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&
Dondo
2023
CARLOTA ALBERTO JUMUA
Dondo
2023
Índice
CAPÍTULO I: CONSTRUÇÃO TEÓRICA...............................................................................4
1. Introdução............................................................................................................................4
1.1. Objectivos........................................................................................................................6
1.2. Metodologia.....................................................................................................................6
2. Conceito do comércio..........................................................................................................7
3. Conclusão........................................................................................................................14
Referências bibliográficas.........................................................................................................15
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1. Introdução
Desde dos tempos primários que o homem comercializa os seus produtos, esta actividade
surge pela necessidade de sobrevivência a qual consistia na troca de um determinado produto
pelo outro a que o homem necessitava para suprir as suas necessidades. Sendo assim, essa
actividade sempre esteve presente na vida do homem e ao longo do tempo ela foi sofrendo
várias transformações ao ponto de transitar de uma actividade inicialmente de caracter local
para uma actividade global, assim sendo urge a necessidade de se fazer um estudo de forma
cronológica visando compreender a origem e a evolução desta actividade e a relação da
mesma com a Geografia económica.
Dito isto, no presente trabalho, iremos debruçar sobre a evolução histórica do comércio e
do comércio como objecto de estudo da Geografia económica, cujo o objectivo principal é
caracterizar as fases da evolução histórica do comércio e a sua relação com a Geografia
económica. Conforme o pressuposto, Silva (2010, pág. 88), considera o comércio como sendo
toda actividade de troca de bens, serviços ou valores que reflicta a decisão e desejo de uma
parte em adquirir ou comprar algo e, em contrapartida, a conveniência da outra parte em ceder
ou vender.
Sob ponto de vista histórico, o comércio já existe a milhões de anos, na antiguidade esta
actividade era praticado essencialmente pelos agricultores e pastores, que pela necessidade de
obter produtos que lhe faltava, trocava o produto em abundância da sua colheita com outro
produto que não dispunha, se uma família ou aldeia por exemplo produzisse em excesso o
arroz e necessitasse do leite, estes trocavam este produto em excesso por aquele que
necessitava por uma outra família cujo o gabo havia produzido em demasiado.
Já na idade Média esta actividade regista um decréscimo, muito por conta da forte
influência da igreja que não só controlava o comércio, mas também temiam que os
mercadores tivessem um investimento avultado. Assim sendo o comércio passou a ser cada
vez mais de caracter local, havendo neste período fraca viagem de mercadores afins de
efetuarem troca, sendo a viagem por fins religiosos mais presente naquele período. O
comércio nesta época só veio a desenvolver-se a partir do século XVIII, com o
desenvolvimento da oficina artesanal, a qual pela necessidade que os artesoes tinham em
comercializar os seus produtos começaram a construir lojas e mercearias próximas as suas
residências, e mais tarde começaram a surgir as primeiras feiras que eram realizadas semana
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pós semana próximo as rotas que davam acesso a local de maior visita, visando atrair mais
fluxo de viajantes. De salientar que nessas feiras, ainda prevalecia o escambo, ou seja, o
comércio feito com base em troca de produtos.
A partir do XV, na idade moderna, o comércio já começa a ganhar outras proporções, isto
devido as grandes expedições Europeias, que tornam esta actividade mais global, estes através
da navegação marítima chegavam no continente Africano e Americano para efectuar as suas
trocas comerciais, culminando mais tarde com o trafico de escravos que eram não só
comercializado para a Europa mais também para o continente Americano para serem alocados
nas industrias de produção de açúcar, surgindo assim o que hoje conhecemos por comércio
triangular que envolvia a África, Europa e América.
Com a Revolução Industrial, o comércio registou uma grande evolução, isto deveu-se ao
facto da necessidade que as indústrias tinham pela matéria-prima visando transformar a
mesma em produto acabado ou semi acabado, tal facto fez com que as pessoas viajassem para
diversos pontos do mundo, principalmente a África em busca dessas matérias, o que acabou
contribuindo para a comercialização de escravos a serem empregues como mão-se-obra nas
ditas indústrias, segundo Mattos (2012), cerca de 12,5 milhões de africanos foram vendidos
pelo mundo.
Um outro aspecto abordado no mesmo trabalho faz menção ao Comércio como objecto de
estudo da Geografia económica, a qual procuramos relacionar o comércio à Geografia
económica. A Geografia económica pode ser compreendida como uma área da ciência
geográfica que estuda da localização, da distribuição e da relação dos actores económicos no
espaço geográfico, assim sendo o comércio dentro da Geografia económica vai procurar
estudar a localização, distribuição, factores de desenvolvimentos entre outros factores
incluindo a repercussão desta actividade em uma determinada região e a nível global. Desta
feita, faz-se necessário debruçar do comércio como objecto de estudo da geografia
económica.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
Caracterizar as fases da evolução histórica do comércio e o comércio como objecto de
estudo da Geografia Económica.
1.2. Metodologia
1.2.1 Método bibliográfico
Segundo Amaral (2007), o método bibliográfico é uma etapa fundamental em todo
trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o
embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção,
fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa.
2. Conceito do comércio
Conforme Silva (2009, pág. 63), a palava comércio é derivado de “comemercium”,
palavra latina que é um composto de “cum” (com) e ”mercis” (mercadoria), significando
troca de mercadorias.
Segundo Manso e Victor (2010, pág. 90), o comércio é a actividade económica que
consiste na troca ou venda de produtos, mercadorias, valores e ou prestação de serviços.
Tembé (2008, pág. 58), afirma que o comércio é o processo de trocas de bens de
equipamento e de consumo que na actualidade envolve, regra geral, o uso do dinheiro.
Para Cretella Júnior (2013, pág. 1-2), Comércio é a actividade humana, de caráter
especulativo, que consiste em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando disponíveis
bens e serviços.
Com base nos conceitos acima citado, o grupo identifica-se com o conceito dos
autores Manso e Victor (2010, pág. 90), porque o comércio não engloba apenas a venda mais
também a troca e ou prestação de serviços, sob ponto de vista histórico, o comércio surge
como uma atividade apenas de troca de produtos designado de escambo, embora nos dias
atuais esteja mais ligado a venda de produtos e mercadorias.
Segundo Silva (2014, pág. 89), a actividade comercial nasceu há milhares de anos,
estendendo-se para várias regiões do mundo através da circulação de mercadorias e pessoas.
Inicialmente, o comércio era de carácter local, isto é, realizava-se entre pessoas de uma
mesma sociedade e entre povos vizinhos. O comércio surge como uma simples troca, e há
uma palavra para isso: “escambo”. Uma aldeia tinha arroz em excesso, então trocava por leite,
com outra aldeia cujo gado havia produzido leite demais.1
1
https://www.coladaweb.com/curiosidades/historia-do-comercio, visitado no dia 14/02/2023.
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Porém a actividade comercial neste mesmo período não se desenvolveu apenas com os
agricultores e os pastores, os fenícios por exemplo a medida que foram desenvolvendo a
navegação, estes conseguiam chegar a regiões de difícil acesso por via terrestre, onde
conseguiam efectuar trocas de produtos com outros povos, conforme explica o Silva (2014,
pág. 90),
Conforme Souza (2023), com o passar do tempo, vemos que essas trocas comerciais se
tornaram cada vez mais complexas e envolviam uma gama cada vez maior de produtores. Em
algumas situações, o produto de troca oferecido por um trabalhador não era aquele que
atendia às demandas de outro. Além disso, a comercialização de determinadas mercadorias de
grande porte e de difícil transporte poderia tornar as trocas diretas muito complicadas para as
partes envolvidas.
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Nesta vertente Silva (2014, pág. 90), explica que a forte influência da Igreja é
apontada por muitos historiadores como uma das causas que contribuiu para o atraso
verificado no desenvolvimento comercial e económico, pois aquela condenou, até certo ponto,
a usura e sempre temeu e desconfiou do envolvimento dos mercadores em negócios
comerciais potencializadores de avultados lucros.
Com o passar do tempo, o comércio passou a ser desenvolvido pelos artesoes, que
surge pela necessidade dos mesmo em comercializar os seus produtos, levando estes a montar
lojas e mercearias próximos as suas residências e também próximo as rotas que davam acesso
a lugar de maior visita, com o objectivo de atrair mais fluxo de comerciantes, facto este que
culminou com a existências das primeiras feiras e mercados. Conforme explica silva (2014,
pág. 90):
Conforme Aleixo (2005, pág. 14), no século XIII, as feiras já tinham escala inter-
regional e internacional. As regiões da Itália e Flandes polarizaram o comércio europeu; os
italianos com o mar Mediterrâneo ao sul e o comércio de especiarias, tapetes, sedas,
porcelanas, veludos, marfim, corantes, essências, etc., e os flamengos, pelo controle
estratégico do tráfego do mar Báltico e do mar do Norte, com madeira, ferro, estanho,
pescados, pele e mel. Além dessas mercadorias, as duas regiões produziam e exportavam
tecidos de alta qualidade para toda a Europa.
Perez (2009, pág. 23), afirma que, na Idade média o comércio era feito em feiras e
praças de mercado, lá se promoviam espetáculos, havia uma vida social intensa, e tudo era
entre si atrelado. No transcorrer das semanas, nas feiras, vendiam-se artigos como tecidos,
vinhos, cereais, sendo que os alimentos eram o que predominava.
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Segundo silva (2014, pág. 91), Entre todas as feiras medievais, as mais importantes
foram, sem dúvida, as feiras de Champanhe, que ligavam a Itália aos Países Baixos e que
atraíam mercadores de toda a Europa. O seu esquema de funcionamento consecutivo, fazia
com que praticamente durante todo o ano houvesse aí mercados a funcionar.
A partir de 1250, as feiras de Champagne deixaram de ser, cada vez mais, o mercado
internacional dos tecidos e tornaram-se a grande praça ocidental de câmbio. Isto é, aí se
realizava o pagamento de uma soma em moeda, objeto de promessas escritas feitas em outros
locais. (Vargas, 2001, pág. 147).
O autor ainda salienta que até esta época, a maioria dos produtos comercializados era
proveniente da agricultura, pesca e artesanato, e é por isso que se destacavam as especiarias.
Por volta do século XVII, africa comercializava matérias preciosos, marfim (com a morte
de elefantes) e de escravos. Era a época do comércio triangular, entre África/América e
Europa. (Tembé, 2008, pág. 60).
Segundo Silva (2014, pág. 93), com a revolução industrial, o mundo passou a estar mais
interligado, isto é, as diferentes partes do mundo passaram a estar mais próximas e mais
dependentes umas das outras, o que estimulou a circulação comercial.
Aleixo (2005, pág. 19), salienta que as lojas ao ar livre, as vendas direto do produtor e o
artesão que trabalhava em sua própria casa perderam o seu espaço e foram amplamente
substituídos pela figura do comerciante burguês. As feiras perderam a importância social e os
mercados passaram a se especializar em provimento apenas de gêneros alimentícios. Os
encontros semanais, as conversas e compras de produtos especiais feitas por encomenda
foram se perdendo e dando espaço as compras diárias, nos grandes centros de compra do
século XIX e XX. A atividade comercial extrapolou o âmbito do abastecimento para a
sobrevivência e adquiriu proporções de atividade econômica.
O autor acrescenta, afirmando que grande parte dos produtos consumidos num pais
actualmente vêm de fora. Por outros termos, podemos igualmente adquirir desde que
tenhamos dinheiro para tal, produtos eletrónicos sofisticados fabricados no Japão ou nos
EUA, na China etc. o comércio internacional gera então entre os países uma corrente de
importações (compra) e de exportações (vendas), cujo valor determina em cada país a balança
comercial.
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Enquanto que para Alfred Rühl apud Sapper (1970), é uma disciplina fronteiriça entre
a Geografia e as ciências econômicas a partir da distribuição geográfica do trabalho e as
diferenças na qualidade e quantidade da produção, do comércio e do consumo de vários
territórios
Conforme Claval (2005, pág. 13), a Geografia econômica apareceu na Alemanha sob a
influência de Carl Ritter e se desenvolveu desde o fim dos anos 1850. Seu objetivo era a
descrição da diferenciação de regiões econômicas num tempo onde as ferrovias e a navegação
a vapor abriram novas possibilidades de especialização produtiva.
Nos anos vinte e trinta do século passado, nos Estados Unidos, a maioria dos
geógrafos trabalhando nesse domínio tinha uma formação de geólogos, agrônomos ou
engenheiros de minas. A geografia econômica fazia uma distinção entre os países
industrializados, os novos países industrializados e os países atrasados. A teoria das relações
internacionais sublinhava o efeito nivelador do comércio. (Claval, 2005, pág. 14).
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SILVA,C.H.C.Estudos sobre o comércio e o consumo na perspectiva da geografia
urbana.Geosul,Florianópolis,V.29,n.58,P 149-178,…
3
https://brasilescola.uol.com.br/amp/geografia/geografia-economica.htm
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A evolução do comércio não ocorreu da mesma forma por todo o mundo, sabe-se que nos
países desenvolvidos ele é mais industrializado, o que significa que há maior probabilidade de
se encontrarem por praticamente todo mundo, ao contrário acontece nos países em
desenvolvimento, que dependem de vários factores para o seu dinamismo, desde as limitações
das vias de acesso, a deficiência sócio econômica, etc.
Sendo o comércio uma actividade econômica é importante salientar que faz parte da
Geografia econômica porque surge na perspectiva de ajudar os produtores e comerciantes a
saberem o que produzir, quanto produzir e a forma de consumo em diversos territórios, e
desta forma promover economia de qualquer país. Conclui-se, portanto, que, o comércio
relaciona-se com a Geografia econômica a medida que está geografia centra-se nas
actividades comerciais, nas rotas e nas mudanças do comércio e privilegia o estudo da
localização e da distribuição desta actividade.
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Referências bibliográficas
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2. ANDRADE, Freire De. Relatórios sobre Moçambique / Freire De Andrade. - ED. IL. -
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3. CARVALHO, Diana; FILHO, Francisco. Geografia econômica: origem, perspectivas
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5. CRETELLA, José Júnior. Disponível em: http<www.ucg.br> Acesso em 31 de Julho
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8. PEREZ, Jorge. As galerias comerciais de pelotas e a percepção de lugar. Rio Grande,
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9. PINTAUDI, Silvana Maria. O templo da mercadoria: Estudo sobre os shopping
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12. SILVA, José. Geografia 10a Classe: Geografia económica de Mocambique. Maputo:
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13. SILVA, José. Geografia 12a Classe: Indústria e Comércio. Maputo: Plural Editores,
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14. SILVA, José. Geografia 9a Classe: Indústria e comércio. Maputo: Plural Editores,
2009. Pág.63 – 65.
15. SOUSA, Rainer Gonçalves. "História do Comércio"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historia/historia-do-comercio.htm. Acesso em 16 de
maio de 2023.
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