O documento discute os benefícios do turismo rural para a renda dos produtores e a importância de se promover essa atividade. Ele descreve exemplos de como o turismo gera receita extra para pequenos produtores na Noruega, Holanda e região de Campinas através de refeições, passeios e venda de produtos. Defende que o turismo rural pode desmistificar temas do agronegócio e agregar valor à atividade no campo.
O documento discute os benefícios do turismo rural para a renda dos produtores e a importância de se promover essa atividade. Ele descreve exemplos de como o turismo gera receita extra para pequenos produtores na Noruega, Holanda e região de Campinas através de refeições, passeios e venda de produtos. Defende que o turismo rural pode desmistificar temas do agronegócio e agregar valor à atividade no campo.
O documento discute os benefícios do turismo rural para a renda dos produtores e a importância de se promover essa atividade. Ele descreve exemplos de como o turismo gera receita extra para pequenos produtores na Noruega, Holanda e região de Campinas através de refeições, passeios e venda de produtos. Defende que o turismo rural pode desmistificar temas do agronegócio e agregar valor à atividade no campo.
Volto ao tema que não tem merecido a necessária atenção: o turismo
rural. Há muitos anos, quando presidia a Organização Internacional de Cooperativas Agrícolas da ACI, participei de uma reunião em Oslo, Noruega. Houve uma visita de campo a algumas propriedades rurais. Em muitas delas, independente do tamanho (em geral pequenas) o turismo fazia parte da atividade dos proprietários. Enquanto almoçávamos em uma delas, chegou um grupo de turistas procurando por comida, e foram recebidos com farta refeição. Depois seguiram para um rio que banhava a propriedade para fazer canoagem. Os donos da fazendinha contaram que aquilo acontecia quase todos os dias durante o verão, e eles tinham uma cozinha preparada para servir refeições rapidamente, além de uma pequena estrutura de embarque no rio procurado. No inverno, o turismo era para esquiar. E ainda tinha a temporada de caça ao alce, permitida legalmente, que trazia muitos ganhos ao fazendeiro, seja na alimentação dos caçadores, seja como guia, seja como orientador até de ação em sustentabilidade. O fato é que a renda do turismo ajudava muito. E os riscos, muito menores. Mais tarde, já como presidente da ACI, visitei uma grande cooperativa de produtos lácteos na Holanda, uma organização primorosa, focada, altamente profissional, que apenas transformava o leite em queijos dos mais diversos tipos. Esta cooperativa tinha uma área de turismo. Visitantes iam conhecer o processo industrial e terminavam o programa brincando com cabritinhos recém-nascidos, tirando leite das cabras, fazendo degustação de queijos e por fim compravam queijos, tábuas, facas especiais, e etc, de forma que boa parte do faturamento líquido da cooperativa era devido ao turismo. Em Barcelona e mais recentemente em Mendoza-Argentina, visitei vários vinhedos e produtores de vinho com programação da maior qualidade, o que já está acontecendo na serra gaúcha com resultados super positivos. Há poucos meses visitei uma área rural na região de Campinas e Indaiatuba em que pequenos produtores recebem em suas propriedades excursões de estudantes e grupos da chamada melhor idade. Fazem palestras sobre a atividade rural, fornecem refeições em barracões construídos para esse fim – comida realmente da roça, feijão com toucinho, ovo caipira, galinha d’angola, mandioca frita, farofa, verdura colhida na hora, com grande sucesso. E ainda levam os visitantes às plantações de frutas onde colhem e comem no pé mesmo goiabas e mangas. Uma beleza. Mas falta muito ainda. É possível desenvolver uma grande atividade no Turismo Rural. A Secretaria da Agricultura de São Paulo tem até uma Câmara Setorial para este tema, e existe uma excelente Associação Nacional de Turismo Rural, além de outras locais e estaduais.
GLOBO RURAL – MAR/2015 – TURISMO RURAL: RENDA E PROPAGANDA
Entre 2003 e 2008, 31 milhões de brasileiros chegaram à classe C e passaram a se beneficiar do turismo, sempre de caráter mais urbano, seja na praia, seja na montanha. Mas há um gigantesco universo a ser explorado pelo turismo rural, inclusive de caráter educacional, para mostrar as tecnologias sustentáveis usadas em nosso agro e a contribuição que o setor oferece ao progresso do país. Temas como o uso da água, de defensivos agrícolas, de fertilizantes, dos produtos geneticamente modificados são do maior interesse da sociedade urbana e é fundamental desmistificar as falácias e os mistérios criados em torno deles. O turismo rural valoriza a atividade no campo e agrega renda ao produtor rural. E renda com prazer, o que é ainda melhor.
* Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, Embaixador Especial da
FAO para as Cooperativas e Presidente da Academia Nacional de Agricultura (SNA)
GLOBO RURAL – MAR/2015 – TURISMO RURAL: RENDA E PROPAGANDA