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AULA 7 - AUDITORIA ORGÂNICA E

PROCEDIMENTOS PARA A CERTIFICAÇÃO DE UMA


PROPRIEDADE RURAL

NESTA AULA SERÁ ABORDADO

 Procedimentos para a certificação orgânica


 Os passos para a certificação
 Plano de Manejo da Propriedade Orgânica
 Direitos e Deveres do produtor orgânico
 Perguntas sobre a certificação orgânica

PROCEDIMENTOS PARA A VISITA DE INSPEÇÃO PARA CERTIFICAÇÃO


ORGÂNICA

Poderão ser certificadas como propriedades orgânicas as unidades


de produção vegetal e animal, empresas processadoras de alimentos, sejam
estas pessoas físicas ou jurídicas que cumprirem as Normas de Produção, os
Regulamentos, Contratos e Estatutos das certificadoras orgânicas.

As associações de produtores, a critério das certificadoras, poderão


ser certificadas e se responsabilizar pela qualidade orgânica dos produtos
desde que todos os seus associados sejam produtores orgânicos.

Observação: As propriedades rurais ou empresas agroindustriais é


que são certificadas como orgânicas não o produtor. Dessa forma, o certificado
de certificação é emitido em nome da propriedade ou empresa. A razão é que
uma pessoa pode ter vários imóveis rurais e uma estar dentro do padrão
orgânico e outra não.
Os procedimentos e critérios para efeito de cadastramento e
certificação de uma unidade produtora, são os seguintes:

1. O produtor interessado deve fazer o contato com uma


certificadora, conhecer suas normas de atuação, princípios as taxas de
certificação.

2. Em seguida, fazer a solicitação de inspeção, ou seja, o


cadastramento de sua unidade produtora, para verificar a possibilidade de
enquadramento como orgânica pela Comissão de Certificação.

3. A certificadora solicita geralmente que seja entregue antes da


visita de certificação um plano de produção, constando toda a programação de
cultivos e atividades a serem realizados no ano agrícola.

4. Na data marcada da visita, de comum acordo entre o técnico da


certificadora e o produtor, é feita a visita de certificação. O produtor acompanha
o inspetor, que preenche um questionário com todos os dados da propriedade,
com o total conhecimento do produtor.

5. O questionário elaborado pelo inspetor é também assinado pelo


produtor e enviado pelo inspetor ao Conselho de Certificação da entidade
certificadora.

6. O Conselho de Certificação irá dar um prazo para a conversão


orgânica, que será comunicado ao produtor. Todas as alterações julgadas
necessárias serão informadas ao produtor, que deverá efetua-las até o final do
período de conversão. No final desse período, nova visita deverá ocorrer
confirmando o enquadramento no padrão orgânico.
Certificação total ou parcial

No caso de uma grande empresa convencional, poderá ser feito o


cadastramento total ou parcial da propriedade como orgânica, à medida que
vão sendo feita a conversão das partes. O cadastramento para a certificação
da unidade produtora poderá ser da propriedade inteira ou parcial, com áreas
individualmente orgânicas e outras em transição.

Neste último caso não poderá haver rotação das áreas e o produtor
deve demonstrar claramente que não há possibilidade de as áreas certificadas
sofrerem mistura e/ou contaminação oriunda das áreas vizinhas, tanto próprias
quanto de terceiros. No caso de grandes áreas de cultivos perenes, como café
e citros, é recomendável o cadastramento parcial da propriedade, com
transição nas demais áreas.

Nesses casos, é obrigatória a elaboração de um croqui das áreas


e/ou subáreas, demarcando claramente aquelas que são certificadas. Da
mesma forma, o produtor deve fornecer, na inspeção, as metodologias
específicas utilizadas para cada cultivo.
Prazo para a conversão orgânica

O prazo estipulado para a conversão orgânica, isto é, desde a última vez que
foram utilizados insumos proibidos na propriedade, como adubos solúveis e
pesticidas é:
 Produção vegetal/animal: culturas anuais, hortaliças e pastagens = 12
meses
 Produção de plantas perenes, como fruticultura, café e outros = 18 meses

Nos prazos estabelecidos a unidade de produção em conversão


deverá obedecer a um período mínimo de 12 a 18 meses ou a um ciclo
completo de manejo orgânico para que a colheita subseqüente seja considera
certificada ou orgânica.
No período de conversão, o produtor deverá vender sua produção
como alimento convencional, uma vez que o selo não será ainda fornecido ao
mesmo. No caso de atender ao mercado internacional, o prazo de conversão
dobra, ou seja 24 meses para cultivos anuais e 36 meses para cultivos
perenes.
Os períodos de conversão mencionados poderão ser ampliados ou
reduzidos. Essa modificação poderá ocorrer em função do uso anterior,
histórico local e situação ecológica da unidade de produção, desde que seja
julgada a conveniência e ratificada pela certificadora. Caso a unidade produtora
possa provar que a área ficou em pousio ou recém-desbravada, esse período
poderá ser alterado.

Produção animal e pastagens = 12 meses


PLANO DE MANEJO DA PROPRIEDADE
ORGÂNICA

O interessado é obrigado apresentar um plano de produção


orgânico da sua propriedade para a certificadora orgânica.

Sendo necessário um período de manejo orgânico para a unidade


vir a ser considerada orgânica, um técnico consultor discutirá com o produtor
um Plano de Manejo Orgânico; verificará as condições locais, levando em
conta o histórico e a aptidão dessa área e da unidade produtora e a linha de
produção a ser estabelecida, e informará o Conselho de Certificação sobre o
prazo em que ocorrerão as mudanças sugeridas no laudo de certificação. A
partir dessas providências, nos prazos previstos, tendo o produtor seguido as
Normas de Produção, a sua unidade produtora será certificada.

PASSOS DA AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE (AUDITORIA DA


PROPRIEDADE PARA A CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA)

1º PASSO: Entrar em contato com a Organização de Avaliação da


Conformidade para adquirir informações e materiais da mesma, estando entre
eles as Normas e Regulamentos da Organização de Avaliação da
Conformidade, Ficha de Solicitação de Certificação, Roteiro para Elaboração
do Plano de Manejo da unidade e outros que sejam necessários;

2º PASSO: Fazer a solicitação de auditoria (Cadastramento) de sua


unidade produtora, para verificar a possibilidade de enquadramento como
orgânica para fins de certificação de unidade produtora vegetal e/ou animal. Na
certificadora a solicitação é remetida para o Departamento de Certificação da
Organização de Avaliação da Conformidade.
A auditoria da unidade produtora, com análise de todos os seus
documentos e procedimentos, deve ter um caráter confidencial, no que se
refere aos aspectos econômicos e sociais; técnicos somente se a mesma for
de criação do produtor em questão e o mesmo exigir o não repasse a terceiros
da técnica ou tecnologia desenvolvida (item das penalidades). Não é cabível
segredo de técnicas e tecnologias de domínio público.

As vistorias ou visitas para fins de auditoria a qualquer tempo para


certificação anual das unidades produtoras cadastradas deverão ser efetuadas
pelos integrantes credenciados pelo Departamento Técnico da entidade e no
Ministério da Agricultura.
As visitas a qualquer tempo devem ser efetuadas preferencialmente
por técnicos que não o mesmo da vistoria inicial para a certificação ou re-
credenciamentos. Qualquer visita de inspeção deve ser separada da
assessoria e ou consultoria e venda de insumos e produtos.
Os responsáveis pela unidade produtora poderão questionar a
indicação do técnico indicado para qualquer operação, mediante justificativa,
operando-se substituições pelo Departamento Técnico.

DOCUMENTOS CADASTRAIS:
1. Ficha de Solicitação adequadamente preenchida.
2. Roteiro (mapa ou croqui) de acesso à propriedade. Deve ser feito o
croqui (mapa) da propriedade, destacando a área da propriedade, área a ser
certificada, diferentes culturas, pastagens, quebra-ventos e reservas (área em
hectare).
3. Documentos referentes à unidade produtora:

Plano de Manejo: Fazer um plano de safra, no mínimo de 6 meses,


contendo todas as culturas instaladas e a instalar, previsão de colheita e época
de colheita. contendo todas as informações solicitadas no roteiro para
elaboração do mesmo. Informações gerais da propriedade, como área total e
das áreas a serem certificadas, proprietário, registro da propriedade ou contrato
de arrendamento, etc; localização e roteiro de acesso. No Plano de Produção,
incluir espécies, áreas de plantio, épocas de plantio e colheita, método de
manejo de ervas, manejo da água, proteção de plantas, nutrição, previsão de
safra, etc. Geralmente é obrigatório pelas certificadoras a elaboração de um
croquí das áreas e ou sub-áreas, demarcando claramente aquelas que serão
certificadas.

O cadastramento para a certificação da unidade produtora poderá ser


da propriedade inteira ou áreas individualmente paralelas ou em transição.
Quando for solicitada a certificação parcial numa unidade agrícola, não poderá
haver rotação das áreas e o produtor deve demonstrar claramente que não há
possibilidade das áreas certificadas sofrerem mistura e / ou contaminação
oriunda das áreas vizinhas, tanto próprias quanto de terceiros.

Os estabelecimentos que produzem somente produtos orgânicos não


devem possuir insumos proibidos. No caso de produtos tolerados, estes
deverão ser autorizados e cadastrados pelo Departamento Técnico da
certificadora. Produtos proibidos, estocados na propriedade devido aos
sistemas de cultivo convencionais anteriores a Certificação deverão ser
cadastrados e controlados através de visitas de inspeção. No caso de descarte
deverá ser relatado e comprovado o destino do produto, que deverá atender
também às normas e leis do meio ambiente.

Cultivos paralelos. Pelo novo regulamento da Lei Orgânica, que


consta no Decreto 6.323, é permitido o cultivo paralelo numa mesma
propriedade rural, isto é, a existência de cultivos orgânicos e não orgânicos,
desde que claramente separados, tanto na produção, como na colheita,
beneficiamento, armazenamento e transporte. Sendo constatado de que numa
propriedade ou mesmo em área vizinha há o cultivo de não orgânicos, barreiras
físicas deverão existir obrigatoriamente para que impeçam ou minimizem a
contaminação ou degradação da lavoura, do solo e / ou área certificada bem
como dos mananciais para irrigação.
As áreas limitrofes com propriedades ou cultivos convencionais devem estar
bem demarcadas, sendo verificadas e confirmadas localmente pelo auditor na
avaliação da conformidade.

Os seguintes critérios de distanciamento da propriedade certificada são


exigidos pela certificadora do Instituto Biodinâmico (IBD) e geralmente aceitos
pelos demais orgãos certificadores: • Zonas limítrofes, com barreira física
(quebra-vento) e com pulverização costal ou mecanizada. Distância mínima de
10 metros;• Zonas limítrofes, sem barreira física (quebra-vento) e com
pulverização costal ou mecanizada. Distância mínima de 20 metros. • Zonas
limítrofes, com pulverização aérea. Distância mínima de 100 metros

3.3. Histórico da(s) área(s) com descrição do manejo de cada talhão ou


gleba realizado nos últimos 3 anos (o manejo das áreas convencionais também
deve ser descrito). Desta forma, é necessário no relatório descrever o uso da
área com detalhes do manejo atual e anterior das áreas, com dados do plantio
nos dois ou três últimos anos. Informar quais foram os insumos químicos
utilizados. Informar as culturas plantadas, adubos, proteção contra pragas e
doenças, manejo animal e procedimentos para envase, processamento e
comercialização.

3º PASSO: Aprovar o orçamento de inspeção que será elaborado e


enviado ao produtor mediante a análise das informações recebidas pelo Depto.
de Certificação da organização de avaliação da certificadora. Acertar
orçamento de custos da certificação, em referência aos dados apresentados.
Os valores para efeito de certificação serão avaliados em função da atividade,
do tamanho da propriedade, volume de produção e conforme tabela de preços
emitidas pela certificadora.

4º PASSO: A certificadora indica um técnico-auditor, que vai agendar a


data da visita ao imóvel rural com o proprietário ou responsável. Receber visita
do técnico auditor do Organismo Avaliadora da Conformidade, possibilitando a
este o acesso irrestrito a todas as áreas da unidade.
5º PASSO: Na visita, o inspetor preenche os dados da inspeção, com
dados gerais do imóvel rural, junto com o responsável. Data e hora da
certificação e nome das pessoas entrevistadas e documentos analisados. São
anotados os dados das culturas na área (espécie, cultivar, época de plantio,
época prevista para colheita, adubação, tratos, produção estimada, etc.), assim
como as culturas das propriedades vizinhas e sua distância em relação à
propriedade inspecionada.
São verificadas as fontes de água potável para os alimentos
processados e para a irrigação, geralmente é solicitado a análise da água
(coliformes fecais, contaminantes químicos ou biológicos), nota-se que são dois
padrões diferentes de água.

Anotar os vizinhos, suas culturas e distância da área a ser


certificada. Geralmente é solicitada a análise do solo, principalmente quando se
verifica que foram utilizados adubos químicos, defensivos e herbicidas na área.
Anotar os vizinhos, suas culturas e distância da área a ser certificada. A
existência de barreiras vegetais quando há vizinhos que praticam a agricultura
convencional.

Ter acesso a todas as notas fiscais e comprovantes de aquisição de


insumos e adubos empregados na propriedade. As condições de trabalho e de
vida dos trabalhadores. Verificar a não utilização de adubos solúveis e
agrotóxicos nos últimos dois a três anos. o cumprimento da legislação sanitária,
ambiental e trabalhista, a não existência de lixo espalhado pelo
estabelecimento e o tratamento não cruel para com os animais de criação.

Verificar as condições sócio/econômicas. As propriedades certificadas


devem por obrigação cumprir as responsabilidades trabalhistas e sociais com
todos os indivíduos envolvidos no processo de produção e seus assistidos. Os
funcionários devem ter acesso á água potável, moradia, educação, transporte e
atendimento médico. Os subsídios devem ser garantidos, com direito a
maternidade, férias, décimo-terceiro, licença saúde, etc.
Os salários, inclusive dos sazonais, não poderão ser inferiores ao
mínimo estipulado pelo governo. As oportunidades de trabalho devem ser
garantidas, independente de cor, religião ou sexo do empregado. Não será
permitida a contratação de menores, a não ser que morem no local e trabalhem
sazonalmente acompanhados de familiares, e que não afetem seu período de
estudos escolares.

TRABALHADOR RURAL

6º PASSO: O agricultor que está sendo auditorado deve receber o


relatório da visita de auditoria para ter conhecimento prévio do conteúdo do
mesmo, assiná-lo em página própria que se encontra no corpo do relatório e
fazer suas considerações, caso julgue necessário, em folhas de papel à parte.

O produtor deve ter conhecimento de todo teor do relatório de


certificação. Ele deve fornecer informações completas, permitir o acesso do
inspetor a todas as áreas e instalações da propriedade, acompanhar o inspetor
a todos os locais visitados e no final assinar o questionário. O produtor deve ter
consciência dos pontos que faltam para que sua propriedade esteja
enquadrada nas normas da certificadora e procurar se adequar no prazo de
transição estipulado pela mesma.

7º PASSO: Após a ciência do solicitante e o reenvio do relatório


devidamente assinado, este segue para o Conselho Consultivo de Certificação
do Organismo Avaliador da Conformidade, que analisa as informações e
decide sobre a situação da solicitação. O interessado deverá ser informado
sobre o andamento do processo de certificação. O prazo dessa resposta é
geralmente dado no prazo de 10 a 60 dias após a realização da inspeção,
sendo distintos entre as certificadoras.
O Comitê Consultivo de Certificação emite parecer recomendando ou
não a certificação. Em algumas certificadoras, o produtor receberá uma carta
do Conselho informando sobre a decisão após a reunião. O interessado se não
concordar com o parecer poderá recorrer da decisão de certificação. Com base
nesse parecer, a certificadora toma a decisão de certificação e, após a
assinatura do acordo de certificação, emite o certificado. Quando houver não
conformidades graves, é necessário que o Departamento Técnico da
certificadora verifique a correção delas, para que se inicie o período de
conversão, sendo que em algumas certificadoras é emitido uma declaração de
registro de início de conversa, após assinatura de acordo.

PRESERVAR O ECOSSISTEMA

DURAÇÃO DO CERTIFICADO ORGÂNICO


O certificado orgânico é de caráter precário, cabendo ao Departamento
Técnico da certificadora através do Conselho de Certificação ratificar ou rejeitar
pedidos de Certificação ou Re-certificação, como cancelar a qualquer tempo a
Certificação da Unidade Produtora sendo que neste caso o produtor poderá
recorrer da decisão através do Conselho de Ética e Recursos.
Anualmente a unidade certificada deverá fazer a renovação do seu
certificado orgânico, devendo para isso, apresentar novo plano de produção e
receber uma nova auditoria, de manutenção da certificação. As certificadoras
poderão fazer visitas aleatórias ou de surpresa (sem aviso prévio), No primeiro
caso, sendo as unidades a serem visitadas definidas por sorteio ou para
verificar a correção das não conformidades nos prazos estabelecidos. No
segundo caso, quando houver suspeitas de irregularidades ou denúncias de
infrações nos regulamentos e normas.

O selo orgânico não é de propriedade do produtor que o recebe e sim


uma marca cedida por outra organização (certificadora), mediante contrato
assinado entre as partes. No entanto, o selo é conquista do produtor e reflete o
fato de que seu sistema produtivo guarda conformidades com as normas
nacionais e internacionais sobre Produção Orgânica. Deve por isso ter seu uso
zelado para que sua credibilidade seja sempre preservada frete ao consumido.

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TEXTOS DE LEITURA - OBRIGATÓRIO

DIREITOS E DEVERES DO PRODUTOR CERTIFICADO


Fonte ABIO(2009)

Quanto aos Direitos:


 Receber informações sobre modificações nos requisitos técnicos para a
certificação da produção orgânica e nos procedimentos de avaliação e de
certificação do Departamento de Avaliação da Conformidade / Organismo de
Avaliação da Conformidade (DAC/OACS);
 Ter a unidade de produção avaliada periodicamente, de modo a permitir a
manutenção da validade do certificado;
 Manifestar restrições ao nome de inspetores designados para visitas de
inspeção.
 Usar o Selo OACS nos produtos oriundos das áreas certificadas, no formato
e nas cores definidos pelo DAC/OACS.
 Ter acesso a todos os documentos relacionados ao seu processo de
certificação;
 Ter o seu nome divulgado na lista pública de produtores certificados pelo
DAC/OACS;
 Usar o Selo OACS nos produtos oriundos das áreas certificadas, no formato
e nas cores definidos pelo DAC/OACS;
 Ter acesso a todos os documentos relacionados ao seu processo de
certificação ter o seu nome divulgado na lista pública de produtores certificados
pelo DAC/OACS;
 Recorrer das decisões de certificação.
O DAC/OACS compromete-se a manter a confidencialidade das informações
fornecidas pelo produtor ao longo do processo de certificação. A decisão de
certificação é pública.

Quanto aos Deveres:

 Atender os requisitos técnicos para a certificação da produção orgânica do


DAC/OACS;
 Corrigir as não conformidades leves detectadas na avaliação, nos prazos
acordados;
 Informar ao DAC/OACS quaisquer modificações de manejo que possam
afetar a qualidade orgânica do produto;
 Solicitar ao DAC/OACS extensão da certificação a novos produtos e a novas
áreas;
 Franquear o acesso de representantes do DAC/OACS à unidade de produção
certificada;
 Manter registros dos insumos utilizados na produção e do destino dos
produtos certificados;
 Autorizar a divulgação do seu nome na lista pública de produtores certificados
pelo DAC/OACS;
 Usar o Selo OACS exclusivamente nos produtos oriundos das áreas
certificadas, submetendo rótulos à aprovação do DAC/OACS;
 Cumprir as obrigações financeiras;
 Recolher do mercado os produtos não conformes, em caso de suspensão ou
de cancelamento da certificação;
 Cumprir o acordo de certificação.
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PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O PROCESSO DE


CERTIFICAÇÃO

P. Quem poderá utilizar o selo orgânico?


R. Somente deverá estar autorizado a utilizar o selo de produto orgânico, o
produtor que tenha sua unidade produtora certificada por uma entidade
orgânica credenciada oficialmente e esteja seguindo rigorosamente as Normas
Técnicas do Ministério da Agricultura (Portaria 007) e as Normas da entidade
certificadora. Por esta razão, deve ser obrigatório o uso do Selo de produto
orgânico nos produtos finais destinados ao consumidor.

P.Quais são os procedimentos e critérios para efeito de cadastramento e


certificação de uma unidade produtora?
R. Em primeiro lugar, fazer a inscrição como associado e tomar conhecimento
das Normas da entidade certificadora. Em seguida, fazer a solicitação de
inspeção, ou seja o cadastramento de sua unidade produtora, para verificar a
possibilidade de enquadramento como orgânica pela Comissão de Certificação.

P.Quem poderá receber a certificação orgânica?


a) Poderão ser certificadas as unidades produtoras, processadoras e
comerciantes de alimentos e insumos - pessoas físicas ou jurídicas, que
cumprirem as Normas de Produção, os Regulamentos, Contratos e Estatutos
das certificadoras.
b) As associações de produtores, a critério das certificadoras, poderão ser
certificadas e se responsabilizar pela qualidade
orgânica dos produtos, desde que todos os seus associados sejam produtores
orgânicos.

P.Quais são as características que distinguem o sistema orgânico do


convencional?
a) Não utiliza agrotóxicos, nem adubos químicos solúveis, para a produção de
alimentos sadios, sem contaminação.
b) Faz o planejamento de utilização do solo, com preservação dos recursos
naturais; práticas de conservação do solo; preparo do solo mínimo; manejo das
ervas pioneiras; adubação orgânica, com fertilizantes de lenta liberação de
nutrientes, rotação de culturas, biodiversidade, etc.
c) Tem compromisso produtor/consumidor, quanto a produção de alimentos
sadios e de qualidade. Adota uma relação sócio-economico adequada entre o
produtor/empregado, garantindo os seus direitos sociais, médicos e
trabalhistas.

P.Na visita de certificação quais são os dados levantados?


R. Os produtores devem expor para o inspetor da certificadora todos os dados
da propriedade (área, solo, água, matas, cultivos, instalações, equipamentos,
etc), o histórico e os procedimentos utilizados na produção animal-vegetal, a
situação local da propriedade em relação aos seus vizinhos, etc. O produtor
acompanha o inspetor e abre todas as portas para que tudo possa ser
conferido e verificado. As entidades que fazem a certificação e inspeção,
tratam os dados levantados de forma confidencial, no que se refere aos
aspectos econômicos, sociais e técnicos. Estes dados são importantes
para avaliar as condições da propriedade em relação às Normas da
Produção Orgânica.

P. Quais são as despesas com a certificação?


R. As despesas previstas taxas de admissão, inspeção para cadastramento,
vistorias anuais e análises solicitadas, ocorrerão por conta do produtor. As
despesas com as inspeções, compreendem o pagamento da diária,
quilometragem e possível hospedagem do inspetor. O mesmo deverá assumir
o pagamento dos selos que vier a ser utilizado no seu produto.
P.Quais são as credenciais dos técnicos que fazem as inspeções?
R As vistorias ou visitas para fins de credenciamento e inspeções das
>unidades produtoras, geralmente são efetuadas pelos integrantes
credenciados pelo Departamento Técnico da entidade certificadora. Em
algumas certificadoras os inspetores não são funcionários das mesmas, porém
credenciados para prestação de serviços, medida que favorece uma maior
imparcialidade. Recomenda-se que qualquer visita de inspeção deve ser
separada da assessoria e ou consultoria e venda de insumos e produtos.
Geralmente os responsáveis pela unidade produtora poderão questionar a
indicação do técnico indicado para qualquer operação, mediante justificativa,
operando-se substituições pelo entidade certificadora.

P. Qual o período de transição para a produção vegetal e animal ?


R. Geralmente nem todas as propriedades estão em condições de receber a
autorização para a produção imediata de produtos orgânicos, desta forma é
necessário um período de transição, quando começa implantar os
procedimentos orgânicos, no prazo estabelecido pela certificadora.
No caso de culturas anuais, a unidade produtora em conversão
deverá obedecer um período mínimo de 12 meses ou de um ciclo completo de
manejo orgânico, para que a produção do ciclo subsequente seja considerada
como orgânica.

Para a produção vegetal de olerícolas de ciclo curto, a unidade de produção


em conversão deverá obedecer um período mínimo de 12 meses de manejo
orgânico ou seja obterá a certificação depois de 02 a 03 ciclos de produção,
dependendo da cultura instalada.

Para a produção vegetal de culturas perenes, como café, citros e outros, a


unidade de produção em conversão deverá ser obedecer um período mínimo
de 18 meses ou um ciclo completo de manejo orgânico para que a colheita
subsequente seja certificada.

Para a produção vegetal de pastagens perenes, a unidade de produção em


conversão deverá ser obedecer um período mínimo de 12 meses ou um ciclo
completo de manejo orgânico ou de pousio para certificação.

Os prazos de conversão mencionados poderão ser alterados em função da


avaliação da inspeção de credenciamento.

P. Os estabelecimentos orgânicos podem manter estoque de insumos


convencionais?
R. Os estabelecimentos que produzem somente produtos orgânicos não devem
possuir insumos proibidos no seu imóvel. No caso de produtos tolerados,estes
deverão ser autorizados e cadastrados pela certificadora. No caso de produtos
proibidos armazenados na propriedade, devido aos sistemas de > cultivo
convencionais anteriores á certificação, estes deverão ser cadastrados e
controlados através de visitas de inspeção. No caso de descarte deverá ser
relatado e comprovado o destino do produto, que deverá atender também às
normas e leis do meio ambiente.

P. Poderá ser feito o cadastramento parcial da propriedade como


orgânica?
R. Sim. O cadastramento para a certificação da unidade produtora poderá ser
da propriedade inteira ou parcialmente, com áreas individualmente orgânicas e
outras em transição. Neste último caso não poderá haver rotação das áreas e o
produtor deve demonstrar claramente que não há possibilidade das áreas
certificadas sofrerem mistura e ou contaminação oriunda das áreas vizinhas,
tanto próprias quanto de terceiros.

No caso de grandes áreas de cultivos perenes, como café e citros, é


recomendável o cadastramento parcial da propriedade, com transição nas
demais áreas.
Nestes casos é obrigatório a elaboração de um croquí das áreas e ou sub-
áreas, demarcando claramente aquelas que são certificadas. Da mesma
forma, o produtor deve fornecer na inspeção as metodologias específicas
utilizadas para cada cultivo.
P. Como é feita a liberalização do selo pela entidade?
R. Deve ficar certo que a propriedade rural é que é certificada e não o produtor.
Assim o mesmo poderá ter várias propriedades e somente uma ser certificada
para a produção orgânica. Geralmente é feito um contrato que vigorará
durante o período de validade da certificação anual, não sendo
automaticamente renovável. Os selos deverão ser liberadas para o produtor na
medida de suas necessidades e mediante estimativa de sua produção,
determinadas através de inspeções ou emissão de notas de vendas. O
produtor somente poderá receber nova outorga do selo após nova inspeção e
certificação anual pelo Conselho de Certificação e a realização de um novo
contrato.

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