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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO – UEMANET


DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB/ POLO- SÃO BENTO

CURSO DE PEDAGOGIA – MODALIDADE EaD

FRANSSINETE ARLETE FARIAS

JOYSIANE DE JESUS SOARES FRANÇA

KEILIANE VIANA RIBEIRO

MARIA INÊS SANTOS ALVES

PROJETO FEIRA CULTURAL

Comunidade Remanescente Quilombola: Um olhar atual sobre o Quilombo da


comunidade Vila Nova do Município de Palmeirândia

SÃO BENTO- MA
2023
FRANSSINETE ARLETE FARIAS
JOYSIANE DE JESUS SOARES FRANÇA

KEILIANE VIANA RIBEIRO

MARIA INÊS SANTOS ALVES

PROJETO FEIRA CULTURAL

Comunidade Remanescente Quilombola: Um olhar atual sobre o Quilombo da


comunidade Vila Nova do Município de Palmeirândia

Projeto Feira Cultural apresentado ao curso de


Pedagogia da Universidade Estadual do Maranhão,
Núcleo de Tecnologias para a Educação – UEMANET,
para obtenção de nota na Disciplina Educação e
Relações Étnico- Raciais.

Orientadora: Keyllyanne Desterro Cardoso

SÃO BENTO- MA
2023
1. INTRODUÇÃO

O presente projeto visa conhecer a realidade e as práticas desenvolvidas no


Quilombo Vila Nova, do município de Palmeirândia. Uma comunidade com
distintas e múltiplas identidades que se apresentam na medida em que seus
integrantes são interpelados sobre diferentes situações.
Nesse sentido, conhecer sua identidade, expectativa e necessidade como
sujeito pertencente e atuante uma comunidade, cujo grupo social está ligado a
grandes desafios territoriais e preservação ambiental e cultural, evidencia a
importância da construção de uma identidade afrodescendente positiva frente
aos desafios enfrentados numa sociedade que, infelizmente, permeia ações de
preconceito e discriminação.
Dessa forma, essa construção de identidade é entendida como um
processo de construção histórica, cultural, social e plural de indivíduos
pertencentes a um grupo e em relação com o outro.
Portanto, conhecer sobre a história da comunidade supracitada tornar-se-á
de grande relevância não só para o nosso grupo de estudo, como também aos
demais grupos que serão apresentados este trabalho. Sua importância face aos
desafios e lutas para seu reconhecimento e subsistência de sua cultura, crenças
e valores.

2. JUSTIFICATIVA

Durante séculos as comunidades remanescentes de quilombo


permaneceram cercadas da “invisibilidade” à qual tinham sido relegadas pela
historiografia oficial. Se no passado esta invisibilidade era uma forma de proteção
contra as ameaças externas, hoje milhares de comunidades negras não só desejam
sair do antigo isolamento, como querem o reconhecimento de seus direitos
territoriais e de seus valores culturais.

Essas comunidades quilombolas se adaptaram a viver em regiões, por


vezes hostis, mantendo suas tradições culturais. Aprenderam a tirar seu sustento
dos recursos naturais disponíveis, ao mesmo tempo em que se tornaram
diretamente responsáveis por sua preservação interagindo com outros povos e
comunidades tradicionais.
Na perspectiva materialista: “os quilombos significavam, em última instância,
a reação coletiva contra a violência e os maus-tratos da escravidão. Nessas duas
correntes, o aquilombamento aparecia como um processo que se dava quase fora
da sociedade escravista, posto que a escravidão era um mundo que coisificava
socialmente os escravizados” (GOMES, 2006, p. 10-19).

O Estado do Maranhão possui centenas de comunidades negras cuja


resistência cultural imprimi-lhes características próprias verificáveis nos costumes,
nas tradições, nas festividades e nas manifestações religiosas. Os quilombos
representam uma experiência de ruptura da ordem jurídica vigente na época. Era
uma constante ameaça à economia colonial, cujo combate exigia a criação de todo
um aparato repressivo especializado. Sua existência durante todo o regime colonial
e imperial representou a desmoralização do aparato jurídico-ideológico instalado
para combatê-los.

O Quilombo Vila Nova - Palmeirândia- MA, foi certificado como


remanescente de Quilombo pela Fundação Cultural Palmares em 2019. Conforme o
art.2º do Decreto Nº 4887.

Pertencente a um grupo étnico- racial de história própria, dotado de relações


históricas específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a
resistência à opressão histórica sofrida, nessa comunidade há um total de 200
famílias, uma abastada culinária: arroz, farinha, milho, produção de azeite de coco,
entre outras, e uma cultura rica em danças (de tambor de crioula, quadrinhas e
reggae) e artesanato fabricado com folhas de palmeira (abano, cofo, mensaba,
peneira, etc.), além da diversidade religiosa.

Diante disso, esse projeto tem caráter interdisciplinar, transdisciplinar e


transversal, visa envolver todas as áreas do conhecimento e problematizar questões
do cotidiano da Comunidade Quilombola Vila Nova, tais como o contexto histórico, o
reconhecimento da comunidade, a produção de farinha de mandioca dentre outras
comidas típicas, as danças, as ervas medicinais, os tipos de moradia (casas de
taipa), materiais com palha e etc...
Portanto, visa-se a evidenciar a valorização do conhecimento tradicional, da
cultura e costumes, como possibilidades para a incorporação da comunidade
quilombola no currículo e atividades educacionais.

3. OBJETIVOS

3.1 Geral

Analisar o processo de ensino aprendizagem dos alunos do Ensino


Fundamental da Escola Municipal São Roque para o reconhecimento do grupo
étnico-racial da comunidade quilombola Vila Nova do município de
Palmeirândia, bem como a história, a identidade e a cultura existente.

3.2 Específicos

Apresentar aos alunos a história dos quilombolas da comunidade Vila Nova


do município de Palmeirândia.
Compreender as contribuições da cultura quilombola para construção de
nossa história.
Realizar oficinas na escola através de confecção e exposição de cartazes
com desenhos, colagens de imagens e reportagens, sobre a comunidade
quilombola.
Promover mostras culturais que valorizem a identidade territorial, cultural e os
lugares históricos e festivos da comunidade quilombola.
Resgatar, conhecer e refletir acerca das músicas e danças de origem
quilombola e valorizar a cultura.

4. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA

Em uma roda de conversa fazer um levantamento do conhecimento prévio


com os alunos sobre: O que é quilombo? Quais as Comunidades Quilombolas
existentes no Maranhão? Existência de quilombos na Baixada Maranhense;
Contexto Histórico da Comunidade Quilombola Vila Nova, localizada no
município de Palmeirândia- MA;
Apresentação de vídeos sobre suas tradições culturais, costumes, religião e
economia local;
Entrevistas, Registros fotográficos;
Oficina: Confecção de artesanatos típicos;
Feira Cultural com recursos utilizados como meio de subsistência na
Comunidade Quilombola Vila Nova: artesanato fabricado com folhas de
palmeira (abano, cofo, mensaba, peneira, balaio, entre outros), além de
alimentos produzidos, consumidos e vendidos pelos moradores (plantas
medicinais, azeite de coco babaçu e farinha de mandioca).

5. CRONOGRAMA

Etapa 1 - Apresentação do tema do projeto aos alunos, enfatizar sobre a


importância do povo quilombola para a nossa história.
Etapa 2- Assistir vídeos, onde os alunos possam aprender sobre os costumes,
festividades, crenças, meio de sustento das 200 famílias que habitam nesta
comunidade.
Etapa 3- Convidar alguns moradores da comunidade para ministrar uma oficina
de confecção de artesanatos típicos e levar alguns dos seus recursos naturais
para que os alunos possam até fazer o comparativo de alguns que eles
mesmos têm em suas residências ou já conheciam.
Etapa 4 - A culminância do projeto será uma Feira Cultural, com o
envolvimento dos alunos da turma do 4º ano, professoras e membros da
Comunidade Quilombola da Vila Nova, onde haverá exposição de recursos
naturais e artesanatos, utilizados pelos moradores da comunidade
pesquisada; além de cartazes com fotografias de atividades e costumes .
6. REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,


2018

Gomes, N. L. (2006). Educação, raça e gênero: Relações Imersas na Alteridade.


Cadernos Pagu, (6/7), 67-82. Recuperado de https://periodicos.sbu.unicamp.br/oj
/index.php/cadpagu/article/view/1862/1983.

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