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CURITIBA
2016
LUANA MESTIERI CUNHA CORTEZ
CURITIBA
2016
Dedico de este trabalho a minha família amada.
Especialmente para o meu Edu e nossos lindos
filhos Valentina e Romeo, que todos os dias me
ensinam muito mais que qualquer livro poderia
ensinar!!!!
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido Eduardo pelo apoio e pelo incentivo em cada etapa, e pelas
palavras de encorajamento nas horas certas.
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o
mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.
Madre Teresa de Calcuta
LISTA DE SIGLAS
v
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 30
vi
RESUMO
vii
ABSTRACT
The aim of the study was to analyze the agritourism in the small property and what
obstacles and benefits for the development of the activity. For this, we used
documentary research in books, articles, reports and websites that deal with the
subject. The main benefits found were the conservation and restoration of natural
resources and cultural heritage, the creation of new job opportunities in rural areas
and reducing the rural exodus. Among the difficulties it highlights the low qualification
involved, precarious infrastructure in rural areas and the lack of research in the area
to assess and subsidize actions in the regions and properties.
Through this study, it was noticed that the agritourism has an important role to
conserve, maintain and enhance the historical, cultural and natural heritage of the
region which is being explored, and it provides several benefits to the local
population, such as infrastructure improvements, services and create market for
agricultural products.
viii
1
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 O AGRONEGÓCIO
1
Disponível em: http://www.agricultura.gov.br
5
produtor e financiador, como por meio de uma instituição financeira. O produtor (ou
associação de produtores, cooperativas e empresas agropecuárias) emite a cédula
com registro em cartório e o financiador (ou credor) fica com esse título, que pode
ser liquidado após a safra em dinheiro ou em produto. Como exemplo, podemos
citar a Cédula de Produto Rural (CPR), o Certificado de Direitos Creditórios do
Agronegócio (CDCA), o Certificado de Depósito Agropecuário/Warrant Agropecuário
(CDA/WA), o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e a Letra de Crédito
do Agronegócio (LCA). Onde o financiador pode ser tanto uma empresa como
pessoa física.
3.2 TURISMO
atual queda nas viagens internacionais devido a alta do dólar e a redução das
viagens para alguns países da Europa devido a crises locais.
Contudo, há perspectivas promissoras de crescimento da atividade,
sobretudo por ser uma atividade que beneficia o local em que é desenvolvido de
forma ampla, e beneficia a população que participa direta ou indiretamente da
atividade.
2
BARRETO, Margarita. Manual de iniciação ao Estudo do Turismo. 2.ed. Campinas:Papirus, 2000.
12
3
NOVAES, Carla A. 2004. Turismo rural e agroturismo diferenciado de turismo em espaço rural:
uma proposta. In: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE TURISMO RURAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL,
4, 2004, Joinville. Anais... Joinville: IELUSC, (CD ROM).
16
Ainda segundo Beni (2002), para que uma atividade seja caracterizada
como agroturismo, a produção agropastoril da localidade deve ser a maior fonte de
renda para os proprietários, sendo que a renda advinda do turismo constitua-se
apenas uma complementação, bem como as próprias atividades agropastoris são o
principal diferencial turístico.
Segundo Bricalli (2005), o agroturismo é uma atividade que está
intrinsicamente interligado as atividades agropecuárias da propriedade, e geralmente
aqueles que ofertam esta modalidade costuma ser propriedades pequenas e de
estrutura familiar. Neste conceito fica clara a ideia de que a renda proveniente do
turismo é apenas uma renda complementar a atividade agropecuária desenvolvida
na pequena propriedade.
O elemento definidor do agroturismo é a existência de uma atividade
agropecuária, no entanto é a participação direta ou indireta nas atividades que
verdadeiramente a diferencia do turismo rural, assim há uma ênfase na participação
das famílias agrícolas, uma vez que as mesmas são as receptoras.
No que tange aos agricultores familiares, o agroturismo é que melhor se
encaixa na realidade dos mesmos, pois de maneira geral já possuem os produtos e
as atividades em suas propriedades, que são o principal atrativo da atividade.
Tessari (2001)4 citado por Candioto (2010) elenca os seguinte objetivos
do agroturismo:
a) promover a melhoria da vida da população rural, complementando a renda;
b) reduzir o fluxo e os efeitos de êxodo rural;
c) valorizar o potencial agrícola e turístico do campo;
d) reforçar a filosofia de um turismo que promova a conservação ambiental e a
cultura regional.
Os objetivos apontados pelo mesmo autor demonstram que o agroturismo
deve ter como maior beneficiária a população rural, sobretudo os agricultores. Assim
como, os projetos e políticas públicas do agroturismo devem ter como foco a
melhoria na qualidade de vida do agricultor, e não somente o atendimento aos
anseios e ao imaginário dos turistas, que são fortemente influenciados pela mídia.
Em um estudo realizado pelo CEPA (Centro de Socioeconomia e
Planejamento Agrícola), órgão de Santa Catariana responsável pelo levantamento
4
TESSARI, R. O que é agroturismo? 2001. In: PORTUGUEZ, A. P. (Org.). Consumo e espaço:
turismo, lazer e outros temas. São Paulo: Roca.
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4. MATERIAL E MÉTODOS
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Benefício Características
Incremento nos negócios locais pela venda de produtos
regionais, alimentícios ou de artes, refletindo no aumento e/ou
Diversificação da economia
complementação da renda dos agricultores.
regional, pelo estabelecimento
Propriedades que antes focavam apenas em produção de
de micro e pequenos negócios.
alimentos, passam a oferecer uma maior gama de produtos e
serviços diversos.
Ao desenvolver o agroturismo na pequena propriedade, eleva-se
Geração de novas as oportunidades de trabalho e renda não apenas para os
oportunidades de trabalho e proprietários, mas para a região de maneira geral que passa a
renda. trabalhar diretamente com a atividade turística, recepcionado os
turistas.
Grande parte da mão de obra empregada, sobretudo aquela que
atua diretamente junto o turista, são mulheres. Com isso
aumenta-se a autoestima feminina e o fortalecimento e
Incorporação da mulher ao
emponderamento das atividades desenvolvidas.
trabalho remunerado.
Nos ambientes rurais, geralmente a maior parte das tarefas são
masculinas, e a administração de negócios e decisões para as
mulheres é uma verdadeira quebra de paradigmas.
Os produtos advindos das produções da pequena propriedade,
ao serem destinados ao turista, “incorporando” a ideia de
produtos do campo. Agregando significado a um pote de geleia,
Agregação de valor ao produto
por exemplo, o mesmo eleva seu valor de venda e interesse ao
primário.
turista. O agroturismo promove a criação de um mercado para
os produtos tradicionais das propriedades, sejam alimentícios ou
artesanato.
Há um aumento de perspectiva de trabalho para a população e
um aumento na perspectiva de manter os filhos trabalhando na
Diminuição do êxodo rural. propriedade, reduzindo assim o êxodo rural. Onde os jovens que
estão cursando nível superior, passam a enxergar novas
possibilidades de futuro nas propriedades.
Através do efeito multiplicador desencadeado pela atividade,
Melhoria da infra-estrutura de
uma vez que os gastos dos turistas propagam-se pela economia
transporte, comunicação e
local, gerando outras despesas de como pagamentos de
saneamento no meio rural.
insumos, impostos, matérias primas.
24
5
SANTOS, E. O.; SOUZA, M. Teoria e Prática no Espaço Rural. Editora Manole, São Paulo, 2010.
26
Obstáculo Característica
Infraestrutura nas cidades foco de agroturismo são
Precariedade de infraestrutura no
precárias até mesmo para os moradores locais, o que
meio rural.
mostra-se como um grande obstáculo para a implantação
da atividade.
Baixa qualificação dos envolvidos na Baixa qualificação profissional de maneira geral e baixo
atividade. profissionalismo no setor de turismo.
Falta de preparo de agências e O agroturismo por não ser o foco comercial de agencias
operadoras para lidar com o do ramo, prejudica-se pelo despreparo dos envolvidos,
segmento. que não oferecem e vendem adequadamente o produto.
Falta de legislações e regulamentação Por tratar-se de uma atividade relativamente nova, ainda
específicas. não há legislações específicas bem como
regulamentações para a atividade.
Destacando-se a falta de continuidade de políticas
Falta de visão dos gestores públicos
públicas, sobretudo devido às mudanças de gestão que
quanto aos benefícios do turismo nas
ocorrem constantemente, e a lentidão na autorização e
regiões rurais
liberação de projetos.
Ainda hoje há dificuldade de aceitação e apoio dos
Dificuldade de apoio dos empresários empresários locais, que não consideram o agroturismo
locais. uma atividade economicamente viável e interessante para
a localidade onde vivem.
Ausência de pesquisas na área, que Dificuldade de pesquisa e avaliações com diagnósticos
avaliem e subsidiem ações nas sólidos que subsididiem as decisões referente a ações
regiões e nas propriedades com nas localidades com potencial.
embasamento e critérios.
QUADRO 2. Obstáculos para a implantação do agroturismo.
Fonte: Adaptado de Correa (2006).
Dificuldade Característica
Os pequenos produtores conhecem apenas as atividades
Deficiência de capacitação para
inerentes ao seu trabalho diário, e não possuem o
desenvolver atividades não-agrícolas.
conhecimento necessário para implantar o turismo em
suas propriedades.
Difícil predisposição para agregar um A cultura e tradição agrícola é enraizada nos pequenos
negócio não agrícola dentro da produtores, que os mesmo têm grande receio e muitas
propriedade, devido à tradição vezes resistência para implantar novas atividades em
agrícola. suas propriedades que não sejam agrícolas.
A renda dos pequenos produtos é quase totalmente ligada
às atividades agrícolas, e o retorno e lucro sob suas
Baixa capacidade econômica para
atividades não é alto, assim os mesmos não possuem
assumir riscos.
capacidade para assumir riscos de investir em novas
atividades.
As exigências para contratação e empréstimos e acesso a
Dificuldade de acesso à programas do programas de subsídios do governo, são altamente
Governo devido à falta de garantias burocráticos e exigentes quanto a documentação a ser
para o setor financeiro. apresentada e garantias a serem oferecidas, o que
dificulta a participação de grande parte dos pequenos
produtores.
Ainda hoje há certa resistência e baixa participação em
associativismos e cooperativismos, o que enfraquece o
Pouca tradição no associativismo e
movimento. Pois para os pequenos produtores é
cooperativismo.
fundamental para o sucesso do empreendimento,
sobretudo no marketing e comercialização.
A dificuldade de acesso à informação referente ao
Dificuldade de acesso à informação
turismo, bem como a falta de preparo e capacitação dos
mercadológica dos produtos turísticos.
envolvidos, mostra-se um grande obstáculo para o
desenvolvimento da atividade.
Grande parte dos pequenos produtores que oferecem o
Baixo intercâmbio com agencias
agroturismo em suas propriedades, não se utilizam de
operadoras.
agencias e operadores para divulgarem e venderem seus
produtos, o que limita a exposição aos potenciais clientes.
QUADRO 3. Principais dificuldades que o pequeno produtor rural tem para a
implantação do agroturismo.
Fonte: Adaptado de Candioto (2011).
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Além disso, é preciso ter em mente que o segmento também pode trazer
aspectos negativos, que precisam ser analisados e discutidos para serem evitados
ou mesmo contornados.
O aumento da população sazonal em áreas turísticas, em cidades sem
infraestrutura adequada pode prejudicar e comprometer ainda mais a pouca
estrutura disponível; o aumento de pessoas com acesso a áreas antes preservadas
sem controle certamente é um ponto negativo que pode afetar significativamente o
ambiente, e até mesmo descaracterizá-lo completamente; e o manejo inadequado
dos recursos disponíveis a fim de atender os turistas pode comprometer a produção
dos pequenos produtores.
Para que a atividade possa de desenvolver de forma sustentável e que possa
verdadeiramente beneficiar não apenas o produtor isoladamente, mas a sociedade
como um todo, é necessária a da capacitação dos envolvidos e o envolvimento da
comunidade, com foco sobretudo no cooperativismo e no associativismo, como uma
maneira de melhorar a captação de recursos, baratear os custos, e promover a
comercialização e produtos e de serviços.
Um dos aspectos importantes que devem ser considerados para beneficiar a
atividade, são as manifestações de associativismo e de cooperativismo. De acordo
com o MAPA consideramos o cooperativismo um movimento, filosofia de vida e
modelo socioeconômico capaz de unir desenvolvimento econômico e bem-estar
social. Seus referenciais fundamentais são: participação democrática, solidariedade,
independência e autonomia. É o sistema fundamentado na reunião de pessoas e
não no capital; e o associativismo é uma tendência ou movimento dos trabalhadores
de se congregarem em associações representativas (órgãos de classe, sindicatos
etc.), para a defesa de seus interesses.
Em ambos casos são uma associação autônoma de pessoas que se unem
voluntariamente para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e
culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e
democraticamente gerida. Baseiam-se em valores de ajuda mú-
tua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade, visando
sempre o bem comum dos integrantes e da comunidade onde convivem.
De maneira geral o associativismo e cooperativismo tem papel muito
importante no desenvolvimento do agroturismo nas localidades, pois contribui para
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERENCIAS CONSULTADAS
BENI, M.C. Análise Estrutural do Turismo. 4º edição. São Paulo. Editora Sabrae,
1998.
BRICALLI, Luiz Carlos. Estudo das tipologias do Turismo Rural – Alfredo Chaves
(ES). Santa Maria: Ed. Facos. 2005.
SILVA, M. F.; ALMEIDA, J. A. Turismo rural: família patrimônio e trabalho. In: RIEDL.
M. ALMEIDA, A; VIANA, A. L. B. (Orgs.). Turismo rural: Tendências e
Sustentabilidade. Santa Cruz do Sul, RS: EDUNISC. 2002
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VERBOLE, A. 2002. A busca pelo imaginário rural. In: RIEDL, Mario; ALMEIDA,
Joaquim A.; VIANA, Andyara L. B. (Org.). Turismo rural: tendências e
sustentabilidade. Santa Cruz do Sul: EDUNISC.