades e o poder tradicional de cura. Ao
analisar o Vinho de Jurema empregado em rituais afro-brasileiros,
Camargo verificou que ele vem sofrendo substanciais transformações,
quando comparado ao Ajucá dos antigos índios do sertão pernambucano.
Com respeito aos ingredientes empregados na preparação do Vinho sabe-
se que este, a partir do momento que se expandiu do ambiente indígena
para novos ambientes onde a bebida impõe seu valor sacral, outros
ingredientes foram acrescentados. Foram encontradas aproximadamente
23 espécies que podem ser entrar na preparação desta bebida, nas
religiosidades afro-brasileiras, que leva além de cachaça, vinho tinto e
mel. Dentre as plantas citam-se pela frequência nas receitas a canela, o
cravo-da-índia e o gengibre. Dentre outros aditivos citam-se espécies
psicoativas como o paricá, manacá, cola, noz-moscada e destaque para o
dandá ou junçá permitindo potencialização da bebida.[7]
Mota explica que na última década do século XX, devido às mudanças
sociais decorrentes da urbanização, a Jurema se transformou e ganhou
novos propósitos além dos que já possuía em território nacional,
apresentando uma nova "face".[2] A Jurema foi adicionada à beberagem
conhecida como daime, em rituais específicos,[16] bem como também foi
reinventada e preparada com Peganum harmala, como uma substância
transmutada em similaridades à ayahuasca,[17] mas com características
muito fortes típicas dos encantos da Jurema.

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