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Ele tinha o hábito, desde os tempos de América, de usar o pó de arroz no rosto após
fazer a barba. Nos tempos em que atuava pelo Alvirrubro, nunca fora ofendido por tal
prática. No entanto, a torcida do ex-clube, chateada com a saída do jogador, não
perdoou. Conforme Carlos Alberto corria durante a partida, o pó ia saindo naturalmente
pelo suor. Então, das arquibancadas, vieram os primeiros gritos de pó de arroz.
O que era para ser uma ofensa, acabou gerando efeito contrário. A torcida do
Fluminense abraçou jogador e apelido. E, até hoje, tem como marca jogar pó de arroz
quando o time entra em campo. Foi assim, inclusive, na estreia neste Campeonato
Brasileiro, sábado passado, contra o Joinville, no Maracanã.
Ao longo do tempo, criou-se certo folclore popular sobre a utilização do pó de arroz por
Carlos Alberto. Dizia-se que o jogador usava para esconder a cor da pele e o
Fluminense ser um clube racista. História que não procede. Afinal, o atleta usava o
artifício já no América e o Tricolor teve negros atuando em seu elenco antes mesmo da
chegada do jogador, como pode ser visto abaixo, em uma foto de 1910.
Vale lembrar que alguns grandes clubes do futebol brasileiro só incluíram negros em
seus plantéis tardiamente, nas décadas de 1930, 1940 e 1950.