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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA COM HABILITAÇÕES EM


TURISMO

CARLOTA ALBERTO JUMUA

JHON HORÁCIO JOÃO

VASCO MATIAS VASCO

VICTOR MONTEIRO SIMBE

A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO COMÉRCIO

&

O COMÉRCIO COMO OBJECTO DE ESTUDO DA GEOGRAFIA ECONÓMICA

Dondo

2023
CARLOTA ALBERTO JUMUA

JHON HORÁCIO JOÃO

VASCO MATIAS VASCO

VICTOR MONTEIRO SIMBE

GEOGRAFIA DO TRANSPORTE, COMÉRCIO E TURISMO

Trabalho de pesquisa a ser entregue na faculdade de ciências


e tecnologia, no Departamento de Terra e meio Ambiente, a
como requisito parcial de avaliação da disciplina, sob a
orientação da Docente:

PhD. Queran Esmael

Dondo

2023
Índice
CAPÍTULO I: CONSTRUÇÃO TEÓRICA...............................................................................4

1. Introdução............................................................................................................................4

1.1. Objectivos........................................................................................................................6

1.1.1. Objectivo Geral................................................................................................................6

1.1.2. Objectivos Específicos....................................................................................................6

1.2. Metodologia.....................................................................................................................6

1.2.1 Método bibliográfico.......................................................................................................6

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................7

2. Conceito do comércio..........................................................................................................7

2.1. Origem do comércio............................................................................................................7

2.2. Evolução do comércio..........................................................................................................8

2.2.1. Comércio na Antiguidade........................................................................................................8

2.2.2. Comércio na Idade Média (XI – XIII)....................................................................................9

2.2.3. O comércio na Idade Moderna..............................................................................................10

2.2.4. O comércio na era da Revolução Industrial.........................................................................10

2.2.5. Comércio Mundial nos dias actuais......................................................................................11

2.2.5.1. Comércio nos países desenvolvidos.............................................................................12

2.2.5.2. Comércio nos países em vias de desenvolvimento......................................................12

2.3. Comércio como objecto de estudo da Geografia económica.............................................12

2.3.1. Conceito da Geografia económica........................................................................................12

2.3.2. Breve historial.........................................................................................................................12

2.3.3. Relação do comércio com a Geografia económica.............................................................13

CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................14

3. Conclusão........................................................................................................................14

Referências bibliográficas.........................................................................................................15
4

CAPÍTULO I: CONSTRUÇÃO TEÓRICA

1. Introdução
Desde dos tempos primários que o homem comercializa os seus produtos, esta actividade
surge pela necessidade de sobrevivência a qual consistia na troca de um determinado produto
pelo outro a que o homem necessitava para suprir as suas necessidades. Sendo assim, essa
actividade sempre esteve presente na vida do homem e ao longo do tempo ela foi sofrendo
várias transformações ao ponto de transitar de uma actividade inicialmente de caracter local
para uma actividade global, assim sendo urge a necessidade de se fazer um estudo de forma
cronológica visando compreender a origem e a evolução desta actividade e a relação da
mesma com a Geografia económica.

Dito isto, no presente trabalho, iremos debruçar sobre a evolução histórica do comércio e
do comércio como objecto de estudo da Geografia económica, cujo o objectivo principal é
caracterizar as fases da evolução histórica do comércio e a sua relação com a Geografia
económica. Conforme o pressuposto, Silva (2010, pág. 88), considera o comércio como sendo
toda actividade de troca de bens, serviços ou valores que reflicta a decisão e desejo de uma
parte em adquirir ou comprar algo e, em contrapartida, a conveniência da outra parte em ceder
ou vender.

Sob ponto de vista histórico, o comércio já existe a milhões de anos, na antiguidade esta
actividade era praticado essencialmente pelos agricultores e pastores, que pela necessidade de
obter produtos que lhe faltava, trocava o produto em abundância da sua colheita com outro
produto que não dispunha, se uma família ou aldeia por exemplo produzisse em excesso o
arroz e necessitasse do leite, estes trocavam este produto em excesso por aquele que
necessitava por uma outra família cujo o gabo havia produzido em demasiado.

Já na idade Média esta actividade regista um decréscimo, muito por conta da forte
influência da igreja que não só controlava o comércio, mas também temiam que os
mercadores tivessem um investimento avultado. Assim sendo o comércio passou a ser cada
vez mais de caracter local, havendo neste período fraca viagem de mercadores afins de
efetuarem troca, sendo a viagem por fins religiosos mais presente naquele período. O
comércio nesta época só veio a desenvolver-se a partir do século XVIII, com o
desenvolvimento da oficina artesanal, a qual pela necessidade que os artesoes tinham em
comercializar os seus produtos começaram a construir lojas e mercearias próximas as suas
residências, e mais tarde começaram a surgir as primeiras feiras que eram realizadas semana
5

pós semana próximo as rotas que davam acesso a local de maior visita, visando atrair mais
fluxo de viajantes. De salientar que nessas feiras, ainda prevalecia o escambo, ou seja, o
comércio feito com base em troca de produtos.

A partir do XV, na idade moderna, o comércio já começa a ganhar outras proporções, isto
devido as grandes expedições Europeias, que tornam esta actividade mais global, estes através
da navegação marítima chegavam no continente Africano e Americano para efectuar as suas
trocas comerciais, culminando mais tarde com o trafico de escravos que eram não só
comercializado para a Europa mais também para o continente Americano para serem alocados
nas industrias de produção de açúcar, surgindo assim o que hoje conhecemos por comércio
triangular que envolvia a África, Europa e América.

Com a Revolução Industrial, o comércio registou uma grande evolução, isto deveu-se ao
facto da necessidade que as indústrias tinham pela matéria-prima visando transformar a
mesma em produto acabado ou semi acabado, tal facto fez com que as pessoas viajassem para
diversos pontos do mundo, principalmente a África em busca dessas matérias, o que acabou
contribuindo para a comercialização de escravos a serem empregues como mão-se-obra nas
ditas indústrias, segundo Mattos (2012), cerca de 12,5 milhões de africanos foram vendidos
pelo mundo.

Um outro aspecto abordado no mesmo trabalho faz menção ao Comércio como objecto de
estudo da Geografia económica, a qual procuramos relacionar o comércio à Geografia
económica. A Geografia económica pode ser compreendida como uma área da ciência
geográfica que estuda da localização, da distribuição e da relação dos actores económicos no
espaço geográfico, assim sendo o comércio dentro da Geografia económica vai procurar
estudar a localização, distribuição, factores de desenvolvimentos entre outros factores
incluindo a repercussão desta actividade em uma determinada região e a nível global. Desta
feita, faz-se necessário debruçar do comércio como objecto de estudo da geografia
económica.
6

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Caracterizar as fases da evolução histórica do comércio e o comércio como objecto de
estudo da Geografia Económica.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Definir o conceito do Comércio;
 Mencionar as fases da evolução histórica do comércio;
 Descrever a origem e as fases da evolução histórica do comércio;
 Analisar o comércio como objecto de estudo da Geografia económica;

1.2. Metodologia
1.2.1 Método bibliográfico
Segundo Amaral (2007), o método bibliográfico é uma etapa fundamental em todo
trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o
embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção,
fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa.

Para a elaboração do presente trabalho usou-se do método de pesquisa bibliográfica para a


obtenção do material teórico, a qual os autores entram em contacto com as diversas obras em
formato físico e virtual referente ao tema, que consistiu na pesquisa de conceitos básicos
referentes ao comércio e outros termos, também possibilitou realizar pesquisas acerca da
evolução histórica do comércio e do mesmo como objecto de estudo da Geografia económica.
Para o efeito, foram consultados os seguintes autores e obras: Aleixo (2005); Andrade (1910);
Carvalho e Filho (2017); Cretella (2013); Filho (2015); Mattos (2012); Manso e Victor
(2010); Perez (2009); Reis (2022); Silva (2009; 2010; 2014); Tembé (2008); entre outros.
7

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. Conceito do comércio
Conforme Silva (2009, pág. 63), a palava comércio é derivado de “comemercium”,
palavra latina que é um composto de “cum” (com) e ”mercis” (mercadoria), significando
troca de mercadorias.

Segundo Manso e Victor (2010, pág. 90), o comércio é a actividade económica que
consiste na troca ou venda de produtos, mercadorias, valores e ou prestação de serviços.

Tembé (2008, pág. 58), afirma que o comércio é o processo de trocas de bens de
equipamento e de consumo que na actualidade envolve, regra geral, o uso do dinheiro.

Para Cretella Júnior (2013, pág. 1-2), Comércio é a actividade humana, de caráter
especulativo, que consiste em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando disponíveis
bens e serviços.

Com base nos conceitos acima citado, o grupo identifica-se com o conceito dos
autores Manso e Victor (2010, pág. 90), porque o comércio não engloba apenas a venda mais
também a troca e ou prestação de serviços, sob ponto de vista histórico, o comércio surge
como uma atividade apenas de troca de produtos designado de escambo, embora nos dias
atuais esteja mais ligado a venda de produtos e mercadorias.

2.1. Origem do comércio


Conforme Manso e Victor (2010), mos primórdios da humanidade, o próprio Homem
é quem se responsabilizava por produzir os bens que necessitava para a sua própria
sobrevivência. Porém, quando não conseguia produzi-los, ele trocava um produto que
dispunha em abundância pelo produto de que necessitava. Esse processo de troca directa é
designado por escambo.

Segundo Silva (2014, pág. 89), a actividade comercial nasceu há milhares de anos,
estendendo-se para várias regiões do mundo através da circulação de mercadorias e pessoas.
Inicialmente, o comércio era de carácter local, isto é, realizava-se entre pessoas de uma
mesma sociedade e entre povos vizinhos. O comércio surge como uma simples troca, e há
uma palavra para isso: “escambo”. Uma aldeia tinha arroz em excesso, então trocava por leite,
com outra aldeia cujo gado havia produzido leite demais.1

1
https://www.coladaweb.com/curiosidades/historia-do-comercio, visitado no dia 14/02/2023.
8

2.2. Evolução do comércio


2.2.1. Comércio na Antiguidade
O comercio na antiguidade era já um meio de troca de mercadorias entre as várias
regiões, mas ainda não se encontrava organizada uniformemente, ou seja, não estava
submetida a normas e princípios específicos. (Silva, 2014, pág. 90).

Conforme Filho (2015), o sistema de trocas, que é considerada a primeira forma de


comércio, era local. Isso quer dizer que apenas as pessoas de uma determinada comunidade
realizavam essas trocas. Cada família possuía uma determinada habilidade: pesca, agricultura,
pecuária etc. Para garantir o sustento e uma boa produtividade, essa ascendência ocupava-se
apenas com essa única tarefa. No fim das contas, produziam mais do que consumiam, e
começaram assim, a estocar.

Porém a actividade comercial neste mesmo período não se desenvolveu apenas com os
agricultores e os pastores, os fenícios por exemplo a medida que foram desenvolvendo a
navegação, estes conseguiam chegar a regiões de difícil acesso por via terrestre, onde
conseguiam efectuar trocas de produtos com outros povos, conforme explica o Silva (2014,
pág. 90),

’’a actividade comercial não se restringiu apenas aos


agricultores, os fenícios, por exemplo, eram considerados
grandes comerciantes. Desenvolveram a navegação marítima e
puderam atingir régios longínquas inacessíveis por terra. A
diferença de idioma não impediu o comercio entre povos
diferentes.’’

Conforme Souza (2023), com o passar do tempo, vemos que essas trocas comerciais se
tornaram cada vez mais complexas e envolviam uma gama cada vez maior de produtores. Em
algumas situações, o produto de troca oferecido por um trabalhador não era aquele que
atendia às demandas de outro. Além disso, a comercialização de determinadas mercadorias de
grande porte e de difícil transporte poderia tornar as trocas diretas muito complicadas para as
partes envolvidas.
9

2.2.2. Comércio na Idade Média (XI – XIII)


Conforme Pintaudi (1989), na Idade Média o comércio foi reduzido, embora não tenha
se extinguido, e logo depois se tornou um setor dinâmico da economia, os italianos e hebreus
foram os grandes agentes deste alargamento. As cidades foram a arena deste movimento.

Nesta vertente Silva (2014, pág. 90), explica que a forte influência da Igreja é
apontada por muitos historiadores como uma das causas que contribuiu para o atraso
verificado no desenvolvimento comercial e económico, pois aquela condenou, até certo ponto,
a usura e sempre temeu e desconfiou do envolvimento dos mercadores em negócios
comerciais potencializadores de avultados lucros.

Com o passar do tempo, o comércio passou a ser desenvolvido pelos artesoes, que
surge pela necessidade dos mesmo em comercializar os seus produtos, levando estes a montar
lojas e mercearias próximos as suas residências e também próximo as rotas que davam acesso
a lugar de maior visita, com o objectivo de atrair mais fluxo de comerciantes, facto este que
culminou com a existências das primeiras feiras e mercados. Conforme explica silva (2014,
pág. 90):

”Durante um longo período de tempo o comércio medieval foi


uma atividade errante, na qual o mercador seguia a rota dos produtos,
sendo a venda feita através da exposição direta dos artigos em lojas,
mercados e feiras. Este processo foi propício à organização de grupos
de mercadores, que se associavam por razões comerciais e também por
questões de segurança.”

Conforme Aleixo (2005, pág. 14), no século XIII, as feiras já tinham escala inter-
regional e internacional. As regiões da Itália e Flandes polarizaram o comércio europeu; os
italianos com o mar Mediterrâneo ao sul e o comércio de especiarias, tapetes, sedas,
porcelanas, veludos, marfim, corantes, essências, etc., e os flamengos, pelo controle
estratégico do tráfego do mar Báltico e do mar do Norte, com madeira, ferro, estanho,
pescados, pele e mel. Além dessas mercadorias, as duas regiões produziam e exportavam
tecidos de alta qualidade para toda a Europa.

Perez (2009, pág. 23), afirma que, na Idade média o comércio era feito em feiras e
praças de mercado, lá se promoviam espetáculos, havia uma vida social intensa, e tudo era
entre si atrelado. No transcorrer das semanas, nas feiras, vendiam-se artigos como tecidos,
vinhos, cereais, sendo que os alimentos eram o que predominava.
10

Segundo silva (2014, pág. 91), Entre todas as feiras medievais, as mais importantes
foram, sem dúvida, as feiras de Champanhe, que ligavam a Itália aos Países Baixos e que
atraíam mercadores de toda a Europa. O seu esquema de funcionamento consecutivo, fazia
com que praticamente durante todo o ano houvesse aí mercados a funcionar.

A partir de 1250, as feiras de Champagne deixaram de ser, cada vez mais, o mercado
internacional dos tecidos e tornaram-se a grande praça ocidental de câmbio. Isto é, aí se
realizava o pagamento de uma soma em moeda, objeto de promessas escritas feitas em outros
locais. (Vargas, 2001, pág. 147).

2.2.3. O comércio na Idade Moderna


A partir do século XV, com o renascimento do comércio entre o Ocidente devido a
expansão europeia, o comercio torna-se mundial devido ao avanço de técnicas de navegação.
(Tembé, 2008, pág. 60).

O autor ainda salienta que até esta época, a maioria dos produtos comercializados era
proveniente da agricultura, pesca e artesanato, e é por isso que se destacavam as especiarias.

Para a troca dessas especiarias no Oriente os europeus levavam têxtis, objectos de


adorno e metais preciosos com destaque para o ouro que era pilhado em África e América o
que significava que este comércio era bastante desigual. (Tembé, 2008, pág. 60).

Por volta do século XVII, africa comercializava matérias preciosos, marfim (com a morte
de elefantes) e de escravos. Era a época do comércio triangular, entre África/América e
Europa. (Tembé, 2008, pág. 60).

2.2.4. O comércio na era da Revolução Industrial


Perez (2009, pág. 23) afirma que partir da Revolução Industrial, o comércio adquire outro
aspecto, pois novas necessidades surgem, fazendo com que as dimensões dos
estabelecimentos comerciais aumentassem e se diversificassem dentro de um contexto mais
urbano, para atender a demanda de uma sociedade industrial que nascia. A oferta de produtos
ascende expressivamente buscando espaço para a distribuição.

Segundo Silva (2014, pág. 93), com a revolução industrial, o mundo passou a estar mais
interligado, isto é, as diferentes partes do mundo passaram a estar mais próximas e mais
dependentes umas das outras, o que estimulou a circulação comercial.

Ainda segundo o mesmo autor, o desenvolvimento industrial, sobretudo a partir de finais


do século XIX e princípios do século XX, exigiu a mobilização de uma massa crescente e
11

diversificada de recursos que os países industrializados têm de procurar além-fronteiras. Por


outro lado, os países com excedentes em relação as suas necessidades de consumo procuram
vendê-los a outros.

Em suma, alguns aspectos das formas comerciais da Idade Média se perderam


paulatinamente. A sociabilidade, assim como o lugar de encontro dos mercados e feiras,
cederam lugar às lojas, às novas estruturas fechadas de comércio. (Perez, 2009, pág. 25).

Aleixo (2005, pág. 19), salienta que as lojas ao ar livre, as vendas direto do produtor e o
artesão que trabalhava em sua própria casa perderam o seu espaço e foram amplamente
substituídos pela figura do comerciante burguês. As feiras perderam a importância social e os
mercados passaram a se especializar em provimento apenas de gêneros alimentícios. Os
encontros semanais, as conversas e compras de produtos especiais feitas por encomenda
foram se perdendo e dando espaço as compras diárias, nos grandes centros de compra do
século XIX e XX. A atividade comercial extrapolou o âmbito do abastecimento para a
sobrevivência e adquiriu proporções de atividade econômica.

2.2.5. Comércio Mundial nos dias actuais


Conforme Manso e Victor (2010, pág. 90), o comércio mundial cresceu nas últimas
décadas, um crescimento explosivo. Entre 1970 e 1992, tanto as importações como as
exportações incrementaram exponencialmente. Entre os factores que justificam a grande
expansão do comércio mundial, destacam-se:

 O forte crescimento demográfico económico;


 A diversificação da produção industrial;
 A demanda pelas populações como como resultado da melhoria de nível de vida;
 O desenvolvimento e modernização dos transportes e comunicações; e
 A eficácia crescente dos serviços financeiros auxiliares.

O autor acrescenta, afirmando que grande parte dos produtos consumidos num pais
actualmente vêm de fora. Por outros termos, podemos igualmente adquirir desde que
tenhamos dinheiro para tal, produtos eletrónicos sofisticados fabricados no Japão ou nos
EUA, na China etc. o comércio internacional gera então entre os países uma corrente de
importações (compra) e de exportações (vendas), cujo valor determina em cada país a balança
comercial.
12

2.2.5.1. Comércio nos países desenvolvidos


O fluxo comercial nos países desenvolvidos atingiu um crescimento significativo, dado
que se caracteriza por produto transformados, seja de bens de consumo ou de
equipamentos .com apenas 25% da população do globo, os países desenvolvidos detêm cerca
de 75% do comércio mundial. A UE (união europeia) pertence cerca de 37% do comércio
mundial, seguida dos EUA e Japão. Contudo, considerando os países individualmente, a
maior potência comercial do mundo são os EUA com 13.2% das importações e 11.7% das
exportações mundiais. Na UE (união europeia) destaca-se a Alemanha (a maior potência
comercial europeia), França, reino unido, Itália, Holanda e Bélgica.na América do Norte
destacam-se o Canadá e os EUA. (Manso e Victor, pág. 98)

2.2.5.2. Comércio nos países em vias de desenvolvimento


Contrariamente com o que acontece aos países desenvolvidos, nos países em vias de
desenvolvimento o fluxo comercial é constituído fundamentalmente por matéria-prima (ferro,
cobre, algodão, madeira, etc.…), fontes energéticas (petróleo, gás natural e carvão mineral) e
produtos alimentares (açúcar, oleaginosas, café, fruticulturas, etc..). está situação faz com que
estes últimos países detenham apenas 25 % de comércio mundial, ainda que alberguem dois
terços da população do globo. Assim constata-se que o tipo de comércio dos países em vias de
desenvolvimento assenta essencialmente na exportação dos recursos naturais e produtos
agrícolas tropicais e importação de bens transformados (bens de equipamentos). (Manso e
Victor, pág. 98).

2.3. Comércio como objecto de estudo da Geografia económica


2.3.1. Conceito da Geografia económica
Segundo Reis (2002, pág. 10), a Geografia económica é o estudo da organização da
economia no espaço; de como as atividades econômicas se distribuem pelo território.

Enquanto que para Alfred Rühl apud Sapper (1970), é uma disciplina fronteiriça entre
a Geografia e as ciências econômicas a partir da distribuição geográfica do trabalho e as
diferenças na qualidade e quantidade da produção, do comércio e do consumo de vários
territórios

2.3.2. Breve historial


Sapper (1970), destaca que a Geografia Econômica surge no século XIX, a partir da
necessidade de comerciantes e produtores que, precisando de experiência internacional e de
conhecimento das potencialidades econômicas de regiões estrangeiras, contribuíram para a
13

elaboração de vários relatórios comerciais e, consequentemente, para a descoberta da


Geografia Científica e da Economia.

Conforme Claval (2005, pág. 13), a Geografia econômica apareceu na Alemanha sob a
influência de Carl Ritter e se desenvolveu desde o fim dos anos 1850. Seu objetivo era a
descrição da diferenciação de regiões econômicas num tempo onde as ferrovias e a navegação
a vapor abriram novas possibilidades de especialização produtiva.

Nos anos vinte e trinta do século passado, nos Estados Unidos, a maioria dos
geógrafos trabalhando nesse domínio tinha uma formação de geólogos, agrônomos ou
engenheiros de minas. A geografia econômica fazia uma distinção entre os países
industrializados, os novos países industrializados e os países atrasados. A teoria das relações
internacionais sublinhava o efeito nivelador do comércio. (Claval, 2005, pág. 14).

Para carvalho e Filho (2017), entende-se que a Geografia Econômica se consolida no


início do século XX pelo acúmulo de informações econômicas de países, das condições
físicas, dos recursos naturais; pelo desenvolvimento das monografias de agricultura; dos
relatórios comerciais feitos pelas casas de negócios; e pelos fundamentos da Geografia
Humana. Utilizou aspectos da Economia; da concepção do homem como ser econômico; e a
influência homem-meio.

2.3.3. Relação do comércio com a Geografia económica


Na perspectiva da geografia econômica, os estudos desenvolvidos no final dos anos
setenta tendo o comércio como Objeto de estudo, na vertente teórica do materialismo
histórico e dialético utilizando-se da compreensão do papel do capitalista do comércio como
parte fundamental do processo geral de circulação do capital no espaço.

A crítica que se faz a esses estudos se direciona a uma Sobrevalorização dada ao


econômico em detrimento do social. Porém, foram de primordial importância para a
construção de um Pensamento crítico sobre o papel da atividade comercial na Produção do
espaço geográfico, 2 Então o comércio sendo o objeto de estudo da geografia econômica tem
como objetivo analisa a circulação de mercadorias pelo espaço e os diferentes padrões de
consumo que se estabelecem diante das transformações no sistema econômico mundial.3

2
SILVA,C.H.C.Estudos sobre o comércio e o consumo na perspectiva da geografia
urbana.Geosul,Florianópolis,V.29,n.58,P 149-178,…
3
https://brasilescola.uol.com.br/amp/geografia/geografia-economica.htm
14

CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS


3. Conclusão
A forma primitiva da prática do comércio dava-se pelo escambo, e no decorrer do tempo
esta prática foi evoluindo. Durante o processo foram se intensificando as relações comerciais
de tal forma que houve necessidade de se obter uma matéria prima de troca universal, a
moeda. Com tempo, a diversificação da necessidade da população o comércio foi evoluindo a
fim de satisfazer as suas necessidades. Na actualidade, portanto, o comércio é considerado
uma actividade econômica que consiste na venda ou troca de produtos, mercadoria, valores e
ou prestação de serviços. Neste sentido, percebe-se que esta actividade evoluiu desde a
antiguidade onde era considerada apenas como uma atividade de troca de mercadorias, até os
dias actuais, onde encontramos o comércio mais internacionalização e diversificado.

A evolução do comércio não ocorreu da mesma forma por todo o mundo, sabe-se que nos
países desenvolvidos ele é mais industrializado, o que significa que há maior probabilidade de
se encontrarem por praticamente todo mundo, ao contrário acontece nos países em
desenvolvimento, que dependem de vários factores para o seu dinamismo, desde as limitações
das vias de acesso, a deficiência sócio econômica, etc.

Sendo o comércio uma actividade econômica é importante salientar que faz parte da
Geografia econômica porque surge na perspectiva de ajudar os produtores e comerciantes a
saberem o que produzir, quanto produzir e a forma de consumo em diversos territórios, e
desta forma promover economia de qualquer país. Conclui-se, portanto, que, o comércio
relaciona-se com a Geografia econômica a medida que está geografia centra-se nas
actividades comerciais, nas rotas e nas mudanças do comércio e privilegia o estudo da
localização e da distribuição desta actividade.
15

Referências bibliográficas
1. ALEIXO, Cynthia Augusta Poleto Aleixo. Edifícios e galerias comerciais: arquitetura
e comércio na cidade de São Paulo, anos 50 e 60. São Carlos: Dissertação de Mestrado
em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 2005.
2. ANDRADE, Freire De. Relatórios sobre Moçambique / Freire De Andrade. - ED. IL. -
Lourenço Marques: Imprensa nacional, 1910.
3. CARVALHO, Diana; FILHO, Francisco. Geografia econômica: origem, perspectivas
e temas relevantes. Caderno de Geografia, v.27, n.50, 2017.
4. CLAVAl, Paul. Geografia económica e a economia. GeoTextos, vol. 1, n. 1, 2005.
5. CRETELLA, José Júnior. Disponível em: http<www.ucg.br> Acesso em 31 de Julho
de 2013.
6. DE MATTOS, Regiane Augusto. Dimensões da resistência em Angonhe. Tese de
Doutorado. Universidade de São Paulo. 2012.
7. MANSO, J; VICTOR, R. Geografia 12a Classe: Indústria e Comércio. Maputo:
Longman Moçambique, 2010. Pág.90 - 98.
8. PEREZ, Jorge. As galerias comerciais de pelotas e a percepção de lugar. Rio Grande,
2009.
9. PINTAUDI, Silvana Maria. O templo da mercadoria: Estudo sobre os shopping
centers do Estado de São Paulo. São Paulo: Tese de Doutorado em Geografia pela
Univrsidade de São Paulo, 1989.
10. REIS, Ciro Marques. Geografia econômica. Volume Único / Ciro Marques Reis. – Rio
de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2022.
11. SAPPER, K. Histórico e conceito de geografia econômica. São Paulo: Instituto de
Geografia, n. 5, 1970.
12. SILVA, José. Geografia 10a Classe: Geografia económica de Mocambique. Maputo:
Plural Editores, 2009. Pág.63 – 65. 88 – 92.
13. SILVA, José. Geografia 12a Classe: Indústria e Comércio. Maputo: Plural Editores,
2014. Pág.88-98.
14. SILVA, José. Geografia 9a Classe: Indústria e comércio. Maputo: Plural Editores,
2009. Pág.63 – 65.
15. SOUSA, Rainer Gonçalves. "História do Comércio"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historia/historia-do-comercio.htm. Acesso em 16 de
maio de 2023.
16

16. TEMBE, G. Geografia 9a Classe: Indústria e Comércio. Maputo: Texto Editora,


2008. Pág.58 - 60. DE MATTOS, Regiane Augusto. Dimensões da resistência em
Angonhe. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 2012.

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