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História e Evolução

da Logística
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Sumário
História e Evolução da Logística
Para início de conversa… .................................................................... 04
Objetivos ........................................................................................... 05
1. Evolução da Logística ao Longo dos Tempos .............................. 06
1.2 Conceitos de Logística ............................................................ 12
1.3 A Importância da Logística como Diferencial Competitivo nos
Dias Atuais ........................................................................... 17
Referências ......................................................................................... 21
Para início de conversa…
Veremos, neste capítulo, os passos que a humanidade trilhou até os
dias atuais no que tange à logística, seus desafios, conquistas e possibilidades
para auxiliar as organizações a alcançarem os seus objetivos.

Apresentaremos alguns dos principais conceitos que cercam a


logística, suas áreas de atuação e abrangência. Além disso, verificaremos
como as empresas podem contar com a logística integrada, um amplo
sistema de visão gerencial da cadeia de suprimentos, desde o fornecimento
de matérias-primas e insumos, até a distribuição do produto acabado ao
cliente final ou consumidor. Pode-se considerar, ainda, o retorno dos resíduos
oriundos dos produtos, tais como embalagens, produtos defeituosos em
garantia para reciclagem (pós-venda) ou produtos que atingiram a sua vida
útil e acabam retornando à cadeia de suprimentos para reaproveitamento de
matérias-primas, reduzindo o acesso às fontes originais de fornecimento (pós-
consumo).

4 Logística Empresarial
Objetivos
▪▪ Compreender tendências de aplicação da logística em outras áreas, reconhecendo
cenários, práticas contemporâneas e perspectivas futuras.
▪▪ Conduzir a uma reflexão sobre os desafios da mobilidade urbana, logística reversa e
sustentabilidade nas operações logísticas.

Logística Empresarial 5
1. Evolução da Logística ao Longo dos Tempos
A história da humanidade é repleta de passagens e situações que fazem
lembrar as atividades que, hoje, são englobadas e estudadas pela logística.
Na Antiguidade, há diversos registros que evidenciam a preocupação dos
antepassados com o transporte de coisas e de pessoas, armazenamento de
objetos, líquidos e especialmente de alimentos, proteção e embalagem de
produtos, entre outras práticas registradas.

Obras como as pirâmides do antigo Egito, a expansão do Império


Romano, mobilização de exércitos e forças navais para os grandes embates
da humanidade são bons exemplos de que existia um bom planejamento
relacionado aos transportes, armazenagem, aquisição e tudo aquilo
que fosse indispensável para garantir o sucesso esperado nos projetos e
empreitadas militares.

As escrituras sagradas de diversas civilizações estão repletas


de exemplos de situações que evidenciam a utilização de animais e
embarcações para o transporte, uso de recipientes para o armazenamento
de vinho, água, comida, entre outros recursos registrados desde os mais
remotos tempos.

História da humanidade

Pirâmides do antigo Egito Expansão do Império Romano

Escrituras sagradas

Figura 1: A história e a logística. Fonte: Elaborado pelo autor.

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O general chinês Sun Tzu, em sua obra a Arte da Guerra, percebeu a
importância de cortar as linhas de suprimentos dos inimigos como forma de
enfraquecê-lo, abrindo espaço para a vitória de seus soldados.

Figura 2: A obra de Sun Tzu – estrategista militar que escreveu A Arte da Guerra. Fonte: Dreamstime.

Com a evolução da complexidade tecnológica, a humanidade


experimentou a Revolução Industrial, impulsionada pela máquina a vapor,
que incentivou não apenas a indústria, mas a forma de deslocar produtos,
matérias-primas e pessoas entre países e continentes.

A máquina a vapor de James Watt (1736-1819), além de equipar as


fábricas, passou a ser usada em embarcações e veículos terrestres como trens,
fazendo com que as distâncias ficassem cada vez menores.

Mais recentemente, os conflitos globais da 1ª e, em especial, da 2ª


Guerra Mundial impulsionaram ainda mais os esforços de organização dos
assuntos e implementação da logística, com a delineação de sua moderna
configuração.

Um evento ocorrido na 2ª grande guerra mundial foi decisivo: a


data passou a ser o símbolo para a comemoração do dia internacional da
logística; trata-se da invasão da Normandia pelos aliados, que, no dia 6
de junho de 1944, mobilizaram meios aéreos, terrestres e navais na maior
ofensiva até então registrada na história da humanidade, abrindo caminho
nas entrincheiradas linhas defensivas alemãs, viabilizando a instalação de
uma cabeça de ponte, base territorial na parte norte do continente europeu,

Logística Empresarial 7
fazendo com que importantes recursos fossem desembarcados em segurança,
acumulados e, posteriormente, empregados para fazer recuar as tropas alemãs,
até que, finalmente, a guerra terminou na Europa e, meses depois, se encerrava
também no teatro de operações do Pacífico.

Figura 3: Máquina a vapor. Fonte: Dreamstime.

Com o encerramento dos confrontos da Segunda Guerra Mundial,


as empresas que estavam com as suas linhas voltadas para o esforço bélico
precisavam buscar novos mercados para manter a produtividade. Nesse
momento, muitas indústrias encontraram um mercado consumidor em
expansão, mas com muitos métodos de produção e de padronização sem a
possibilidade de execução e ajustes. A logística se apresenta, então, como
uma ferramenta capaz de prover os recursos necessários para que as empresas
atingissem os seus objetivos de armazenar, controlar e levar produtos até os
seus clientes. Imagine que os eletrodomésticos eram somente de um tipo e
de uma cor e os estoques eram controlados manualmente; isso fazia com que
a demanda fosse atendida com um tempo elevado, pois a comunicação de
reposição junto aos fabricantes demorava.

8 Logística Empresarial
Naquele momento, as empresas acreditavam que bastava se concentrar
em disponibilizar aquilo que julgassem ser o mais adequado, sem considerar
o atendimento ao consumidor final, que ficava em segundo plano. Para
as empresas, o transporte visava unicamente à movimentação de grandes
quantidades, e as escolhas eram feitas em função do preço. Nesse período,
a qualidade do transporte e das entregas era baixa, pois o mercado não se
preocupava com isso: unicamente se olhava como poderia realizar o transporte
de um ponto ao outro, no menor tempo possível.

Com as sobras dos equipamentos de guerra, houve um significativo


impulso na organização de empresas de transportes locais, regionais e entre
países e continentes, bem como com a desmobilização e exportação para outros
países (menos industrializados) de plantas industriais que, antes, produziam
equipamentos bélicos e, agora, passavam a produzir caminhões, locomotivas
e vagões, o desenvolvimento de diversas nações deu um salto positivo. Países
como o Brasil, com uma industrialização tardia, viram a chegada de muitas
empresas, que aqui se instalaram atraídas pelas possibilidades de expansão de
mercados consumidores e acesso a matérias-primas.

No pós-guerra, a qualidade também sofreu um importante avanço,


sendo os resultados aplicados no esforço de guerra, que passou a ser
expandido para as empresas civis. O esforço de guerra enquanto mobilizador
de recursos para o seu intento proporciona significativos avanços em diversas
disciplinas, incluindo a logística. As empresas que estão atentas a esse detalhe
identificam e absorvem os avanços que podem ser aplicados no seu âmbito,
proporcionando o seu desenvolvimento e agregando valor aos seus processos.

Novas ideias surgiam para que a reposição e o transporte ganhassem


outras possibilidades, pois havia um crescimento acelerado com muitas
operações sendo realizadas ainda com processos manuais.

Para que a produção e a consequente entrega se tornassem viáveis aos


consumidores, a preocupação dos estudiosos se estendia para o pós-produção,
em que alternativas como transportes multimodais ganhavam espaço, apoiadas
pelo surgimento e aperfeiçoamento de tecnologias que, a partir da década de
1960, foram gradativamente introduzidas nas operações, mas que evoluíam
rapidamente e conquistaram um espaço antes ocupado por tarefas manuais
e demoradas. Os custos com transporte e distribuição também aumentavam

Logística Empresarial 9
consideravelmente, sendo a década de 1970 e seus dois choques do petróleo
decisivos para a elevação de preços de toda a cadeia logística.

O planejamento logístico conquistava seu espaço e começava a mudar o


mercado de forma relevante. Traço marcante das fases anteriores, identificadas
pela rigidez de processos e de integrações, agora tinham uma comunicação
melhor e bem mais flexível dentro da empresa e entre os fornecedores e
clientes, apesar de ainda estar longe do modelo do século XXI, embora já
fossem identificadas melhorias significativas.

Essa fase ficou marcada pelo uso de dados eletrônicos, que


possibilitavam a substituição das informações estritamente manuais; nascia
o sistema de código de barras e o controle dos estoques. No Brasil, após a
década de 1980, por conta dos processos de globalização, percebia-se uma
maior velocidade nos processos, acompanhados de um número cada vez maior
de informações, viabilizados por plataformas e canais de comunicação cada
vez mais velozes.

Embora a internet ainda fosse discreta e limitada ao meio militar e


centros de pesquisa, as mudanças promoveram avanços importantes para uma
revolução tecnológica.

No modelo anterior, as operações logísticas se resumiam meramente


às operações físicas para o armazenamento de materiais, pois não havia a
preocupação de ser empregada como uma possível geradora de oportunidades.
O surgimento das parcerias possibilitou que as empresas se organizassem
formando uma cadeia de suprimentos, condição que as levou a obter vantagens
competitivas, ganhos em escala a e a se firmarem como líderes do mercado.

A partir do amadurecimento nas relações e do momento tecnológico


com novas possibilidades de integração, surge o conceito de Supply Chain
Management (SCM), ou o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, esquema
de organização que permite aos elos (como são chamadas as empresas que se
organizam nesse tipo de arranjo) obterem vantagem competitiva no mercado.

Os desafios da logística evoluíram e ganharam outra dimensão, com


acesso a novos mercados, bem como com a terceirização; tudo isso impulsiona

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trocas mais rápidas de informações e movimentação de produtos e serviços,
o que gera um volume maior de variáveis, com indicação de redução no
tamanho de estoques, redução de custos e dos prazos de entrega, agregando,
ao mesmo tempo, valor ao cliente, com melhorias contínuas.

Com a evolução da internet, um novo mercado surge, o e-commerce,


que é o comércio eletrônico, com suas lojas virtuais. Ele se instala, avança e
se consolida como um segmento, ampliando as opções de compra e acesso de
consumidores mundo afora; isso possibilita que, antes de efetivar a compra, o
cliente otimize e personalize um produto, até recebê-lo em casa.

Essa tecnologia vem sendo estudada em função dos elevados


custos com as entregas finais em ambientes cada vez mais congestionados,
pressionada por consumidores cada vez mais exigentes por prazos reduzidos
para entregas. As empresas identificaram, nessa ferramenta, a possibilidade
de reduzir o tempo gasto nas formas tradicionais de entrega, que competem
em congestionamentos cada vez mais frequentes nos grandes centros urbanos.

Figura 4: Tipos de drones. Fonte: Dreamstime.

Mas não apenas drones aéreos vêm sendo testados; outras possibilidades,
incluindo os AGV – automatic guided vehicles ou veículos terrestres autônomos

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já são utilizados em ambientes fabris e fazem parte do rol de pesquisas de
empresas que buscam alternativas para potencializar suas entregas. A Figura
5 mostra o uso de drones terrestres que estão em desenvolvimento e uso a
partir de um furgão.

Figura 5: Modelo AGV. Fonte: Dreamstime.

1.2 Conceitos de Logística


No início, a logística era vista como uma atividade de apoio, pois era
associada apenas ao transporte e à armazenagem, ou identificada apenas como
uma despesa necessária ao atendimento de situações inevitáveis, tais como
o deslocamento da matéria-prima de sua origem até o ponto de aplicação
na produção, manutenção de estoques de produtos acabados, para suprir as
variações da demanda ou mesmo para suprir as diferenças de ritmo entre
a produção e a venda desses produtos, mantendo-os disponíveis para os
consumidores finais.

O dia 6 de junho de 1944 é tido como o dia internacional da logística,


em tributo à maior operação de mobilização, armazenamento e envio de

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tropas e meios para uma única operação. Conhecido como o Dia D, foi a
ofensiva que envolveu cerca de 200 mil profissionais que desembarcaram em
uma faixa litorânea de aproximadamente oitenta quilômetros de extensão
ou foram aerotransportados e lançados após as linhas de defesa alemãs ali
instaladas. Esse dia foi decisivo para abreviar e encerrar, em menos de um
ano, as ofensivas da Segunda Guerra Mundial (COSTA, 2014).

Figura 6: Maior operação de mobilização, armazenamento e envio de tropas. Fonte: Universidade Logística (2010).

O dicionário Webster’s (1996) cita que a logística é o ramo da ciência


militar que lida com a obtenção, a manutenção e o transporte de materiais,
pessoal e instalações.

Em uma visão mais ampla, cita o Conselho de Profissionais de Gestão


de Supply Chain - CSCMP (2013), que ela é parte do processo de Supply
Chain que planeja, implementa e controla, de forma eficiente e eficaz: os
fluxos avante e reverso, a estocagem de bens e serviços, e toda informação
relacionada, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, de forma a
atender às necessidades de seus clientes.

De acordo com Ballou (2007), a logística é um assunto vital para as


organizações, cabendo à logística empresarial estudar como a administração

Logística Empresarial 13
pode providenciar um melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição
aos clientes e consumidores, por meio de planejamento, organização e
controle efetivos relacionados às atividades de movimentação e armazenagem
que facilitam o fluxo de produtos.

Portanto, a logística vai muito além de simplesmente movimentar e


guardar coisas. Ela lida com o planejamento, implementação e controle dos
fluxos de produtos, informações e serviços, desde as fontes mais primitivas
junto à natureza, até a sua chegada aos consumidores e o de volta, após o
atingimento dos seus objetivos ou por problemas de qualidade, suas instalações
e pessoal envolvido, de forma eficiente e eficaz.

Em uma visão mais detalhada, ela pode ser analisada a partir da sua
atuação dentro do contexto da organização, como mostra a Figura 7:

Logística Logística
Integrada Empresarial

Logística de Logística de
Suprimentos Distribuição

Fornecedores Manufatura Clientes


Atividades logísticas Atividades logísticas

Logística de produção

Figura 7: Visão geral da logística (escopo empresarial). Fonte: Adaptado de NTC (2006, p.86) e Ballou (2007, p.23).

Logística de suprimentos, ou logística inbound, é a parte associada ao


fluxo de materiais e informações, desde a fonte de matérias-primas, materiais
e insumos até a sua entrada na manufatura ou fábrica. Ela é a atividade
que administra o transporte de materiais dos fornecedores para a empresa,
incluindo o descarregamento no recebimento e estocagem das matérias-primas
e componentes. Cuida, ainda, da estruturação de abastecimento, devolução das
embalagens e dos paletes que trouxeram os insumos citados. Estão relacionadas

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a ela a execução da logística reversa de refugos (sobras de materiais que são
eliminados durante o esforço produtivo) e as decisões relativas aos sistemas
de abastecimento e outras.

Já a logística de distribuição, ou logística outbound, é a parte associada


à administração do Centro de Distribuição (CD) ou unidade equivalente
voltada para a prestação de serviços de envio de produtos acabados. Cuida,
também, da localização de unidades de movimentação dos SKU (Stock Keeping
Units ou unidades de apanhe), nos seus respectivos endereços, providencia
o abastecimento de áreas de separação de pedidos (apanhe) e linhas de
montagem, mecanismos e controles voltados para a expedição, transferências
de cargas entre unidades de negócio da própria empresa e roteirização dos
meios de transporte.

Dentro da fábrica ou manufatura, existe, também, um tipo de


logística conhecida como logística de produção, cuja finalidade é administrar a
movimentação para abastecimento das linhas de montagem ou transformação,
seguindo as orientações e cronogramas estabelecidos pela programação da
produção. Encarrega-se, ainda, da colocação nos almoxarifados das peças
semiacabadas oriundas das linhas de produção, assim como o deslocamento dos
produtos acabados para os armazéns desses produtos, à espera de sua destinação
ao elo integrante seguinte da cadeia logística, em direção aos clientes.

Como forma de organizar e cuidar das três espécies indicadas existe a


logística empresarial, que reúne as atividades de movimentação e armazenagem
que organizam o fluxo de produtos e informações, desde os momentos iniciais
de aquisição da matéria-prima, seu caminhar durante a produção até o ponto
de consumo final.

Aqui, são incluídos os fluxos de informações que movimentam os


produtos, facilitados pelos modernos sistemas informatizados de CRM
(Consumer Relationship Management - gerenciamento de relações com
consumidores), ERP (Enterprise Resource Planning - planejamento dos
recursos empresariais), SCM (Supply Chain Management - gerenciamento
da cadeia de suprimentos), B2B (business to business - entre empresas), B2C
(business to consumer - empresa x consumidor), entre outros. Serve para ajustar
e proporcionar níveis de serviços adequados aos clientes.

Logística Empresarial 15
A Figura 8 ilustra as relações B2B e B2C:

B2B B2C
Figura 8: Relações B2B e B2C: Fonte: Adaptado de Crédito ou Débito (2019).

Mais recentemente, considerando o advento da logística reversa,


passou-se a considerar a logística integrada, que é um amplo sistema de visão
gerencial da cadeia de suprimentos, desde o fornecimento de matérias-primas e
insumos até a distribuição do produto acabado ao cliente final ou consumidor.

A Figura 9 ilustra a logística reversa de pós-consumo, no contexto


do universo corporativo, com a produção de bens, sua distribuição,
comercialização, utilização, atingimento da vida útil e retorno para possível
aproveitamento na indústria. Observe:

Logística
Reversa

Figura 9: Logística reversa de pós-consumo. Fonte: Dreamstime.

16 Logística Empresarial
1.3 A Importância da Logística como Diferencial Competitivo nos
Dias Atuais
A cada dia, as empresas vêm dando maior ênfase e atenção aos
processos organizacionais voltados para a logística, uma vez que o cliente,
definitivamente, passou a ser percebido como o grande diferencial das
organizações, que se expandem dentro dos seus mercados domésticos e muitas
se lançam em mercados internacionais, impulsionadas pela necessidade de
busca de novos mercados consumidores.

Figura 10: Os processos organizacionais voltados para a logística. Fonte: Dreamstime.

Para conseguir atingir o nível de satisfação exigido pelos seus clientes


ou consumidores, as organizações precisam reunir esforços coordenados para
ações de planejamento, implementação e acompanhamento de ações voltadas
para o seu atendimento. São clientes que buscam cada vez maior flexibilidade,
visibilidade do processamento do pedido, rastreamento das encomendas,
solução rápida de problemas e agilidade nas entregas.

Logística Empresarial 17
Ballou (2007) afirma que um dos maiores desafios da atualidade
é disponibilizar o produto ou serviço solicitado, no local certo, na hora
combinada, com a qualidade desejada e a um preço justo. A Figura 11 ilustra,
de forma esquematizada, essa afirmativa.

Disponibilizar

O produto No local certo No tempo certo Na qualidade No menor custo


certo desejada possível

Figura 11: Planejamento, implementação e acompanhamento de ações voltadas para o seu atendimento. Fonte: Adaptado
de Ballou (2007, p.36).

Para conseguir atingir todos esses objetivos, a organização precisa


lidar com diversos fatores. Nogueira (2016) indica que muitos desses fatores
podem influenciar a eficiência da organização no tocante à logística: suas
características organizacionais, tais como a estrutura, parque tecnológico;
ambientais, tanto internos, quanto externos à organização; e cultura
organizacional, empregados, políticas e práticas gerenciais.

Para estruturar a empresa para os desafios impostos pelo novo perfil


de consumidor, as empresas devem criar ou repensar os seguintes tópicos,
junto aos seus gestores designados para tratar do assunto:

▪▪ pesquisar e alinhar os objetivos com as estratégias da empresa;


▪▪ organizar as funções em consonância com a estrutura organizacional;
▪▪ esclarecer e definir as funções logísticas da empresa;
▪▪ conhecer o estilo de administração de cada responsável;
▪▪ tornar a estrutura flexível, adequando-se quando não tiver alcançado
esse nível;

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▪▪ conhecer e aplicar, quando possível, os sistemas de apoio existentes;
▪▪ distribuir e alocar os recursos materiais e as pessoas, buscando
aliar, nestes últimos, os objetivos individuais com os da empresa.

Logo, o moderno gestor que atua em organizações logísticas deve


trabalhar com objetivos específicos e mensuráveis, estratégias, planos e
avaliações constantes para atingir os objetivos. Deve, ainda, conseguir
granjear o comprometimento da equipe, visando a níveis de operacionalidade
e engajamento cada vez maiores, proporcionais aos desafios.

Com a abertura de novos mercados, novas tecnologias sendo


desenvolvidas e novas soluções colocadas à disposição da população, países
industrializados e com mercados internos maduros vêm buscando novas
oportunidades de colocar seus produtos em locais ainda pouco explorados,
aumentando a competitividade das empresas. Um dos mecanismos que
possibilita manter elevada a produção é a redução do ciclo de vida dos
produtos, da sua personalização (customização) e diversificação.

A queda do Muro de Berlim foi um dos fatores que representou o


início de uma nova era de negócios, tendo sido um dos fatores para a origem ao
termo “globalização”. A globalização reflete a ruptura de barreiras e distâncias
entre os países com a crescente fluidez de informações, pessoas e mercadorias
sendo produzidas e comercializadas em quaisquer locais possíveis.

Nesse sentido, a logística adquire novas perspectivas ao incorporar


técnicas e procedimentos, ora de exportação, ora de importação, passando pela
escolha do modal de transporte a ser utilizado (aquaviário, aeroviário, rodoviário,
ferroviário, dutoviário e infoviário), recursos acionados, tempos e movimentos
e fluxo de informações a eles associados; tudo isso torna o gerenciamento da
logística global mais complexo que o seu equivalente doméstico.

A logística acompanha, há muito tempo, por meio de suas áreas de


atuação, a humanidade; esteve sempre ligada aos grandes desafios e, por
onde passou, atuou de forma eficiente para garantir a realização dos objetivos
dos seus gestores, mantendo a disponibilidade de equipamentos, recursos e
alimentos, e transportando coisas e pessoas. Modernamente, as organizações
dependem fortemente dela para o atingimento de seus objetivos, pois, graças

Logística Empresarial 19
aos seus esforços, podem levar os produtos ou serviços certos, aos locais
indicados, na quantidade e qualidade esperadas, por um preço justo.

Com o aumento na complexidade das relações empresariais em


um mundo cada vez mais globalizado, a logística assume e consolida,
definitivamente, seu papel decisivo na manutenção e avanço das posições
corporativas no mercado.

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Referências
BALLOU, R. H. Logística empresarial – Transportes, administração de
materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2007.

COSTA, M. A. O que temos a comemorar no dia da logística? 2014.


Disponível em: https://www.logisticadescomplicada.com/o-que-temos-
comemorar-dia-da-logistica/. Acesso em: 10 abr. 2019.

CREDITOOUDEBITO. B2B e B2C: entenda mais sobre estes segmentos.


2019. Disponível em: https://www.creditooudebito.com/b2b-b2c-entenda-
mais-sobre-estes-segmentos/ Acesso em: 24 jun. 2019.

CSCMP. Supply Chain Management Definitions and Glossary. Disponível


em: https://cscmp.org/CSCMP/Educate/SCM_Definitions_and_Glossary_
of_Terms/CSCMP/Educate/SCM_Definitions_and_Glossary_of_Terms.
aspx?hkey=60879588-f65f-4ab5-8c4b-6878815ef921. Acesso em: 24 jun. 2019.

HOUAISS. Novo Dicionário Folha Webster’s Inglês - Português. São


Paulo: Folha de São Paulo, 1996.

NOGUEIRA, A. S. Logística empresarial – Uma visão local com pensamento


globalizado. São Paulo: Atlas, 2016.

NTC. Glossário NTC de Logística e Transporte. São Paulo: Renover, 2006.

TZU, S. A arte da guerra. Porto Alegre: L&PM, 2006.

UNIVERSIDADE LOGÍSTICA. 6 de Junho, Dia da Logística. 2010.


Disponível em: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/06/06/6-
de-junho-dia-da-logistica/. Acesso em: 10 abr. 2019.

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