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Inês Junqueiro José

Osvaldo

O Turismo na Sociedade Industrial

Licenciatura em Ensino de Geografia com Habilitação em Turismo

Universidade Licungo
Quelimane
2019
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Inês Junqueiro José

Osvaldo

O Turismo na Sociedade Industrial

Trabalho de caracter avaliativo a ser


apresentado no Departamento de
Ciências e Tecnologias na cadeira de
Sociologia do Turismo recomendado
pelo docente:

Ph.D.: Cardenito Colher

Universidade Licungo
Quelimane
2019
Índice

1.Introdução.......................................................................................................................3

1.1Objectivos.....................................................................................................................3

2. Conceito de turismo e sociedade...................................................................................4

2.1. Turismo e sua relação com a sociedade.....................................................................6

2.2. Surgimento do turismo na sociedade..........................................................................9

2.3. Turismo e a sociedade industrial..............................................................................10

3. Conclusão....................................................................................................................13

4. Referências bibliográficas...........................................................................................14
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1.Introdução

1.1. Objectivos
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2. Conceito de turismo e sociedade

A Organização Mundial do Turismo (OMT) considera que o turismo é uma modalidade


de deslocamento espacial que envolve a utilização de algum meio de transporte e ao
menos um pernoite no destino. Este deslocamento pode ser motivado pelas mais
diversas razões como o lazer, negócios, congressos, saúde, desporto e outros motivos
desde que não correspondam a formas de remuneração directa.

Para BENE (2001, p.35), considera o turismo como sendo o resultado do somatório de
bens, recursos (naturais do meio ambiente, culturais, sociais e económicos) e serviços
produzidos por uma pluralidade de empresas.

Segundo o autor acima citado identificou três tendências para a definição de turismo: a
económica (estas só reconhecem as implicações económicas, empresariais do turismo) a
técnica (tem por objectivo obter informações para fins estatísticos e legislativos) e as
definições holísticas (procuram abranger a essência total do assunto).

Contudo, para Cruz (2003, p.4), o turismo é uma prática social que envolve o
deslocamento de pessoa pelo território e que tem no espaço geográfico seu objecto
principal de consumo.

Olhando os conceitos acima expostos o grupo concluiu que o turismo é vista como
sendo uma actividade económica que consiste na movimentação de pessoas de um lugar
para outro sem fins lucrativos onde pelo menos tenha um pernoite sendo esta
desenvolvida numa determinada sociedade visto que esta desenvolve-se no seio da
comunidades ou pontos turístico vendo esta na componente sociológica.

No que diz respeito ao conceito de sociedade o mais amplo refere que a sociedade é o
complexo de relações sociais, um sistema de inter-relações que conecta indivíduos a
indivíduos.

Segundo o Dicionário de Ciências Sociais (1987), cada agregado de seres humanos de


ambos os sexos e de todas as idades, unidos num grupo que se autoperpetua e possui
suas próprias instituições e culturas distintas em maior ou menor grau, pode ser uma
sociedade, e os limites dessa sociedade baseiam-se em fronteiras políticas. Esta também
pode ser entendida como o conjunto das instituições e a cultura de um grupo de pessoas
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distintas, em que seus comportamentos são afetados por normas e valores


compartilhados.

A sociedade na visão de Fichter (1973, p.166), consiste numa estrutura formada pelos
grupos principais, ligados entre si, considerados como uma unidade e participando todos
de uma cultura comum.

Para Cooley (1846-1929) citado por Lakatos (1990, p.47), sociedade é mais do que a
soma dos indivíduos, e uma "unidade" que coincide com a "unidade da mente social",
constituída pela organização e não por acordos entre os indivíduos. Assim, é
fundamental para a sociedade o fenómeno da comunicação entre os seres humanos.

Entretanto para (Lakatos, 1990) ainda ressalta que as sociedades (ou complexes
associativos) são grupos baseados na vontade livre das pessoas que os integram, ou que
formam uma associação deliberada para a consecução de determinados fins (políticos,
económicos etc.). Os membros pertencem a associação, em virtude de uma decisão
voluntaria, por estarem de acordo com seus fins; os contatos entre os indivíduos
estabelecem-se na base dos interesses individuais, consistindo em relações de
competição, de concorrência ou com um cunho de indiferença.

Contudo, a sociedade é vista como sendo o conjunto de pessoas que interagem entre si
dentro de uma comunidade estruturada, onde estes partilham de mesmos hábitos e
costumes e são guiados por princípios éticos-morais.

2.1. Turismo e sua relação com a sociedade

A Organização Mundial de Turismo – OMT (apud OLIVEIRA, 2005:36) definiu


turismo como “o fenômeno que ocorre quando um ou mais indivíduos se trasladam a
um ou mais locais diferentes de sua residência habitual por um período maior que 24
horas e menor que 180 dias, sem participar dos mercados de trabalho e capital dos locais
visitados”.

Por ser o turismo uma atividade própria de sociedades de consumo, atividade que
combina ações públicas e privadas, ele exige grandes investimentos financeiros e
tecnológicos no fornecimento de bens e serviços aos turistas. Além disso, visa alcançar
resultados que permitam o desenvolvimento econômico, político, social e cultural da
sociedade envolvida.
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Esses aspectos são contemplados no conceito que segue:

Dá-se o nome de turismo à atividade humana que é capaz de produzir


resultados de caráter econômico financeiro, político, social e cultural
produzidos numa localidade, decorrentes do relacionamento entre os
visitantes com os locais visitados durante a presença temporária de
pessoas que se deslocam de seu local habitual de residência para
outros, de forma espontânea e sem fins lucrativos (Oliveira, 2005,
p.36).

Se alguns dos fatos citados ocorrerem numa localidade receptora de turistas, pode-se
afirmar, sem medo de errar, que o turismo está sendo explorado corretamente. Os fatos
são os seguintes:

Entrada de recursos financeiros pelos gastos turísticos; formação de


novas empresas de serviços; aumento da oferta de empregos nas
empresas públicas e privadas que atendem aos visitantes;
estabelecimento da infra-estrutura urbana (água, luz, rede de esgoto,
saneamento básico, comunicação, etc.) investimentos em restaurantes,
hotéis, parques de diversões; criação de museus, organização de um
plano diretor de turismo, facilidades para aquisição de material
informativo (mapas, folhetos, revistas, filmes, etc.); construção ou
reforma de aeroportos, rodoviárias e portos; aparecimento de escolas
de formação de mão-de-obra para o turismo; centros de eventos;
aumento do ingresso de impostos nos cofres públicos com melhoria do
padrão de vida da comunidade em decorrência dos negócios realizados
com os turistas; existência de legislação que ordene as construções e a
ocupação do espaço físico; conservação da limpeza das vias e
logradouros, assim como da segurança pública; população falando
outro idioma além do próprio; ecologia defendida e, principalmente, a
população sentindo que o turismo traz vantagens para a comunidade
(Oliveira, 2005).

Pode-se considerar todos esses fatos como um conjunto significativo de fenômenos


sociais que passaram a ser aglomerado sob uma mesma palavra – turismo.

Entretantos as actividades desenvolvidas no seio de uma sociedade estruturalmente


organizada com intuito de lazer ou ócio englobados nesse novo termo passam, portanto,
a fazer parte de um subconjunto de fenômenos perfeitamente identificáveis que nomina-
se fenômenos turísticos.
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De acordo com essa análise, pode-se identificar os fenómenos turísticos dentro da


sociedade, tende de certa forma a repreender os indivíduos, ou seja, fazendo com que
estes assumam certos papéis relacionados com esse fenômeno em particular. Quando o
indivíduo se coloca no papel de turista, por exemplo, costuma se comportar de forma
diferente do seu dia-a-dia, extravasando suas emoções, muitas vezes reprimidas pelo seu
ambiente comum.

Assim, segundo Dias (2008, p.14), a interação turista-comunidade “constitui-se num


fenômeno social, pois seus agentes têm um ao outro como referência para seus atos”. Da
mesma forma, podem ser tratadas todas as interações existentes no âmbito do turismo,
que de uma forma geral tomam o comportamento do turista como referência, orientando
se seus atos a partir desse parâmetro.

Contudo a actividade turística, dependendo de como ela for pensada, planejada,


implantada, poderá ter impactos positivos ou negativos, na comunidade ou sociedade
onde esta é praticada.

Segundo o texto da (OMT, 1998), citando De Kadt, o encontro entre os turistas e


residentes dá-se em alguns contextos, a saber: quando o turista compra um bem ou
serviço ao residente; quando ambos compartilhamos mesmos espaços físicos (praias,
passeios, rios, lagos, dunas, dentre outros); quando ambos trocam informações e ideias.

Como afirmam Mathieson e Wall (1882), apud OMT (1998), o turismo de massas está
rodeado pela sociedade receptora, contudo não integrado. Sua visita é inteiramente
egoísta, por prazer, satisfação ou novidades, mas não para serem os solucionadores dos
problemas dos residentes locais.

Dias relaciona uma série de efeitos socioculturais negativos e positivos que podem
ocorrer com a prática da actividade turísticas no seio das comunidades. Cita, dentre os
negativos: as alterações nos valores morais e nas atitudes cotidianas entre os membros
da comunidade; o aumento da prostituição; o consumo de drogas, à criminalidade, a
perda do orgulho e da identidade cultural, ocorrendo quando os residentes passam a
adotar os hábitos dos visitantes; a adoção de novos comportamentos pela juventude
local – roupas, linguagem, música, tecnologia.

O mesmo autor ainda cita como efeitos indesejáveis: a diminuição ou perda da


estabilidade social; a comercialização da cultura local para entretenimento dos
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visitantes, o declínio da produção artística local, substituída por objetos produzidos


industrialmente, e os choques culturais entre os diferentes grupos que se relacionam
nestes espaços.

Ainda quanto aos efeitos do turismo nas localidades receptoras, retoma-se a análise de
Dias que apresenta também as possibilidades de benefícios advindos da interação
sociocultural entre turistas e residentes.

Para ele, o turismo é um dos principais instrumentos por meio do qual se promove
maior conhecimento das culturas locais pelos visitantes, que buscam conhecer, entre
outros aspectos, a história, a música, as artes, a comida, a religião, a língua, o que
renova o orgulho da população por sua cultura e fortalece sua identidade. Neste
processo ocorre, por consequência, a valorização do patrimônio cultural pela própria
população local.

Essa população, de modo geral, aumenta sua identificação positiva com seu território, o
que fortalece a identidade coletiva e intensifica a tolerância com a diversidade. Por meio
desse reconhecimento surgem o incentivo e o interesse na manutenção e conservação
das artes, dos ofícios, das tradições, das manifestações populares, da história, enfim, do
patrimônio da comunidade, que pelo resgate da memória vai se revitalizando e
reforçando o seu valor, em um processo cíclico de retroalimentação. Nesse sentido,
conhecer verdadeiramente a cultura do outro significa, acima de tudo, respeitar a
memória, os costumes, as tradições, as crenças, a história do lugar.

2.2. Surgimento do turismo na sociedade

Desde os primórdios da civilização o homem já se deslocava por diversas partes, o que


pode ser observado pelo costume dos deslocamentos e necessidade de hospedagens,
devido às viagens por causa das guerras, às peregrinações, aos estudantes de classes
favorecidas que viam nas viagens oportunidades de crescimento pessoal e melhor
formação profissional. Ainda que estas ocorrências não tenham sido com intenção de
lazer, e fossem feitas apenas por uma parcela mínima da sociedade, encontram-se aí
ações que caracterizam ou que dão origem ao turismo – o deslocamento, o transporte, a
hospedagem.

O Capitalismo e a transformação da sociedade foram uns dos principais fatores do


desenvolvimento do turismo. Para Gonçalves e Campos (1998, p.11) “o turismo como
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hoje conhecemos, relacionado a viagens realizadas para fins de lazer, ou seja, de


utilização do tempo livre que dispomos, depois de atendidas as necessidades da vida e
as obrigações de trabalho, é um fenômeno relativamente recente. Historicamente, sua
organização e seu desenvolvimento estão ligados a importantes fenômenos sócio
culturais, decorrentes da própria evolução do capitalismo moderno.”

A Revolução Industrial transformou o cenário urbano. Este facto transformou a


sociedade não somente quanto às condições econômicas, políticas e tecnológicas, mas
principalmente as questões culturais a partir de novos elementos que foram introduzidos
na sociedade. Por exemplo, a forma de se vestir, as ambições materiais e até mesmo
maior valorização da viagem como lazer e saúde.

Trabalhava-se em média 15 horas por dia, 7 dias por semana. Em 1919, surgiu o
trabalho diário de 8 horas por 5 dias durante a semana. Na terceira década deste mesmo
século, inicia-se uma outra transformação: as férias pagas com uma disponibilidade de
tempo ainda desconhecida para muitos milhões de trabalhadores.

As pessoas passaram a perceber que o acúmulo de dinheiro não traz o aumento de bem-
estar e que não adianta ter dinheiro se não sobra tempo para a família, amigos e lazer.

Surge então uma demanda de pessoas dispostas a pagarem por lazer no tempo livre. “As
pessoas gastam cada vez mais dinheiro no lazer, cujo orçamento cresce numa
velocidade superior a de todas as outras despesas de consumo. As viagens e as férias
chegam a ocupar o primeiro lugar no hit-parade das despesas. (...). As tentações são
grandes. A indústria do lazer produz bens de consumo em abundância, todos muito
sedutores.” Krippendorf (2001, p.119).

Em 1841, Thomas Cook lançou o primeiro pacote de turismo: a organização da viagem


completa (transporte, acomodação, satisfação no destino). Dando maior conforto,
segurança, praticidade e gerando conotação de prazer. Desde então, não para de surgir
novas opções de lazer, lugares turísticos, para atender os mais variados gostos e bolsos e
vem ganhando espaço social e econômico, se estabelecendo com uma das maiores
atividades do mundo.
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2.3. Turismo e a sociedade industrial

Antes de entrarmos no tópico referente ao turismo e sociedade industrial abordaremos


um pouco em torno da Sociologia Industrial na visão de (Lakatos, 1990), este referem-
se ao estudo sistemático das relações sociais e a interação entre indivíduos e grupos
relacionados com a função económica da produção e distribuição de bens e serviços
necessários a sociedade.

Especificamente analisam o conteúdo dos papéis profissionais, as normas e expectativas


a eles associada em diferentes organizações de trabalho. Exemplos: a influência da
indústria no sistema de estratificação; sindicatos e associações profissionais; a
motivação para o trabalho; estudo do status profissional.

A Revolução Industrial Inglesa no fim do século XVIII, introduziu na sociedade


moderna um modelo económico baseado na obtenção de renda por meio da exploração
intensiva dos recursos naturais, esta fase foi caracterizada por capitalismo industrial.
Este sistema proporcionou uma melhoria das condições de vida das populações
comparativamente a época pré-industrial, estas se multiplicaram e passaram a exercer
uma maior pressão sobre os recursos naturais e o meio ambiente.

O Modelo económico iniciado na Revolução Industrial também se fez sentir no sector


do turismo, este, foi se desenvolvendo enquanto um dos segmentos económicos, desde a
segunda metade do século XIX, o considerado Turismo Moderno em que os aspectos
positivos do ponto de vista económico eram vistos como uma dádiva dos céus marcados
por um crescimento ilimitado. (DIAS, 2003)

Pode-se considerar a Revolução Industrial do século XVIII, na Inglaterra, como o


acontecimento mais importante na transformação geral do conceito de viagens. Com ela
vieram a urbanização e as horas de trabalho limitadas. Também o ócio passou a ter valor
mais importante que antes, quando a maioria das pessoas vivia no campo e trabalhava
na agricultura; antigamente, o conceito de “tempo livre”, como o conhecemos hoje, não
existia, porque o conceito de trabalho era diferente do que veio estabelecer-se com a
consolidação da indústria; não havia divisão muito clara entre o “tempo de trabalho” e o
“tempo de não trabalho”, este dedicado ao lazer e ao descanso.

De acordo com Ruchanan (2003, p.13) a palavra turismo surgiu no século XIX, porem a
actividade estende as suas raízes pela história mas foi a partir do século XX após a
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Segunda Guerra Mundial que ele evoluiu como consequência dos aspectos relacionados
a produtividade empresarial, ao poder de compra das pessoas e ao bem-estar resultado
da restauração da paz no mundo.

Somente no fim do século XIX e início do século XX é que as condições de trabalho


irão sofrer evolução, com a criação de jornadas que preveem fins-de-semana de
descanso e férias anuais.

Na visão de (Trigo, 2003), isso ocorre após o término da Segunda Guerra Mundial,
quando alguns países capitalistas e (então) socialistas se estabilizam e começam a
garantir, para importantes parcelas de suas populações, a possibilidade pluralista e
democrática de se dedicar a atividades de sua escolha. Isso foi possível graças a várias
conquistas das classes trabalhadoras e ao entendimento de alguns capitalistas, como
Henry Ford, de que os operários deveriam ter um salário mais digno e tempo livre para
aumentar o mercado de consumo e, consequentemente, os lucros dos empresários.

Para Weber apud Carvalho (2005, p.44): “O Ocidente veio a conhecer, na era moderna,
um tipo completamente diverso e nunca antes encontrado de capitalismo: a organização
capitalística racional assentada no trabalho livre”. Atualmente, a economia reina, em
nossa civilização. Ela dita a conduta a adotar. A exploração dos recursos naturais, a
escala de valores do homem e a política do Estado caíram sob seu domínio e a ela estão
subordinados.

Houve uma “economização” de todas as esferas da existência. Do nascimento à morte,


todas as atividades estão literalmente arriscadas a serem comercializadas.

Segundo Weber apud CARVALHO (2005:44 e 45):

A economia capitalista moderna teria se orientado, portanto, pelos


interesses dos homens no mercado, em que o dinheiro e a busca do
lucro adquiriram uma finalidade em si mesmo, destruindo as relações
pessoais, resultado da rivalidade de interesses que o mercado
racionalmente organizado exige. É verdade que apenas após a
Segunda Guerra Mundial (cerca de 1950) surge o que pode ser
chamado de turismo de massa acessível às classes médias dos países
desenvolvidos.

Todavia, vários analistas internacionais, como John Naisbitt, Peter Drucker, Alain
Touraine e Paul Kennedy, apontam para o fato incontestável de que o setor terciário é
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hoje predominante na economia mundial e que o entretenimento e o turismo em geral


têm uma participação bastante prioritária na construção do PIB de vários países e no
oferecimento de serviços para mercados cada vez maiores, além de proporcionar postos
de trabalho cada vez mais exigentes em termos de habilidades profissionais.

Para (Trigo, 2003), o significado desse desenvolvimento excessivo do setor terciário é,


em geral, a caracterização das sociedades do fim do século XX e início do século XXI,
como “pós-industriais” – designação feita principalmente com base na superação da
importância econômica que o setor secundário representou para os países
industrializados desde o fim do século XIX.

É válido ressaltar que o crescimento do lazer e do turismo acontece com mais


intensidade após as décadas de 1970 e 1980, ou seja, em plena era “pós-industrial”.
Fator importante para esse crescimento foi a disseminação das novas tecnologias e a
globalização, que alavancaram o desenvolvimento do sector em grande parte do planeta.
A nova ordem econômica mundial consolidou-se nos últimos anos e o fenômeno da
globalização afeta cada vez mais todos os países, desenvolvidos e/ou em
desenvolvimento.

Embora a sociedade industrial tente transformar lazer e turismo em indústria, são


serviços prestados de pessoa a pessoa, o que requer contato humano entre prestador de
serviço com receptor. São elementos da modernização contemporânea, da acumulação
de capital, reestruturação de espaços, revalorização de litorais, dinâmica da
mundialização do capital, do modo de vida capitalista, em correlação com o trabalho e
contradições da sociedade de consumo.

Santos (2000, p 32) explica que faz parte desse contexto “a produção de eventos, de
atores em cena com difusão massificada convocando ao consumo”. Como se o lazer
agisse sobre as pessoas e não o contrário, tentando plasmar o gosto, apropriar-se do
tempo livre, conformar expectativas, impor a imagem do mundo e da sociedade na
indução do consumo”.
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3. Conclusão
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4. Referências bibliográficas

BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. 3ed. São Paulo: Editora Senac,
2000.

CARVALHO, Alonso Bezerra de. Max Weber: modernidade, ciência e educação.


Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

DIAS, Reinaldo. Sociologia do Turismo. São Paulo: Atlas, 2008.

DICIONÁRIO de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas; MEC,

1987.

DURKHEIM, Émile. As regras do Método Sociológico. São Paulo: Abril, 1973.

____________. As regras do Método Sociológico. 13 Ed. São Paulo: Companhia


Editora Nacional, 1987.

OLIVEIRA, Antônio Pereira. Turismo e Desenvolvimento: planejamento e organização.


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TRIGO, Luiz Gonzaga Godói. A Sociedade Pós-Industrial e o Profissional em Turismo.


7ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 2003.

SANTOS, Milton. Lazer popular e geração de emprego. In: SESC/WLRA. Lazer


numa sociedade globalizada. São Paulo: SESC/WLRA, 2000.

WEBER, Max. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva.


Brasília: UnB, 1991.

DIAS, Reinaldo. Turismo e patrimônio cultural – recursos que acompanham o


crescimento das cidades. São Paulo: Saraiva, 2006.

DIAS, Reinaldo. Planejamento do turismo: política e desenvolvimento do turismo no


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________________, Sociologia do turismo. São Paulo: Atlas, 2002.

BENI, Mario Carlos. Política e planejamento de turismo no Brasil. São Paulo: Aleph,
2006.

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