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PARTE I- INTRODUÇÃO

A região Nordeste brasileira foi marcada pela imagem de seca e pobre, sendo
comum o sensacionalismo da mídia associando o fenômeno da “seca” à miséria do povo
nordestino. Mas como bem disse o poeta do Sertão Patativa do Assaré: o problema do
Nordeste não é a seca, mas a cerca que prende o conhecimento de chegar ao agricultor.
No passado, ocorria um verdadeiro aparato de politicas compensatórias e alienadoras, e
para inúmeros desvios provenientes de politicas como a de açudagem que vinham para
fortalecer a concentração da terra e da agua, pois o açude era construído na terra de um
fazendeiro, que ficava com a posse da terra e da agua. Para melhor a vida no Nordeste
vem sendo dada atenção especial a praticas sustentáveis adaptadas ao semiárido que
valorizem o manejo sustentável dos mananciais, a captação de aguas da chuva, seu
armazenamento, manutenção e gestão.
A região semiárida caracteriza-se pela limitada disponibilidade hídrica. Semiárido é
o ecossistema caracterizado, entre outros, pela má distribuição das chuvas no tempo e no
espaço levando a concentração do volume pluviométrico em determinados períodos do
ano. No Brasil, está presente em 10 estados, numa área de aproximadamente 970 mil km²,
na qual vivem 22 milhões de pessoas.
Um aspecto a ser considerado é que no pensamento das pessoas que vivem em
centros urbanos, há um distanciamento do semiárido a eles. Para muitos urbanos, há uma
ideia de q a seca somente atinge a aqueles que vivem nas áreas rurais, e não
compreendem de onde vem a agua que chega em suas torneiras.
Neste contexto o objetivo do nosso trabalho é Fortalecer e disseminar as
experiências potenciais de convivência com o semiárido que fomentam melhorias na
qualidade de vida das famílias do semiárido brasileiro.
Durante os seis meses de desenvolvimento da pesquisa, participamos de visitas
de campo, pesquisa bibliográfica, palestras, feiras, etc. A partir dos conhecimentos
adquiridos materializamos a aprendizagem em forma de banners, maquete e atividades
expositivas. Além do registros fotográficos memorizado no diário de bordo.
PARTE II
Com o avanço dos estudos científicos e tecnológicos associados a necessidade
dos agricultores dessa região, é possível ver uma melhoria na convivência com esses
períodos de grandes estiagens por parte de quem reside no Semiárido brasileiro. Essa
melhoria vem de um fator já conhecido: a luta e a resistência popular dos povos que
residem no semiárido e da sociedade civil organizada.
Nesse contexto, a Associação Semiárido (ASA) propôs alternativas de convivência
com a semiaridez voltadas para quatro águas: 1) Agua de beber; 2) Agua de produzir; 3)
Agua Comunitária; 4) Água de Emergência.
A agua de beber inclui as cisternas de placas de 16 mil litros nas casas familiares e
as cisternas de 51 mil litros, programa este que foi executado no nosso município, Limoeiro
do Norte, mas que não esta em funcionamento.
Agua de produzir – a partir de cisternas de enxurradas e cisternas calçadão, que
são cisternas de 51 mil litros que favorece o desenvolvimento de quintais produtivos,
hortas, jardins, e criação de pequenos animais; e os barreiros trincheiras, as barragens
subterrâneas, barraginhas, os terraços de contenção de sedimentos, além dos sistemas
agroflorestais.
Aqui na maquete estão representados os três tipos: cisternas de placas, cisternas
calçadão e cisternas de enxurrada. (mostrar na maquete). Esses modelos a equipe pode
conhecer nas comunidades de Canafístula do Bixopá e de Lages, em uma visita técnica
realizada. Além destas tecnologias conhecemos outras infraestruturas produtivas como o
barreiro trincheira, a criação de espécies animais adaptadas como a criação de cabras,
ovelhas, aves, abelhas, e etc. E para enriquecer a maquete a partir de pesquisas
realizadas acrescentamos na maquete a barragem subterrânea, os terraços de contenção
de sedimentos, a agrofloresta que são infraestruturas produtivas de convivência com o
semiárido.
Se perguntarem vcs falam que é de placa é de 16 mil litros pensada para suprir a
necessidade de uma família com 5 pessoas por um ano. As de enxurrada e a calçadão é
de 51 mil litros e é destinada a produção. A definição por um ou outro modelo depende das
características locais.
PARTE III
Água Comunitária que envolve as demandas coletivas, para atender as
necessidades de consumo dos agrupamentos familiares, como a viabilização de adutoras
tão comum os centros urbanos, a construção de pequenos e médios açudes, a construção
de tanques de pedra ou caldeirões.
Agua de emergência - Mesmo com a ampliação de tecnologias sociais de captação
e armazenamento de água de chuva e subsolo para maioria das famílias, é preciso
considerar que o Semiárido tem características bem singulares e os períodos de chuva
podem variar bastante. Assim a politica de escavação de poços profundos para uso via
bomba de agua popular, cata-vento ou mesmo energia elétrica atua como salvaguardas
para os períodos de estiagem prolongada.
Durante a visita realizada pudemos conhecer os pequenos açudes, os tanques de
pedra ou caldeirões na comunidade de Lages- Limoeiro do Norte, onde existem pelo
menos 4 destes que atualmente não são utilizados, mas que servem de reserva para a
comunidade e já garantiu o abastecimento humano durante muitas secas passadas.
Também tivemos a oportunidade de conhecer um poço profundo com cata-vento, na
comunidade de Gangorra do Bixopá em Limoeiro do Norte que mesmo com agua bastante
salina supre a demanda de agua para abastecimento dos animais.
São muitas as estratégias e formas de estoque de água para o consumo humano e
para produção de alimentos a partir da água de chuva. Em uma região onde a principal
forma de produção é o roçado, materializado nas culturas de sequeiro, a oferta de água
deve estar associada à valorização das iniciativas produtivas das famílias, mantendo
estáveis seus sistemas de produção, consumo e significados.
Vale salientar que para cada contexto local existirá uma adaptação do contexto
externo. Em geral as tecnologias se adequam a determinadas realidades e surgem a partir
da necessidade de garantir o acesso a agua.
E por fim, consideramos a realização deste trabalho de grande importância pois
contribui para um despertar critico para a realidade do semiárido, não somente de nos
alunos, mas de todos que puderam participar das visitas e das nossas exposições na Feira
da Escola, e na Feira de Empreendedorismo realizada na comunidade. E a partir dele
estimulamos as pessoas a fazerem o uso racional e disseminar as técnicas e tecnologias
adaptadas a semiaridez.

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