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POLÍTICAS PÚBLICAS FEDERAIS DE TURISMO RURAL E O TURISMO

RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR (TRAF)

Lucas A. Bonetti
lucas_a_bonetti@hotmail.com

Luciano Z. P. Candiotto

Resumo
Políticas públicas são um conjunto de ações do estado, destinadas ao atendimento das
necessidades da sociedade, com o propósito do bem comum. O turismo é uma atividade
socioeconômica que gera a produção de bens e serviços para a sociedade, considerando quem
recebe (oferta) e quem visita (demanda), mas também responsável por transformações espaciais
significativas. O turismo rural pode ser entendido como um conjunto de atividades turísticas
realizadas no ambiente rural, que pode gerar renda aos seus moradores e contribuir com a
preservação do lugar e suas culturas, porém essas consequências não estão garantidas com o
simples desenvolvimento do turismo rural. Este artigo consiste em um estudo referente às
políticas públicas de turismo rural no Brasil, considerando a organização institucional existente,
bem como as diretrizes, planos e programas de apoio ao desenvolvimento do turismo rural, com
destaque para o turismo rural na agricultura familiar.

Palavras-chave: Turismo rural. Políticas públicas. Governo federal.

Introdução

A partir da década de 1990, muito se tem falado sobre o potencial da atividade turística
em promover o desenvolvimento econômico do Brasil, de seus estados e municípios. As
estatísticas promissoras vêm inspirando o governo federal e os governos estaduais a
investir em ações voltadas para o setor.
O turismo é visto hoje como uma das atividades econômicas que mais cresce no mundo,
sendo também um fenômeno social, que leva a transformações socioespaciais. O
potencial, a geração de emprego e renda, a quantidade de recursos trazidos pelos
viajantes para um determinado lugar e o número cada vez maior de pessoas que viajam
são apenas alguns indicadores que demonstram a força do setor. No entanto, o que vem
chamando mais a atenção da comunidade acadêmica e dos formuladores de políticas
públicas dedicados à estruturação do setor é o enorme impacto exercido pelo turista na
vida das pessoas e nos locais em que elas vivem, seja no plano dos chamados impactos
positivos (geração de emprego e renda, fortalecimento do setor de comércio e serviços,

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novos investimentos em infra-estrutura, equipamentos e atrativos turísticos), mas também
no plano dos impactos negativos (segregação socioespacial, aumento no preço da terra e
de e mercadorias nos lugares que recebem turistas, subordinação das populações locais às
empresas do setor, impactos ambientais, entre outros).
O tema políticas públicas de turismo pode ser definido como um conjunto de intenções,
diretrizes, normas e estratégias estabelecidas no âmbito do poder público, com o
propósito de alcançar e dar continuidade ao desenvolvimento da atividade turística em
um determinado território. No entanto, não é apenas o Estado o responsável pelo
direcionamento das políticas públicas. O setor empresarial e, em menor proporção a
sociedade civil, têm uma importante influência nos rumos das políticas públicas.
As políticas públicas de turismo, especificamente as de turismo rural ocupam um espaço
pequeno no que se refere à gestão pública em suas diferentes escalas, porém o interesse
pelo desenvolvimento do turismo rural vem aumentando no Brasil e no mundo, haja vista
que o setor consiste em uma das mais importantes áreas do setor econômico, gerando não
apenas renda, como também o intercâmbio de pessoas e de culturas. No entanto, a
materialização de roteiros e atrativos turísticos no espaço rural também conduzem a
transformações sociespaciais, que vêm sendo alvo de pesquisas realizadas por geógrafos
e outros profissionais.
Considerando a importância das políticas públicas para alavancar o desenvolvimento dos
diversos setores econômicos e sociais de um país, nos propusemos a realizar uma
pesquisa sobre as políticas públicas federais a respeito do turismo rural.
O procedimento metodológico para a organização do artigo foi composto pelo
levantamento, leitura e análise de artigos e documentos oficiais do governo federal,
sobretudo do Ministério do Turismo e do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Procuramos aqui, apresentar a trajetória das políticas públicas de turismo rural,
considerando a evolução dos principais programas para o desenvolvimento do turismo
rural no Brasil, com ênfase no Turismo Rural na Agricultura Familiar.
Concomitantemente, estabelecemos comentários sobre essas políticas públicas e
procuramos problematizar algumas questões.

Políticas públicas de turismo rural no Brasil

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No Brasil, o turismo no espaço rural é o conceito que engloba diversas modalidades de
turismo desenvolvidas no campo, como o turismo de interior, o agroturismo, o turismo
alternativo, turismo endógeno, turismo verde, ecoturismo, turismo de rotas agrícolas,
roteiros ou circuitos no meio rural, entre outros. Desta forma, pode ser entendido
“Turismo no Espaço Rural”, como toda maneira turística de se visitar e conhecer o
ambiente rural, independente do lugar visitado e das atividades desenvolvidas.
Para Candiotto (2007), o turismo rural seria uma modalidade do turismo no espaço rural,
que é algo mais amplo. O turismo rural teria como principal característica, o contato com
valores, atividades e características do modo de vida rural. Esse aspecto não está
necessariamente implícito em outras atividades de turismo no espaço rural. Assim, um
clube de lazer, uma unidade de conservação ou um parque aquático que estiverem no
espaço rural, fazem parte do turismo no espaço rural, mas não do turismo rural. Já uma
chácara, hotel-fazenda ou outra propriedade rural aberta à visitação, caracterizaria o
turismo rural.
O Brasil é um dos países com o maior potencial turístico do mundo, apesar deste ser
pouco explorado. O território nacional tem mais de 8 milhões de quilômetros quadrados,
fazendo divisa com 10 países e possuindo grande riqueza natural, representada por
imensa costa marítima, rios, lagos, montanhas, fauna e flora que indicam a vocação para
o turismo, em todas as suas formas (EMBRATUR, 1994).
Para facilitar a caracterização do turismo rural é fundamental considerar os seguintes
aspectos: o processo histórico de ocupação, a estrutura fundiária, as características da
paisagem regional, as características da demanda, os tipos de empreendimentos, as
atividades econômicas da atualidade e a estrutura agrária. O turismo rural está
correlacionado às atividades agrárias do passado e do presente (RODRIGUES, 2001) e é
uma atividade em que o homem urbano procura para buscar resgatar suas origens
culturais, o contato com a natureza e a valorização da cultura local (MOLETTA;
OIDANISH, 1999).
Foi diante de uma frágil economia que surgiu o turismo rural, tendo como objetivo
aumentar a renda dos agricultores e também de gerar empregos, fazendo com que haja a
diminuição do êxodo rural, havendo assim, o desenvolvimento local ou até mesmo
regional com a atividade turística (Tulik, 2003). Contudo, questionamos se as
experiências de turismo rural realmente vêm promovendo essas melhorias para os

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agricultores, ou se vêm beneficiando sobretudo empreendedores que passam a investir no
rural e empresas do trade turístico.
Muitos argumentam que com o turismo rural, o espaço rural, que era visto apenas como
um local para a produção de alimentos e para a criação de animais e, onde a renda dos
habitantes provinha apenas da agricultura, passou a ser visto de modo diferente, como um
ambiente turístico, o qual poderia complementar a renda dessas famílias. Esse argumento
é muito utilizado não somente no Brasil, mas em vários países, e permeia toda uma
discussão sobre as “novas” funcionalidades e à nova dinâmica do espaço rural.
Outros argumentos utilizados pelo governo e por diversos autores é que o turismo no
espaço rural promove a geração de empregos, fazendo com que jovens não precisem
migrar para centros urbanos; conserva o patrimônio cultural e natural; e ainda auxilia na
consciência associativista, onde os produtores aprendem a trabalhar em conjunto. Não
obstante, conforme já apontado por Candiotto (2007), é preciso analisar as diversas
experiências empíricas de turismo rural ou de turismo no espaço rural, para verificar sua
eficácia em relação aos benefícios apontados acima.
Em 1998 ocorreu a realização do I Congresso Internacional de Turismo Rural e
Desenvolvimento Sustentável (CITURDES), em Santa Maria – RS, considerado um
marco para uma organização efetiva do turismo rural no Brasil. Durante esse Congresso
foi elaborada a “Carta de Santa Maria”, a qual sugeria que as instituições governamentais
estabelecessem, em parceria com a iniciativa privada, políticas e diretrizes voltadas para
o segmento do turismo rural. Pouco depois, foram realizadas as primeiras Oficinas de
Planejamento do Turismo Rural, as quais envolveram a EMBRATUR e o Ministério da
Agricultura. Como resultado destas discussões, foi apresentado o conceito de turismo
rural como “o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural
comprometido com a produção agropecuária, agregando valor à produtos e serviços,
resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade” (EMBRATUR,
1999).
Ao discorrer sobre a evolução do conceito e das políticas públicas relacionadas ao
turismo rural, Candiotto (2007a, 2010, 2011) procura problematizar esses elementos,
indicando que os conceitos tentam imprimir uma ideia de que a simples efetivação de
qualquer experiência de turismo rural já levaria ao atendimento dos objetivos
preconizados nos conceitos, ou seja, o governo entende que qualquer experiência de

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turismo rural levará ao comprometimento desejado no conceito, ou mesmo à
sustentabilidade.
É apenas em 2003, na gestão Lula, que Ministério do Turismo finalmente incorpora as
“Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural no Brasil” à Política Nacional de
Turismo (PNT). No entanto, em contraste com o Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), o fez de forma bem abrangente, sem declarar apoio a qualquer segmento
sócioprodutivo específico, de modo que as diretrizes podem abranger tanto agricultores
familiares, como médios e grandes produtores rurais, assim como qualquer outro
empreendedor que não tem nenhuma vivência na agricultura e mesmo no espaço rural.
Segundo o Ministério do Turismo, as Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo
Rural no Brasil foram elaboradas a partir de diversas oficinas realizadas entre 1998 e
2003. As duas Oficinas de Planejamento do Turismo Rural, realizadas em 1998, a
Oficina Nacional de Turismo Rural e as Oficinas Regionais de Turismo Rural, de 2001,
são os principais eventos que fundamentaram as discussões oficiais sobre o turismo rural
no Brasil, e foram promovidas pelo governo FHC. Desta forma, o governo Lula
reconhece uma continuidade nos debates e nas ações que vinham fazendo parte da agenda
do governo FHC.
Estas “Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural no Brasil”, que foram
inseridas no Plano Nacional de Turismo (PNT), objetivam que o produto turístico no
Brasil seja diversificado, além de interiorizar a atividade, valorizar as diferenças
regionais e aumentar os postos de trabalho e de renda no espaço rural.
Como medida de regulamentação, fomento e ordenação, as políticas públicas para o
turismo no espaço rural vêm ocupar um espaço, em que as ações se acham difusas ou
inexistentes. Segundo Mattei (2005) as ocupações criadas em razão do turismo, na
atualidade, são preenchidas por pessoas de fora da localidade rural onde ocorre o turismo.
Isto se dá, em parte, pela falta de políticas públicas que viabilizem a ocupação da mão-
de-obra local. A regulamentação existente em nível nacional implica na existência e
funcionamento de regularizações regionais que atendam, especificamente, às realidades
locais.
A presença de atividades não necessariamente vinculadas com a produção agropecuária
em si, abre oportunidade para que o meio rural ofereça à sociedade, outras funções além
da produção de alimentos. Neste contexto, a paisagem rural, a cultura local e as inter-
relações sociais que eram elementos até então tidos como secundários e sem importância
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em termos de desenvolvimento, começam a ser valorizados e entram definitivamente nas
discussões sobre as políticas públicas para as áreas rurais. Torna-se relevante, em
consideração da elaboração de políticas públicas para o turismo no espaço rural, a
participação da população local, anteriormente focada de modo superficial (Mattei,
2005).
Para um bom desenvolvimento do Turismo Rural no Brasil, foram identificadas no
decorrer de pesquisas, algumas diretrizes necessárias, como, infraestrutura, capacitação
profissional, ações articuladas desenvolvidas por agentes governamentais juntamente
com o setor privado e com as comunidades envolvidas, ordenamento, informação e
comunicação e incentivo. A partir destas diretrizes podemos citar alguns de seus
objetivos: ordenar o segmento Turismo Rural; promover e estimular a eficiente
informação/comunicação no setor; promover a articulação de ações institucionais e
intersetoriais; promover e viabilizar incentivos para o desenvolvimento da atividade;
incentivar e apoiar formas eficientes de promoção e comercialização; promover e
estimular a capacitação de recursos humanos; estimular o envolvimento das
comunidades locais; e, promover, incentivar e estimular a criação e a adequação de
infraestrutura para o setor.
Para Tulik (1997), se o turismo no meio rural for mal planejado e mal implementado
pode trazer mais malefícios que benefícios em decorrência dos impactos ambientais e
sociais negativos que podem ser gerados. O setor público deve então se precaver, por
meio de suas políticas, para não ser o responsável por problemas que poderão surgir em
médio e longo prazos.
No Programa de Turismo Rural Brasileiro, a Embratur destaca o intercâmbio entre o
homem, a cidade e o meio rural, enfatizando a consciência da necessidade de proteger o
meio rural e todo seu patrimônio cultural, traçando estratégias como: a) compatibilização
da conservação e do desenvolvimento dos recursos turísticos; b) a criação de oferta de
alojamento e recreação não concentrada e de pequena escala; c) o contato com a natureza;
d) um turismo organizado e administrado pela população rural.
O papel do Estado e de suas instituições torna-se relevante, pois os resultados serão muito
diferentes na medida em que apóiem uma ou outra modalidade de turismo. Obviamente
projetos em larga escala são mais fáceis de apoiar do que um grande número de pequenos
projetos, mas este não deve ser o único critério a considerar na elaboração de políticas

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públicas e de incentivos às atividades de turismo no meio rural. (GRAZIANO DA
SILVA, 1997).
Nas políticas públicas de turismo rural também é preciso considerar as potencialidades
induzidas, aquelas que não são aparentes, mas que poderiam ser exploradas se alguns
requisitos fossem atendidos. É o caso da organização dos produtores para oferecer
comidas típicas, objetos artesanais aos turistas e da implantação de atividades produtivas
não usuais, animais exóticos, hortas orgânicas, processamento caseiro de alimentos in
natura, para visitas dos turistas. Ou seja, a finalidade da atividade do turismo no espaço
rural é, em síntese, integrar a prática e a produção de turismo no conjunto dos espaços
físico, cultural e econômico, do meio rural, contribuindo para a humanização do viver
(SILVA e GROSSI, 1999).
Para um desenvolvimento sustentável do espaço rural, que abrange atividades agrícolas e
não agrícolas, é preciso se basear nas seguintes diretrizes gerais (CAPORAL;
COSTABEBER, 2002): a) dimensão ecológica; b) dimensão social; c) dimensão
econômica; d) dimensão cultural; e) dimensão política; e f) dimensão ética.
Apesar do turismo rural também incorporar o discurso da sustentabilidade, Candiotto
(2009) alerta para o uso exacerbado desse discurso em detrimento da efetivação de
práticas que estejam ao menos próximas da ideia de sustentabilidade. Apresentando toda
uma crítica ao conceito de desenvolvimento sustentável e de turismo sustentável, o autor
questiona que se beneficia com esse discurso e o que ele escamoteia em termos de
intencionalidades que não são explícitas.

Programa nacional de turismo rural na Agricultura familiar – pntraf

O turismo rural vem se tornando uma alternativa de renda da propriedade rural, onde os
serviços oferecidos por esta atividade podem ser amplos ou variados, como hospedagem,
alimentação, atividades recreativas e de lazer como, plantio e comercialização de
produtos artesanais e doces da região. Estes serviços juntamente com os atrativos
culturais e naturais podem se transformar em um excelente produto turístico, no qual as
atividades rurais variam de região para região, tendo cada uma o seu cenário, sua cultura
e sua própria história, fazendo com isso que cada uma tenha seu atrativo turístico próprio.
Um novo rural brasileiro está surgindo, o qual não é apenas caracterizado pela
pluriatividade do agricultor moderno (que além das atividades agrícolas também dedica-
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se a outras tarefas no meio rural), mas também pelas melhorias da infraestrutura de
acesso e transporte, comunicação, lazer, previdência social, educação, saneamento básico
e saúde. No entanto, com uma nova configuração do meio rural, as políticas públicas
antes destinadas a melhorar a qualidade de vida das populações, por meio de melhoria
dos transportes, comunicação, habitação e saúde, precisam ser revistas e orientadas de
acordo com as novas necessidades da população local. Segundo Graziano da Silva
(1997), a definição das políticas públicas para o ambiente rural deve compreender as
novas necessidades existentes atualmente, típicas de uma sociedade pós-industrial.
É a partir da Rede TRAF, (Turismo Rural na Agricultura Familiar) uma rede que
constitui em uma articulação nacional de instituições governamentais e não-
governamentais, técnicos e agricultores familiares organizados que atuam nas atividades
do turismo rural, que surge o conceito de Turismo Rural na Agricultura Familiar, adotado
pelo governo federal em 2004. Segundo o Plano Nacional de Turismo Rural na
Agricultura Familiar (PNTRAF, 2004), o TRAF busca fortalecer a agricultura familiar e
promover o desenvolvimento rural sustentável.
No entanto, conforme discutido por Candiotto (2007), existem diversas experiências sob
o rótulo do TRAF, que apresentam uma participação minoritária de agricultores
familiares, e que, por conceber o TRAF como mais uma modalidade de turismo, sem
levar em consideração as especificidades culturais e econômicas dos agricultores
familiares, acaba gerando os maiores benefícios para outros sujeitos sociais que não são
agricultores familiares, sobretudo para empresários do setor turístico que se apropriam do
espaço rural.
O Programa Nacional de Turismo Rural na Agricultura Familiar (PNTRAF) foi instituído
em 2004 e surgiu a partir de uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário,
criado em 2001, porém com forte participação do Ministério do Turismo. Segundo o
PNTRAF, seu objetivo é
Promover o desenvolvimento rural sustentável, mediante implantação e fortalecimento das
atividades turísticas pelos agricultores familiares, integrado aos arranjos produtivos locais, com
agregação de renda e geração de postos de trabalho no meio rural, com conseqüente melhoria das
condições de vida. (PROGRAMA NACIONAL DE TURISMO RURAL NA AGRICULTURA
FAMILIAR, 2004, p. 13)

O próprio conceito de Turismo Rural na Agricultura Familiar adotado pelo MDA foi
elaborado pela Rede TRAF, de modo que este é entendido como:
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(...) a atividade turística que ocorre na unidade de produção dos agricultores familiares que
mantêm as atividades econômicas típicas da agricultura familiar, dispostos a valorizar, respeitar e
compartilhar seu modo de vida, o patrimônio cultural e natural, ofertando produtos e serviços de
qualidade e proporcionando bem estar aos envolvidos. (PROGRAMA NACIONAL DE
TURISMO RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR, 2004, p. 8)1.

Portanto, o Turismo Rural na Agricultura Familiar “caracteriza-se pela utilização das


atividades produtivas da propriedade como atrativo turístico principal, sob a forma de
demonstrações, explicações e vivência das técnicas utilizadas, em que o turista também
pode interagir como parte do processo” (PNTRAF, 2004, p. 9). Os beneficiários do
Programa devem ser os assentados da reforma agrária, extrativistas comerciais,
ribeirinhos, indígenas, pescadores artesanais, povos da floresta, seringueiros, entre outros.
Porém, continuamos questionando quem são os reais beneficiários desse Programa e das
diversas experiências desenvolvidas sob o rótulo de Turismo Rural na Agricultura
Familiar. Cabe citar o alerta de Candiotto (2007), para a necessidade de um
aprofundamento acadêmico em termos de pesquisa, sobre as implicações socioespaciais
do turismo rural, sobretudo do TRAF. Assim, geógrafos e profissionais fundamentados
em uma perspectiva de análise crítica, são fundamentais para desvendar tais implicações.
Buscando, a partir do PNTRAF, o desenvolvimento sustentável no meio rural, o governo
federal definiu alguns princípios básicos para o programa, (PNTRAF, 2004, p. 12-13),
sendo:
- A prática do associativismo;
- A valorização e o resgate do patrimônio cultural (saberes e fazeres) e natural dos
agricultores familiares e suas organizações;
- A inclusão dos agricultores familiares e suas organizações, respeitando as relações de
gênero, geração, raça e etnia, como atores sociais;
- A gestão social da atividade, com prioridade para a interação dos agricultores familiares
e suas organizações;
- O estabelecimento das parcerias institucionais;
- A manutenção do caráter complementar dos produtos e serviços do Turismo Rural na
agricultura familiar em relação às demais atividades típicas da agricultura familiar;
- O comprometimento com a produção agropecuária de qualidade e com os processos
agroecológicos;
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- A compreensão da multifuncionalidade da agricultura familiar em todo o território
nacional, respeitando os valores e especificidades regionais;
- A descentralização do planejamento e gestão deste Programa.
Esses princípios se apresentam coerentes e importantes para garantir que os reais
beneficiários do TRAF sejam mesmo os agricultores familiares. Contudo, será que a
materialização do TRAF (através das experiências que vêm sendo desenvolvidas) está
conseguindo atender a esses princípios?
Segundo Mattei (2008) o turismo rural na agricultura familiar, demonstra que este é um
efeito da mercantilização do espaço agrário, por meio da exploração econômica dos
recursos naturais e culturais. No entanto, o autor propõe que novas pesquisas sejam feitas
no que concerne ao entendimento da relação entre turismo rural e agricultura familiar. Já
Schneider (2006) diz que um desafio que se apresenta no entendimento da relação entre
turismo e agricultura familiar no Brasil, está em ampliar os conhecimentos, diagnósticos
e publicações referentes ao tema, que ainda são insuficientes.
Para Campanhola; Graziano da Silva (2000) e Thonneau; Sabourin (2007) a tendência é o
aumento das famílias pluriativas e não-agrícolas, pois as ocupações agrícolas estão
diminuindo a cada ano, em função da mecanização da produção agrícola e do uso de
insumos. Nesse sentido, os referidos autores sugerem que as políticas públicas sejam
construídas de forma democrática e descentralizadas, com o planejamento e gestão dos
programas e projetos realizados no âmbito local. Os políticos, planejadores e gestores
devem efetivamente implantar políticas públicas baseadas nestes conceitos e
compreender que a intervenção no meio rural irá afetar as relações sociais e produtivas da
população local.
Vejamos as diretrizes formadas a partir de cada temática para o turismo rural na
agricultura familiar, segundo o PNTRAF (2004).
Formação e Capacitação continuada:
- Potencializar os valores e as capacidades da agricultura familiar visando à auto-estima
da família rural e à apropriação da geração de renda pelo aumento da qualidade dos
produtos e serviços do Turismo Rural na Agricultura Familiar.
Crédito para Infra-estrutura:
- Adequação e implantação de infra-estrutura básica e turística destinada à atividade de
Turismo Rural na Agricultura Familiar, de modo sustentável e integrado em relação às
diferenças sociais, culturais, ambientais e territoriais.
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Legislação:
- Consolidação de leis (identificar, estabelecer, adequar, criar) e regulamentos técnicos
que viabilizem o desenvolvimento das atividades de Turismo Rural na Agricultura
Familiar.
Mercado:
- Criação de ambiente favorável no mercado e no contexto institucional para a inserção
dos produtos e serviços da agricultura familiar no mercado turístico.
Gestão:
- Prática de um modelo de gestão que priorize a articulação, a participação e a
solidariedade no Turismo Rural na Agricultura Familiar.
Ao analisar as diretrizes acima, Candiotto (2007a) aponta que, apesar de apresentar uma
retórica de sustentabilidade e gestão participativa, elas demonstram uma preocupação do
governo e de seus técnicos em inserir os agricultores familiares envolvidos com o turismo
rural no mercado turístico – altamente competitivo – e em qualificar os produtos e
serviços do TRAF, através da capacitação e de normas.
O autor entende que é importante capacitar os agricultores para a recepção e atendimento
dos turistas, porém questiona o tipo de capacitação que é dado.
Sabendo que as instituições responsáveis por essa capacitação são provenientes do trade turístico
(órgãos públicos de turismo, empresas de consultoria, profissionais de turismo) e do setor
empresarial (SEBRAE, SENAR, SESC, SENAC), os valores transmitidos aos agricultores são
meramente mercantis e empresariais, pautados na expansão do turismo e na exaltação do
empreendedorismo e da necessidade de crescimento econômico para os agricultores. Assim, os
discursos de valorização sociocultural, melhoria da qualidade de vida e de
preservação/conservação ambiental são utilizados para justificar o turismo como atividade
sustentável, porém, são considerados pelo trade, aspectos secundários, pois o que interessa é o
lucro (CANDIOTTO, 2007a, p. 12).

Segundo Filho et al. (2006, p. 146)


(..) quando se trata de agricultura familiar, a rotulação de termos exógenos a realidade
deste público, como por exemplo o empreendedorismo, tem se mostrado excludente,
relegando as famílias rurais ao papel de meros espectadores das ações, ou beneficiários
ocasionais.
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Em relação às normas como o PNTRAF, Candiotto (2007a) acha importante criar leis e
regulamentos para balizar as ações em torno do turismo rural na agricultura familiar.
Contudo, ressalta que tais leis, geralmente levam a uma transformação do agricultor
familiar em empresário do turismo, e engessam a possibilidade de participação, de modo
que diversas exigências são impostas aos agricultores.

Como as leis são criadas sob forte influência do trade turístico, estas tendem a transmitir a lógica
economicista presente nas ações do trade. A busca por inserção nos mercados é o fio condutor
desse processo, e muitas vezes, predomina sobre importantes questões, como a qualidade de vida
das famílias rurais, a preservação ambiental e o próprio modo de vida do agricultor familiar (p.
13).

Existem algumas políticas públicas no âmbito federal no Brasil, destinadas ao incentivo


das atividades não agrícolas em associação com as atividades agrícolas no meio rural, que
podem ser desenvolvidas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, como:
Programa Territórios da Cidadania; Programa de Turismo Rural na Agricultura Familiar
e pelo Ministério do Turismo – MTUR, como: Plano Nacional de Turismo, Programa de
Regionalização do Turismo, Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural no
Brasil.
Segundo a Rede TRAF, existem alguns princípios de conduta para o Turismo Rural na
Agricultura Familiar, que são:
I. Ser um turismo ambientalmente correto e socialmente justo;
II. Oferecer produtos locais;
III. Valorizar e resgatar o artesanato regional, a cultura da família do campo e os eventos
típicos do meio rural;
IV. Incentivar a diversificação da produção e propiciar a comercialização direta pelo
agricultor;
V. Contribuir para a revitalização do território rural e para o resgate e manutenção da
auto-estima dos agricultores familiares;
VI. Ser complementar às demais atividades da unidade de produção familiar;
VII. Proporcionar a convivência entre os visitantes e a família rural;

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VIII. Estimular o desenvolvimento da agroecologia;
IX. Ser desenvolvido de forma associativa e organizada no território.

Todavia, conforme já salientado, é preciso verificar se e como cada experiência empírica


de desenvolvimento do Turismo Rural na Agricultura Familiar vem atingindo esses
princípios, para não cairmos em um discurso que se apresenta como belo e necessário,
porém que não possui fundamentação empírica.

Conclusões
As políticas públicas devem ser destinadas a melhorar a qualidade de vida da sociedade,
de modo que precisam ser revistas e orientadas de acordo com as novas necessidades das
populações. Nesse sentido, o turismo rural vem sendo apontado como uma promissora
alternativa de renda para proprietários de estabelecimentos rurais, familiares ou não. A
partir de nossas pesquisas, percebemos que essas politicas, tanto na esfera federal como
estadual existem, porém na maioria das vezes não são repassadas aos municípios ou
influenciam pouco as experiências de turismo de base local. Assim, geralmente os
agricultores não têm o conhecimento dos benefícios, créditos e outras formas de apoio
existentes para o desenvolvimento do turismo rural.
Um exemplo está em uma pesquisa realizada no município de Francisco Beltrão – PR,
onde ao entrevistar as instituições vinculadas ao turismo rural no município, como Banco
do Brasil, EMATER e SEBRAE, percebemos pouco interesse pela questão por parte das
próprias instituições, e constatamos que há uma párcua procura por parte dos agricultores.
Apenas a EMATER local apresentou informações mais detalhadas e se mostrou atuante
no apoio à organização individual e coletiva de agricultores dedicados a receber
visitantes.
Nessa pesquisa e em Candiotto (2007), percebemos que falta conhecimento sobre as
politicas publicas de turismo rural por parte de agricultores, bem como pelas próprias
instituições entrevistadas. Existem agricultores envolvidos com o turismo rural que não
têm conhecimento de linhas de financiamento e outras formas de apoio existentes. Por
outro lado, existem políticas públicas que são pensadas “de cima pra baixo” e que não
atingem os objetivos propagados, levando a uma distorção entre os objetivos das políticas
públicas no papel e sua execução.

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Apesar de importantes, as políticas públicas do turismo rural muitas vezes trazem
maiores benefícios aos agentes externos do turismo do que às próprias famílias rurais,
fazendo com que haja uma prática distinta do discurso padrão de que o turismo rural
objetiva beneficiar o agricultor familiar (CANDIOTTO, 2007). Talvez para um melhor
desenvolvimento do turismo rural, seja necessário que essas politicas públicas procurem
de fato focar seus objetivos e resultados nos agricultores, na população rural e não no
mercado, no lucro daqueles com um maior poder de investimento e com visão
empresarial mais aguçada.

Notas
_____________________________
1
Conceito elaborado durante a Oficina Regional de Turismo Rural na Agricultura Familiar, em Belo
Horizonte – MG (2003), pela Rede de Turismo Rural na Agricultura Familiar – Rede TRAF e adotado pelo
MDA.

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14
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