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DE SÃO JOSÉ
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Werter Valentim de Moraes - Msc. Engenheiro Florestal;
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Rogéria Lopes de Castro – Turismóloga Especialista em Ecoturismo;
1. INTRODUÇÃO:
O caminho de São José liga a população dos municípios de Rio Doce e Barra
Longa no estado de Minas Gerais em um trajeto de 48 quilômetros de extensão
acompanhando as margens do Rio Piranga (MORAES E CASTRO, 2005).
A descoberta de ouro na capitania de Minas Gerais em fins do século XVII deu
nova dimensão à empresa colonial. A exploração do metal atraiu para a região enorme
contingentes de trabalhadores livres, houve então uma verdadeira migração em
massa, e surgiram núcleos urbanos estáveis no interior, possibilitando o surgimento de
Barra Longa e Rio Doce.
Com a penetração dos colonizadores nas Minas Gerais, constituíram-se
primeiramente, pequenos núcleos de povoamento na região do Carmo e Ribeirão de
Ouro Preto e, posteriormente, na região dos rios Gualacho do Norte e Carmo, onde
hoje se encontra o município de Barra Longa.
A origem do atual município de Rio Doce está relacionada ao período de 1780
a 1810, quando a economia mineira deixou de ter a mineração como atividade
principal e as atividades agropecuárias passaram a ser o seu eixo central. Em 1808, a
transferência da família imperial para o Brasil, permitiu uma série de transformações
na economia do estado, dentre as quais a possibilidade de aberturas de novos
caminhos e a concessão de sesmarias para a região da atual Zona da Mata, em
especial para as terras juntas ao rio Doce. Durante muito tempo os pioneiros que ali
chegaram, dedicaram-se à exploração de madeira abundante em toda a região. O
estabelecimento de fazendas agrícolas se seguiu ao desmatamento.
A proposta de elaboração dos roteiros temáticos nasceu a partir da Expedição
Caminhos de São José, realizada pela Carpedien - Atividades & Empreendimentos em
Ecoturismo, durante uma semana de trabalhos de campo, envolvendo os poderes
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contatos@carpedien.tur.br; Apresentação Oral – Eixo: Homem – Tel.31 – 38926895. Carpedien –
Atividades & Empreendimentos em Ecoturismo.
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contatos@carpedien.tur.br; Apresentação Oral – Eixo: Homem – Tel.31 – 38926895. Carpedien –
Atividades & Empreendimentos em Ecoturismo.
públicos municipais, as comunidades urbanas e rurais, a AMAPI - Associação dos
Municípios da Microrregião do Vale do Rio Piranga e alunos dos cursos da
Universidade de Ouro Preto e da Universidade Federal de Viçosa (MORAES E
CASTRO, 2005).
Com diversos eixos temáticos como: religioso, rural, ecoturismo e aventura, o
caminho faz parte da estrada real. Hoje, este ambiente natural pode ser considerado
como um museu vivo, com perfeitas condições para se interpretar o passado quando
da colonização aurífera, com o ambiente presente em que se apresentam os recursos
naturais e sociais na vida das Minas Gerais.
4. METODOLOGIA:
O trabalho procedeu com base em formulários do Programa Roteiros Brasil,
através dos tópicos:
1. Atrativos naturais / ecológicos - águas
2. Atrativos naturais / ecológicos - gruta / caverna
3. Atrativos naturais / ecológicos – mirantes / picos / serra / vale/ ilha
4. Atrativos naturais / ecológicos – mata / flora / vegetação em geral
5. Atrativos naturais / ecológicos - fauna
6. Atrativos histórico-culturais – sítio histórico
7. Manifestações e atividades culturais – artesanato típico
8. Manifestações e atividades culturais – artes / folclore / rituais
9. Manifestações e atividades culturais – culinária típica
10. Entrevista comunidade
Com base no inventário apresentaram-se as ações necessárias a serem
realizadas nos atrativos turísticos para que os mesmos fossem transformados em
produtos turísticos. Para tanto, se estabeleceu a necessidade do Plano de Gestão dos
Atrativos Turísticos - PGAT.
O Plano de Gestão dos Atrativos Turísticos - PGAT, é um instrumento a ser
implementado nos atrativos turísticos devidamente licenciados pela Secretaria
Municipal de Turismo e que conterá um plano de manejo das atividades turísticas na
propriedade (OMT, 2004). Este PGAT deve ser elaborado pelo COMTUR e aprovado
pela Câmara de Vereadores atendendo peculiaridades locais e a legislação tributária.
5. RESULTADOS:
No Caminho de São José, não deve haver nenhuma preocupação em restringir
a peregrinação religiosa. Certa vez o teólogo Leonardo Boff perguntou ao grande líder
tibetano Dalai-Lama qual era a melhor religião e ele respondeu sem pestanejar: “É
aquela que te faz melhor!”. Portanto, caminhar só tem sentido se for à busca de ser
mais humano com os humanos! (NEVES, 2003).
O Caminho de São José, assim como outros, em sua maioria é uma rota de
peregrinação turística religiosa, ecológica, esportiva e cultural que atravessa as
montanhas de Minas Gerais acompanhando as águas do Rio Piranga em um trajeto
que está preste a desaparecer pela força incontrolada dos homens.
Ao longo do trajeto, o Caminho de São José oferece muito da história de
Minas, com o seu império do Ouro com fazendas seculares, fragmentos significativos
da Mata Atlântica, paisagens deslumbrantes fazem que este eixo provoque um
sentimento de introspecção e contemplação a tudo.
5.1.3. A CREDENCIAL
A exemplo do que acontece na Espanha no Caminho de Santiago de
Compostela, após fazer sua inscrição, o Caminhante recebe uma credencial que será
carimbada ao longo do Caminho nos locais de pernoite, refeição e atrativos religiosos
ou não previamente selecionados (NEVES, 2003).
No Caminho de São José, esta credencial poderá ser entregue em local
diferente da inscrição como ou a Casa Paroquial ou o Centro de Memória,
dependendo de onde será feito a inscrição.
Os locais a serem definidos para se credenciar devem ser definidos em comum
acordo com o proprietário do local, onde serão carimbadas as credenciais dos
Caminhantes. Cada carimbo significa que o caminhante venceu uma etapa do
Caminho, caso não percorra toda a rota de uma só vez, ele pode continuar sua
caminhada do ponto que parou para receber o certificado.
5.1.4. O CERTIFICADO
Após percorrer todo o caminho e carimbar sua credencial em todos os pontos
de paradas oficiais do Caminho de São José, o caminhante poderá receber um
certificado que será entregue na Casa paroquial da Matriz de Rio Doce, ou outro local
previamente selecionado.
6. DISCUSSÃO:
A discussão principal para que este trabalho seja implantado, está na
realização do PGAT, o qual deverá ser apresentado a partir de uma normatização
específica, em comum acordo entre todas as partes interessadas do Caminho de São
José.
O Plano de Gestão (OMT, 2004) tem por objetivo:
I - regulamentar as atividades no interior do atrativo turístico de forma a otimizar o seu
potencial socioeconômico em atendimento às aptidões e vulnerabilidades naturais e
culturais da área e à função social da propriedade;
II - compatibilizar as atividades turísticas no interior do atrativo com outros usos
socioeconômicos possíveis e com as políticas e normas de conservação e
recuperação do meio ambiente e dos recursos naturais previstas em legislação
federal, estadual ou municipal em vigor;
III - promover e incentivar o aproveitamento econômico da propriedade ou posse, rural
ou urbana, com o maior envolvimento possível da população local;
IV - oferecer, em prazo previamente definido, um cronograma de melhoria na
qualidade dos serviços e da infra-estrutura do atrativo;
V - permitir o monitoramento de impactos da visitação;
VI - propiciar ao poder público local elementos concretos para o estabelecimento de
mecanismos de incentivo ao turismo sustentável com vistas a promovê-lo como
modelo para toda a região.
O PGAT (OMT, 2004) deverá conter, no mínimo:
I - a descrição e caracterização da área e seus recursos naturais, históricos e culturais
disponíveis no local;
II - o zoneamento turístico-ambiental da propriedade, com a identificação exata:
a) das áreas de preservação permanente de que tratam o artigo 2º do Código Florestal
– Lei Federal 4.771/65 e alterações posteriores, cuja ocupação e instalação de infra-
estrutura são proibidas ou restritas na forma da legislação;
b) no caso de propriedade ou posse rural, da área de Reserva Legal do artigo 16 do
Código Florestal - Lei 4.771/65 e alterações posteriores, que deverá ser averbada na
matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis competente nos termos da
legislação aplicável;
c) da presença dos recursos naturais disponíveis tais como vegetação, cavernas e
recursos hídricos;
d) das áreas de visitação livre ou uso intensivo, controlada ou uso extensivo e proibida
ou de uso restrito;
e) da localização dos equipamentos turísticos e outras instalações de lazer e de
infraestrutura de apoio à visitação, quando houver;
III - um planejamento, com o respectivo cronograma, para a instalação e manutenção
de trilhas e demais obras de infra-estrutura e áreas de lazer;
IV - um plano de manejo da visitação, de cada um de seus atrativos;
V - um calendário anual de eventos socioculturais, esportivos e/ou ambientais, quando
houver, para controle e divulgação pela Secretaria Municipal de Turismo;
VI - um programa de disposição de resíduos inorgânicos e de reciclagem ou
reutilização dos resíduos orgânicos, assim como do tratamento de efluentes;
VII - um programa de informação sobre as normas de funcionamento da propriedade,
incluindo a descrição de cada atividade desenvolvida e seus riscos, assim como dos
procedimentos de segurança;
VIII – um programa de educação e interpretação ambiental.
7. CONCLUSÃO:
Estes roteiros temáticos se estabelecem de forma a atingir um público afim de
experiências inovadoras enquanto atividades de turismo no espaço natural,
apresentados aos poderes públicos municipais como parte das “Diretrizes para uma
Política Pública do Caminho de São José” sendo um dos produtos da Expedição
Caminho de São José.