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1 Reconhecimento do litoral do Paraná

1 - Vinheta: UFPR-Litoral- A Educação é a nossa praia, ARPUB-


Associação de rádios públicas brasileiras, MINC- ministério da cultura e
Petrobras apresentam:

Programa Mar Aberto – mergulhe em idéias (Manu)

Uma seqüência de programas que mostrarão as


particularidades que a costa paranaense propicia a seus
habitantes desde tempos imemoriais. Nestas series navegamos
no tempo e mergulhamos no espaço em busca de saberes, ritmos
e idéias.

Programa Mar Aberto – mergulhe em idéias

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2- Bem vindos a bordo marujos.


Em nosso primeiro programa vamos navegar pelo tempo-
espaço do litoral do Paraná e fazer um reconhecimento de
algumas coisas que só existem lá. Conversaremos com
crianças, sábios, professores e pescadores, que nos contarão
sobre o litoral do Paraná.... duvidas, certezas, idéias e sabores.
A maré está alta e o vento a nosso favor, segurem-se
marujos que vamos partir.

Som
3 Som....
3 - No ano de 1501 aportou na região de Cananéia, a expedição do
comandante Gonçalo Coelho. Das três naus que iniciaram a viagem, apenas
uma delas conseguiu retornar. Nesses diários de bordo, consta que alguns
salvaram-se e conseguiram chegar a ilha de Cananéia.
Durante mais de cinqüenta anos viveram em boa paz e cordialidade
com os indígenas e geraram um grande numero de descendentes mestiços.
Entre os anos de 1550 e 1560 esse povo, originário dos náufragos de
Cananéia, se animou a embarcar em canoas. Saindo pela barra afora,
costearam o Ararapira, o Superagui e entrando por outra barra chegaram
em formosas baias.
Admirados, observavam muitas habitações indígenas ao redor
daquelas baias, receosos que lhes fizessem alguma traição, foram aportar
numa ilha, a que hoje recebe o nome de Cotinga. Ali iniciaram a construção
de suas habitações.
Talvez por trazerem vários indígenas domesticados, os colonos se
animaram a passar para o outro lado da baia e a investigar os rios a que
chamam de Almeidas, Correias e Guaraguaçu ate suas nascentes. Nestes
rios descobriram varias minas de ouro que receberam o nome de minas de
Paranaguá.

Som....
O litoral do Paraná é uma das primeiras regiões colonizadas da costa
brasileira, com influências indígena, européia e afro-descendente,
apresenta-se o histórica e culturalmente rica. Ele está localizado no setor
sudeste da costa brasileira, que, entre Cabo Frio (ES) e o Cabo de Santa
Marta (SC), concentra remanescentes de Floresta Tropical Atlântica,
atualmente uma das mais importantes Reservas da Biosfera da América do
Sul, incluída como um dos 25 hotspots de biodiversidade do mundo, e por
isso também um valioso patrimônio natural.
Em seus 90 km de praias e mais de 650 km 2 de baías e estuários, há
manifestações culturais específicas, tais como o fandango (dança e música
popular), sistemas artesanais de pesca, atividades derivadas dos ciclos
econômicos, artesanato, mitos e lendas e particularidades da relação entre
sociedade e natureza, que devem ser resgatadas, valorizadas, registradas e
divulgadas nacional e internacionalmente.
Entre as 60 comunidades de pescadores atualmente existentes, de
frente oceânica ou de interior de baías, muitas são identificadas como
isoladas, muitas tem acesso somente por água.
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O Paraná tem um minúsculo litoral se comparado com as proporções


nacionais. Mesmo pequeno, apresenta dois estuários com uma das maiores
reservas de Mata Atlântica do Brasil.
O maciço de rocha cristalina que forma a Serra do Mar é uma das
formações rochosas mais antigas do território brasileiro.
A Planície Costeira paranaense é hoje utilizada como balneário de
veraneio e turismo para grande parte dos habitantes do estado. Os estuários
de Guaratuba e Paranaguá, com suas inumeráveis ilhas recebem visitantes
das mais variadas partes do globo. Nelas, a perder-se pelos manguezais,
canais e furados existem dezenas de vilas com praticas culturais de
sobrevivência muito interessantes vivendo em meio a um ecossistema de
Mata Atlântica em excelentes condições de preservação.
Rumando do sul ao norte passamos por três grandes centros de
moradia temporária. Guaratuba, Caiobá e Matinhos. Estas cidades recebem
grande parte dos turistas de veraneio, enquanto outros distribuem-se pelas
dezenas de balneários residenciais que se estendem de Matinhos até Pontal
do Sul.

Som

Entre Caiobá e Pontal do Sul, a praia arenosa é interrompida, por


algumas dezenas de metros, por um costão rochoso de altura
insignificante.Nesse local, quem viajava de Paranaguá a Guaratuba pela
orla marinha era obrigado a deixar a praia e atravessar um trecho de
restinga de pouco mais de 100 metros, para então retornar à praia até
chegar a Caiobá.
Esse trecho arenoso de mata baixa(mata de restinga, rica em epífitas)
era conhecido como Matinho(sem o “s”).Em suas imediações, ao norte,
desaguava um pequeno rio,.Era o Rio Matinho, já referido em 1820 por
Auguste de Saint Hilaire, atualmente retificado e canalizado.
A designação de Matinho, usual naqueles tempos, encontra-se nos
mapas antigos.Com a chegada dos banhistas, o nome original foi alterado
para Matinhos. A mata de restinga já não existe, dela nada restou!Era o
“Matinho” daqueles poucos que aí moravam ou por aí passavam.
Do matinho derrubado surgiu Matinhos, a cidade.
Os primeiros vestígios da presença do homem na região foram
encontrados no Sambaqui de Matinhos. Trata-se de remanescentes culturais
de um povo que viveu no litoral do Paraná aproximadamente entre 3.000 e
5.000 anos passados, muito antes da presença do índio carijó.
Com a ocupação do território pelos portugueses, houve a
miscigenação das culturas indígena e européia, que deu origem ao caboclo.
Muito pouco se sabe a respeito da história da região de Matinhos e de seus
primeiros povoadores, cujos descendentes aí viviam no início do
estabelecimento dos balneários de Caiobá e Matinhos.
Isolados do resto do estado, os caboclos conservavam certos traços
culturais herdados do indígena e do elemento lusitano. As dificuldades de
sobrevivência tornaram seu modo de vida simples, sem maiores
preocupações além daquelas de utilização prática cotidiana.
Com o crescimento dos balneários, muita tradições caboclas
desapareceram, como o estilo das casas, os aspectos da cozinha, o engenho
de mandioca, etc. A tradição da pesca adaptou-se as novas exigências da
comunidade. A canoa a remo e a vela foi substituída pela de motor 2
tempos.
Matinhos ficou sob a administração de Guaratuba até 31 de Julho de 1938.
No dia 12 de Junho de 1967 foi promulgada a lei de emancipação do
Município de Matinhos, que foi formalmente instalado em 19 de Dezembro
de 1968.
A paisagem do Município de Matinhos é diversificada, compreendendo
parte do maciço montanhoso da Serra da Prata e amplas áreas da planície
costeira da Praia de Leste. Cada conjunto apresenta características próprias
do ponto de vista geográfico, geológico e dos recursos naturais renováveis
e não renováveis.

Som

O acesso ao litoral do Paraná pode ser feito, a partir de Curitiba, pela


rodovia BR-277; pela antiga Estrada da Graciosa, que conduz o viajante
por um caminho florido e sinuoso, com trechos em asfalto e outros
revestidos de pedras; pela ferrovia Paranaguá-Curitiba, obra de engenharia
do século XVII ou a pé, pelo antigo Caminho do Itupava. O litoral Sul do
estado também pode ser acessado pela rodovia BR-376 e pela Estrada da
Garuva.
Antonina fica na baía de mesmo nome, localizada no extremo Oeste
da Baía de Paranaguá. Teve seu povoamento iniciado em 1648, quando a
região conhecida como a enseada de Guapirocaba (hoje Ilha do Teixeira)
foi concedida aos seus pioneiros povoadores. Oficialmente a cidade foi
fundada em 1714. Em agosto de 1797, foi elevada à categoria de vila, com
a denominação de Antonina, em homenagem ao príncipe D. Antonio e, três
meses depois, foi elevada à categoria de cidade. A importância da
arquitetura luso-brasileira e eclética está na harmonia formada pelo
conjunto de sobrados, ruínas e calçadas de pedra no centro da cidade, onde
ficam as igrejas e o Teatro Municipal. Também são atrativos as praias de
águas calmas; o Recanto do Rio do Nunes; trilhas que permitem
caminhadas em meio à densa vegetação da Mata Atlântica e banhos de
cachoeira.

Guaraqueçaba possui infra-estrutura modesta e tem como principais


atrativos turísticos a Reserva Natural do Salto Morato - RPPN, que
pertence a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e é uma
importante área de proteção da Mata Atlântica; o Salto Morato localizado
dentro da reserva e que possui uma queda d'água de 130 metros de altura; a
Praia Deserta com mais de 38 km de extensão; trilhas interpretativas;
Casario Colonial do século XIX; Ilhas como a Rasa, das Laranjeiras, entre
outras, merecendo destaque a do Superagui e a das Peças, onde se localiza
o Parque Nacional do Superagui, que faz parte do complexo estuarino-
lagunar integrado por Cananéia, Iguape e Paranaguá, uma das regiões mais
importantes do país sob o ponto de vista de sustentação alimentar.

Guaratuba apresenta um grande número de belas praias e outros


atrativos, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso
construída no século XIX; o Morro do Brejatuba com uma imagem do
Cristo Redentor; o Salto Parati; e tem como destaque a sua baía, onde pode
ser praticada a pesca esportiva, esportes náuticos, além de passeios de
barco por suas ilhas como a do Saí, do Itacolomi e do Capim. As principais
praias do município são a Prainha, Brejatuba, Coroados, Caieiras, Central,
do Cristo, entre outras.

Matinhos conta com 22 km de praias, que propiciam boas condições


para o lazer e para a prática do surfe. Seu principal Balneário é o de
Caiobá, considerado um dos mais urbanizados do litoral paranaense. Os
principais atrativos são o Morro do Boi, onde é possível a prática do salto
de paraglider e o passeio em trilhas; a Igreja Matriz de São Pedro; o Parque
Florestal Rio da Onça que é dotado de portal, trilhas interpretativas, pontes
suspensas, centro de visitantes, mirante, torre de observação e educação
ambiental.
Morretes teve sua fundação em 1721, às margens do rio
Nhundiaquara. São diversos os atrativos que convidam a conhecer
Morretes, como as igrejas dos séculos XVI e XVII; a Estação Ferroviária,
com sua arquitetura preservada e que permite uma bela visão da Serra do
Mar; os caminhos coloniais da Graciosa e do Itupava, antiga ligação trem,
o litoral e o planalto paranaense; o Salto dos Macacos; Salto Redondo; o
Véu de Noiva; o Rio Nhundiaquara com sua Ponte Velha, considerada uma
obra de arte, e o Santuário Nhundiaquara, um parque ecológico com 400
hectares. Próximo ao calçadão da Rua das Flores ficam restaurantes que
oferecem o prato típico do litoral, o Barreado.

Paranaguá foi fundada em 1570 e é a cidade mais antiga do Paraná,


oferece aos visitantes passeios de barco pela Baía de Paranaguá e por suas
principais ilhas, da Cotinga, dos Valadares e a do Mel que merece destaque
por ser uma Estação Ecológica ou Unidade de Conservação (UC) do Paraná
e é considerada uma das mais belas do país. A Ilha do Mel abriga 25 praias
que proporcionam aos visitantes momentos de lazer e aventura por suas
trilhas, matas, morros, mangues e ilhas próximas, além de um passeio pela
história do Paraná na Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, construída
em 1767, e no Farol das Conchas, construído em 1872.

Pontal do Paraná é um dos municípios litorâneos de maior fluxo de


turistas, possui 48 balneários onde se destacam Pontal do Sul, com praias
de areia fina e clara (abriga o Centro de Estudos do Mar da Universidade
Federal do Paraná, que realiza trabalhos de pesquisas avançadas sobre as
potencialidades do litoral paranaense); a Ilha Galheta bom lugar para pesca,
além do principal terminal de embarque para Ilha do Mel; Praia de Leste
com praias de areia branca e águas claras; Shangri-lá possui uma extensa
faixa de areia e ondas que propiciam a prática de surfe; Ipanema é o mais
movimentado durante a temporada, oferece várias opções noturnas, sendo
muito freqüentado por jovens.

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4- A viagem foi ótima, e agora que chegamos em nosso porto, vamos


baixar ancora para saber mais sobre as lendas contadas por pessoas que
conhecem bem esse lugar. Pequenas comunidades afastadas, pessoas com
fisionomias tão diversas, pescadores, agricultores, caçadores, maricultores,
artesãos, gente simples, com uma cultura muito rica, com muitos sonhos e
que embasam em lendas as suas histórias de relacionamento com o meio
onde vivem. Crenças e histórias relacionadas ao uso do mangue, da terra e
do mar, crenças que dão origem a esse modo de vida caiçara.

As lendas e superstições, nesse ambiente, revelam estruturas mentais


elaboradas, apontam para um cuidado e respeito às leis naturais, atitudes e
pensamentos. Valorizar esses conhecimentos é valorizar a sabedoria
ancestral, é reconhecer a importância dos saberes populares como condição
de preservação de culturas autóctones, seja pela presença de indivíduos
alheios a esse meio, seja pelo modo de vida contemporâneo que
desconhece as leis que regem esses pequenos grupos e passa a ditar as
regras do mercado e da livre concorrência.

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A lenda da Piragüi

Em uma antiga lenda, Nhãnderu, deus dos índios guarani, havia


prometido paraísos guardados a seus filhos caçulas. Em um determinado
momento, então, esses guaranis, que viviam no interior, começaram a andar
em direção ao oceano, guiados pela crença que de que se caminhassem para
onde o sol nasce, encontrariam a terra sem mal.
Andaram durante muito tempo, até que chegaram ao litoral, e lá, bem
perto do mar, enfim avistaram as ilhas cercadas pelo oceano. Entenderam
que afinal tinham chegado ao paraíso. Assim, embriagados pela fé que
estimulava a possibilidade do cumprimento de uma promessa divina, os
escolhidos começaram a travessia.
Passaram por Jacutinga (Ilha da Cotinga), por Ieretã (Ilha do Mel) e,
quando estavam indo à Ilha de Superagüi (Ju Piragüi), foram apanhados
por uma tempestade. Uma mulher já bem velha e por isso muito fraca, não
suportou as provações da travessia, seu corpo foi “comprado” pelo mal e o
mar a levou.
Piragüi, como era chamada, ficou então temida pela redondeza. Ela
aparecia nos rios e não gostava que as pessoas desrespeitassem o mar. Um
dia um homem estava tentando pescar e não conseguia pegar nada, quando,
revoltado, resolveu fazer cocô na água do rio para provocar Piragüi. Ela
apareceu, bateu na bunda do pescador e disse: “Por que você está fazendo
isso?”. O homem então reclamou da falta de peixes. E Piragüi fez uma
proposta a ele: “Tenho observado a aldeia onde mora e vi que sua mulher
está grávida. Vamos fazer assim: eu lhe dou agora todos os peixes que você
puder levar e quando seu filho nascer, você o dará para mim.”
O homem chegou em casa com muitos, mas muitos peixes e disse à
sua mulher: “Já pesquei tanto neste rio que nunca mais quero pescar por lá
de novo”. E nunca mais voltou! Mas seu filho cresceu e um dia foi pescar.
Quando entrou no rio, Piragüi, que não havia se esquecido do trato, estava
lá, esperando por ele. Então, ela o enrolou com seus longos cabelos e o
levou para o fundo do mar. Os pais do rapaz o procuraram por todos os
lugares e não o encontraram. Foi quando seu pai, apavorado, lembrou-se do
antigo acordo: ele tinha trocado o seu próprio filho com Piragüi. Sem saber
o que fazer, levou o caso a um grande Pajé. O Pajé mandou construir uma
casa de reza no local onde viram o rapaz pela última vez.
Cantaram e dançaram por três dias inteiros chamando por Piragüi.
No final do terceiro dia, Piragüi apareceu, dançando e cantando. Ela trazia
o rapaz enrolado em seus longos cabelos. Piragüi dançou e bebeu a cachaça
que lhe foi oferecida durante a noite inteira, e quando estava amanhecendo
o dia, ela acabou adormecendo embriagada. O rapaz aproveitou-se e se
desenrolou de seus cabelos e quando Piragüi acordou não tinha mais nada a
fazer a não ser voltar sozinha para o rio.

Piragüi é uma espécie de sereia que habita os estuários da região de


Paranaguá a Cananéia, cuidando e controlando os estoques de peixes,
camarões e outros seres marinhos. A lenda de Piragüi nos conta mais do
que a história de um personagem, conta a história de um tempo, de uma
época. Conta a chegada dos guarani ymbiá no paraíso prometido por
Nhãnderu, seu deus.
As pessoas temiam Piragüi e isso era muito importante para que
também a respeitassem. Piragüi podia cantar e arrastar embarcações para
bancos de pedra a fim de afundá-las. Mas como toda a cultura oral, estas
lendas eram passadas em histórias para crianças com a finalidade de impor
limites e respeito. “Piragüi pega as crianças que ficam sozinhas na beira do
rio”, e quando a criança cresce, traz como marca de sua cultura estes
cuidados com a natureza, sabendo que poderá ser punido se desrespeitar
estas leis.
5 - Como contrapeso para nossa embarcação vamos levar na memória
conversas com pessoas que podem ilustrar e adicionar idéias aos marujos.

5 –entrevistas O que? Quando? Como? Onde? Porque? Sabe


uma receita?

6- vinheta despedida e receita


Obrigado pela companhia marujos e agora vamos
saborear um.......... Com farinha de mandioca faça a farofa de
banana e............, espere e delicie-se.
Para contatos em alto mar acessem
www.ufprlitoralemmaraberto.podomatic.com

7- vinheta final: O programa mar aberto é produzido pela UFPR-Litoral- A


Educação é a nossa praia, com apoio da - Associação de rádios públicas
brasileiras, do ministério da cultura e financiado pela Petrobras
Programa Mar Aberto – mergulhe em idéias

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