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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA COM


HABILITAÇÃO EM TURISMO

ARMANDO RAUL AGOSTINHO

TIPOLOGIA DO FLUXO TURISTICO

BEIRA

2022
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2022
UL
ARMANDO RAUL AGOSTINHO
BARCA
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ARMANDO RAUL AGOSTINHO

TIPOLOGIA DO FLUXO TURISTICO

Trabalho a ser entregue na Cadeira de


Geografia de Turismo ao Curso de
Ensino de Geografia da Faculdade de
Ciências e Tecnologia, Departamento de
Ciencias de Terra e Ambiente, para fins
Avaliativos
Docente: Msc. Luísa Mário Barros André Suma

Beira

2022
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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 5

2. Objectivos ............................................................................................................................... 6

2.1. Objectivo geral .................................................................................................................... 6

2.2. Objectivos específicos ......................................................................................................... 6

3. Metodologia ............................................................................................................................ 6

2.Tipologia do fluxo turístico ..................................................................................................... 7

2.1. Conceito ............................................................................................................................... 7

2.2. Classificação de fluxo turístico ........................................................................................... 9

2.2.1 Classificação dos meios de hospedagem na Europa .......................................................... 9

2.2.2. Classificação dos meios de hospedagem na França ....................................................... 10

2.2.3. Classificação dos meios de hospedagem na Espanha ..................................................... 10

2.2.4. Classificação dos meios de hospedagem na Itália .......................................................... 10

2.2.5. Classificação dos meios de hospedagem no Reino Unido ............................................. 10

2.2.6. Classificação dos meios de hospedagem nos Estados Unidos ....................................... 11

2.2.7. Classificação dos meios de hospedagem na China......................................................... 11

2.2.8. Classificação dos meios de hospedagem no Brasil ........................................................ 12

2.3. Importância do fluxo turístico ........................................................................................... 13

2.4. Característica do fluxo turístico......................................................................................... 13

2.5. Tipos de fluxos turísticos................................................................................................... 14

3. Conclusão ............................................................................................................................. 16

Referencias bibliográficas ........................................................................................................ 17


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1. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito do comprimento exigido pela Universidade


Licungo para aquisição de alguns créditos académicos de modo a fazer a cadeira de Geografia
de Turismo. Entretanto, tem como objectivo geral Conhecer a Tipologia do fluxo turístico.
O turismo tem sido estudado e entendido muito mais pelos seus fixos do que pelos
seus fluxos. O ato da viagem e o inerente deslocamento têm sido relegados a plano secundário
no Planejamento do Turismo. Isso constitui um quadro a ser superado (Gastal, 2005).
As infraestruturas de transporte no turismo em geral, e os aeroportos em particular,
inserem-se nesse contexto, na medida em que, mais do que fixos e formas, existem pelos ou
para os fluxos (turísticos, mas não só) e detém conteúdos a serem analisados pelo Turismo,
como campo epistemológico, entre outras áreas do conhecimento.
Portanto, o turismo se apresenta como importante atividade para a economia
contemporânea, atuando na geração de riqueza para grupos capitalistas e modificando espaços
urbanos e rurais, paisagens, territórios e lugares, o que o torna objeto de estudo da Geografia.
Entretanto, o ato de viajar é anterior ao turismo, relacionando-se incialmente com motivações
como o comércio, as guerras e a busca por conhecimento. O acréscimo do turismo às atividades
que ocasionam fluxos populacionais ocorre com a ascensão capitalista e as transformações de
condições no mundo do trabalho a partir do século XIX. O maior tempo livre conferido ao
trabalhador é apropriado por essa nova atividade, que baseia suas práticas no consumo e no
espetáculo. Nesse contexto, emergem motivações diversas para o ato de deslocar-se, como a
busca por diversão e uma reconexão com o eu interior.
O trabalho apresenta-se estruturado em 4 partes onde temos: 1ª parte inclui introdução,
objectivos, a metodologias usada na elaboração do trabalho. A 2ª parte é apresentada o
desenvolvimento do trabalho, a 3ª parte é apresenta a conclusão da presente pesquisa,
finalmente a 4ª parte apresenta as referências bibliográficas.
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2. Objectivos

2.1. Objectivo geral


Conhecer a Tipologia do fluxo turístico

2.2. Objectivos específicos


❖ Classificar o fluxo turístico;
❖ Explicar a importância do fluxo turístico;
❖ Caracterizar o fluxo turístico;
❖ Mencionar os tipos de fluxos turísticos.

3. Metodologia
De modo a obter informações para elaboração do presente trabalho, o Autor auxiliou-
se na pesquisa bibliográfica que o colocou a parte dos objectivos traçados, a partir de alguns
livros, artigos disponíveis na internet e manuais permitirá a obtenção de conceitos sobre a
Tipologia do fluxo turístico.
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2.Tipologia do fluxo turístico


2.1. Conceito
O fluxo turístico é um conceito que avalia os movimentos dos turistas em uma
determinada área geográfica, desde o nível local, por exemplo, em um site até o mundo. Assim,
o movimento do turista está na base do fenômeno. Disponível em:
https://pt.frwiki.wiki/wiki/Flux_touristiques. Em 03 de setembro de 2022.

Os fluxos turísticos são viagens temporárias dos turistas a uma determinada área
geográfica. Isso pode ser medido em vários níveis:

❖ Pelo número de entradas e saídas de um país ou região nos limites territoriais;


❖ Por número de noites em uma região ou localidade;
❖ Por número de visitantes diários a um parque regional ou parque turístico.

O turismo é uma atividade própria de sociedades de consumo, exigindo grandes investimentos


financeiros e tecnológicos no fornecimento de bens e serviços aos turistas.
Oliveira (2000) define o turismo como o conjunto de resultados de caráter econômico,
financeiro, político, social e cultural, produzidos numa localidade, decorrentes da presença
temporária de pessoas que se deslocam de seu local habitual de residência, de forma espontânea
e sem fins lucrativos.

Segundo OMT (2014), o turismo é uma prática que se refere ao deslocamento


voluntário e temporário de uma pessoa ou grupo de pessoas partindo do local onde vivem em
direção a outras localidades, sejam elas dentro dos limites de um mesmo país ou não. Os
motivos que levam a essa movimentação são bastante pessoais e variam desde o desejo por
conhecer novos espaços e culturas até alguma necessidade específica, como consulta médica
ou assuntos de negócios.

Portanto, de acordo com a OMT, o turismo é um fenômeno que compreende três


dimensões: social, cultural e econômica. A prática está associada ainda com todas as atividades
que os visitantes, chamados de turistas, realizam na localidade de destino, o que inclui a
movimentação financeira.

A definição de Oliveira (2000) está em consonância com a definição De La Torre


(1992) em que o turismo é considerado como :Um fenômeno social que consiste no
deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupo de pessoas que
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fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem do seu local de
residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem
remunerada, gerando múltiplas inter relações de importância social, econômica e cultural (De
la Torre, 1992, p. 19).

Segundo Fuster (1974), existe uma miríade de organizações que surgem “para
fomentar a infra-estrutura e a expansão do núcleo, as campanhas de propaganda, com efeitos
negativos ou positivos nas populações receptoras.
Na visão de Molina e Abitia (1987), o turismo não deve ser considerado um produto,
bem ou serviço, mas antes de tudo uma atitude frente às possibilidades de utilização de tempo
livre, só existindo quando são dados os elementos que o compõem: natureza, cultura,
hospedagem e transporte.
Middleton (1988), apresenta uma tipologia que muito se assemelha à de Py (1992)
subdividindo os bens e serviços em atracções do destino, facilities e serviços do destino,
acessibilidade ao destino, imagem do destino e preço no consumidor. Fazemos-lhe referência
não só por considerarmos que ajuda a melhor delinear os aspectos salientados na tipologia
anterior mas também por, em vez de fazer menção a recursos, avançar com o conceito atracções,
deixando implícito que, na sistémica do turismo, estão de algum modo criadas as condições
para se usufruir dos recursos, enquanto base de possíveis produtos.

Das acepções referidas, incluindo igualmente as de Mill e Morrison (1992), emergem


as componentes do produto turístico mais importantes. Elas são as atracções, os equipamentos
de animação e recreação, as acessibilidades, a hospitalidade, a imagem do destino, o preço no
consumidor e outras, das quais destacamos a segurança, bastante em voga quando a reflexão é
sobre o turismo internacional.

Segundo Guitarrara (s/d), o turismo corresponde ao deslocamento voluntário e


temporário de indivíduos com um propósito pessoal que pode ser desde a busca por descanso e
lazer até viagens de negócios e tratamentos de saúde. As atividades turísticas fazem parte do
setor terciário da economia e apresentaram um crescimento expressivo na última década, tanto
no Brasil quanto no mundo. Além da sua importância econômica, o turismo gera empregos
direta e indiretamente, incentiva a conservação dos espaços físicos e proporciona o contato com
novos povos e culturas.
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Para Nakashima (2016), turismo é uma prática que corresponde ao deslocamento


voluntário e temporário de pessoas com um propósito definido, como descanso, lazer, negócios
ou saúde. O turismo pode ser doméstico ou internacional. É classificado ainda de acordo com
a motivação, como: de lazer, religiosa, cultural, de negócios, de saúde ou ecoturismo.

2.2. Classificação de fluxo turístico


2.2.1 Classificação dos meios de hospedagem na Europa
A Europa é a região que recebe o maior volume de chegadas turísticas internacionais,
com 484,4 milhões de chegadas em 2007. As previsões indicam que em todo o mundo, as
chegadas turísticas internacionais continuarão a crescer, ultrapassando os 1.500 milhões em
2020, continuando a Europa a ser o principal destino turístico mundial. Do total de chegadas
internacionais à Europa em 2006, 87% dizem respeito a países europeus e apenas 11,8% a
mercados de longa distância (54,4 milhões de chegadas em 2006), segundo dados do Turismo
de Portugal (2008).

Sendo assim, a maior parte do turismo internacional que chega à Europa provém de
países da própria região, existindo um enorme potencial de mercado para os serviços turísticos
dentro da própria Europa. Em sua maioria, o turismo praticado por pessoas do seu próprio país
ultrapassa o turismo internacional, tanto em termos de dimensão, como em contribuição
econômica.

O domínio do Euro pode ser considerado como uma forte tendência do mercado
turístico europeu. Desde o ano de 2002, o Euro criou uma nova geografia monetária mundial.
Doze países europeus passaram a utilizar uma nova moeda, abandonando voluntariamente suas
moedas nacionais, por escolha política. Este fato facilitou os prestadores de serviços turísticos,
já que as tarifas de serviços hoteleiros terão os preços tabelados em euro, obtendo assim uma
maior segurança monetária para o turista e para o habitante local. A Europa se encontra em uma
nova fase do turismo mundial, onde o continente que recebe o maior contingente de turistas e
que tem os dois maiores países receptores do mundo, a França e a Espanha, passa a ter também
uma moeda forte. (Boiteux, 2002).

Outros fatores importantes que contribuem para o potencial mercado turístico europeu,
de acordo com dados do Turismo de Portugal (2008), são: envelhecimento da população
européia, cerca de 25% da população tem mais de 65 anos, sendo assim, uma clientela com
mais dinheiro e tempo para viajar, além de contribuir para a sazonalidade; e diminuição de
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pessoas que compõem o agregado familiar, aumentando o poder de compra e levando ao


aumento da procura por produtos luxuosos, especializados e viagens curtas durante o ano.

A seguir, abordaremos alguns dos principais sistemas de classificação referentes aos


países da Europa, conforme apresentado pelo website oficial da HOTREC (Hotel, Restaurants
& Cafés in Europe, 2009).

2.2.2. Classificação dos meios de hospedagem na França


O sistema de classificação francês é voluntário e baseado em normas legais e na
conformidade de um hotel para os requisitos estrelas, e deve ser verificado pela autoridade
administrativa. Além disso, existem requisitos para tornar mais fácil a entrada de pessoas com
deficiência no hotel. Por exemplo, novos hotéis, que têm 20 quartos, devem ter pelo menos um
quarto para pessoa com deficiência. A sua classificação vai de zero estrela, uma estrela, duas
estrelas, três estrelas, quatro estrelas até quatro estrelas luxo.

2.2.3. Classificação dos meios de hospedagem na Espanha


Na Espanha, não há um sistema nacional de classificação de hotéis, cada Governo
Regional tem a sua própria legislação, mas, na prática, as diferenças entre as regiões são
mínimas. É obrigatória a solicitação da classificação do estabelecimento, que é concedida uma
vez que os requisitos estão preenchidos.

Não há requisitos técnicos gerais sobre segurança contra incêndios e à prova de som
em todas as instalações. Os preços máximos de serviço devem ser exibidos na recepção em um
lugar visível e é obrigatória uma lista de preços para serviços extras (telefone, lavanderia,
garagem) nas salas. O hotel deve mostrar na sua principal entrada uma placa com sua categoria.
Sua classificação é definida em uma estrela até cinco estrelas.

2.2.4. Classificação dos meios de hospedagem na Itália


Na Itália existe um sistema oficial de classificação de uma a cinco estrelas, que surgiu
em 1981, baseado em critérios selecionados a nível regional, mas apenas em algumas regiões.
Em 1983 este sistema foi adaptado a nível nacional. O sistema é obrigatório e cada região cria
o método e os critérios para classificar os hotéis, com a sua própria legislação. As autoridades
locais, delegadas por regiões, controlam os hotéis para que cumpram as regras.

2.2.5. Classificação dos meios de hospedagem no Reino Unido


No Reino Unido, existem cinco níveis de qualidade que vão de uma a cinco estrelas.
Para obter uma maior classificação por estrelas, uma variedade de serviços e instalações físicas
deverá ser fornecida em todas as áreas, com especial ênfase nas cinco principais áreas: limpeza,
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serviços, alimentos, quartos e banheiros. Pesquisas indicam que a qualidade é de fundamental


importância, mas também, os visitantes esperam que o nível de serviços e a variedade de
instalações em hotéis devem ser aumentados em cada mudança de nível de classificação por
estrelas.

2.2.6. Classificação dos meios de hospedagem nos Estados Unidos


Um sistema de classificação considerado referência no país é a Classificação Mobil.
Na avaliação de um hotel, resort, ou pousada, de quatro ou cinco estrelas, seus inspetores
permanecem três dias no estabelecimento avaliando suas instalações e serviços, com base em
inúmeros critérios pré-estabelecidos. Naturalmente, quanto maior a classificação por estrelas,
maior o nível de serviço, conforto e experiência global que o hóspede pode esperar (Mobil
Travel Guide, 2009).

A classificação dos meios de hospedagem nos Estados Unidos segundo a Mobil Travel
Guide é representada por uma até cinco estrelas, sendo que o processo de classificação de cada
estabelecimento inclui:

❖ Inspeção das instalações: Cada imóvel é visitado por um inspetor de instalação treinado,
que usa uma lista de verificação para avaliar a limpeza, a condição física e localização.
Esta inspeção é inesperada e resulta em uma classificação Mobil um, dois ou de três
estrelas. Spas são a única exceção, o padrão mínimo para uma classificação Mobil de
spa é três estrelas.
❖ Avaliação de serviços: Com base na inspeção das instalações, imóveis que podem ter
classificação Mobil de quatro estrelas ou cinco estrelas irão receber a visita de um
segundo.

2.2.7. Classificação dos meios de hospedagem na China


China não usa um sistema unificado de classificação por estrelas para hotéis
independentemente das queixas da parte do turismo nacional e autoridades hoteleiras.

Alojamentos na China variam de uma a 5 estrelas. Alguns dos hotéis proporcionam


características e arquitetura típicas chinesas, enquanto os outros oferecem instalações
modernas. Alojamento no leste da China é muito mais caro do que no Oeste da China. Cidades
turísticas também são caras e cobram taxa elevada durante a alta temporada.

Em 2000, o país apresentava 6.029 hotéis. Deste total, 1899 se encontram na categoria
de três estrelas, 352 na categoria quatro estrelas e 117 na categoria cinco estrelas. As três
estrelas e, sobretudo os quartos de alojamento na China são apresentados com TV, frigobar, ar-
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condicionado e banheiro privado. As outras incluem salões, piscinas, salas para boliche, saunas,
banhos de vapor, ginásios, serviços médicos e de beleza. Alguns dos hotéis também incluem
shopping centers e para negócios, bancos e correios.

Segundo o Muztagh Travel Service (2009), o sistema de classificação por estrelas é


baseado em percepções ocidentais e, ocasionalmente, é utilizado por autoridades de hotéis na
China destacando os seguintes aspectos:

❖ Cinco estrelas: geralmente usada para significar hotéis de investimento estrangeiros;


❖ Quatro estrelas: incluem o restante dos hotéis de investimento estrangeiro e alguns
hotéis de propriedade estatal;
❖ Três estrelas: incluem um grande número de hotéis de propriedade estatal e alguns
hotéis privados;
❖ Duas estrelas: incluiem principalmente hotéis coletivos, privados e para reserva;
❖ Uma estrela: incluiem principalmente hotéis chineses que, tal como com hotéis duas
estrelas, em grande parte atendem clientes chineses;
❖ Sem classificação estrela: a maioria dos pequenos hotéis na China apresenta esta
classificação, quase exclusivamente para a população local.

2.2.8. Classificação dos meios de hospedagem no Brasil


No Brasil, desde abril de 2002, existe o sistema oficial de classficação dos meios de
hospedagem definida pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e pela Associação
Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH).

Segundo Freitas (2007), esse sistema utiliza matrizes de classificação compostas por
padrões de adequação aos diversos tipos de meios de hospedagem e extensivamente detalhadas
em itens e aspectos que devem ser observados nos estabelecimentos.

Entretanto, apesar de ser bastante amplo no sentido de abranger diversas dimensões e


critérios intrínsecos à atividade hoteleira, o atual sistema de classificação aparenta,
inicialmente, atingir só os estabelecimentos de hospedagem de maior porte. Mais
especificamente, observa-se que o nível de detalhamento dos aspectos a serem verificados nos
estabelecimentos e também os custos associados ao processo de avaliação são alguns dos
fatores que inibem ou desmotivam os estabelecimentos de menor porte a aderirem ao novo
sistema de classificação (Freitas, 2007).
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2.3. Importância do fluxo turístico

O turismo é uma atividade econômica que tem ganhado mais espaço na economia
internacional e doméstica dos países de todo o mundo, contabilizando uma participação cada
vez maior na arrecadação de receitas e na composição do Produto Interno Bruto (PIB).

É importante lembrar que o turismo está inserido no setor terciário da economia e não
compreende somente o translado propriamente dito, mas também o preparo para a viagem e as
atividades desempenhadas no local de destino, como a hospedagem, a alimentação, o transporte
local e o comércio. Dessa forma, existe todo um circuito econômico e cadeias produtivas que
giram em torno dessa prática e são por ela beneficiadas, direta ou indiretamente. Além disso, o
turismo é importante para a criação de emprego e geração de renda para a população local.

A importância do turismo está atrelada ainda à preservação do espaço urbano e do


patrimônio cultural e natural de uma determinada localidade. Em muitos casos, como os de
cidades em que a movimentação de visitantes é intensa, a criação de infraestrutura urbana ou a
renovação e manutenção daquela já existente podem representar melhorias diretas à população.
Entretanto, para além disso, o turismo permite o conhecimento de novos espaços e vivências,
proporcionando maior contato com outras culturas e o desenvolvimento de novas relações
sociais.

2.4. Característica do fluxo turístico


Morrison (1989), detecta características comuns aos demais serviços e outras que lhe
são específicas. Como características comuns salienta a intangibilidade, os métodos de
produção, a perecibilidade, os canais de distribuição, a determinação dos custos e as relações
entre os serviços e os fornecedores.
Como características específicas, refere a exposição ao serviço, o grau de emoção e de
irracionalidade no acto da compra, a importância da gestão de «evidências», a ênfase na
estrutura e imagem, a variedade e tipos de canais de distribuição, a dependência de organizações
complementares, as facilidades na imitação e a ênfase na promoção fora da época alta.
O conjunto das características comuns e específicas do produto turístico leva-nos a
antever a sua natureza compósita, onde bens e serviços se justapõem numa amálgama difícil de
destrinçar. Esta justaposição propicia ao turista, que se desloca a determinado destino, uma
experiência vivencial única que irá contribuir para evidenciar o carácter dinâmico, interactivo
e participativo do produto em questão.
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Salientam Ashworth e Voogd (1990), os recursos não podem existir


independentemente da utilização que deles se faz, embora possam, em tempos diferentes, ou
em resposta a procuras diferentes, ser avaliados de diferentes formas e dar lugar à estruturação
de diferentes produtos.

2.5. Tipos de fluxos turísticos


O contato com a natureza e a busca por aventura estão entre as razões que levam as
pessoas a realizarem viagens turísticas. A prática do turismo é caracterizada como voluntária
no sentido de ser realizada de acordo com a vontade do indivíduo, e não sob alguma imposição
externa. Dessa forma, existem inúmeras razões que fazem com que uma pessoa se desloque
para outra localidade na condição de turista, o que permite classificar o turismo em tipos.

Em primeiro lugar, pode-se diferenciar o turismo entre doméstico e internacional. O


primeiro tipo é aquele praticado dentro dos limites territoriais de um mesmo país e ocorre
quando a pessoa se desloca para outra cidade ou estado. Já o turismo internacional consiste na
visita a outro país.

Quando se trata de motivação, classifica-se o turismo em:

❖ De lazer ou recreação: tem como objetivo o descanso e o divertimento, sendo esse o


principal tipo de turismo praticado em todo o mundo.
❖ De negócios: é o turismo realizado por indivíduos, representando ou não alguma
empresa ou entidade, que têm como finalidade o estabelecimento de laços comerciais,
fechamento de negócios e contratos, realização de reuniões de trabalho, dentre outras
atividades semelhantes. É muito comum em centros financeiros como São Paulo e Rio
de Janeiro, no Brasil, e em cidades como Nova York, Chicago e Londres, no contexto
internacional.
❖ Religioso: peregrinação de indivíduos ou grupos para locais sagrados, centros ou
eventos religiosos. Dentre as localidades onde o turismo religioso é realizado em maior
escala podemos citar Meca e Jerusalém, Vaticano, na Europa Central, e Aparecida, no
estado de São Paulo. Na Índia, a prática se concentra ao longo do rio Ganges.
❖ Cultural: associado tanto ao conhecimento de novos costumes e tradições culturais de
outras populações, seja dentro ou fora de um estado ou país, bem como à visita a
monumentos e locais históricos, museus, teatros, centros culturais, eventos e
estabelecimentos correlatos.
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❖ De saúde: tem como finalidade a realização de tratamentos e a manutenção da saúde


física e mental, buscando a reabilitação ou o restabelecimento do bem-estar.
❖ Ecoturismo: motivado pelas paisagens naturais de uma determinada localidade e pela
vontade individual de obter contato maior com a natureza. Está atrelado, na maioria das
vezes, ao turismo de lazer.
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3. Conclusão
Concluindo, o ato de viajar não é novo para o ser humano, portanto como pudemos
verificar, tais práticas são antigas, porém o que tem apresentado significativa transformação é
sua finalidade. Se anteriormente os deslocamentos eram o meio para realizar transações
comerciais, guerrear ou adquirir conhecimento, a partir do século XIX a viagem transforma-se
a partir do turismo. As modificações na legislação trabalhista em países desenvolvidos
conferem ao trabalhador maior tempo livre, que com a ascensão capitalista, viria a ser
apropriado na reprodução do capital. Inserido em uma sociedade pautada pelo consumo, o
turismo baseia-se na mesma lógica, e a viagem é transformada em necessidade/desejo no
imaginário social.
Como prática espacial, o turismo modifica profundamente as localidades onde se
instala, seja ela urbana ou rural. Nesse contexto, uma das práticas em evidência tem sido a
inserção de objetos icônicos, os quais têm a superficialidade de suas formas transformada em
verdadeiro cenário de consumo. A evolução técnica dos meios de comunicação exerce grande
influência neste processo, visto que a criação de representações a partir de fotografias, filmes,
propagandas de televisão e diversas outras mídias divulgam os ícones pelo mundo. Contundo,
a viagem com frequência é então compreendida como mecanismo de elevação do status social,
visto que o ato de conhecer determinados locais e seus fixos famosos não está ao alcance de
todos.
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Referencias bibliográficas

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Boiteux, b.c.(s/d). O Euro e o Turismo. Disponível em:
http://www.univercidade.br/uc/cursos/graduacao/tur/pdf/artigos/euro_turismo.pdf. Acessado
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De La Torre, Oscar. (1992). El turismo fenómeno social. México: Fondo de Cultura
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de setembro de 2022.
Freitas, A.L.P. (2007). Uma abordagem multicritério para a classificação de hóteis.
RAUSP. Revista de Administração, v. 42, p. 338-348.
Fuster, Luiz Fernandez.(1974). Teoría y técnica del turismo. Madri: Nacional.
Gastal, S. de A. (2005). Nomadismo e Turismo: viagem como vida no espaço. In: TRIGO, L.
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perspectiva internacional. Tradução Lenke Peres. São Paulo. Futura.
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Nakashima, S. K; Calvente, M. del. C. M. H. (2016). A História do turismo: epítome das


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Acessado em: 03 de Abril de 2022

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