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Ilha do Cardoso

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C

Apre sent ação


omeçaremos uma atividade que nos ajudará a
aprender muitas coisas de uma maneira diferente
da sala de aula. Antes de ler esta apostila, coloque
seu nome na primeira página, pois ela será utilizada
durante toda a viagem e será útil futuramente como
material de consulta, para trabalhos, provas, etc...

Como você já sabe, o objetivo principal deste trabalho


é o estudo “da ecologia dos ambientes litorâneos” que
faremos no Parque Estadual da Ilha do Cardoso. Mas isto
não significa que estudaremos apenas ciências. Aspectos
de Geografia e História serão abordados durante todo o
roteiro.

Esta é a sua viagem! Aproveite! Lembre-se de que o


sucesso de um estudo de campo depende de você. Fique
atento a tudo que estiver acontecendo: observe, pergunte
e não hesite em procurar os monitores e professores
quando tiver alguma dúvida.

Boa viagem e bom trabalho!

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Roteiro
1º dia 06h30 - Embarque em ônibus fretado com destino a Iguape.

Chegada e atividades no Morro do Espia (mapas) e na cidade.

Almoço.

Caminhada pela passarela do Valo Grande.

Saída para Cananéia. Jantar.

Palestra com Sr. Romeu, morador antigo e guia da região.

2º dia Café da manhã.

Embarque em escuna para a Ilha do Cardoso.

Atividades no manguezal, na praia e nas trilhas da ilha.

Almoço na ilha.

Atividades no costão e dunas.

Técnicas de pesca e lançamento de tarrafas.

Retorno ao hotel. Jantar.

Apresentação de grupo de Fandango.

3º dia Café da manhã.

Atividades na Comunidade Mandira.

Banco de engorda, Oficina de Cestaria, caminhada pela comunidade e

conversa com Chico Mandira.

Almoço.

Saída para São Paulo.

20h00 - Chegada em frente ao colégio.

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Relevo e ocupação humana
Um pouco mais sobre o Vale do Ribeira

O Vale do Ribeira é uma região


localizada junto à Serra de Paranapia-
caba. Essa serra é coberta por uma
grande quantidade de rios, sendo
que o principal deles é o Rio Ribeira
de Iguape. É no Vale do Ribeira que
encontra-se a maior área preservada
de Mata Atlântica do Estado de São
Paulo.

O Vale do Ribeira caracteriza-se


hoje como a região mais pobre do
estado. Por que será?

A resposta encontra-se no tipo de


desenvolvimento que a região sofreu
e vem sofrendo ao longo dos tempos.

As primeiras explorações e funda- Percy Lau

ções de cidades no Vale do Ribeira ocorreram por volta de 1580, com a procura pelo
ouro. A extração do minério na região estendeu-se até o final do século XVII, quando
começou a escassez do produto.

Já durante o século XVIII, o Vale produziu arroz em abundância, nas áreas de terreno
alagadiço (muito comuns na região). As dificuldades no transporte do produto e a difícil
concorrência no mercado internacional levaram à decadência do cultivo de arroz e ao
empobrecimento da população local.

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No início desse século, houve no Vale do Ribeira a tentativa de implantação da cultura
do café. Entretanto, a rota dos grandes cafezais e a construção de estradas ferroviárias
e rodoviárias concentraram-se em outras porções do estado (principalmente no Vale
do Paraíba), resultando em um novo processo de decadência da região. Foi nessa época
que ocorreu o assentamento de inúmeros imigrantes no local, principalmente japoneses.
Estes irão se estabelecer na região e introduzir o cultivo do chá.

É somente a partir da década


de 40, que começa uma pequena
recuperação econômica com a
produção de banana e chá. Estes
produtos predominam como prin-
cipal atividade econômica até hoje.

No entanto, ao longo dessas


últimas décadas, a região vem
sofrendo inúmeros problemas na
sua ocupação: o esgotamento do
Percy Lau
solo, a poluição e assoreamento*
dos rios, desmatamentos, além da expulsão de muitas famílias locais que perderam suas
propriedades com a instalação das monoculturas de banana e chá. Além disso, um outro
sério problema que o Vale do Ribeira irá enfrentar é o represamento do Rio Ribeira de
Iguape (último grande rio do estado ainda não represado). A construção de quatro usi-
nas hidrelétricas no rio causará vários impactos no Vale, com a inundação de cavernas,
sítios arqueológicos, áreas de vegetação de Mata Atlântica, atingindo diretamente mais
de 8.000 famílias da região.

* Assoreamento: aglomeração de terra ou similar causada por enchentes ou construções.

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Mapa rodoviário - Ilha do Cardoso
Região estuarina lagunar de Iguape - Cananeia
Cananeia localiza-se no extremo sul do estado de São Paulo, na região do Vale do
Ribeira, junto à divisa com o estado do Paraná.

A região do Vale do Ribeira é serrana, sendo muito abundantes as chuvas ao longo


do ano. É coberta por uma grande quantidade de rios, sendo que o principal deles é o
Rio Ribeira de Iguape.

A cidade de Cananeia, assim como a Ilha do Cardoso, encontra-se numa região es-
tuarina. Você sabe o que é um estuário?

Os estuários são áreas de destino final de um rio, que se encontra com o mar, pro-
curadas por muitas espécies marinhas que lá desovam, para que suas larvas e alevinos
se desenvolvam em um local rico em matéria orgânica (alimento) e protegidos.

Assim, os estuários têm um papel fundamental na manutenção das populações ani-


mais, que fazem parte das cadeias alimentares dos ecossistemas aquáticos.

A região estuarina de Iguape-Cananeia é formada por uma grande área sedimentar cha-
mada Planície Cananeia-Iguape, sendo cercada pelos terrenos elevados da Serra do Mar.

É considerada como um dos mais importantes estuários do mundo por ter alta pro-
dutividade e ainda não ser degradada.

No entanto, o que vem se presenciando nos últimos tempos é uma crescente devas-
tação da região que coloca em risco o futuro desse santuário ecológico.

A região lagunar abriga três cidades que elegeram o turismo de massa como fator
de desenvolvimento. Iguape, Cananeia e Ilha Comprida baseiam suas arrecadações
nos impostos que cobram sobre cerca de 500 mil lotes de terras que foram ou estão
sendo vendidos para turistas de classe média em todo país. Diante disso, problemas
como desmatamentos irregulares, aterros de mangues, poluição ambiental, destruição
de dunas e a exploração imobiliária descontrolada podem ser facilmente observados e
irão ser discutidos ao longo da nossa viagem.
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Planície Iguape-Cananeia

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Iguape

A cidade de Iguape foi oficialmente fundada em 1538, em área de disputa


entre portugueses e espanhóis. Era conhecida como Freguesia de Nossa
Senhora das Neves.

Localizada às margens do Rio Ribeira, foi um importante local por onde


escoava a produção da atividade mineradora. Em 1635, foi fundada a Casa
de Oficina Real de Fundição de Ouro, local onde funciona hoje o Museu
Municipal de Iguape.

Com a decadência da atividade mineradora, a região de Iguape passou


a investir na cultura do arroz, bastante importante ainda no início deste
século.

Atualmente, Iguape tem sua economia apoiada no turismo, na pesca e


em algumas monoculturas, como banana, chuchu e maracujá.

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Atividades no Morro do Espia ...
1) Faça um croqui na página ao lado da região estuarina avistada do Morro do Espia.
Procure localizar a Ilha Comprida, o Centro Histórico de Iguape e o Rio Ribeira de
Iguape.

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Valo Grande – Desastre Ambiental

O declínio da economia de Iguape inicia-se em decorrência de sua própria


faustosidade e necessidade de expansão. Conforme nos explica o pesquisador Gilson
RAMBELLI (1998):
“A grande produção agrícola, liderada pelo o arroz, exigia uma solução ao
transtorno ocasionado pelo transporte fluvial e/ou terrestre das cargas das
embarcações do porto fluvial - Porto Velho da Ribeira - ao porto marítimo - Porto
Grande (ou Porto de Iguape). Pois, ‘os barcos carregados que desciam o rio Ribeira
chegavam a cerca de 3 quilômetros de Iguape, quando as torres de sua igreja já
eram avistadas, para continuar viagem durante ainda muitas horas, percorrendo
mais de 53 quilômetros, enfrentando ondas do Oceano Atlântico, atravessando a
sinuosa barra de Icapara, penetrando no chamado ‘Mar da Ilha’, acompanhando
as costas da Ilha Comprida, até atingir o Porto de Iguape. Este longo trajeto
representava sem dúvida alguma, tempo e dinheiro perdidos e perigos inutilmente
arrostados'. (GEOBRÁS, 1966: 57).
(...) Em 1827, após anos de discussões, foram finalmente iniciadas as obras de
abertura do canal de comunicação entre o rio Ribeira e o mar. Antes mesmo de a
obra ser finalizada, começaram a aparecer os primeiros problemas, pois, à medida
que a obra ia crescendo, terrenos marginais desmoronavam, ‘tragando ruas e
casas em uma avalanche incessante, que transportando volume considerável de
material, ia paulatinamente caminhando para assorear o próprio porto de Iguape
e o Mar Pequeno, em um continuado caminhamento rumo ao oceano’. (GEOBRÁS, 1966: 88).
(...) Em termos numéricos, a abertura do Valo Grande, proporcionou um
desequilíbrio no sistema lagunar da região, ‘a quase totalidade do material
escavado no Valo e em seu prolongamento (cerca de 6.000.000 m3) veio depositar-
se no mar Pequeno, provocando a formação de extensos bancos arenosos e ilhas,
que atualmente entulham um trecho de aproximadamente 15 km nas imediações
da desembocadura do Valo. O material trazido em suspensão pelas águas do rio
Ribeira de Iguape (avaliado em 1.000.000 m3 por ano) também veio contribuir
para o assoreamento sistemático da região, formando alguns bancos de silte e
principalmente decantando nas margens e parte superior dos bancos de areia,
origem da maioria dos mangues hoje existentes’. (GEOBRÁS, 1966: 312).

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Além dos problemas provocados pela abertura do Valo Grande, outros fatores
ajudam a caracterizar esta fase econômica de Iguape:
1. O caráter de monocultura do arroz, que obrigava a população a importar
todos os outros víveres;
2. A cultura do arroz era feita nos moldes antigos e dependia da mão-de-
obra escrava;
3. Tal cultivo se realizava ‘em áreas ribeirinhas, estando sujeito a cheias
e ao ataque de roedores, o que causava doença aos trabalhadores e
principalmente aos escravos’. (ROCHA, 1996: 25).
(...) O crescente comércio do Porto Grande (Porto de Iguape) foi atingido
diretamente pela abertura do Valo Grande, pois ‘os aluviões do Ribeira, ao invés
de serem carregados para sua barra e em grande parte dispersos pelas águas do
mar, passaram a ser transportados por intermédio do canal artificial, depositando-
se no Mar Pequeno de modo a diminuir sensivelmente as profundidades, com a
criação de extensos e rasos bancos arenosos obstruindo o próprio porto e a barra
de Icapara.
Este assoreamento contínuo do mar Pequeno e principalmente da área portuária,
começava a atrapalhar a navegação marítima e impedir a atracação dos navios
porto de Iguape.
Para termos uma ideia da situação, ‘por volta de 1.876, os vapores e embarcações
à vela já não conseguiam chegar a menos de 100 metros do ‘Porto Grande’. No
início do século XX, os navios eram obrigados a ficar a mais de um quilômetro de
distância, na região do ‘Morro do Espia’. (GEOBRÁS, 1966: 50).
Neste contexto, não podemos deixar de mencionar que Santos preparara mais uma
“armadilha” ao seu concorrente portuário, caracterizada pela ‘“inauguração da
estrada de ferro Southern São Paulo Railway, que ligava Juquiá a Santos, aliada
às condições econômicas de toda região em franco declínio, condicionada ainda
a dificuldades de acesso marítimo cada vez maiores, fizeram com que os navios
fossem desaparecendo do porto de Iguape’. (Op.cit.: 117).
Desta forma, os fatores comentados anteriormente contribuíram em conjunto para
o fortalecimento desse impasse econômico. Pois, “a febre amarela, a malária, as
inundações, a perda da função portuária, a competição do arroz do planalto, o

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mercado do café deixando o litoral à margem, a abolição da escravatura, a estrada
de ferro que lhe volta as costas, o esvaziamento de capitais, a falta de líderes (...)
são aspectos intimamente relacionados, que conduziram Iguape à ruína” (FRANÇA,
1975: 135).

Após o terrível declínio econômico experimentado por Iguape em fins do século


XIX, o município tenta se recuperar até os dias de hoje. Ainda com vocação agrícola,
destaca-se na produção de frutas - especialmente maracujá e banana – e atividades
de criação de búfalos, gado de corte, javalis, capivaras e escargots.
Contudo, o motor da atividade econômica hoje em Cananeia é o turismo, acrescido
de sua variante mais contemporânea, o ecoturismo. Tais atividades são valorizadas em
função do município reunir a um só tempo belezas naturais e marcos importantes da
história nacional.

Mapa do Valo Grande

Fontes:
LIMA, Cibele Oliveira. Compartimentação Geomorfológica para o município de Ilha Comprida. O Município de Ilha Comprida - SP. Campinas, 2011.
RAMBELLI, Gilson. A Arqueologia subaquática e sua aplicação à arqueologia brasileira: o exemplo do baixo vale do Ribeira de Iguape, Dissertação
de Mestrado, MAE/USP, 1998.

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Atividades no Valo Grande
1) Procure descobrir o histórico do Valo Grande: quando foi construído, que
contribuições econômicas ele poderia trazer para a região?
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2) Reflita com seu grupo se houve contribuições importantes do Valo e escreva quais
foram as transformações na paisagem.
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3) Na época em que o Valo Grande foi construído havia preocupação ambiental?
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4) A pouca (ou nenhuma) preocupação ambiental na época, provocou um desastre


ambiental com a construção do Valo Grande. Você acha que atualmente temos
uma política ambiental eficiente? Você conhece outros acidentes ambientais
ocorridos no Brasil?
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5) Nos dias de hoje, de que forma poderíamos diminuir os impactos causados?
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Ilha do Cardoso
A Ilha do Cardoso é uma ilha de origem vulcânica, que possui um relevo bem aci-
dentado, com montanhas que atingem até 800 metros de altitude. Por esse motivo, a
ocupação da ilha foi dificultada, acabando por contribuir na sua preservação. Devido
a sua vegetação rica e diversificada e pelas inúmeras espécies animais que abriga, em
1962, a ilha foi transformada em Parque Estadual.
Frequentada pelo homem há mais de 400 anos, hoje sua ocupação concentra-se
principalmente no bairro de Marujá, onde residem muitos pescadores. Atualmente,
Marujá vem se descaracterizando com a exploração turística.

O que é um Parque Estadual?


O Parque Estadual tem como
objetivo básico a preservação de
ecossistemas naturais de grande
relevância ecológica e beleza
cênica, possibilitando a realiza-
ção de pesquisas científicas e o
desenvolvimento de atividades
de educação e interpretação am-
biental, de recreação em contato
com a natureza e de turismo
ecológico. Pertence à categoria
de unidades de conservação de
proteção integral e é de posse e
domínio públicos.

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O ambiente
População
indivíduos de uma mesma
espécie que ocorrem num
mesmo lugar. Ex: população de
saíra-de-sete-cores da Juréia.

Comunidade
conjunto de populações
de uma mesma região.
Ex: comunidade de aves
da Juréia.
Fatores
Bióticos
+
VENTOS

UMIDADE

Fatores
TEMPERATURA

CARACTERÍSTICAS DO SOLO

Abióticos
O ambiente apresenta elementos vivos (bióticos)

=
e físicos (abióticos) que estão interrelacionados.

Ecossistema
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Cadeia alimentar
Fluxo de energia do ecossistema

Produtor
Todos os seres vivos necessitam de energia
para crescer e se reproduzir. Alguns
organismos como as plantas, as algas e E
as cianobactérias obtêm energia através
da transformação da radiação do sol em
energia química, no processo denominado
fotossíntese. Esses seres vivos, por
fabricarem seu próprio alimento, não
precisando de outros organismos para obter
energia, são chamadas de produtores.

E Consumidores primários
alimentam-se diretamente
das plantas, aproveitando
aproximadamente 10% da
energia disponível.

E
Consumidores secundários
aproveitam 10% da energia do consumidor
primário, ou seja, 1% da energia das plantas.

 E
Consumidores terciários
Qual a porcentagem de energia
produzida pelas plantas que eles
aproveitam quando se alimentam de
um consumidor secundário?


Decompositores
Os fungos e bactérias são responsáveis pela decomposição de restos de seres vivos.
Desta forma, utilizam a energia que resta nestes organismos e liberam os nutrientes
para o ambiente, que ficam novamente à disposição das plantas.

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As marés
Sempre que vamos à praia, notamos que o nível do mar sobe ou desce algumas ve-
zes ao longo do dia, mas dificilmente nos preocupamos em entender o que causa estas
variações. Afinal, o que são as marés?

As marés são as variações do nível do mar provocadas pela atração gravitacional que
a Lua e o Sol exercem sobre a Terra, ocorrendo em intervalos regulares de 6 horas e
12 minutos. Isto significa que a cada 24 horas e 50 minutos, o mar sobe e desce duas
vezes. O ponto da Terra que estiver mais perto da Lua sofrerá uma atração maior que
causará uma elevação do nível do mar neste local.

Quando Terra, Lua e Sol estão alinhados (luas cheia e nova), atuam em conjunto pro-
vocando marés altas muito fortes, chamadas de marés de água viva. Quando formam
um ângulo reto (luas crescente e minguante), Lua e Sol tendem a cancelar seus efeitos
mutuamente e a variação das marés é menor. São as marés de água morta.

Estas variações do nível do mar têm grande influência nos organismos que vivem
nas entre-marés, fazendo com que suas atividades dependam da subida e descida das
águas, como veremos no manguezal, na praia e no costão rochoso.

Além disso, é interessante saber que as marés podem ser utilizadas para a obtenção
de energia elétrica, sendo portanto uma fonte alternativa de energia.

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1) O que são marés? Quais são os fatores que as produzem?
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2) Procure saber com o monitor os horários e os níveis de marés baixas e altas no

dia em que estaremos fazendo as atividades na Ilha do Cardoso.

Marés baixas:___________________________________________________________________

Marés altas:_____________________________________________________________________

3) Desenhe no espaço abaixo as posições do sol, da terra e da lua que poderiam

explicar as marés que estamos vendo hoje.

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Manguezal
Os manguezais constituem um
tipo de vegetação litorânea e repre-
sentam um dos ambientes tropicais
de maior importância ecológica e
geológica. Sua ocorrência se dá em
regiões planas, onde ocorre mistura
de água salgada das marés com água
doce dos rios. Esta mistura diminui a
acidez da água e consequentemente
favorece a aglutinação e deposição
das partículas em suspensão formando um solo lodoso.
Devido a sua localização, esse ambiente também está sujeito à ação das marés. Durante
a maré alta o mangue é alagado e na maré baixa é possível verificar a grande quantidade
de raízes trançadas que permitem a sustentação dos vegetais neste solo móvel. Além
disso, algumas destas raízes apresentam estruturas chamadas de pneumatóforos que
possibilitam a respiração aérea, já que o solo, sendo alagado, é pobre em oxigênio. Esta
pequena quantidade de oxigênio no solo possibilita somente a existência de um tipo
de bactéria (anaeróbicas) que através da fermentação produz o gás sulfídrico que se
assemelha ao cheiro de ovo podre característico desse ambiente.
Nessas condições ambientais poucas são as espécies vegetais que conseguem so-
breviver. Porém, é errado pensar que a diversidade (variedade) de espécies de animais
também é pequena. Muito característicos da fauna dos manguezais são os caranguejos
e também aves e alguns mamíferos.
O manguezal também constitui um local mais seguro para o acasalamento e a desova
de muitas espécies marinhas, principalmente camarões e peixes.
Por este ambiente estar relacionado com vários outros, a importância de sua pre-
servação é reconhecida há muito tempo. Contudo, o manguezal ainda tem sido alvo da
degradação do homem, sendo ameaçado principalmente pela construção de rodovias,
casas e apartamentos à beira mar.

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Atividades no manguezal
1) Caminhe pelo manguezal e procure observar e identificar as seguintes características:
a) localização: _________________________________________________________________
b) relevo (plano, ondulado, íngreme): _______________________________________
c) solo: cor ___________________________________________________________________
umidade _____________________________________________________________
tamanho dos grãos _________________________________________________
cheiro ________________________________________________________________
d) água: quantidade: __________________________________________________________
tipo (salgado, doce, salobra): _______________________________________
e) vegetação: variedade de plantas: _________________________________________
altura: __________________________________________________________
tamanho dos caules: __________________________________________
f ) epífitas: ( ) bromélias ( ) samambaias ( ) líquens ( ) musgos
g) animais observados:
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2) Associe as condições físicas do manguezal com as adaptações ou características do
organismos que vivem neste ambiente.

falta de oxigênio glândulas de sal na folha

solo movediço pneumatóforos

muita matéria orgânica raízes entrelaçadas

água salobra alimento para animais


3) Você conseguiria resumir esse ambiente a uma palavra? Qual é ela?
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4) Faça agora uma descrição do manguezal utilizando as palavras que você e seus
colegas do seu grupo pensaram.
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5) Qual a importância do manguezal?
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Costão rochoso
O costão rochoso é o nome dado às
rochas da serra que se encontram direta-
mente em contato com a água do mar, não
havendo cobertura de solo.

Vários tipos de organismos fixos e de vida


livre vivem na superfície ou frestas destas
rochas. Esses organismos estão sujeitos a
Percy Lau

diversas condições ambientais como por exemplo: a força das ondas, a exposição direta
ao sol e a variação da disponibilidade de água devido à variação das marés.

Os organismos situados nas porções mais inferiores, sendo os mais sensíveis à des-
secação, não sobrevivem a longos períodos fora d’água. Nessa região são frequentes as
algas e as anêmonas.

Na faixa intermediária encontramos as ostras e os mexilhões. Já na porção mais supe-


rior do costão, ocorrem as cracas que são mais resistentes ao sol e a longos períodos fora
d’água. A esta distribuição dos organismos em faixas, devido principalmente à variação
das marés, dá-se o nome de ZONAÇÃO.

1) Assinale abaixo os fatores ambientais que dificultam a ocorrência de organismos


no costão rochoso.
( ) sol forte ( ) barulho das ondas
( ) ação das ondas ( ) marés
( ) variação de temperatura ( ) oxigênio do ar

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Alguns organismos que podem ser vistos no Costão Rochoso.

Alga parda Alga verde Alga vermelha

Baiacu Caranguejo Craca

Gastrópode Líquens Litorina

Mexilhão Ostra Paguro

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2) Escolha uma rocha. Agora, desenhe no espaço abaixo um perfil do costão rochoso.
Observe as linhas mostrando os níveis da maré mais alta e mais baixa. Desenhe
o nível da maré neste momento. Em seguida, desenhe e localize a posição dos
organismos no perfil.

Linha da maré alta

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Linha da maré baixa

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3) Escolha agora um dos organismos que você observou no costão rochoso. Descreva
como é seu corpo, cor, local onde foi encontrado, etc.
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4) Baseado na sua descrição, cite pelo menos uma característica (adaptação) deste
organismo que facilita sua sobrevivência no costão rochoso.
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5) Os organismos do costão rochoso estão distribuídos ao acaso? Por quê?
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Praia

As praias arenosas são formadas pela deposição de sedimentos provenientes do


desgaste das rochas devido a vários fatores como a ação mecânica das ondas, chuvas,
sol e vento num longo período de tempo.

Nas praias, por causa da intensa exposição ao sol, a maioria dos organismos se encon-
tram enterradas. Isso porque a areia, além de constituir uma barreira ao sol, retém água
por mais tempo e serve também de proteção contra os predadores e ação das ondas.

Assim, a forma do corpo dos animais que vivem na praia é quase sempre relacionada
com o hábito de escavar a areia. Estes animais, na sua maioria, se alimentam de peque-
nos detritos que se depositam entre os grãos de areia, enquanto outros são filtradores.

Esse ambiente encontra-se ameaçado diretamente pela sujeira produzida pelos ba-
nhistas e indiretamente pelo descaso dos navios que além de jogarem lixo, derramam
grandes quantidades de óleo que acabam atingindo as praias.

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1) Como se formam as praias?
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2) Quais são as condições físicas (sol, vento, umidade, etc...) deste ambiente?
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3) Com a ajuda do seu monitor e utilizando uma bússola, localize os quatro pontos
cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste. Anote abaixo o que você observa em cada
um deles:

O L

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4) Observe e colete todos os organismos e/ou pistas que você encontrar neste
ambiente. Utilize para isso, uma pá e uma peneira. Anote as características do
corpo destes organismos (duro, mole, com ou sem carapaça etc...) e o local onde
foram encontrados (superfície, enterrado, próximo ao mar etc..). Anote suas
observações no espaço abaixo.
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Dunas e Mata de Restinga
Na região das praias
fora do alcance das marés,
ocorrem as dunas com
uma vegetação rasteira
bem característica. Esta
vegetação é constituída
por espécies adaptadas
à movimentação do solo,
grande quantidade de sal,
falta de nutrientes e de
Percy Lau
água no ambiente. Devido a estas condições precárias de sobrevivência, apenas poucas
plantas conseguem viver neste local e consequentemente a diversidade (variedade) das
espécies das dunas é pequena. Vamos examinar essas plantas, procurando observar
suas principais adaptações.

Depois, caminhando para longe do mar, tentaremos entender as modificações que


ocorrem na vegetação. Observe as matas de restinga que são típicas da planície litorâ-
nea, locais em que as montanhas se encontram mais afastadas do mar e onde o solo é
arenoso. Nessa planície a vegetação tem características marcantes, pois além do solo
arenoso, as gotículas de água salgada (maresia) se depositam sobre as flores e gemas
fazendo com que as plantas cresçam de forma diferente.

Nas partes mais afastadas do mar, a vegetação vai gradativamente aumentando o


seu tamanho. Existem bromélias no chão, orquídeas, líquens, musgos, alguns cactos e
árvores que os moradores da região (caiçaras) utilizam para construir seus barcos.

Quanto mais nos afastamos do mar mais alta fica a mata de restinga, até que esta
vegetação encontra a Mata Atlântica, sendo muitas vezes difícil diferenciar esses dois
tipos de ambientes.

32
1) Nas dunas, observe sua vegetação. Escolha duas plantas diferentes e complete
a tabela.

RAIZ FOLHA
OUTRAS
PLANTA
OBSERVAÇÕES
Desenho Desenho

33
34
2) Caminhando em linha reta de costas para o mar, observe as mudanças
que ocorrem na paisagem. Faça um esquema dos ambientes.
Mata Atlântica
É possível que você já tenha ouvido falar na Mata Atlântica. Mas, afinal o que é isso?

A Mata Atlântica é o nome dado ao ecossistema que ocorre próximo da maior parte

do litoral do Brasil e do Oceano Atlântico, daí o seu nome. Nesta mata existem muitos

tipos (espécies) de plantas. Em geral, as árvores são bem altas com troncos finos e suas

copas se encostam formando um "teto", deixando o interior da floresta mais escuro.

Existem também muitos arbustos e plantas aéreas que vivem sobre os troncos das árvores

como samambaias e orquídeas. Além das plantas, vivem na mata muitos animais como:

insetos (borboletas, formigas); anfíbios (sapos e pererecas); répteis (cobras e lagartos);

aves (tucanos, beija-flores) e mamíferos (macacos, onças, veados).

Como podemos ver no mapa abaixo, hoje sobrou muito pouco desta mata. Isso porque

o consumo humano estimula a derrubada de árvores para retirar a madeira e construir

casas, além da caça e venda de animais.

35
1) Vamos agora comparar a Mata de Restinga com a Mata de Encosta:

MATA DE RESTINGA MATA DE ENCOSTA

Relevo
(plano; inclinado)

Solo

Altura das árvores

Luminosidade

2) Como você faria para verificar qual desses dois ambientes possui maior diversidade
(maior número de espécies diferentes)?
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36
Decreto federal cria Reserva Extrativista do
Mandira no litoral sul de São Paulo
7/ janeiro
janeiro /2003
Um decreto federal, assinado no dia 13 de dezembro de 2002, criou a Reserva Extrati-
vista do Mandira, em Cananeia, beneficiando uma comunidade de caiçaras e quilombolas
que vive, principalmente, da coleta de ostras no manguezal. Com área de 1.175 hectares,
esta é primeira reserva extrativista no Estado de São Paulo, cujo objetivo é assegurar o
uso sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis, garantindo os meios
de sobrevivência e a preservação da cultura da população local.

A reserva será administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-
sos Naturais Renováveis - IBAMA, responsável pelas medidas necessárias à sua efetiva
implantação. Ao órgão caberá, também, a formalização do contrato de cessão de uso
gratuito com a comunidade extrativista e o acompanhamento do cumprimento das
condições estipuladas.

Um longo caminho foi percorrido até a criação da Reserva Extrativista do Mandira. Os


primeiros passos foram dados em 1994, quando a comunidade local, apoiada por téc-
nicos da Fundação Florestal, órgão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente), Instituto
de Pesca, da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento, e do Núcleo de Apoio
à Pesquisa sobre Populações em Áreas Úmidas no Brasil - NUPAUB, órgão vinculado à
Universidade de São Paulo - USP, encaminhou abaixo-assinado ao IBAMA solicitando
proteção especial à área de manguezal utilizada tradicionalmente pelos Mandira para
sua sobrevivência.

Em 1996, os Mandira tentaram também a decretação da reserva pelo governo estadual


e, em 2001, retomaram os contatos com o IBAMA, por intermédio do Centro Nacional
de Populações Tradicionais - CNPT. Foram oito anos de luta pela conservação de uma
das mais importantes áreas de manguezal do Complexo Estuarino-Lagunar de Cananeia,
Iguape e Paranaguá, declarado pela UNESCO como Sítio do Patrimônio Mundial Natural.

37
As lagunas e manguezais desse ecossistema funcionam como um "berçário do Atlânti-
co", proporcionando alimentação e abrigo para inúmeras espécies marinhas nas fases de
reprodução e crescimento, além de garantir a sobrevivência de centenas de pescadores
artesanais. A área da reserva é uma das de maior produtividade biológica da região.

A Fundação Florestal, junto com o Instituto de Pesca e outros órgãos, implementa


no local o Projeto de Ordenamento da Exploração de Ostras do Mangue no Estuário de
Cananeia, organizando os coletores em uma cooperativa para a exploração sustentável
dos recursos naturais da região.

A comunidade Mandira
A comunidade dos Mandira está estabelecida na área desde o final do século XVIII.
Formada por remanescentes de escravos, teve seu reconhecimento como comunidade
quilombola em março de 2002. As famílias tinham por tradição a combinação de atividades
ligadas à pequena agricultura, ao extrativismo vegetal e à pesca, sobretudo no estuário.

Em função da incidência de uma legislação ambiental restritiva, especialmente a partir


da década de 60, teve seu sistema produtivo tradicional desestruturado, pois as suas
roças, cultivadas em sistema de coivara (rodízio de áreas), tiveram o espaço diminuído,
o que determinou um grave empobrecimento dos moradores.

Aliado a esse fato, a valorização das terras da região devido às melhorias de algumas
estruturas públicas, notadamente as estradas, promovidas pelo Estado no final da década
de 60, fez com que se acirrassem as pressões imobiliárias e os processos de grilagem,
levando parte das famílias do bairro a vender suas terras na década de 70, recebendo
um valor irrisório.

As 16 famílias que resistiram na área recorreram ao extrativismo vegetal, principal-


mente do palmito, e à coleta de ostras, transformando essas atividades em suas princi-
pais fontes de renda, atendendo às demandas de comerciantes que passaram a buscar
a produção no bairro, aproveitando a melhoria das estradas.

38
Entretanto, a clandestinidade da atividade de extração do palmito e seu esgotamento
local pela sobre-exploração fizeram com que os Mandira passassem a concentrar seus
esforços na coleta de recursos dos manguezais, principalmente as ostras, que se torna-
ram as suas únicas fontes de renda, desde meados da década de 70.

A ameaça de sobre-exploração desses recursos deu-se a partir dos anos 90 em ra-


zão da baixa oferta de empregos na região, aliada à crescente demanda por recursos
do manguezal, como as ostras e caranguejos. Isso fez com que um grande número de
pessoas passasse a se dedicar a essa atividade, levando ao comprometimento da sua
capacidade de reprodução em vários trechos de manguezais da região estuarino-lagunar,
tornado necessárias providências para a proteção dessas espécies.

Exploração de ostras
O Projeto de Ordenamento da Exploração de Ostras do Mangue no Estuário de Ca-
naneia foi iniciado simultaneamente à proposta de criação da Reserva Extrativista do
Mandira, tendo sido ampliado, depois, para todo o estuário de Cananeia, incorporando
os coletores de todo o município. Os Mandira motivaram os demais coletores de ostras
a organizarem a Cooperativa dos Produtores de Ostras de Cananeia - COOPEROSTRA.

Coordenado pela Fundação Florestal e pelo Instituto de Pesca, o projeto conta com
vários parceiros entre organizações não-governamentais, órgãos públicos das esferas
municipal, estadual e federal e iniciativa privada. Com recursos provenientes dos projetos
PED e PDA do Ministério do Meio Ambiente, do Fundo Brasileiro para a Biodiversida-
de - FUNBIO e outros parceiros, incentivou-se a produção sustentável de ostras com a
introdução de técnicas de manejo, estruturação da comercialização e da capacitação
dos cooperados para a gestão do empreendimento.

Os resultados obtidos até o momento na conservação do ambiente e na melhoria das


condições de vida dos coletores renderam à COOPEROSTRA o Prêmio Iniciativa Equatorial
2002, durante a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, em Johannes-
burgo, na África do Sul. O prêmio foi criado para estimular ações de combate à pobreza
associadas ao desenvolvimento sustentável nos países cortados pela linha do Equador.
Fonte: www.ambiente.sp.gov.br/destaque/ostra_070103.htm

39
Observações na Comunidade Mandira
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40
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41
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42
Atividades
Assinale nas figuras de termômetro as temperaturas encontradas nos diferentes
ambientes:

Temperatura a Dunas Restinga Manguezal Mata de Encosta


1,5 metros do F C F C F C F C
solo
120—- —120
-- 120—- —120
-- 120—- —120
-- 120—- —120
--
- - - -
100—-- -—100
-- 100—-- -—100
-- 100—-- -—100
-- 100—-- -—100
--
-- -- -- -- -- -- -- --
- - - -
80—-- -—80
-- 80—-- -—80
-- 80—-- -—80
-- 80—-- -—80
--
-- -- -- -- -- -- -- --
60—-- —60
-- 60—-- —60
-- 60—-- —60
-- 60—-- —60
--
-- -- -- -- -- -- -- --
40—-- —40
-- 40—-- —40
-- 40—-- —40
-- 40—-- —40
--
-- -- -- -- -- -- -- --
20—-- —20
-- 20—-- —20
-- 20—-- —20
-- 20—-- —20
--
-- -- -- -- -- -- -- --
0—-- —0
-- 0—-- —0
-- 0—-- —0
-- 0—-- —0
--
-- -- -- -- -- -- -- --
-20—-- —
-- -20 -20—-- —
-- -20 -20—-- —
-- -20 -20—-- —
-- -20
-- -- -- -- -- -- -- --
-40—- — -40 -40—- — -40 -40—- — -40 -40—- — -40

Valor:

Temperatura ao Dunas Restinga Manguezal Mata de Encosta


nível do solo F C F C F C F C
120—- —120
-- 120—- —120 120—- —120 120—- —120
- - -- - -- - --
100—-- -—100
-- 100—-- -—100 100—-- -—100 100—-- -—100
-- -- -- -- -- -- --
- -- -- -- --
- - -
80—-- -—80
-- 80—-- -—80 80—-- -—80 80—-- -—80
-- -- -- -- -- -- --
-- -- -- --
60—-- —60
-- 60—-- —60 60—-- —60 60—-- —60
-- -- -- -- -- -- --
-- -- -- --
40—-- —40
-- 40—-- —40 40—-- —40 40—-- —40
-- -- -- -- -- -- --
-- -- -- --
20—-- —20
-- 20—-- —20 20—-- —20 20—-- —20
-- -- -- -- -- -- --
-- -- -- --
0—-- —0
-- 0—-- —0 0—-- —0 0—-- —0
-- -- -- -- -- -- --
-- -- -- --
-20—-- -— -20 -20—-- — -20—-- -20—--
-- -- -- -- -20 --

-- -20 --

-- -20
-- -- --
-40—- -— -40
-40—- — -40 -40—- — -40 -40—- — -40

Valor:

Temperatura Dunas Restinga Manguezal Mata de Encosta


a 20 cm de F C F C F C F C
120—- —120 120—- —120 120—- —120 120—- —120

profundidade
- -- - -- - -- - --
100—-- -—100
-- 100—-- -—100
-- 100—-- -—100
-- 100—-- -—100
--
-- -- -- -- -- -- -- --
- - - -
80—-- -—80
-- 80—-- -—80
-- 80—-- -—80
-- 80—-- -—80
--
-- -- -- -- -- -- -- --
60—-- —60
-- 60—-- —60
-- 60—-- —60
-- 60—-- —60
--
-- -- -- -- -- -- -- --
40—-- —40
-- 40—-- —40
-- 40—-- —40
-- 40—-- —40
--
-- -- -- -- -- -- -- --
20—-- —20
-- 20—-- —20
-- 20—-- —20
-- 20—-- —20
--
-- -- -- -- -- -- -- --
0—-- —0
-- 0—-- —0
-- 0—-- —0
-- 0—-- —0
--
-- -- -- -- -- -- -- --
-20—-- —
-- -20 -20—-- —
-- -20 -20—-- —
-- -20 -20—-- —
-- -20
-- -- -- -- -- -- -- --
-40—- — -40 -40—- — -40 -40—- — -40 -40—- — -40

Valor:

43
Salinidade da água
Refratômetro
É um equipamento destinado a medir a concentra-
ção de sal em uma solução. Opera sem necessidade
de baterias ou fonte de energia pois é um refratômetro
totalmente baseado em princípio óptico e não em circuito eletrônico. A
luz se propaga com velocidade diferente em meios diferentes, sendo que
quando a mesma passa de um meio para outro existe uma alteração em sua trajetória.
O refratômetro funciona baseado em medir o quanto a luz se desvia de sua trajetória
ou seja, o ângulo de refração. A presença de sais alteram o índice de refração de um
determinado líquido, logo é possível determinar a quantidade de sais dissolvidos.

Atividade
Assinale nas figuras a salinidade da água encontrada nos diferentes ambientes:

Dunas Restinga Manguezal Mata de Encosta


20o C 20o C 20o C 20o C
28 28 28 28
26 26 26 26
24 24 24 24
22 22 22 22
20 20 20 20
18 18 18 18
16 16 16 16
14 14 14 14
12 12 12 12
10 10 10 10
08 08 08 08
06 06 06 06
04 04 04 04
02 02 02 02
0 0 0 0
Salinity % Salinity % Salinity % Salinity %

Valor:

44
Higrômetro
Para medir umidade relativa usam-se higrôme-
tros. Um dos mais simples consiste de dois termô-
metros idênticos, montados lado a lado. Um deles
é o chamado termômetro de bulbo úmido, que
tem um pedaço de gaze amarrado em torno do
bulbo. O tecido é molhado e é exposto a contínua
corrente de ar. A temperatura de bulbo úmido cai,
devido ao calor retirado para evaporar a água. O
seu resfriamento é diretamente proporcional à
secura do ar. Portanto, quanto maior a diferença
entre as temperaturas de bulbo úmido e de bulbo
seco, menor a umidade relativa; quanto menor
a diferença, maior a umidade relativa. Se estiver
chovendo, nenhuma evaporação ocorrerá e os dois termômetros terão leituras idênticas.

Atividade
Pinte os tubos de ensaio representando as umidades relativas coletadas nos
diferentes ambientes e escreva o valor encontrado.
100 -
95 -
90 -
85 -
80 -
75 -
70 -
65 -
60 -
55 -
50 -
45 -
40 -
35 -
30 -
25 -
20 -
15 -
10 -
5-
0-
M cos
M

Du

Re

Pr
at ta
en

aia
an

sti
na

ad
gu

n
s

ga

e
ez
al

45
Velocidade do vento
Anemômetros
São instrumentos que servem para medir a velocidade dos ventos.
Inspirados nos cata-ventos, eles são calibrados de forma a que o total de
voltas dadas por suas pás correspondam a uma velocidade específica.

Atividade Grau Designação m/s Km/h nós


Aspectos do
mar
Efeitos em terra
Escreva a velocidade 0 Calmo <0,3 <1 <1 Espelhado A fumaça sobe na vertical

do vento e o grau 1 Aragem


0,3 a
1,5
1a5 1a3
Pequenas rugas na
superfície do mar
Fumaça indica direção do
vento

encontrado nos 2 Brisa leve


1,6 a
6 a 11 4a6
Ligeira ondulação
As folhas das árvores movem;
os moinhos começam a
3,3 sem rebentação
diferentes ambientes.
trabalhar
Ondulação até As folhas agitam-se e as
3,4 a 12 a
3 Brisa fraca 7 a 10 60cm com alguns bandeiras desfraldam ao
5,4 19
Velocidade "carneiros" vento
Ambiente Grau
do vento Ondulação até Poeira e pequenos papéis
5,5 a 20 a
4 Brisa moderada 11 a 6 1m, "carneiros" levantados; movem-se os
Dunas 7,9 28 frequentes galhos das árvores
Ondulação até
8a 29 a 17 a Movimentação de grandes
Restinga 5 Brisa forte 2,5m, com cristas e
galhos e árvores pequenas
10,7 38 21 muitos "carneiros"
Mata de Movem-se os ramos das
encosta 10,8 a 39 a 22 a Ondas grandes até árvores; dificuldade em
6 Vento fresco 3,5m; borrifos manter guarda chuva aberto;
13,8 49 27
Manguezal assobio em fios de postes
Mar revolto até Movem-se as árvores grandes;
13,9 a 50 a 28 a
7 Vento forte 4,5m com espuma dificuldade em andar contra
17,1 61 33 e borrifos. o vento
Quebram-se galhos de
Mar revolto até 5m
17,2 a 62 a 34 a árvores; dificuldade em
8 Ventania com rebentação e
andar contra o vento; barcos
20,7 74 40 faixas de espuma
permanecem nos portos
Mar revolto até Danos em árvores e pequenas
20,8 a 75 a 41 a
9 Ventania forte 7m; visibilidade construções; impossível andar
24,4 88 47 precária contra o vento
Mar revolto até
24,5 a 89 a 48 a Árvores arrancadas; danos
10 Tempestade 9m; superfície do
estruturais em construções
28,4 102 55 mar branca
Mar revolto até
Tempestade 28,5 a 103 a 56 a 11m; pequenos Estragos generalizados em
11 navios sobem nas construções
violenta 32,6 117 63
vagas
Mar todo de
espuma com até Estragos graves e
12 Furacão >32,7 >118 >64 14m; visibilidade generalizados em construções
nula

46
Acidez da água
O pH é determinado pela concentração de íons de
Produto pH
Hidrogênio (H+). Os valores variam de 0 a 14, sendo
Suco de limão 2,0
que valores de 0 a 7 são considerados ácidos, valores
Vinagre 3,0
em torno de 7 são neutros e valores acima de 7 são
Vinho 3,5
denominados básicos ou alcalinos. Quanto menor o pH
Refrigerante 4,0
de uma substância, maior a concentração de íons H+.
Café 5,0
Um indicador de pH, também chamado indicador Leite 6,0
ácido-base, é um composto químico que é adicionado Água pura 7,0
em pequenas quantidades e uma solução, permitindo Bicarbonato de
conhecer se a solução é ácida, básica ou neutra. Estes 8,5
sódio
corantes tem a capacidade de mudar de coloração em Leite de magnésia 10
função do pH do meio. Amônia líquida 11
Revelador de filme 12

Atividades
Assinale na figura o valor de pH encontrado na água de cada ambiente.

47
Fechamento

48
1) Indique a posição dos diferentes ambientes estudados:
Mata de Restinga, Mata de Encosta, Dunas, Manguezal e Praia.
2) Ligue os componentes da primeira coluna com os respectivos ambientes:

muita matéria
orgânica Manguezal
cracas

solo arenoso Mata de Restinga


bromélias no chão

raízes com
pneumatóforos Dunas
solo sem vegetação

árvores altas com


bromélias Mata de Encosta
competição por luz

solo que se move


com o vento Praia
siri

adaptação à
dessecação Costão Rochoso
vegetação rasteira

49
3) Complete as palavras cruzadas e encontre a palavra-chave:

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
l)
k)
m)

a) Solo da praia.
b) Um dos tipos de plantas marinhas. (plural)
c) Um organismo que vive fixo no costão rochoso.
d) Conjunto de microorganismos que vivem no mar e constituem a fonte de alimento de muitos ani-
mais do costão rochoso.
e) Ambiente próximo ao mar onde existe uma vegetação rasteira.
f) Existe em pequena quantidade no solo do mangue.
g) Organismo muito comum nas rochas de costão, forma verdadeiros tapetes vivos. (plural)
h) É o astro que tem maior influência nas marés.
i) Fenômeno gravitacional determinado pelo sol e pela lua. (plural)
j) Teto da mata formado pelas folhas das árvores mais altas.
k) São os responsáveis pela decomposição da matéria orgânica nas matas.
l) Astro que fornece a energia para a vida dos vegetais.
m) Processo pelo qual as plantas produzem energia.

50
Espaço reservado para anotações

51
N

E e u com isso ?
o fim desta viagem você deve estar
fazendo esta pergunta. Certamente
você conheceu e estudou ambientes
muito bonitos e sabe agora que a importância
de preservá-los vai além da sua beleza. A idéia de
que a natureza só existe para ser utilizada pelo
homem é muito antiga. Mudar toda a forma de
pensar de uma população é uma tarefa difícil,
principalmente quando existem vários interesses
econômicos por detrás.

Mas você já deu um grande passo, talvez


o maior deles, que é conhecer e entender os
diferentes ecossistemas. Só conhecendo é que a
gente aprende a respeitar. O respeito pelo o que
é diferente deve ser buscado.

Divulgue seus conhecimentos, assim você


participa de todo este processo!

Até a próxima!

52

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