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Apresentação em tema: "Turismo ecológico no município de

Miguel Pereira"— Transcrição da apresentação:


1 Turismo ecológico no município de Miguel Pereira
IF 128 Pratica IIMaria RochaMariana OliveiraNorma MacielPriscilla Motta

2 APA GuanduPossui hectares, abrangindo partes dos municípios de Engenheiro Paulo


de Frontin, Itaguaí, Japeri, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Paracambi, Piraí, Queimados, Rio
Claro, Seropédica e Vassouras;Foi criada com o objetivo de garantir a qualidade e
quantidade da água da Bacia do rio Guandu, protegendo os remanescentes florestais,
margens fluviais, nascentes e encostas, nos trechos montanhosos e de baixadas, de modo
a manter importantes fontes de abastecimento de água potável para a região
metropolitana do Rio de Janeiro;

3 APA GuanduPara uso público, a região possui as potencialidades de realização de


turismo rural, um projeto de construção do Parque Fluvial do Guandu, que prevê atividades
de pesca esportiva e esportes náuticos sem uso de motor à combustão, além da
implantação de corredores ecológicos, conservação e recuperação de Áreas de
Preservação Permanente (APP) e implantação de sistemas agroflorestais e orgânicos;

4 Localização de Miguel Pereira na APA Guandu

5 Miguel Pereira Foi província de Vassouras no período do ciclo do café;


Foi emancipada a 52 anos, sendo considerada uma cidade relativamente nova;Uma
população de habitantes; Tem parte da cidade margeada pelo Rio Santana, que faz parte
de um sistema hídrico do rio Guandu que alimenta a baixada fluminense e boa parte
do Rio de Janeiro com água potável;

6 Miguel PereiraEstá em área de Mata Atlântica, tendo uma vasta fauna e flora; Suas
colinas suaves e suas montanhas azuladas abrigam cachoeiras admiráveis e rios de curso
sereno, com água cristalina e uma natureza exuberante;Uma cidade serrana por
excelência, é considerado um dos melhores climas do mundo por ter sua temperatura
média anual constante e chuvas bem distribuídas ao longo do ano.

7 PropostaImplantar um parque de arvorismo em fazenda da época do café, desativada e


sem produtividade;Adaptar a infraestrutura da fazenda a outras atividades;Incentivar o
turismo ecológico da região;

8 ArvorismoO arvorismo é uma recente prática esportiva de aventura. Consiste na


travessia de um percurso suspenso entre plataformas montadas na copas das árvores.
Esse percurso é preparado de maneira estratégica, utilizando cabos de aço e cordas, com
o objetivo maior de aumentar o desafio e a adrenalina dos aventureiros. Podem ser
necessárias tirolesas ou outras formas de superar os obstáculos que podem ser naturais
ou não.

9 Porquê investir em um circuito de Arvorismo?


Porque pode ser adaptado aos recursos naturais ou artificiais, tem forma sustentável de
renda, é ecologicamente e socialmente corretos, proporcionando um retorno de visibilidade
e financeiro interessantes para os que optam por oferecer esta opção de lazer em seus
negócios, sejam clubes, sítios, fazendas...etc;Não é necessário ser atleta para praticar o
arvorismo, mesmo porque o percurso é acompanhado por monitores;
10 Existem três modalidades de arvorismo:
Arvorismo Técnico – é o estilo utilizado normalmente por pesquisadores, com o objetivo de
transpor as copas das árvores. Os pesquisadores normalmente têm seus próprios
equipamentos.

11 O Arvorismo Acrobático – foi criado a partir do arvorismo técnico, com o objetivo da


diversão, do desafio. Com esse objetivo, é aumentado o grau de dificuldade dos
obstáculos durante o percurso. São necessários equilíbrio, coordenação e ousadia.

12 Arvorismo Contemplativo – diferente das outras modalidades, no arvorismo


contemplativo não há a necessidade dos equipamentos de segurança. O percurso é
preparado com proteções laterais, plataformas mais amplas, e passarelas firmes entre as
árvores, diminuindo muito a dificuldade e os desafios. O objetivo único é a contemplação
da natureza. É ideal para todas as idades.

13 Em nossa proposta seriam colocadas as 3 modalidades de arvorismo para


atingir todos os públicos.
E no percurso seria colocado placas de identificação e características de espécies
florestais e de animais silvestres ocorrentes no local, para aumentar o entendimento dos
visitantes.

14 Outras atividadesSeria também aproveitado a infra-estrutura da fazenda ( sede) para


instalação de um restaurante de comida típica;Uma loja de produtos da região como mel,
cachaça , doces e etc, sendo feita parcerias com os produtores locais.( já que a região tem
uma forte produção de orgânicos);Uma loja com souveniers, para lembranças do lugar;

15 Atividades externasNa parte externa da fazenda seria alocado um espaço para o lazer,
picnics, etc , os chamados “ BIERGARTEN” ou “ Parques Giros” para atrair não só turistas,
como a população local.Um espaço para redes “ REDÁRIO”, para momentos de
relaxamento.Destacando que a entrada na fazenda será gratuita e que as atividades nela
instaladas que serão cobradas.

16 Croqui da área Parceria


Seriam feitas parcerias com a prefeitura de Miguel Pereira, com a rede hoteleira local e do
entorno, com produtores rurais e agências de viagens

17 Qual benefício ambiental ?


Conscientização da população e dos turistas, da importância da preservação e
conservação ambiental, através da educação ambiental e vivência das atividades do local.
(a própria contemplação da natureza local).

18 Resultados esperados:
Tornar o município referência de atividades turísticas ecologicamente corretas;Trazer
empresas para o local, afim de investir no projeto;Aumentar a arrecadação do município,
através dos lucros obtidos com o projeto;Gerar empregos para a população;Reverter o
quadro de inutilização das antigas fazendas de café;

19 Quais os prejuízos para APA Guandu?


Advindo de fazendas improdutivas e desativadas, os prejuízos seriam mínimos para APA
Guandu;Podendo ser afetada pelo aumento do fluxo de pessoas no local, causando uma
perturbação da fauna;Porém o projeto visa o menor impacto ambiental possível;

20 Referências: http://lagoaaventuras.com.br/atividades/arvorismo-alto/
A evolução histórica de Miguel Pereira acha-se ligada à de Vassouras e de Paty do Alferes, e à expansão
da cultura cafeeira no vale fluminense do rio Paraíba do Sul.
A ocupação da área de Miguel Pereira teve origem nas primeiras explorações que visavam transpor a
Serra do Mar, depois com a abertura feita por Garcia Rodrigues Paes do Caminho Novo do Tinguá, entre
o Rio de Janeiro e as Minas Gerais.
Os tropeiros que subiam o rio das Mortes em direção a Sacra Família do Tinguá (atualmente distrito do
município de Engenheiro Paulo de Fontrin), fixaram ponto de passagem em pequena várzea. Inicialmente
o local ficou conhecido como Barreiros ou Tejuco pois aí se atolavam as tropas de burros que percorriam
o Caminho Novo. Depois passou a se chamar Estiva, nome de uma trama de bambu que os tropeiros
usavam para colocar no caminhos dos burros para assim vencer a lama em sua jornada.
Algumas pequenas lavouras surgiram na região durante o século XVIII. Estas produziam açúcar ou, mais
frequentemente, gêneros alimentícios para consumo no Rio de Janeiro. Em 1770 foi fundada a fazenda
da Piedade de Vera Cruz que se tornaria importante como produtora de café na região. As terras do atual
município de Miguel Pereira eram então subordinadas administrativa e religiosamente à freguesia de
Nossa Senhora da Conceição do Alferes, atual Paty do Alferes.
As lavouras de café expandiram-se no inicio do século XIX, constituindo-se em fator de progresso e
acentuada dinamização da economia local. Esse surto de desenvolvimento motivou que a freguesia fosse
elevada ao posto de vila de Nossa Senhora da Paty do Alferes em 1820. Entretanto, logo depois, em
1837, a sede da vila foi transferida para a localidade de vila de Vassouras, voltando Paty do Alferes à
condição de freguesia. Em 1857, vila de Vassouras foi transformada em cidade e sede do município que
administrava as terras atuais de Miguel Pereira.
O desenvolvimento da região foi apenas nas fazendas de café, com praticamente nenhum
desenvolvimento urbano. Somente a partir da construção da capela do Santo Antônio em 1898, é que os
colonos de Estiva passam a erguer suas casas humildes e a formar um comércio incipiente em um núcleo
urbano, incentivando, dessa maneira, a chegada de novos moradores para o lugar.
Apesar de sofrer declínio econômico devido o esgotamento das terras com a exploração inadequada das
plantações de café, o desenvolvimento urbano é impulsionado no início do século XX, quando foi aberto
ramal auxiliar da estrada de ferro Leopoldina que, partindo de Japeri, na baixada Fluminense, atingia o rio
Paraíba do Sul na cidade de Paraíba do Sul. O eixo ferroviário estimulou o nascimento de povoações que,
em sua maioria, abrigavam os próprios trabalhadores da ferrovia. Este é o caso de Governador Portela,
onde parte das áreas urbanas eram de propriedade da Rede Ferroviária Federal - RFFSA, construindo
toda uma vila residencial destinada aos ferroviários. Esta característica é responsável pelo
desenvolvimento da sede distrital que ocorreria antes de Estiva, atual Miguel Pereira.
A urbanização das áreas adjacentes à estação de Estiva teria lugar a partir da década de 1930, quando
as qualidades do clima da região foram propagadas pelo médico e professor Miguel Pereira, que mais
tarde daria seu nome à cidade.
Desde então, a ocupação urbana teria como vetor principal o turismo de veraneio, que atraía e ainda atrai
a população da região metropolitana do Rio de Janeiro. O acesso original pela ferrovia seria substituído
na década de 50 por uma rodovia, cuja pavimentação posterior representou grande estímulo ao
desenvolvimento urbano e turístico da área.
Segundo a divisão administrativa de 1943, o município de Vassouras era formado por onze distritos,
dentre os quais os de Miguel Pereira, Governador Portela e Conrado. Em 1955, os dois primeiros distritos
foram desmembrados de Vassouras, a fim de formar o município de Miguel Pereira, que assim conquistou
a emancipação, por força da Lei nº 2.626, de 25 de outubro daquele ano, e foi instalado em 26 de julho de
1956. Em 1988, Conrado também foi anexado a Miguel Pereira.
Em seu território, no interior da Reserva Biológica do Tinguá, se encontram completamente abandonadas
as ruínas de pedra da igreja de Santana das Palmeiras, construída por Francisco Peixoto de Lacerda
Werneck, segundo barão do Paty do Alferes. Esse núcleo urbano, antes florescente, foi abandonado no
início do século XX.

História

MIGUEL PEREIRA – PRIMÓRDIOS

Localizado no flanco mais interno da Serra do Tinguá, Miguel Pereira ainda é um


município bastante jovem (tem apenas 52 anos de emancipação político-
administrativa), porém desfruta de um prestígio invulgar no Estado do Rio. De fato,
a antiga Estiva não usufruiu das benesses sócio-econômicas proporcionadas pela
Época cafeeira que enriqueceu os vales dos rios Paraíba do Sul e Santana, fazendo
de suas belezas naturais e de seu clima privilegiado o mote de um apreciável
crescimento social e urbano no decurso das primeiras décadas do século XX. Em
finais do século anterior, entretanto, o advento da estrada de ferro pelas
montanhas já carreara enorme carga de progresso tanto para Miguel Pereira quanto
para Governador Portela (hoje seu 2º Distrito), possibilitando assim a chegada de
imigrantes de múltiplos matizes e comerciantes das mais variadas tendências
mercantis, cujas atividades determinaram, em pouco tempo, um significativo
fomento arquitetônico e demográfico para a área assentada entre as colinas da
Serra do Couto.
Por conseguinte, as atividades turísticas, a ampla divulgação levada a efeito no Rio
de Janeiro pelo Professor Miguel Pereira, as excelências do clima, a fertilidade do
solo, as riquezas trazidas pela ferrovia nos primórdios do século XX e,
principalmente, a instalação de diversas colônias de férias e alentados cassinos
pelos vários hotéis da cidade constituíram fatores de extrema relevância para a
prosperidade de toda a área serrana, levando Miguel Pereira e Governador Portela a
um estágio econômico e a um crescimento urbano de tal ordem que sua
emancipação, em 1955, veio se impor de forma quase natural de tão necessária.
Por outro lado, a desativação da ferrovia, em meados dos anos setenta, provocou
não apenas consideráveis prejuízos financeiros em toda nossa região como, em
especial, imensos problemas sociais no município, mas baseado na fibra que tanto
caracteriza o homem da roça e da serra, o povo miguelense voltou-se para
atividades comerciais e turísticas mais específicas e diferenciadas, tentando, pela
força do trabalho e pelo típico otimismo do brasileiro, manter bem vivo este
cantinho luminoso e pacífico onde viver ainda é um processo extremamente
agradável...

PERÍODOS HISTÓRICOS

DESBRAVAMENTO DA SERRA DO TINGUÁ: De 1700 até cerca de 1810, cobrindo a


abertura de caminhos pioneiros pela Serra e pelo Vale do Paraíba. O período
abrange ainda o aparecimento da Fazenda Pau Grande (em 1709), a implantação
da Sesmaria do Capitão Marcos da Costa Fonseca Castelo Branco (em 1712), o
nascimento da Vila de Paty do Alferes (em 1739) e o início da construção da
Fazenda de Nossa Senhora da Piedade de Vera Cruz (em 1770) e sua conclusão em
1780, sob o comando da família Werneck.

CICLO DO CAFÉ: De 1770 a 1890. Apogeu da produção do café nas grandes


propriedades de Valença e Rio das Flores, além dos cafezais nas fazendas do
Secretário (Vassouras), Piedade, Manga Larga, Monte Líbano, Monte Alegre e
Palmeiras (na área de Paty do Alferes e em parte da região do atual município de
Miguel Pereira), as cinco últimas pertencentes a Francisco Peixoto de Lacerda
Werneck, o 2º Barão de Paty do Alferes. Tal período caracterizou-se também por
uma intensa produtividade pecuária e agrícola (tais como a criação de aves,
bovinos e suínos e o cultivo de milho, trigo, mamona, feijão) graças ao expressivo
trabalho escravo nas grandes fazendas serranas. Fase de crescimento da Vila de
Paty do Alferes, nascimento da Freguesia de Sacra Família do Caminho Novo do
Tinguá e ainda da Vila de Vassouras, esta logo constituída em Município em 1833.
Tal ciclo assistiu também à derrocada da cafeicultura no vale do Paraíba em
conseqüência tanto da Abolição da Escravatura quanto do irremediável e
progressivo esgotamento do solo.

NASCIMENTO DO POVOADO DE BARREIROS: De 1880 a 1912. Crescimento do


povoado de Barreiros – origem de Miguel Pereira – localizado a meio caminho entre
as vilas de Vassouras e Paty do Alferes. Construção da primeira capela católica do
povoado, levantada em homenagem a Santo Antônio da Estiva pelo comerciante
Antônio da Silva Machado, consagrada em 13 de junho de 1897, data esta
considerada oficialmente como o dia do nascimento da cidade de Miguel Pereira.
Esse período caracterizou-se ainda pela construção da Estrada de Ferro da Linha
Auxiliar a partir de Belém (hoje Japeri), implantada entre 1882 e 1898.

PERÍODO FERROVIÁRIO: Depois de 29 de março de 1898, data de inauguração das


estações da Linha Auxiliar na área serrana, trecho ferroviário que conectava Japeri
diretamente à cidade de Três Rios. Início das viagens regulares de trens de
passageiros e de cargas por toda a região serrana. Grande desenvolvimento
urbano, demográfico e arquitetônico da Estiva (nome que já substituía o topônimo
Barreiros) e Governador Portela, localidade esta sediando as oficinas de
manutenção da ferrovia.

VILA DA ESTIVA: De 1900 a 1920. Época caracterizada, em especial, pelas obras


de ampliação da Igreja de Santo Antônio, financiadas por ricas famílias do lugar
(como os Machado Bitencourt e os Botelho Peralta), e também pela ligação
ferroviária entre Governador Portela e Vassouras através de um segundo ramal da
Linha Auxiliar (inaugurado em 1914). Incremento do comércio geral na região.
Nessa época aportou na Estiva, no ano de 1915, o médico e professor Miguel da
Silva Pereira, que se hospedou pela primeira vez na Fazenda do Barão de Javary
(Jorge João Dodsworth), bem junto ao lago do lugar.

PERÍODO DO DR. MIGUEL PEREIRA: Compreende os anos de 1915 a 1918. Intensa


divulgação da Vila da Estiva no Rio de Janeiro pelo Dr. Miguel Pereira. Chegada de
inúmeros imigrantes alemães, árabes, portugueses, japoneses e italianos à região
serrana. Grande multiplicação de estabelecimentos comerciais, entre os quais
armarinhos, empórios variados e açougues. Morte do professor Miguel Pereira em
23 de dezembro de 1918.

CONSTRUÇÃO DA CIDADE: De 1920 a 1950. Caracterizado principalmente pela


troca do nome Estiva para Miguel Pereira. Chegada de novas levas de imigrantes,
entre eles as importantes famílias Ahouage, Dau, Farah, Levy, Barile, Januzzi,
Perriconi, Badolati, Deister, Wängler e outras. Incremento considerável do comércio
e da hotelaria, este último ramo fazendo nascer na região os hotéis Mano, Lido,
Guaporé, Suíça, Javary, Roma, Summerville e dos Turistas, entre outros, alguns
deles abrigando alentados e concorridos cassinos. Aparecimento da luz elétrica na
região no ano de 1927, fornecida pela pioneira empresa Companhia Força e Luz
Vera Cruz fundada por Ângelo Lagrotta e Edmundo Peralta Bernardes. Surto de
peste bubônica na Vila (em 1938) e grande enchente de toda região serrana em
1945.
EMANCIPAÇÃO: De 1951 a 1955. Amplos movimentos políticos em Miguel Pereira e
em Governador Portela voltados para a liberação das atividades político-
administrativas então centralizadas em Vassouras, até então município-mãe de
Miguel Pereira, comandados em especial por alguns notáveis lideres locais, entre
eles Frederico Augusto da Senna Wängler (que seria o primeiro Prefeito do
Município), Gastão Gomes Leite de Carvalho, Darcy Jacob de Mattos, Oswaldo
Duarte dos Santos, Francisco Ramos Bernardes, Francisco Marinho Andreiolo, Dr.
Carlos Leite, Joaquim Pereira Soares, Antônio da Silva Valente, Aristolina Queiroz
de Almeida e seu pai Arthur Monteiro Queiroz, Manoel Guilherme Barbosa, Álvaro
Caria, Antônio Valente, José Antônio da Silva e outros mais.

PERÍODO DE AUTONOMIA: Desde a emancipação (25 de outubro de 1955) até os


dias atuais.
Município de Miguel Pereira, RJ
Linha Auxiliar - km 116,214
RJ-0290
(1928)
Altitude: 611 m Inauguração: 28.03.1898
Uso atual: em reforma
com trilhos
(2015)
Data de construção do prédio atual: n/d

HISTORICO DA LINHA: A chamada Linha Auxiliar foi construída pela E. F.


Melhoramentos a partir de 1892 e em 1898 foi entregue o trecho entre Mangueira
(onde essa linha e a do Centro se separam) e Entre Rios (Três Rios). O traçado da
serra, construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por Paulo
de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E. F. Melhoramentos foi
incorporada à E. F. Central do Brasil e passou a se chamar Linha Auxiliar. Ferrovias
foram incorporadas a ela, assim como ramais construídos, dando origem à Rede de
Viação Fluminense, que tinha como tronco a Linha Auxiliar, sendo tudo gerido pela
Central. Na mesma época, o ramal de Porto Novo, que saía de Entre Rios, teve a
sua bitola estreitada para métrica e tornou-se a continuação da Linha Auxiliar até
Porto Novo, onde se entroncava com a Leopoldina. No final dos anos 1950, este
antigo ramal foi incorporado à E. F. Leopoldina e a Linha Auxiliar passou a terminar
de novo em Três Rios, onde havia baldeação. A linha, entre o início e a estação de
Japeri, onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se
em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma, a linha se
confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba do Sul e Três Rios,
onde, devido à diferença de bitolas entre as duas redes, existe bitola mista. Nos
anos 60, toda a linha passou para a Leopoldina. A linha da Auxiliar teve o traçado
alterado nos anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira
Japeri-Arará, entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para trens
metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e Três Rios, entretanto,
a linha está abandonada já desde 1996.

A ESTAÇÃO: A estação de Estiva foi aberta em 1898 pela


Melhoramentos. O nome de Miguel Pereira, dado pouco tempo
mais tarde, homenageava o Dr. Miguel Pereira, médico e professor
da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, falecido nesta
localidade.

"Lembro-me quando era pequeno e morávamos em Miguel


Pereira. Meu pai sempre que vinha ao Rio me trazia e na maioria
das vezes na volta íamos de TUE até Japeri pra fazermos a
baldeação para o trem da estreita que ia até Três Rios ou Paraíba
do Sul (agora não me lembro). Até que um dia descobrimos que
que saía um trem direto de Barão de Mauá a Três Rios ou mais
para frente" (Zaidan, Rio de Janeiro, 04/2004).

A estação, que servia de museu ferroviário, pertencia a um


supermercado em 2005, segundo informações de Zaidan. "A
estação de Miguel Pereira é mais um capítulo da longa história de
destruição do patrimônio histórico brasileiro. Pelas ruas da
agradável cidade, vê-se ainda longos trechos da linha que ia até
Três Rios, ainda com trilhos. O que me dói é saber que as placas
que ainda existem de passagem de nível e de cruzamento de via
férrea não tem qualquer utilidade, porque alí não passam e
provavelmente jamais passarão trens novamente. Aqueles trilhos
são como cadáveres insepultos, sem ninguém para velar por eles,
deixados lá para apodrecer, às vistas de todos. Pelo que pude
apurar, no final dos anos 1990, com a malfadada privatização a
estação, desprezada pela Prefeitura local, foi posta à venda e
comprada por uma rede de supermercados, cuja primeira
providência foi demolir as oficinas ferroviárias que havia ali. A
Prefeitura então resolveu embargar a obra e comprar o terreno de
volta, prometendo ocupar o imenso espaço vazio com algo que
possa favorecer a comunidade. As oficinas agora só existem na
memória dos moradores e nas fotos do museu ferroviário de
Portela. Nossa história, mais uma vez, foi esquartejada e jogada
na jaula das leis de mercado" (Carlos Latuff, julho de 2007).

"Jogaram o prédio da oficina no chão, falaram que iam construir


um supermercado, e, na realidade sobrou um imenso vazio. A
velha estação ainda está de pé, mas até quando? Um pequeno
prédio anexo está em reforma e vai se transformar em posto
policial. A plataforma junto à rua, virou parada de ônibus" (Jorge
A. Ferreira, 02/2009). Em 2015, estava em reforma.

ACIMA: Chegada do corpo do Dr. Miguel Pereira na estação de Estiva (A Careta,


28/12/1918). ABAIXO: Acidente em dezembro de 1954 na linha Auxiliar na região de
Miguel Pereira (Acervo Última Hora, Arquivo do Estado de São Paulo).
ACIMA: A estação em reforma em julho de 2015. ABAIXO: ACIMA: Parece que o trem
voltou, mas é somente um trem turístico que roda em finais de semana em 2016. Pelo
menos ajuda a manter a linha limpa na cidade. É uma iniciativa particular (Fotos Jorge
Alves Ferreira).

(Fontes: Jorge A. Ferreira; Carlos Latuff; Wanderley Duck; Zaidan; Última Hora, 1954; A
Careta, 1918; Arquivo do Estado de São Paulo; Max Vasconcellos, 1928; Mapa - acervo
GOVERNADOR PORTELLA
Município de Miguel Pereira, RJ
Linha Auxiliar - km 111,730 (1928) RJ-1303
Altitude: 634 m Inauguração: 28.03.1898
Uso atual: museu (2008) com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d

HISTORICO DA LINHA: A chamada Linha Auxiliar foi construída pela E. F. Melhoramentos a partir de
1892 e em 1898 foi entregue o trecho entre Mangueira (onde essa linha e a do Centro se separam) e
Entre Rios (Três Rios). O traçado da serra, construído em livre aderência e com poucos túneis, foi
projetado por Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E. F. Melhoramentos foi
incorporada à E. F. Central do Brasil e passou a se chamar Linha Auxiliar. Ferrovias foram incorporadas a
ela, assim como ramais construídos, dando origem à Rede de Viação Fluminense, que tinha como tronco
a Linha Auxiliar, sendo tudo gerido pela Central. Na mesma época, o ramal de Porto Novo, que saía de
Entre Rios, teve a sua bitola estreitada para métrica e tornou-se a continuação da Linha Auxiliar até
Porto Novo, onde se entroncava com a Leopoldina. No final dos anos 1950, este antigo ramal foi
incorporado à E. F. Leopoldina e a Linha Auxiliar passou a terminar de novo em Três Rios, onde havia
baldeação. A linha, entre o início e a estação de Japeri, onde se encontra com a Linha do Centro pela
primeira vez, transformou-se em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma, a
linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba do Sul e Três Rios, onde, devido à
diferença de bitolas entre as duas redes, existe bitola mista. Nos anos 60, toda a linha passou para a
Leopoldina. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos anos 1970 quando boa parte dela foi usada
para a linha cargueira Japeri-Arará, entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para trens
metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e Três Rios, entretanto, a linha está
abandonada já desde 1996.

A ESTAÇÃO: A estação de Governador Portela foi inaugurada em 1898.

"Pára o trem em várias estações, Paes Leme, Sertão, Bonfim, Vera Cruz e Conrado
Niemeyer, até alcançar risonho centro de população, com aspectos de progresso,
Portella. Em Portella o viajante escolhe. Segue para Entre Rios, na composição
vinda de Belém, ou toma novo comboio, de máquina a gasolina, rumo de
Vassouras" (Revista Eu Sei Tudo, 02/1930).

Era, portanto, nesta estação que saía a linha para o ramal de Jacutinga, que
passava por Vassouras e chegava a Santa Rita do Jacutinga, já em Minas Gerais,
onde se encontrava com a Rede Mineira de Viação, linha da Barra.

Em 1970, o ramal foi suprimido.

As instalações das oficinas de Governador Portela foram demolidas no começo de


2002, num trecho da antiga Auxiliar já abandonado desde 1996.

Segundo se informa, em 2008 o prédio da antiga estação servia hoje de museu,


com o acervo tendo vindo da estação de MiguelPereira, esta transformada em
supermercado.

"Em Governador Portela existia a maior oficina mecânica de reparos, manutenção e


pesquisa da Rede Ferroviária. Nessas regiões, a ferrovia era fundamental ao
comércio e pequenas indústrias locais. Com uma forte tradição ferroviária, formou-
se a FALA - Associação de Funcionários da Linha Auxiliar. O presidente dessa
Associação, Sr. Fernando Duarte, aponta sobre as comunicações inter regionais
realizadas pela linha férrea: 'daqui nós pegávamos o trem e íamos para qualquer
cidade da baixada fluminense, onde não só os nossos filhos iam estudar como os
deles iam estudar no CFP. Naquela época, anos 1960, o fluxo, via trem, entre as
cidades da baixada fluminense mais cidade do Rio de Janeiro com as regiões
serranas, não era restrito apenas ao verão, era durante todo o ano. Hoje é que é
um fenômeno apenas veranista. Em Governador Portela, havia, ainda vários
depósitos. Três deles armazenavam cimento, cal, açúcar e cerveja. Nos outros,
legumes verduras e frutas.

Sobre esse comércio, foi entrevistado por Assunção o Sr. Alvino Baldez, agente de
estação no distrito de Conrado, em Miguel Pereira: durante muitos anos a minha
função foi fiscalizar os carregamentos vindos da cidade do Rio de Janeiro e baixada
fluminense para a nossa região. A minha função requeria muita atenção. Eu
examinava vagão por vagão, conferia a mercadoria e depois autorizava o
prosseguimento da viagem. E uma coisa que ainda está viva em minha memória, é
a capacidade dos vagões, naquela época, anos 1960. Cada vagão tinha uma
capacidade de carregar 30 toneladas. E um caminhão carregava 3 toneladas. Sendo
assim, se um trem subia a serra com 20 vagões dando um total de 600 toneladas,
para nós transportarmos a mesma quantidade por caminhão, seria necessário uma
caravana de 200 caminhões'" (Fim de linha - A extinção de ramais na Leopoldina,
1955-1974, Dilma Andrade de Paula, 2000).

AO LADO: Desastre com mortes


em Governador Portela em 1939
(O Estado de S. Paulo, 4/1/1939).

AO LADO: Desabamento causa


outro acidente na linha em 1939
(O Estado de S. Paulo, 13/1/1939).
ACIMA: Mapa (parcial) do município de Miguel Pereira nos anos 1950. Notar o entroncamento em Governador
Portela. Desta estação, sai para oeste o ramal de Jacutinga, seguindo para Vassouras (IBGE: Enciclopédia dos
Municípios Brasileiros, vol. VII, 1958). ABAIXO: Estação de Governador Portela, 1914: dia da inauguração do
ramal de Santa Rita do Jacutinga (Illustração Brasileira, 1/6/1914).
À ESQUERDA: Ontem
e hoje: a estação em
funcionamento e hos
últimos anos sem
movimento algum.
Notar a caixa d'água,
colocada ali nos anos
1980 para um trem
turístico ("Trem Azul")
que funcionou nessa
época (Fotos
Alexandre Resende e
Jorge Alves Ferreira).

ACIMA: Depósito de
locomotivas no pátio de Governador Portela, em 1930. Hoje já foi demolido. (Acervo Manoel Monachesi, foto de
9/1/1930). ABAIXO: No pátio de Governador Portela, carros e máquina a vapor da Leopoldina, em janeiro de
1972 - nessa época, já era a Leopoldina quem usava essa linha. A locomotiva já devia estar "encostada" ou
servindo apenas como manobreira (Acervo Marcelo Lordeiro).

"Fiquei muito feliz em poder ver as fotos da


estação de Governador Portela, pois foi lá
que meu bisavô trabalhou e contraiu
tuberculose, vindo a falecer logo depois. Só AO LADO: Escrito por Marco Aurelio,
ouvia minha avó contar sobre a estação e 24/6/2010.
ficava imaginando como seria naquele
tempo. Vai aqui o meu agradecimento por
você ter me permitido viajar até os anos
1930, mesmo que por breve momento, pois
matei uma curiosidade de infância. Meu
bisavô era agente noturno, ficava na estação
durante toda a madrugada e isso fez com
que contraísse a doença fatal. Minha avó,
que hoje está com 89 anos, ainda tem
lembranças daquele tempo e como sou um
viajante da imaginação, sempre imaginei
como seria a estação tão falada por ela".
(Fontes: Hugo Caramuru; Marco Aurelio; Alexandre Rezende; Manoel Monachesi; Jorge Alves Ferreira;
Illustração Brasileira, 1914; O Estado de S. Paulo, 1939; A Careta, 1909; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de
Communicação, 1928; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; Dilma Andrade de Paula: Fim de
linha - A extinção de ramais na Leopoldina, 1955-74, 2000; Eu Sei Tudo, 1930; Mapa - acervo R. M.
Giesbrecht).

A estação em 1909. Foto


A estação em 1986. Foto A estação de Governador
A Careta, 18/12/1909
Hugo Caramuru Portella, em 04/2001.
Foto Jorge Alves Ferreira

A estação de Governador A estação de Governador A estação em


Portella, em 04/2001. Portella, em 04/2001. 22/04/2006. Foto Jorge A.
Foto Jorge Alves Ferreira Foto Jorge Alves Ferreira Ferreira

A estação em 2008. Foto


Jorge A. Ferreira

GOVERNADOR PORTELLA
Município de Miguel Pereira, RJ

Linha Auxiliar - km 111,730 (1928) RJ-1303

Altitude: 634 m Inauguração: 28.03.1898

Uso atual: museu (2008) com trilhos

Data de construção do prédio atual: n/d

HISTORICO DA LINHA: A chamada Linha Auxiliar foi construída pela E. F. Melhoramentos


a partir de 1892 e em 1898 foi entregue o trecho entre Mangueira (onde essa linha e a do
Centro se separam) e Entre Rios (Três Rios). O traçado da serra, construído em livre
aderência e com poucos túneis, foi projetado por Paulo de Frontin, um dos incorporadores
da estrada. Em 1903, a E. F. Melhoramentos foi incorporada à E. F. Central do Brasil e
passou a se chamar Linha Auxiliar. Ferrovias foram incorporadas a ela, assim como
ramais construídos, dando origem à Rede de Viação Fluminense, que tinha como tronco a
Linha Auxiliar, sendo tudo gerido pela Central. Na mesma época, o ramal de Porto Novo,
que saía de Entre Rios, teve a sua bitola estreitada para métrica e tornou-se a continuação
da Linha Auxiliar até Porto Novo, onde se entroncava com a Leopoldina. No final dos anos
1950, este antigo ramal foi incorporado à E. F. Leopoldina e a Linha Auxiliar passou a
terminar de novo em Três Rios, onde havia baldeação. A linha, entre o início e a estação
de Japeri, onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se em
linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma, a linha se confunde
com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba do Sul e Três Rios, onde, devido à
diferença de bitolas entre as duas redes, existe bitola mista. Nos anos 60, toda a linha
passou para a Leopoldina. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos anos 1970
quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará, entre Costa Barros e
Japeri, ativa até hoje, bem como para trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros.
Entre Japeri e Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde 1996.

A ESTAÇÃO: A estação de Governador Portela foi inaugurada em 1898.

"Pára o trem em várias estações, Paes Leme, Sertão, Bonfim, Vera Cruz e Conrado
Niemeyer, até alcançar risonho centro de população, com aspectos de progresso, Portella.
Em Portella o viajante escolhe. Segue para Entre Rios, na composição vinda de Belém, ou
toma novo comboio, de máquina a gasolina, rumo de Vassouras" (Revista Eu Sei Tudo,
02/1930).

Era, portanto, nesta estação que saía a linha para o ramal de Jacutinga, que passava por
Vassouras e chegava a Santa Rita do Jacutinga, já em Minas Gerais, onde se encontrava
com a Rede Mineira de Viação, linha da Barra.
Em 1970, o ramal foi suprimido.

As instalações das oficinas de Governador Portela foram demolidas no começo de 2002,


num trecho da antiga Auxiliar já abandonado desde 1996.

Segundo se informa, em 2008 o prédio da antiga estação servia hoje de museu, com o
acervo tendo vindo da estação de Miguel Pereira, esta transformada em supermercado.

"Em Governador Portela existia a maior oficina mecânica de reparos, manutenção e


pesquisa da Rede Ferroviária. Nessas regiões, a ferrovia era fundamental ao comércio e
pequenas indústrias locais. Com uma forte tradição ferroviária, formou-se a FALA -
Associação de Funcionários da Linha Auxiliar. O presidente dessa Associação, Sr.
Fernando Duarte, aponta sobre as comunicações inter regionais realizadas pela linha
férrea: 'daqui nós pegávamos o trem e íamos para qualquer cidade da baixada fluminense,
onde não só os nossos filhos iam estudar como os deles iam estudar no CFP. Naquela
época, anos 1960, o fluxo, via trem, entre as cidades da baixada fluminense mais cidade
do Rio de Janeiro com as regiões serranas, não era restrito apenas ao verão, era durante
todo o ano. Hoje é que é um fenômeno apenas veranista. Em Governador Portela, havia,
ainda vários depósitos. Três deles armazenavam cimento, cal, açúcar e cerveja. Nos
outros, legumes verduras e frutas.

Sobre esse comércio, foi entrevistado por Assunção o Sr. Alvino Baldez, agente de
estação no distrito de Conrado, em Miguel Pereira: durante muitos anos a minha função foi
fiscalizar os carregamentos vindos da cidade do Rio de Janeiro e baixada fluminense para
a nossa região. A minha função requeria muita atenção. Eu examinava vagão por vagão,
conferia a mercadoria e depois autorizava o prosseguimento da viagem. E uma coisa que
ainda está viva em minha memória, é a capacidade dos vagões, naquela época, anos
1960. Cada vagão tinha uma capacidade de carregar 30 toneladas. E um caminhão
carregava 3 toneladas. Sendo assim, se um trem subia a serra com 20 vagões dando um
total de 600 toneladas, para nós transportarmos a mesma quantidade por caminhão, seria
necessário uma caravana de 200 caminhões'" (Fim de linha - A extinção de ramais na
Leopoldina, 1955-1974, Dilma Andrade de Paula, 2000).

AO LADO: Desastre com mortes em Governador Portela em 1939 (O Estado de S. Paulo,


4/1/1939).

AO LADO: Desabamento causa outro acidente na linha em 1939 (O Estado de S. Paulo,


13/1/1939).

ACIMA: Mapa (parcial) do município de Miguel Pereira nos anos 1950. Notar o
entroncamento em Governador Portela. Desta estação, sai para oeste o ramal de
Jacutinga, seguindo para Vassouras (IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol.
VII, 1958). ABAIXO: Estação de Governador Portela, 1914: dia da inauguração do ramal
de Santa Rita do Jacutinga (Illustração Brasileira, 1/6/1914).

À ESQUERDA: Ontem e hoje: a estação em funcionamento e hos últimos anos sem


movimento algum. Notar a caixa d'água, colocada ali nos anos 1980 para um trem turístico
("Trem Azul") que funcionou nessa época (Fotos Alexandre Resende e Jorge Alves
Ferreira).

ACIMA: Depósito de locomotivas no pátio de Governador Portela, em 1930. Hoje já foi


demolido. (Acervo Manoel Monachesi, foto de 9/1/1930). ABAIXO: No pátio de Governador
Portela, carros e máquina a vapor da Leopoldina, em janeiro de 1972 - nessa época, já era
a Leopoldina quem usava essa linha. A locomotiva já devia estar "encostada" ou servindo
apenas como manobreira (Acervo Marcelo Lordeiro).

"Fiquei muito feliz em poder ver as fotos da estação de Governador Portela, pois foi lá que
meu bisavô trabalhou e contraiu tuberculose, vindo a falecer logo depois. Só ouvia minha
avó contar sobre a estação e ficava imaginando como seria naquele tempo. Vai aqui o
meu agradecimento por você ter me permitido viajar até os anos 1930, mesmo que por
breve momento, pois matei uma curiosidade de infância. Meu bisavô era agente noturno,
ficava na estação durante toda a madrugada e isso fez com que contraísse a doença fatal.
Minha avó, que hoje está com 89 anos, ainda tem lembranças daquele tempo e como sou
um viajante da imaginação, sempre imaginei como seria a estação tão falada por ela".

AO LADO: Escrito por Marco Aurelio, 24/6/2010.

(Fontes: Hugo Caramuru; Marco Aurelio; Alexandre Rezende; Manoel Monachesi; Jorge
Alves Ferreira; Illustração Brasileira, 1914; O Estado de S. Paulo, 1939; A Careta, 1909;
Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação, 1928; IBGE: Enciclopédia dos
Municípios Brasileiros, 1958; Dilma Andrade de Paula: Fim de linha - A extinção de ramais
na Leopoldina, 1955-74, 2000; Eu Sei Tudo, 1930; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht).

A estação em 1909. Foto A Careta, 18/12/1909

A estação em 1986. Foto Hugo Caramuru

A estação de Governador Portella, em 04/2001. Foto Jorge Alves Ferreira

A estação de Governador Portella, em 04/2001. Foto Jorge Alves Ferreira

A estação de Governador Portella, em 04/2001. Foto Jorge Alves Ferreira

A estação em 22/04/2006. Foto Jorge A. Ferreira


A estação em 2008. Foto Jorge A. Ferreira

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