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COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBO:

A HISTORICIDADE DA SUA POPULAÇÃO, O MODO DE VIDA E A


MANUTENÇÃO DO SEU HABITAT NO CAMPO EDUCACIONAL

A temática de Educação Quilombola ou Educação Escolar Quilombola foi escolhida


por se tratar de uma vertente a que me remete à história dos meus antepassados, de uma
história de vida sofrida e de perseverança por uma sobrevivência limitada por grilhões,
trabalhos forçados e cerceamento de liberdade. Essa memória foi iniciada com uma visita
técnica a Comunidade Ivaporunduva, localizada na cidade de Eldorado - no estado de São
Paulo – e está inserida na região do Vale do Ribeira, o qual tem um conjunto reconhecido de
16 comunidades quilombolas neste território estadual, sendo elas: André Lopes, Abobral,
Bombas, Cangume, Galvão, Ivaporunduva, Mandira, Maria Rosa, Morro Seco, Nhunguara,
Pedro Cubas, Pilões, Porto Velho, Praia Grande, São Pedro e Sapatu.
A visitação foi organizada pela Faculdade Zumbi dos Palmares – instituição particular
de Ensino Superior, que prioriza o atendimento da população negra bem como a sua inserção
na Academia e no mercado de trabalho com a indicação e articulação de empresas para o
exercício do estágio obrigatório ou remunerado – na Graduação em Administração de
Empresas, que era cursada por minha mãe.
Diante da possibilidade de conhecer uma comunidade quilombola, prontamente
demonstrei interesse e fui aceita para tal programação acadêmica, talvez essa tenha sido
realizada em meados de 2008 a 2010 – não sei precisar corretamente – e, iniciou-se o trajeto
de transporte rodoviário saindo da cidade de São Paulo com destino a Eldorado, também no
mesmo estado. Em certo ponto, o ônibus não tinha como prosseguir a viagem e,
para tal o percurso fora efetuado a pé através de uma caminhada pelas plantações de bananas
orgânicas, as quais terminam às margens do Rio Ribeira de Iguape. Deste ponto é possível
visualizar a comunidade quilombola no topo do morro, mas e para se chegar até a mesma? A
travessia ocorreu por meio de uma canoa pelo rio - rio “tranquilo”, amplo e com algumas
correntezas ao longo de sua extensão -, mas nada que causasse pânico ou paralisação, risos.
Atravessado esse percurso tem-se a subida pela serra e, finalmente chega-se a comunidade.
Ivaporunduva é a mais antiga das comunidades da Baixada do Ribeira, tem a sua origem na
atividade mineradora e a sua história é datada por volta de 1690, sendo reconhecido como
quilombo em 1997, a partir do Relatório Técnico-Científico, elaborado pelo Instituto de
Terras do Estado de São Paulo (ITESP). Sua certificação pela Fundação Cultural Palmares é
datada de 28 de Janeiro de 2011 e a titulação tem como REGISTRO o nº 01420.000404/1995-
13, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em 2016. Essas
informações podem ser consultadas em uma publicação da “Coleção Terras de Quilombos”,
que é um material online criado para a divulgação das comunidades na região do Vale do
Ribeira, para além do projeto de Turismo Circuito Quilombola.

O Vale do Ribeira está localizado no sul do estado de São Paulo e norte do estado do
Paraná, abrangendo a Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape e o Complexo
Estuarino Lagunar de Iguape-Cananéia-Paranaguá. Sua área de 2.830.666 hectares
abriga uma população de 481.224 habitantes, de acordo com o Censo do IBGE de
2000 e inclui integralmente a área de 31 municípios (9 paranaenses e 22 paulistas).
Existem ainda outros 21 municípios no Paraná e 18 em São Paulo que estão
parcialmente inseridos na bacia do Ribeira.
QUILOMBOS DO RIBEIRA, 2011.

A região destaca-se pelo alto grau de preservação de suas matas e por grande
diversidade ecológica e, é considerada como Patrimônio Natural da Humanidade pela
Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1999, quando (QUILOMBOS DO RIBEIRA,
2011) afirma que: “a Reserva de Mata Atlântica do Sudeste, constituída por 17 municípios do
Vale do Ribeira, tornou-se uma das seis áreas brasileiras que passaram a ser consideradas pela
UNESCO” e, assim seu território está dividido em “24 Unidades de Conservação (UCs)
integral ou parcialmente inseridas no vale encontram-se espécies raras tal como o cedro, o
palmito, a canela, a araucária e a caxeta, além de diversidade de bromélias e orquídeas”.
Tais territórios foram evidenciados com a implementação do Circuito Quilombola
Paulista, projeto de Turismo promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de
Turismo e a Fundação ITESP que tem o enfoque “estimular o turismo agroecológico e
cultural em sete comunidades remanescentes de quilombos no Vale do Ribeira, no interior de
São Paulo, e no Litoral Norte” (G1, 2016).

O Circuito Quilombola do Vale do Ribeira é uma oportunidade única de fazer


turismo de base comunitária e ao mesmo tempo conhecer a cultura afro-brasileira,
participando de seu cotidiano observando seus conhecimentos tradicionais, visitando
as belezas naturais e, principalmente, ouvindo as histórias de luta e resistência das
comunidades, que contribuem até hoje para preservar as riquezas da socio
biodiversidade da região. São cachoeiras, rios como a Ribeira de Iguape e Pedro
Cubas, cavernas, como a do Diabo com suas lagoas internas e milhares de
estalactites e estalagmites, formando verdadeiras esculturas, as casas do Artesão e de
Pedra; as trilhas do ouro, os sambaquis, de grande interesse arqueológico, os portos
De Fora e Abrão e muitos outros atrativos que vão encantar os visitantes. Já a
gastronomia quilombola é um item à parte que ajuda a contar a história dos
quilombos do Ribeira.
CIRCUITO QUILOMBOLA.

O Circuito Quilombola Paulista é composto de 7 (sete) Comunidades Remanescentes


de Quilombos (CRQs), que estão nos municípios de Eldorado com as comunidades de Pedro
Cubas, Pedro Cubas de Cima, São Pedro e André Lopes; em Ubatuba com a Caçandoca e a
Fazenda Picinguaba e, no distrito de Cananeia com a comunidade de Mandira. Todavia, este
projeto era intitulado como Circuito Quilombola que havia sido lançado pelo Instituto Sócio
Ambiental (ISA).
Assim sendo, está esclarecido em que momento a temática de Comunidade
Remanescente de Quilombo é inserida no contexto de vida e, posteriormente será o ponto de
partida para o projeto de pesquisa do Mestrado em História da África, da Diáspora e dos
Povos Indígenas. Todavia, ainda incluo a graduação em Gestão de Turismo no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus São Paulo, que propiciou a elaboração
do artigo científico para aprovação acadêmico intitulado “Turismo Étnico-Afro na cidade de
São Paulo: um conceito a ser empreendido” com a orientação do Professor José Guilherme de
Almeida. Tal artigo encontra-se publicado em plataforma online da Revista RegraSP (SILVA,
2016), na seção de Artigo Científico em seu primeiro volume, dentre outras publicações e
apresentações de trabalhos em eventos, congressos ou formações continuadas.
Um quilombo é entendido como uma comunidade regida por singularidades, seu modo
de ser e de fazer, seu povo, sua cultura, sua localidade e entre outros aspectos que propiciaram
a sua totalidade como um indivíduo histórico ancestral, assim “essas comunidades são na
verdade tampouco chegando a ser uma cidadezinha ou aldeia,... essas comunidades não
deixam de ter vida social ou sentido de vizinhança, mas ninguém nelas se torna testemunha
em longo prazo da vida de outra pessoa” (SENNETT, 1998, p. 20) e em continuidade tal autor
aborda

O lugar apresenta diferentes definições são elas o lugar é Geografia, um local para a
Política, comunidade evoca as dimensões sociais e pessoais de um lugar. Um lugar
se torna uma comunidade quando as pessoas usam o pronome ‘nós’. Também pode
ser uma oposição, de acordo com o lugar comum, no qual está inserido, exemplo de
dependência ou independência, sucesso ou fracasso, forte ou fraco e etc.
SENNETT, 1998, p. 165.

Na verdade, discordo em partes a afirmação do autor, eles são uma grande cidade, mas
principalmente uma grande família, às vezes de sangue ou grau de parentesco próximo, é
também um modo de vida e de sociedade coletiva, no qual um indivíduo se predispõe a
auxiliar no plantio, colheita ou “feita de farinha” 2
do vizinho, sem esperar nada em troca,
mas talvez no momento em que for “trabalhar a sua roça” 3 terá uma ajuda ou companhia
para tal atividade e, “retribuir o respeito na mesma proporção com que lhes retribuem”, seria
dizer tratar todos de igual para igual, se assim o fizerem contigo, independentemente da
escala social ou classe social que estão inseridos (SILVA, 2016. In: SENNETT, 1998) e, isso
é o que pode ser chamado de “nós”. Palavra tão esquecida, praticada ou pouco utilizada na
sociedade atual, movida pelo capitalismo ou lucro incessante e que o “outro” não é parte da
sua vida, apenas quando lhe é propício, mas geralmente é o “eu” e, logo se reafirma o dito
popular “Eu quero, eu posso e eu consigo”, diferentemente do que Obama disse em seu
discurso ao assumir a presidência dos Estados Unidos da América (EUA) “We change”, isso
significa “Nós podemos”, e o nós é algo intrínseco e cotidiano nas comunidades quilombolas,
em qualquer atividade ou ação que se realiza, na maioria das vezes, estão em conjunto e em
família.
Outro ponto a destacar, é em relação ao indivíduo como um membro inserido no
contexto peculiar, de cultura e de identidade própria, que cabe ao pesquisador entender como
um "material histórico de ideias filosóficas" (REIS, 2004, p.11) e também quando Silva
(2016, p.2. In: BENJAMIN, 1987) 4 afirma que:

2 Feita de farinha: é o processo de transformação da mandioca, macaxeirais ou aipim na produção de goma, massa para Beiju
ou a farinha propriamente dita.
3 Trabalhar na roça: é a expressão popular que se utilizam para remeter as ações exercidas na atividade de agricultura familiar, de
subsistência ou de comercio interno/externo. As plantações são de mandioca, milho, banana, manga, jenipapo, jambo, graviola,
cupuaçu, nones, cará, pimentas das mais variadas espécies e sabores, pepino e entre outros produtos alimentícios, sempre focando
o plantio orgânico e sem a utilização de muitos produtos com agrotóxicos.
4 Walter Benjamin em sua obra “Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre a literatura e história da cultura.
O historiador deve ser apenas aquele que conta, seja um acontecimento real ou
ficcional, que dá sentido e fim a história, ou, uma narrativa antiga que remete a
abertura e ao significado da existência e, posteriormente ao seu derradeiro
final/conclusão como uma metáfora do tempo.
SILVA, 2016, p. 2. In: BENJAMIN, 1987.

Deste modo, considero que os meus estudos estão fazendo o sentido inverso, ao invés
de ir carregada de referências, bases teóricas, conceitos e pré-conceitos, faço a história local,
se sobrepor a todos eles neste momento, executando o papel do historiador quando Benjamin
afirmou ser aquele que conta uma narrativa ou história. No qual, ao visitar as comunidades
remanescentes de quilombo não tenho nenhuma pretensão, mas sim “concentrar nos eventos,
expressões dessas individualidades aprendidas através das fontes” (REIS, 2004, p.16). Fontes
essas que são “bibliotecas vivas”, que não se encontram nas obras raras, referenciais
científicos ou livros didáticos, isso porque seu conhecimento não é pautado na academia, é o
saber e o conhecimento popular adquirido com a vivência, a experiência e as atividades do
seu dia-a-dia ou transmitido por seus antepassados e perpetuados nas gerações seguintes,
portanto manterei a “[...] neutralidade axiológica e epistemológica, isto é, não julgará e não
problematizará o real”. “Os fatos falam por si e o que pensa o historiador a seu respeito é
irrelevante.” (REIS, 2004, p.18).

Outro exemplo é Marcel Proust, que não escreve “memórias”, mas antologias e
semelhanças entre o passado e presente e, é o responsável pelo método do
historiador materialista. Esse historiador busca salvaguarda o passado para não ser
esquecido e, revelar o presente para que não seja perdido.
Em contrapartida, Kafka, preconiza a ausência de memória e deficiência de sentido.
Isso significa que, a verdade foi submergida por sua transmissão tendo a perda da
experiência, da degradação da tradição, do desaparecimento do sentido primordial e
da totalidade de sentidos e, logo restam apenas trechos de histórias.
SILVA, 2016, p. 2 (In: BENJAMIN, 1987).

Isto posto, os encaminhamentos e estudos pautar-se-ão dos fatos históricos, vivências


e experiências das comunidades e, não dados da história marcados por ideias filosóficas,
teorias e opiniões. Não descarto a importância dos documentos históricos e todas as
referências, autores, cientistas e pesquisadores, mas este serão utilizados a posteriori como
embasamento teórico e metodológico da pesquisa. Tal método pode ser baseado em Fustel de
Coulange, quando afirma que “o melhor dos historiadores é aquele que se mantêm o mais
próximo dos textos e que os interpreta com o máximo de justeza, que só escreve e só pensa
segundo eles” (ef. EHRARD; PALMADE, 1965. In: REIS, 2004, p.25) e, assim ter “uma
imagem a mais próxima possível daquela que teria dado a observação direta do fato passado”.
(CHARTIER; REVEL, 1979. In: REIS, 2004, p. 28).
Por conseguinte, temos que

Desse modo, os trabalhos e estudos voltar-se-ão para objetos mais insignificantes e


que não são frequentemente oportunizados, seja por sua desvalorização, por sua
futilidade, por sua indignidade, por simplesmente estar a esperar de um campo de
estudo para acolhê-lo ou a gratificação do campo científico, que geralmente é
recusada por não contribuir para a abordagem científica.
Por outro lado, o campo de objeto de pesquisas organiza-se em duas dimensões
independentes, uma com o foco no grau de legitimidade e a outra no grau de
prestígio no interior dos limites da definição. Sob esse mesmo ponto de vista, a
experiência da representação dominante apresenta que os objetos de estudo tratados
como inferiores ou menores, acabam por serem discutidos ou estudados por
indivíduos “ditos” como menos preparados. Para tal, neste ponto, a ciência não fará
o julgamento de valor, mas basear-se-á nas hierarquias de valores e práticas, nos
valores antagônicos e no objeto de disputa, que será a expressão dos julgamentos de
valor antagônicos.
SILVA, 2016, p.2 (In: NOGUEIRA, 2007).

Tal processo de metodologia terá um enfoque de pesquisa qualitativa e colaborativa,


bibliográficas de fontes primárias e secundárias, da interculturalidade, do trabalho de campo e
do processo formativo de experiência e interação entre os atores sociais e o pesquisador.
Assim sendo, o estruturante do objeto de pesquisa é a educação inserida nos espaços e
ambientes das comunidades e que, tais ações e práticas educativas muito se pautam na
conversa, no diálogo e no discurso. Discurso que, para a autora Silva (2016, p. 3. In:
VYGOTSKY, 1999) 5, em seu capítulo A teoria de Stern sobre o desenvolvimento da
linguagem constata

[...] O foco está na distinção do plano do discurso interno e o plano semântico. O


discurso interno é formado por uma memória verbal, uma linguagem sem ou
discurso sub-vocal, tudo que precede o ato motor da fala, um discurso egocêntrico só
acessível pela observação e experimentação (conceito de Piaget), uma formação
específica que tem suas próprias leis e relações. Assim sendo, o discurso interno “é
um discurso para o próprio locutor”, voltando-se para dentro em pensamentos, e o
discurso externo “é um discurso para os outros”, por meio da vocalização de
palavras e sons.
Para Goldstein, o discurso interior “não é de maneira nenhuma linguagem, mas antes
uma atividade intelectual e volitivo-afetiva, pois engloba os motivos do discurso e o
pensamento que se exprime por palavras”. Já para Piaget, o discurso interior ou
egocêntrico de uma criança é a expressão direta do egocentrismo do seu pensamento
e sua socialização gradual, o que não ocorre com o autista, que não vê relação do seu
discurso com o discurso do adulto e permanece incompreensível para os outros. Em
contrapartida, para Vygotsky, esse mesmo discurso é a transição social para o
coletivo, do individual para a atividade social, mas ainda a criança ainda não faz
essa distinção.
SILVA, 2016, p. 3. (In: VYGOTSKY, 1991).

5 Lev Vygotsky em sua obra “Pensamento e Linguagem”.


O discurso social, rural e identitário são intrínsecos nas comunidades remanescentes
de quilombo, que devem ser estudados e é o fio condutor do projeto, visando o
reconhecimento da identidade, o pertencimento de lugar, a cultura e o saber popular, a
educação multisseriada, o contexto e realidade da educação do campo como prática
pedagógica e a interrelação do conhecimento das Diretrizes Curriculares Nacional da
Educação Básica e da Educação Escolar Quilombola (Resolução CNE/CEB nº 8/2012), das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004), da Educação das relações
étnico-raciais no Brasil: trabalhando com histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nas
salas de aula (2014), da Cartilha Educação Quilombola: um direito a ser efetivado e dentre
outras publicações que se fizerem interessantes no transcorrer da pesquisa e do Mestrado. O
termo referenciado para as publicações normativas educacionais nacionais de Diretrizes,
segundo Brasil (2004, p. 26) são

Dimensões normativas, reguladoras de caminhos, embora não fechadas a que


historicamente possam, a partir das determinadas iniciais, tomar novos rumos.
Diretrizes não visam a desencadear ações uniformes, todavia, objetivam oferecer
referenciais e critérios para que se implantem ações, as avaliem e reformulem no que
e quando necessário. Estas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana, na medida em que procedem de ditames constitucionais e de marcos legais
nacionais, na medida se referem ao resgate de uma comunidade que povoou e
construiu a nação brasileira, atingem o âmago do pacto federativo. Nessa medida,
cabe aos conselhos de Educação dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios
aclimatarem tais diretrizes, dentro do regime de colaboração e da autonomia de entes
federativos, a seus respectivos sistemas, dando a ênfase à importância de os
planejamentos valorizarem, sem omitir outras regiões, a participação dos
afrodescendentes, do período escravista aos nossos dias, na sociedade, economia,
política, cultura da região e da localidade; definindo medidas urgentes para a
formação de professores; incentivando o desenvolvimento de pesquisas bem como
envolvimento comunitário. A esses órgãos normativos cabe, pois, a tarefa de
adequar o proposto neste parecer à realidade de cada sistema de ensino.
BRASIL, 2004, p. 26.

Tanto as publicações e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar


Quilombola têm seu foco pautado na Educação, mas com diferentes olhares e interpretações
de cada autor e/ou pesquisar que escreve sobre este assunto, logo

Pensar em educações quilombolas implica, portanto, entender as relações existentes


no dia-a-dia das pessoas, a relação entre homens, mulheres, crianças, adolescentes,
jovens e idosos e a relação deles com a terra, com o sagrado, com a cultura e com as
diversas formas de organização. [...] Um passo fundamental é elaborar um
levantamento detalhado da realidade, ou seja, um diagnóstico, num processo que
envolva as pessoas da comunidade e as diversas organizações existentes no
território. Identificar o que elas pensam sobre educação e como a educação pode
influenciar positivamente no seu modo de existir, na sua forma de vivenciar o
presente e definir o futuro.
CARTILHA, 2011, p.12.

A educação é um direito garantido pela Constituição da República Federativa do


Brasil de 1988, que

Após a promulgação da Constituição de 1988, o Brasil busca efetivar a condição de


um Estado democrático de direito com ênfase na cidadania e na dignidade da pessoa
humana, contudo, ainda possui uma realidade marcada por posturas subjetivas e
objetivas de preconceito, racismo e discriminação aos afro-descendentes, que,
historicamente, enfrentam dificuldades para o acesso e a permanência nas escolas. A
educação constitui-se um dos principais ativos e mecanismos de transformação de
um povo e é papel da escola, de forma democrática e comprometida com a
promoção do ser humano na sua integralidade, estimular a formação de valores,
hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças e as características próprias
de grupos e minorias. Assim, a educação é essencial no processo de formação de
qualquer sociedade e abre caminhos para a ampliação da cidadania de um povo.
SEPPIR6, 2004, p. 7 (IN: DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A
EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E PARA O ENSINO DE
HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA, 2004).

Destaco a partir da citação, a primordialidade que se tem na Educação para a formação


do indivíduo, na constituição de uma sociedade, na gênese de um povo e na construção de
uma comunidade. Comunidade essa, que pode ser entendida nos diferentes espaços e lugares
de convívio social, seja ela a escola, a casa da família, a “roça”, o campo de futebol ou a
quadra poliesportiva, a rua e todos os espaços de interação com os outros, com os “eus” e com
os “nós” que podem ser transformados e modificados, de acordo, com as relações pré e
estabelecidas na sociedade em geral. Assim sendo,

O sistema escola apresenta-se com a conservação social, a legitimidade das


desigualdades sociais e uma ação do privilégio e da herança cultural familiar no
trabalho escolar. Exemplo disso, citado no texto, é quando “um jovem da camada
superior tem oitenta vezes mais chances de entrar na universidade que o filho de um
assalariado agrícola e quarenta vezes mais que um filho de operário”. Isso ocorre,
pela manutenção do ensino e sua precariedade nas periferias ou regiões mais pobres,
onde esses indivíduos tem menos estrutura, menos recursos e menos efetivo docente
para promover uma educação igualitária, imparcial e laica como manda a legislação.
O resultado desse processo é uma herança cultural divergente e desigual nas classes
sociais e, é a principal “responsável pela diferença inicial das crianças diante da
experiência escolar e, consequentemente, pelas taxas de êxito”.
NOGUEIRA, 20077 (IN: NOGUEIRA & CATANI, 2013, p. 41-42).

Em outro ponto, os autores explanam sobre

6 SEPPIR é a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.


7 Maria Alice Nogueira e Afrânio Catani (orgs) da obra sobre os “Escritos da Educação: Pierre Bordieu” datado de 2007 e
integra a coleção de Ciências Sociais da Educação.
O funcionamento da escola e sua função de conservação social são apresentados
como: a) Todos são iguais, independente das desigualdades sociais; b) A igualdade
formal e universalidade; c) A desvalorização das técnicas; d) A valorização dos
grupos privilegiados do ponto de vista cultural. Todos esses quesitos só reforçam a
educação e a sua prática pedagógica dissimulada para encobrir as indiferenças entre
os alunos.
SILVA, 2016, p. 3 (In: NOGUEIRA, 2007).

A autora Silva (2016, p. 1), inicia o texto com o objetivo da obra “Escritos da
Educação: Pierre Bordieu”, tendo a idéia central de apresentar o sistema de ensino e/ou a
educação nas sociedades contemporâneas, as relações estabelecidas no ambiente escolar e os
diferentes grupos sociais inseridos neste sistema. Sistema de ensino repleto de desigualdades
sociais e privilégios de uns em detrimento a maioria, no qual este processo será “afetado,
também, pela transmissão do capital cultural8, pelo processo de aculturação 9, pela entrada no
ensino secundário e no ensino superior, pelo meio lingüístico e pela escolha do destino.”
(SILVA, 2016, p. 2. In: NOGUEIRA, 2007).

Quem fala em pesquisador, está se referindo a um ser envolvido em processo de


conhecer o mundo, a realidade que ele é e que o rodeia. De conhecer e de agir sobre
essa realidade. Ao apontar para o pesquisador, está se apontando, antes de mais
nada, para um ser humano diante do desafio da procura. Segundo, um ser humano
estruturalmente é um ser que pensa e que age. Ora, tanto o processo de conhecer
como o de agir inicia-se com a problematização.
SALOMON, 2006, p. 5

Por um lado, deve-se ter em mente que os fatos também induzem e permeiam
considerações e subjetividades ocultas, seja na fala, na ação, no gesto ou no simples
demonstrar dos fatos e, o papel do pesquisador é entender a sua função e o seu papel inserido
naquele contexto, que é a compreensão de uma comunidade, de uma escola, de uma educação,
de uma cultura específica e ancestral, sendo apenas um mero observador dos fatos e da
realidade. Por outro lado, a diversidade dessa sociedade exige um estudo e uma atenção às
individualidades, que ao unir-se transformam os indivíduos em uma totalidade, ou seja, a
comunidade. Logo, “o método para apreensão dessas individualidades é a ‘experiência
integral’, que começa pela descrição exterior, segue pela busca das articulações internas, pela
sua decomposição em partes, e por fim chega a reatualização, a revivência intuitiva, a

8 O capital cultural contido na obra é o “conjunto de qualificações intelectuais produzidas pelo sistema escolar ou transmitidas
pela família” (REVISTA CULT) e, o responsável pelo nível de cultura global da família e no êxito escolar da criança.
99 O processo de aculturação afeta o processo de êxito social e escolar do indivíduo, que está diretamente ligado ao êxito
escolar, o nível cultural e a residência desse aluno. Por outro lado, quando a residência e os pais desse aluno são de níveis
culturais desiguais, podem ocorrer seriações significativas no êxito escolar e de vida para essa criança.
recriação da ‘vida’ dessas individualidades. Essa é a tarefa das ciências e do espírito” (REIS,
2004, p.35), de acordo com a análise diltheyana, que é o responsável pelo método
Hermenêutico ou Poético Científico, no qual, o indivíduo é o ponto de partida para a
totalidade do grupo. Cada sujeito é constituído de um mundo de pluralidades, peculiaridades,
singularidades e em evolução constante, que assim “a realização da vida não encontra seu
sentido e sua realidade dados pelo futuro, mas cada instante tem em si seu fim e possui uma
significação para a evolução total da estrutura” (REIS, 2004, p.38). Estrutura essa que é
vivenciada nas comunidades remanescentes de quilombo, portanto cada indivíduo tem a
responsabilidade e a sua função nesta estrutura e ao unir tais ações fortalecerão a sua
manutenção e perpetuação para as novas gerações, que são as crianças, jovens e porque não
adultos inseridos neste contexto rural ou urbano, fechado ou aberto, marcado de pluralidades
em suas mais variadas tarefas cotidianas, no modo de fazer, na ação de cuidar, na sabedoria ao
plantar, na experiência para colher, na fala ao ensinar, no olhar ao educar e em todos os
momentos de convivência e sociabilidade.

A historiografia tem muito a nos ensinar sobre este campo do conhecimento


denominado ensino de história. Consideramos que é fundamental para os processos
de formação inicial e continuada dos professores de história, a constante leitura e
interação entre historiografia e ensino. Em nosso caso, muitas de nossas inquietações
somente foram minimizadas com a revisão da historiografia.
SOARES, 2008, p. 100

Assim sendo, conforme o autor “a apropriação de conhecimento histórico, neste caso,


não é um fim, mas uma etapa”. (idem, 2008, p.159). Cabe ao historiador, pesquisador ou
professor conhecer o ser humano, a sua realidade e todas as especificidades que o inserem na
sociedade e, com isso, propiciarão conhecimentos mais estruturados.
Para finalizar, cabe ressaltar o que afirma Brasil (2004, p.26) em sua publicação que

Cumprir a Lei é, pois, responsabilidade de todos e não apenas do professor em sala


de aula. Exigi-se, assim, um comprometimento solidário dos vários elos do sistema
de ensino brasileiro, tendo-se como ponto de partida o presente parecer, que junto
com outras diretrizes e pareceres e resoluções, têm o papel de articulador e
coordenador da organização da educação nacional.
BRASIL, 2004, p.26.

Conclui-se, então que podem ser e de tal modo considerados como “povos históricos
não o são pelo ritmo acelerado de suas mudanças ou pela originalidade de suas instituições,
mas vivem historicamente porque conservam, revivem e julgam a existência de seus
ancestrais.” (REIS, 2004, p.44) e, portanto, seu grupo é formado por sujeitos nascidos e
criados neste espaço de singularidades históricas, na qual formam um sujeito histórico e “um
sujeito coletivo universal, que tem a consciência de si e vai, progressivamente, em direção a
uma reconciliação máxima, senão total, consigo”. (idem, p.46). Por conseguinte esse sujeito
inserir-se-á na historiografia, permeando os campos de conhecimento como a Etnografia, a
Antropologia e a Sociologia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa, a leitura e, a elaboração deste texto trouxe muitas questões que ainda não
haviam sido pensadas, refletidas ou pontuadas em meu trabalho acadêmico, tais questões
como: As Políticas Públicas de Ação Afirmativa no contexto da Educação Escolar
Quilombola, e não só como via de acesso ao Ensino Superior e o Concurso Público; As ações
efetivas e a prática educativa que é disponibilizada para os docentes e instituições de ensino
inseridas no campo e área rural e, porque não se falar da área urbana e a cidade, que também
tem seus problemas, singularidades e deficiências na aplicação do processo de ensino
aprendizagem; Os alunos e as Comunidades Remanescentes de Quilombo como veem ou
entendem a Educação e o objetivo dessa atividade educativa na sua vida e cotidiano; A
implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola ou
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
brasileira e Africana e suas modalidades da Educação Básica, qual é a melhor maneira de
aplicar tais conhecimentos ou legislações para que se transforme em um aprendizado efetivo e
significativo para o aluno e para a sua comunidade; O docente tem a responsabilidade de
ensinar aos alunos, mas, também não é o único ator social com essa função educativa, assim,
significa que a família e os demais indivíduos inseridos neste contexto devem entender e
repensar nas ações, nos modelos e nas atitudes que reproduzem em seu dia-a-dia e, se essas
não estão carregadas de preconceitos e racismo. Tantos outros quesitos poderiam ser incluídos
ou mencionados, todavia encerro por aqui.
Contudo, este texto deve ser o ponto de partida para a reflexão não só da prática e da
ação educativa e de ensinar, como também, a sua ação efetiva como ser humano e indivíduo
inserido em uma sociedade desigual – que trata todos como iguais e com direitos respeitados
– e não se valorizam as diferenças para a transformação do entorno e de si mesmo, a
Educação como primordial e o fator de mudança da sociedade para que se quer formar e para
a sociedade que se quer ver atuar no futuro, com cidadãos com seus direitos e deveres não só
no papel e sim no cotidiano, conscientes de sua atuação como ser único – indivíduo – e como
ser coletivo. Coletividade que não se conquista de um dia para o outro, mas se “apreende”
pelo exemplo e modelos que se convive e, assim, quem sabe não teremos um Brasil e um
mundo melhor para as gerações que virão? Não sei a resposta, mas é esperar para ver.
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