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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL


ERU-380 Desenvolvimento Socioeconômico
Professor : Marcelo Leles Romarco de Oliveira

Annaelise Fritz Machado1


Marcelo Leles Romarco de Oliveira2

“Da natureza nada se tira além de fotos, nada se deixa além de pegadas e
nada se leva, além de lembranças”. Rodrigo Mila

T exto Debate 11. Reflexões sobre turismo e desenvolvimento3

Apresentação

Ao longo da disciplina estamos discutindo as várias possibilidades e caminhos que existem para
interpretar o desenvolvimento socioeconômico, passamos pelo debate relacionado a democracia,
empoderamento, liberdades, meio ambiente, alimentação, entre outros. Nesta nota aqui, estaremos
associando a possibilidade refletir sobre o turismo como um campo proeminente para associar
elementos de sustentabilidade, impactos, renda e desenvolvimento.

Nesse contexto ainda, podemos apontar que se levarmos em conta a relação do turismo com os
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), o turismo tem potencial para contribuir em ações
como o crescimento econômico inclusivo e sustentável (por exemplo, através do turismo de base
comunitária), consumo e produção sustentáveis e uso sustentável de oceanos e recursos marinhos
entre outros.

Ao falar do turismo é importante entender que este é um fenômeno social que envolve a interação
entre as pessoas e o ambiente impulsionando o deslocamento de indivíduos para locais diferentes
do cotidiano, com o objetivo de conhecer, experimentar, divertir-se ou realizar negócios. Essa
interação pode ser vista como um processo dinâmico e complexo, que envolve diversos elementos,
como as motivações dos turistas, características dos destinos4, os atrativos5 e os serviços turísticos
oferecidos (PANASSO NETTO & NECHAR, 2014).

1Doutoranda do Programa de Extensão Rural da Universidade Federal de Viçosa (UFV), bolsista Capes; Mestre em
Gestão do Turismo pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), Barcelos - Portugal; Graduada em Turismo
pela Fundação Educacional São José (2001) e em Administração pela Universidade Estácio de Sá (2020).
2Doutor em Ciências Sociais com ênfase em Desenvolvimento e Sociedade e agricultura. Professor de Extensão
Rural do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa.
3Nota de aula elaborada no primeiro semestre de 2023, para a disciplina ERU-380 da Universidade Federal de Viçosa-
UFV.
4Destino turístico é entendido como uma região (cidade, município, distrito) situado em qualquer parte do globo, para
onde os turistas se deslocam durante suas viagens, neles, tem produtos turísticos e atrativos turísticos que motivam
os turistas a se deslocarem.
5Um atrativo turístico é composto de “locais, objetos, equipamentos, pessoas, fenômenos, eventos ou manifestações
capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los. Os atrativos turísticos podem ser naturais; culturais;
atividades econômicas; eventos programados” (BRASIL, 2007a, p.27).

1
Dessa forma, ele é amplamente utilizado para descrever uma série de atividades relacionadas a
visitas a atrações turísticas, participação em eventos culturais, hospedagem em hotéis, resorts e
outras formas de acomodação, transporte, alimentação e compras (SOUSA, MALHEIRO & VELOSO,
2019).

O turismo pode ser visto como um sistema, composto por diversos componentes interdependentes,
como transporte, hospedagem, alimentação, lazer, entre outros, que se articulam para atender às
necessidades e desejos dos turistas (BENI, 1988). É reconhecido como uma das maiores atividades
de prestação de serviços do mundo, exercendo um impacto significativo na economia global
(YOUNG, 1975).

Além de proporcionar aos viajantes oportunidades de relaxar, se divertir, aprender sobre outras
culturas e ampliar seus horizontes, o turismo também pode ser utilizado como uma estratégia para
impulsionar o desenvolvimento econômico, social e cultural de uma região ou comunidade específica
(DE KADT, 1991). Quando o turismo se apropria de um determinado local, ele acaba modificando
esse espaço que antes era ocupado, humanizado e ordenado por grupos sociais, podendo gerar
tanto benefícios para seus habitantes quanto, se não planejado6 devidamente, malefícios.
(PORTUGUEZ, 2010; GONÇALVES & COSTA, 2016).

No Brasil ao falarmos do turismo, encontramos que nas décadas de 1960 até 1970, poucos
investimentos foram feitos pensando na atividade, já que o foco era atrair investimentos
internacionais, para o tão falado “progresso”. Decretos e órgão são criados e extintos, por falta de
incentivos públicos. Em 1966, a Política Nacional de Turismo institui o Conselho Nacional de Turismo
e Embratur (antiga Empresa Brasileira de Turismo) que passam a olhar para o setor turístico de uma
forma menos amadora. Cria-se o Fungetur (Fundo Geral do Turismo) sendo responsável por
investimentos para a infraestrutura.

A partir de meados de 1970, articulações políticas são alavancadas, já que o governo brasileiro viu,
o tão importante a atividade era para economia do país e em 1988, com o Pacto Federativo, o
Governo Federal, aponta o interesse de transferência de suas competências de pensar sobre o
turismo, para os estados e principalmente para os municípios. O discurso era embasado na
identificação de atrativos e potencialidades que pudessem viabilizar o orçamento e arrecadação dos
municípios (GODOY, 2017) para o desenvolvimento.

Em 1991, a Embratur assume uma nova denominação, institui-se como Instituto Brasileiro de
Turismo. Ao longo da década de 19907, mudanças significativas acontecem, destaca-se: a

6
O planejamento do turismo é um processo estratégico que visa orientar o desenvolvimento e a gestão da atividade.
Consiste na elaboração de diretrizes, políticas e ações que buscam maximizar os benefícios econômicos, sociais,
culturais e ambientais do turismo, ao mesmo tempo em que minimizam os impactos negativos. O planejamento
adequado do turismo permite direcionar os investimentos, garantir a qualidade da experiência do turista, promover a
conservação do patrimônio e contribuir para o desenvolvimento econômico e social das comunidades envolvidas, de
forma equilibrada e sustentável.
7 É importante destacar que nas últimas décadas o Brasil no âmbito do desenvolvimento do turismo nacional, regional
e local, realizou-se algumas políticas para o setor, como a criação do Ministério do Turismo (MTur) um órgão federal
com o objetivo de promover o turismo como uma atividade auto sustentável. Para atender às diferentes demandas, o
MTur é dividido em três autarquias: o Conselho Nacional de Turismo (CNT), tem a proposta auxiliar na formulação e
2
compreensão desenvolvimento nas localidades, destacando a importância de incluir ativamente as
comunidades locais nas decisões e ações relacionadas a esse processo.

Nesse contexto, o "local" tornou-se o espaço privilegiado para a implementação de ações públicas
direcionadas a determinados segmentos da população. Marques (2009, p. 62) traz uma perspectiva
crítica ao observar que houve um "domínio preferencial concedido aos pobres para uma participação
social". Uma fala altamente abusiva, como se a população não pudesse ter voz de fala, ou seja, uma
perspectiva excludente que vem sendo debatido ao longo da disciplina. Lembre-se das discussões
de Amartya Sen Desenvolvimento como Liberdade!

Podemos falar de turismo e desenvolvimento?

Ao abordamos essa atividade e relacionar com o desenvolvimento, sobretudo no âmbito do


desenvolvimento local percebemos que o turismo, não é “salvador da pátria” e nem é responsável
sozinho, pelas mudanças gerais dos destinos, aos quais está inserido. Ele traz benefícios sim, mas
são responsáveis também por malefícios, que neste texto, tratamos como impactos negativos.

Dentre os benefícios, podemos citar os econômicos (geração receitas significativas por meio do
gasto dos turistas em hospedagem, alimentação, transporte, compras e atividades turísticas, que
pode impulsionar o crescimento econômico, criar empregos diretos e indiretos, aumentar a
arrecadação de imposto, estimular o empreendedorismo local, diversificar a economia, e melhorar a
infraestrutura do lugar, etc.); os culturais (promoção a interculturalidade, preservação e promoção
do patrimônio cultural, que pode contribuir para fortalecer a identidade local e proporcionar
oportunidades de interação social e aprendizado, etc.); os sociais (favorecer a interação entre
diferentes grupos sociais, promovendo a inclusão, o respeito e a tolerância, e diminuindo preconceitos
e estereótipos, etc.); os ambientais (incentivo a conservação e proteção do meio ambiente; ao
valorizar a riqueza natural de um destino, medidas de preservação podem ser implementadas, como
a criação de áreas protegidas, a promoção do turismo de natureza e a adoção de práticas
sustentáveis na gestão dos recursos naturais, etc.) (MOLINA, 1997; DIAS, 2003).

No entanto, o turismo também pode trazer alguns impactos negativos, como dito anteriormente.
Ressaltamos os de ordem socioeconômicos (concentração de renda, exploração do trabalho,
aumento do custo de vida para os moradores locais, especulação imobiliária, aumento do uso de
bebidas alcóolicas e drogas, prostituição, problemas raciais ou de xenofobia, etc.); os ambientais
(degradação de ecossistemas frágeis, a poluição de recursos naturais, a destruição de habitats e a
produção excessiva de resíduos, sobrecarga dos recursos hídricos locais, resultando em escassez e
degradação da qualidade da água, tráfico de animais e plantas nativas, congestionamentos, superlota
as instalações que são compartilhadas com a população local, etc.); os culturais (comercialização
excessiva da cultura local, perda da autenticidade cultural, com a padronização de produtos, serviços

aplicação da Política Nacional do Turismo (PNT) e implementar um modelo de gestão pública descentralizada e
participativa; a Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo (PRODETUR),

3
e experiências, tornando os destinos turísticos menos distintos e originais, etc.) (RUSCHMANN, 2016;
DIAS, 2003).

Lembrando que a intensidade e a magnitude desses benefícios ou impactos negativos, podem variar
de acordo com as características específicas de cada destino turístico, a forma como o turismo é
planejado e gerenciado e o envolvimento/ participação das comunidades locais na tomada de
decisões relacionadas ao turismo. Diante de todo este cenário de mudanças, vale refletir que tipo de
participação que a comunidade teve até aqui, para o tão esperado desenvolvimento local em prol da
atividade turística?

Portanto, ao tratarmos sobre a participação das comunidades locais na tomada de decisões


relacionadas ao turismo, é importante que a localidade adote medidas e políticas que promovam essa
inclusão, permitindo que se beneficiem diretamente da atividade (IRVING e AZEVEDO, 2002). Isso
pode envolver a criação de oportunidades de emprego, a promoção do empreendedorismo local, a
capacitação da mão de obra, o desenvolvimento de eventos, estabelecimento de parcerias
comunitárias, a organização de associações e cooperativas e a participação em órgãos de
governança turística.

Garantir que os benefícios do turismo sejam distribuídos de maneira justa, contribui não apenas para
o desenvolvimento local das comunidades, mas também para a sustentabilidade do destino a longo
prazo. Uma distribuição equitativa dos benefícios, cria um ambiente favorável ao turismo, fortalece o
apoio local à atividade e promove a preservação dos recursos naturais e culturais, garantindo uma
experiência turística autêntica para os visitantes.8

Relacionando os discursos sobre turismo realizados até aqui, vamos trazer para essa discussão um
questionamento, que tem sido levantado por estudiosos da área, sobre a diferença entre os termos
"desenvolvimento para o turismo" e “turismo e desenvolvimento. Neste interim, "desenvolvimento
para o turismo ou desenvolvimento para oferta turística" a ênfase é na preparação da localidade
para receber os turistas. Nessa perspectiva, a ideia é que a implementação de políticas públicas e
investimentos voltados para o turismo, como a melhoria da infraestrutura, incluindo hospedagem,
transporte, gastronomia, atividades culturais e de lazer, entre outras. Além disso, é necessário investir
na qualificação profissional dos prestadores de serviços turísticos locais, na oferta de serviços de
qualidade, na promoção do destino e na diversificação da oferta turística, na valorização do
patrimônio natural e cultural, possam atrair mais turistas e gerar mais benefícios para a economia
local.

De qualquer forma, o importante é que o desenvolvimento para o turismo seja pensado de forma
integrada e sustentável, levando em conta não apenas os aspectos econômicos, mas também os
sociais, culturais e ambientais da localidade. O desenvolvimento para o turismo local pode ser

8 Em muitos destinos turísticos, existe o risco de que os benefícios do turismo se concentrem apenas em determinados
setores ou empresas, enquanto a população local pode ficar excluída ou receber uma parcela desproporcionalmente
pequena dos ganhos. Isso pode levar a desigualdades sociais, aumento dos custos de vida, gentrificação e perda de
identidade cultural.

4
realizado através de uma série de estratégias e medidas que visam fomentar a atividade turística na
região (DIAS, 2003). Uma das principais formas é através da criação de conselhos municipais de
turismo, que são responsáveis por planejar, coordenar e implementar políticas e ações para
desenvolver o turismo na cidade ou região. Além disso, o incentivo fiscal para empresas do setor é
uma medida importante para atrair investimentos e promover o desenvolvimento da atividade
turística.

Por outro lado, ao tratar sobre "turismo e desenvolvimento" refere-se à ideia de que o turismo pode
ser um elemento que contribui para o desenvolvimento local. Segundo Young (1975), essa
abordagem considera que o turismo pode gerar uma variedade de benefícios aos destinos. Esses
benefícios não se restringem apenas ao aspecto econômico, mas também abrangem aspectos
sociais, culturais e ambientais. Nessa perspectiva, o turismo é visto como um meio para impulsionar
o desenvolvimento de uma região, e não como um fim em si mesmo.

O conceito de turismo e desenvolvimento se aplica a diferentes tipos de lugares que recebem turistas,
desde pequenas comunidades rurais até grandes cidades. O que importa é ter uma visão unificada e
estratégica, levando em consideração as características e necessidades específicas de cada local.
Dessa forma, o objetivo é garantir que o turismo traga benefícios de maneira equilibrada e duradoura,
promovendo o crescimento sustentável da região e em tese melhorando a qualidade de vida das
pessoas que vivem nessas comunidades.

Quando falamos sobre turismo e desenvolvimento local, podemos estabelecer conexões com alguns
dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que já foram abordados em aulas9
anteriores. Entre estas conexões é possível correlacionar:

Erradicação da pobreza (ODS 1): O turismo pode gerar oportunidades de emprego e renda para as
comunidades locais, ajudando a reduzir a pobreza e a desigualdade; Fome zero e agricultura
sustentável;

Igualdade de gênero (ODS 5): O turismo pode promover a igualdade de gênero ao proporcionar
oportunidades iguais de emprego e liderança para mulheres na indústria turística;

Energia limpa e acessível (ODS 7): O turismo pode incentivar o uso de energias renováveis e práticas
de eficiência energética nos estabelecimentos turísticos;

Trabalho decente e crescimento econômico (ODS 8): O turismo pode impulsionar o crescimento
econômico, criando empregos (diretos e indiretos) decentes e estimulando o empreendedorismo
local;

Indústria, inovação e infraestrutura (ODS 9): O turismo requer investimentos em infraestrutura


turística e incentiva a inovação na criação de novos produtos e serviços turísticos;

9 Veja a nota sobre Desenvolvimento Sustentável!

5
Redução das desigualdades (ODS 10): O turismo pode contribuir para reduzir as desigualdades
regionais, levando desenvolvimento econômico e oportunidades para áreas menos favorecidas;

ODS 11 - Cidades e comunidades sustentáveis: O turismo pode promover o desenvolvimento


sustentável de cidades e comunidades, incentivando a preservação do patrimônio cultural e natural,
melhorando a infraestrutura local, garantindo o acesso a serviços básicos e promovendo a inclusão
social;

ODS 12 - Consumo e produção responsáveis: Estimular práticas sustentáveis no setor turístico, como
o uso eficiente de recursos, a redução de resíduos e a promoção de produtos locais, contribui para
uma maior responsabilidade ambiental e social.

ODS 13 - Ação contra a mudança global do clima: O turismo pode contribuir para a mitigação das
mudanças climáticas, adotando práticas de turismo de baixo carbono, promovendo o uso de energias
renováveis, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa e apoiando projetos de adaptação às
mudanças climáticas.

ODS 14 - Vida abaixo da água: O turismo pode contribuir para a conservação dos ecossistemas
marinhos e costeiros, promovendo a educação ambiental, apoiando a criação de áreas marinhas
protegidas e incentivando práticas de turismo sustentável nas zonas costeiras.

ODS 15 - Vida terrestre: O turismo pode promover a conservação da biodiversidade terrestre,


respeitando os ecossistemas naturais, apoiando projetos de preservação de áreas naturais e
promovendo a educação ambiental.

ODS 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes: O turismo pode contribuir para a promoção da paz, da
justiça e do fortalecimento das instituições, através do apoio ao desenvolvimento local, da promoção
da diversidade cultural e do respeito aos direitos humanos.

ODS 17 - Parcerias e meios de implementação: O turismo pode promover parcerias entre os setores
público, privado e sociedade civil, estimulando a cooperação, compartilhamento de conhecimento,
investimentos e transferência de tecnologia para impulsionar o desenvolvimento local.

Como vimos, podemos perceber que, o turismo pode desempenhar um papel muito importante na
realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Ele pode ajudar a
combater a pobreza, criando oportunidades de emprego. Além disso, pode contribuir para o
crescimento econômico, impulsionando as atividades locais e promovendo a prosperidade. Por fim,
o turismo pode valorizar e preservar o patrimônio cultural e natural das regiões visitadas, fortalecendo
a identidade local.

Nesse sentido, o quadro que será apresentado a seguir, tem como objetivo analisar as ações
realizadas por cada cidade em termos de preparação para o turismo e os impactos resultantes da
atividade turística. Nesse sentido, iremos relacionar essas ações aos ODS da ONU para demonstrar
como o turismo pode contribuir para alcançar esses objetivos globais. A construção do quadro é uma
maneira didática e visual de organizar as informações e fornecer uma compreensão mais clara das
ações realizadas e dos benefícios observados em cada cidade. Dessa forma, a construção do quadro
6
permitirá uma análise mais estruturada dos esforços e resultados alcançados por cada cidade em
relação ao turismo e sua correlação com os ODS da ONU.

Quadro 1: Exemplos de “desenvolvimento para o turismo” e turismo e desenvolvimento.”


Cidades do “Estudo de Desenvolvimento para Turismo Turismo e desenvolvimento
Caso”
Algumas das atividades Em 2019, o estado recebeu 54.424
desenvolvidas em Ouro Preto para visitantes estrangeiros (ANUÁRIO,
se tornar um destino turístico incluem 2020). De acordo com dados do
a preservação do patrimônio Ministério do Turismo, Sectur e
histórico e cultural da cidade, a Observatório de Turismo, em 2019,
Ouro Preto promoção de eventos culturais e Ouro Preto (MG) recebeu cerca de
religiosos, o estabelecimento de 553 mil turistas, que movimentaram
rotas turísticas e a oferta de serviços aproximadamente R$ 401 milhões
de hospedagem, alimentação e na cidade. Esse valor inclui gastos
transporte. Além disso, a cidade com hospedagem, alimentação,
também investiu em infraestrutura transporte, compras, entre outras
turística, como a construção de despesas relacionadas à atividade
museus, centros de visitantes e turística. ODS trabalhados: 8, 11 e
mirantes. 17
O Estado investiu em diversas Em 2019, 1.252.267 turistas
iniciativas para desenvolver o internacionais chegaram no estado
turismo na cidade, como a do Rio de Janeiro (ANUÁRIO,
revitalização da região portuária, que 2020). Segundo dados da Prefeitura
deu origem ao Museu do Amanhã e do Rio de Janeiro e da Secretaria de
Rio de Janeiro ao Boulevard Olímpico, e a Turismo do estado do Rio de
construção do Parque Olímpico, que Janeiro, o turismo gerou cerca de
foi sede dos Jogos Olímpicos de 103 bilhões de reais em receita para
2016. Além disso, a cidade promove a cidade, além de ter contribuído
eventos como o Carnaval e o para a criação de mais de 300 mil
Réveillon, que atraem turistas de empregos diretos e indiretos. A
todo o mundo. cidade recebeu cerca de 7 milhões
de turistas e teve uma taxa de
ocupação hoteleira média de 66%.
ODS trabalhados: 8, 11 e 17.
A cidade de Salvador é conhecida De acordo com dados do Anuário
por sua rica história e cultura, pela 2020, 152.221 visitantes
arquitetura colonial e pelas festas internacionais entraram no estado
populares. Para atrair turistas, a Bahia. A atividade turística em
cidade investiu em atrações Salvador gerou 56.776 empregos
Salvador – Bahia turísticas como o Pelourinho, o diretos e 101.449 empregos
Mercado Modelo e o Elevador indiretos na cidade. Além disso, o
Lacerda, além de promover eventos setor de hospedagem teve uma
como o Carnaval de Salvador e a ocupação média de 60,5%, com um
Festa de Yemanjá. total de 3,3 milhões de diárias
vendidas. O turismo também
movimentou cerca de R$ 7,4 bilhões
na economia da cidade. Porém, os
impactos negativos incluem
congestionamento em áreas
turísticas, aumento de preços em
bairros turísticos e problemas de
infraestrutura em alguns pontos da
cidade (OBSERVATÓRIO, 2018-
2021, BRAZTOA, 2022, MTUR.
2019). ODS trabalhados: 8, 11, 12 e
17.
O Estado de São Paulo é o mais De acordo com Anuário 2020,
populoso do Brasil e possui uma 2.358.979 turistas estrangeiros
grande diversidade de atrativos entraram no estado em 2019. O
turísticos, como parques naturais, turismo é uma das principais
São Paulo praias, museus e centros culturais. O atividades econômicas, a cidade
7
Estado investiu em iniciativas para recebeu mais de 15 milhões de
promover esses atrativos, como a turistas, gerando cerca de R$ 17
construção do Parque do Ibirapuera, bilhões para a economia local e
que é um dos maiores parques mais de 300 mil empregos diretos e
urbanos do mundo, e a criação do indiretos. a rede hoteleira também é
Roteiro Turístico da Estrada Real, bastante desenvolvida, com uma
que liga as cidades históricas de grande variedade de hotéis, desde
Minas Gerais ao litoral de São Paulo os mais luxuosos até os mais
econômicos. Em 2019, a taxa de
ocupação média dos hotéis na
cidade foi de 65%, com uma diária
média de R$ 240 (SP TURIS,
CVBSP, BRAZTOA, 2022). ODS
trabalhados: 8, 11, 12 e 17.
Fonte: Construção própria, embasou-se nos dados do Ministério do Turismo; Secretaria de Turismo do
Estado do Rio de Janeiro; Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Sectur); São Paulo
Convention & Visitors Bureau; observatório de Turismo do estado de Minas Gerais e de Salvador, 2018-
2021). Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) 2022; SP Turis, Anuário de Turismo
2020.

Observa-se que o desenvolvimento para o turismo ou o turismo e desenvolvimento, estão


interligados, pois o sucesso da atividade turística, depende da oferta de serviços e infraestrutura na
região. É preciso que a comunidade local esteja envolvida no processo de desenvolvimento do
turismo, para que haja uma identificação e um comprometimento com os objetivos e metas a serem
alcançados (IRVING e AZEVEDO, 2002).

Para que o turismo seja uma ferramenta eficaz de desenvolvimento local, é necessário que haja uma
abordagem integrada, envolvendo setores públicos e privados, organizações não governamentais,
instituições de ensino e a própria comunidade. É importante também que haja um planejamento
estratégico, que leve em consideração as características e potencialidades da região, além das
necessidades e expectativas dos turistas.

Para finalizar este debate, é valido mencionar, alguns casos de cidades/ países que se estruturaram
para a atividade turística e mesmo assim, identificou-se, não só benefícios provenientes da atividade,
como também impactos negativos, que devem ser minimizados. Vejam os casos abaixo:

No Brasil, a cidade de Jericoacoara, uma antiga vila de pescadores, localizada no estado do Ceará,
se estruturou para a atividade turística de diversas maneiras. Inicialmente, o acesso à cidade era feito
somente por trilhas e dunas, o que limitava o número de visitantes. Com o tempo, estradas foram
construídas e aeroportos foram instalados nas cidades próximas para facilitar o acesso dos turistas.
Além disso, a cidade investiu em infraestrutura turística, como hotéis, pousadas, restaurantes, lojas
e agências de turismo. A comunidade local também se envolveu na atividade turística, oferecendo
serviços de guias, artesanato e alimentação típica da região. Outra medida importante foi a criação
de uma área de proteção ambiental em Jericoacoara, o que garantiu a preservação das belezas
naturais da região e atraiu visitantes interessados em ecoturismo. Com essas iniciativas, Jericoacoara
se tornou um importante destino turístico nacional e internacional, gerando empregos e
movimentando a economia da região.

8
Embora as descrições apresentadas, apresentem situações benéficas para o vilarejo, tem-se
algumas das preocupações importantes presentes neste contexto: “(...) a exploração do trabalho
infantil, onde os menores atuam como guias de turismo, vendedores, catadores de peixe e mariscos.
Além disso, os moradores se vêm ameaçados pela grilagem de terras (processo de falsificação de
documentos) e pela especulação imobiliária” (MOLINA, 2011, p. 179).

Diante deste contexto, observa-se que o desenvolvimento turístico em Jericoacoara, pode trazer
benefícios econômicos para a região, como geração de empregos e aumento da atividade econômica.
No entanto, é importante analisar os impactos negativos de cunho sociais e a distribuição destes
benefícios. Isso indica que nem sempre os benefícios do turismo são amplamente distribuídos entre
a população local. Pode haver uma concentração de poder e benefícios financeiros nas mãos do
governo, das empresas e dos investidores, enquanto a comunidade local pode enfrentar desafios,
como a falta de oportunidades equitativas e ameaças aos seus meios de vida tradicionais. Então
indaga-se, para quem está sendo direcionado o desenvolvimento turístico mencionado no texto? Que
desenvolvimento é este, onde só alguns são beneficiados pela atividade? É possível se pensar em
turismo e desenvolvimento?

Assim, um campo de possibilidades é adotar uma abordagem de turismo responsável10, que


considere a participação e o fortalecimento da comunidade local. O que significa garantir, que os
direitos trabalhistas sejam respeitados, evitando qualquer forma de exploração. Além disso, é
importante promover a inclusão socioeconômica, para que todos tenham acesso igual às
oportunidades.

Por fim, o último exemplo desta nota, o turismo de base comunitária (ou turismo comunitário) é uma
modalidade de turismo que envolve as comunidades locais na gestão e desenvolvimento do turismo
em uma determinada região. Apoia-se no trabalho familiar e na solidariedade, estabelecendo relações
comerciais e culturais entre comunidade e turistas (CORIOLANO, 2021). No México, o turismo base
comunitária tem crescido nos últimos anos, principalmente em regiões rurais e indígenas. Para atrair
turistas para esta modalidade de turismo, o país tem investido em infraestrutura turística, capacitação
das comunidades locais, e promoção do turismo comunitário como uma forma de preservação cultural
e ambiental.

As comunidades que participam nessa modalidade de turismo no México oferecem aos turistas uma
experiência autêntica e diferenciada, permitindo que eles conheçam a cultura local, as tradições e
costumes das comunidades, além de desfrutarem de uma natureza preservada e intocada. Os turistas
podem participar de atividades como trilhas, visitas a sítios arqueológicos, pesca artesanal,
artesanato, culinária local, entre outras atividades que as comunidades oferecem.

10O turismo responsável é uma abordagem que busca minimizar os impactos negativos do turismo e maximizar os
benefícios para as comunidades locais e o meio ambiente. Ele envolve práticas que preservam o meio ambiente,
respeitam a cultura local, promovem a inclusão e participação das comunidades, e são transparentes e éticos nos
negócios turísticos.

9
Os benefícios do turismo de base comunitária no México são inúmeros. Além de promover o
desenvolvimento sustentável das comunidades, gerando emprego e renda, a modalidade de turismo
contribui para a preservação da cultura e do meio ambiente local. Além disso, o turismo comunitário
fortalece a identidade cultural das comunidades, proporcionando a elas uma oportunidade de mostrar
suas tradições e costumes aos turistas. Para os turistas, o turismo de base comunitária oferece uma
experiência única e enriquecedora, permitindo que eles conheçam o país de uma forma mais
autêntica e intimista.

Como as comunidades locais são envolvidas na gestão e desenvolvimento do turismo de base


comunitária no México, os benefícios do turismo são melhor distribuídos entre elas. A modalidade de
turismo gera empregos e renda, fortalece a identidade cultural e contribui para a preservação do meio
ambiente e da cultura local. No turismo de base comunitária, as comunidades são ativamente
envolvidas no desenvolvimento do turismo e são beneficiadas de forma mais ampla e equitativa.

Observa-se uma diferença deste caso do México, com o anterior, onde a preocupação em
Jeriquaquara se perpassa em torno da hegemonia do poder e benefícios direcionados a um pequeno
grupo (poder público, iniciativa privada e investidores), enquanto a população local enfrentar desafios
socioeconômicos diversos.

Os exemplos apresentados, demonstram a importância de discutir e planejar cuidadosamente as


atividades turísticas locais, já que podem desenvolver oportunidades valiosas para impulsionar o
desenvolvimento de cidades, regiões e países, mas também pode levar a impactos negativos e
desafios jamais imaginados.

Ao refletir sobre esses desafios, é fundamental questionar para quem será destinado esse
desenvolvimento. Será que os benefícios do turismo estão sendo distribuídos de forma justa e
equitativa entre a população local? Estão sendo preservados os recursos naturais e culturais
presentes em cada localidade? Como a comunidade local se posiciona diante deste desenvolvimento
turístico, será que o deseja ou é imposto? Essas são questões essenciais a serem consideradas
neste debate.

Consequentemente, é crucial que os Estados-Nações, as autoridades locais, os planejadores


urbanos e os stakeholders do setor turístico se unam em um esforço conjunto para garantir que o
desenvolvimento turístico seja direcionado para o bem comum, respeitando os interesses e
necessidades das comunidades locais. Somente dessa forma podemos alcançar um turismo
verdadeiramente responsável e inclusivo, capaz de promover o desenvolvimento de forma
equilibrada, preservando os recursos naturais e culturais para as gerações futuras.

Considerações não conclusivas


Imagine o município de Creta, com um patrimônio cultural rico e belas paisagens naturais. Nos últimos
anos, o turismo tem crescido rapidamente nessa região, atraindo visitantes de todo o mundo. No
entanto, à medida que o turismo se expande, torna-se evidente que os benefícios gerados por essa
atividade não são distribuídos de forma equitativa entre os moradores locais.

10
A cidade experimenta um cenário em que apenas uma parcela privilegiada da população, desfruta
dos benefícios econômicos e sociais do turismo. Por outro lado, a classe baixa enfrenta impactos
negativos, como aumento do custo de vida, especulação imobiliária, pressão sobre os recursos
naturais e perda de identidade cultural.
Nesse contexto, surge o desafio de transformar esse desenvolvimento turístico desigual em algo
benéfico para toda a comunidade local, ao mesmo tempo em que se alinha aos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU.

Atividade
Supondo que você seja o gestor do Conselho Municipal de Turismo do município de Creta, quais
medidas específicas você sugeriria para serem implementadas visando promover um turismo
inclusivo e sustentável nessa região? Essas ações devem atender às necessidades da comunidade
local, ao mesmo tempo em que estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) da ONU, contribuindo tanto em nível local quanto global.

Everest, turismo sustentável: os impactos ambientais da globalização. (9:31´) Link:


https://youtu.be/RnYSlwy8Csw

Vila Kalango: personagem marcante de Jeri. (14:30´). Link: https://youtu.be/3JrrdAmUvqs

Referências
ANSARAH, Marília Gomes dos Reis. Turismo: segmentação de mercado turístico: estudos, produtos
e perspectivas. São Paulo: Manole, 2009.
BETTINE, M. Análise da influência do turismo frente ao lazer. São Paulo: Universidade de São
Paulo, 2018.
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Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa): https://www.braztoa.com.br/
Ministério do Turismo: https://www.gov.br/turismo/pt-br
Observatório do Turismo de Minas Gerais: http://www.observatorioturismo.mg.gov.br
Observatório do Turismo de Salvador:
http://observatorioturismo.salvador.ba.gov.br/images/boletins/Boletim_OBS_Turismo_202109.pdf
Secretaria de Turismo do Estado do Rio de Janeiro: https://setur.rj.gov.br/
Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult): https://www.secult.mg.gov.br/
São Paulo Convention & Visitors Bureau (CVBSP): https://www.visitesaopaulo.com/
São Paulo Turismo (SPTuris): https://spturis.com/

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