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“TRILHAS DO REFÚGIO BIOLÓGICO BELA VISTA DA ITAIPU BINACIONAL-ME,


COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL”

Rover,N.R¹.; Sousa,H,A,S¹.; Educadoras Ambientais da Itaipu Binacional-Foz do


Iguaçu/PR -neli@itaipu.gov.br

INTRODUÇÃO

O Refúgio Biológico Bela Vista - RBV é uma das Unidades de Conservação


(UC’s) da ITAIPU Binacional, situado no município de Foz do Iguaçu – PR. Foi criado
em 27 de junho de 1984, com uma área de 1.920 hectares, destinados à Preservação
e Conservação da biodiversidade, pesquisa científica, turismo e educação ambiental.
Esta Unidade abriga parte dos trabalhos desenvolvidos pela Superintendência
de Meio Ambiente da Entidade, como: Viveiro Florestal, Criadouro de Animais
Silvestres, Tanques-rede, Captação de Água para Abastecimento Público pela
SANEPAR, Experimentos Florestais, Projeto Jovem Jardineiro, Projeto de Plantas
Medicinais, Programa de Uso Público: Trilhas Temáticas, Programa de Educação
Ambiental, Atendimento Turístico e Eventos, além de área reflorestada e integrada a
remanescente florestal.
Ao longo da sua trajetória, o RBV sofre uma constante pressão antrópica em
função do avanço desordenado da urbanização do seu entorno, caracterizada pela
depredação do patrimônio, caça, pesca, corte de árvores, incêndios florestais,
deposição de lixo e invasões. Nesse contexto, surgiu a necessidade de uma ação
interdisciplinar e de parceria entre a empresa e a comunidade, com base no
desenvolvimento sustentável, com estratégias de minimização e compensação dos
impactos e da pressão sobre a área. Fig. 01.
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Figura 01

Para atender a necessidade de intensificar as atividades de conscientização


ambiental junto à comunidade que habita o entorno do RBV, foi desenvolvido o
“Programa de Educação para a Sustentabilidade do Refúgio Biológico Bela Vista”,
A Educação ambiental para Sustentabilidade é um processo histórico. Um
ditado chinês milenar talvez seja hoje o mais apropriado para o tema da Educação
Ambiental para Sustentabilidade no contexto da recuperação, manutenção,
conservação do meio ambiente, que diz:

“Se planejamos a vida para um ano, plantamos arroz. Se planejamos para dez
anos, plantamos árvores. Se planejamos para cem anos, preparamos pessoas”.
(Provérbio Chinês)

Ou seja: o desafio da educação é trabalhar no presente pensando nas gerações


futuras, e sabendo que as mesmas também terão novas questões a serem
resolvidas. Mas uma coisa é certa: depende do avanço das gerações atuais em
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relação à revisão de princípios, valores e práticas em relação à sustentabilidade um


futuro sustentável e melhor para as gerações vindouras.
Em todos esses espaços que se constituem nos “pilares” da Educação
Ambiental para Sustentabilidade na Itaipu Binacional, as ações se desenvolvem em
articulação direta com os Atores Sociais correspondentes, sejam eles de órgãos
públicos, grupos econômicos, rede de ensino e universidades ou instituições
representativas da sociedade civil organizada, particularmente os movimentos sociais
e as ONGs.
A formatação do Programa de Educação para a Sustentabilidade do Refúgio
Biológico Bela Vista nasceu de um processo de “Construção Coletiva” dos
colaboradores internos da Superintendência de Meio Ambiente da Itaipu Binacional.
Para as reflexões sobre a sustentabilidade social é necessário ter em mente
conceitos como sociedade, desenvolvimento e sustentabilidade. São compreensões
que margeiam nosso entendimento sobre o que aconteceu, acontece e virá a
acontecer em nosso meio.
O que se propõe hoje é um desenvolvimento sustentável, ou seja: “o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades sem comprometer a capacidade das
gerações futuras”. Nesse sentido o conceito de sustentabilidade engloba cinco
dimensões principais, os chamados pilares da sustentabilidade (WEBER; 2000).

Com as obras de revitalização do RBV, que contempla conceitos de “arquitetura


verde e eficiência energética”, utilizando-se de estruturas e tecnologias menos
impactantes, contribuindo assim, para a socialização das idéias de redução do
consumo de energia e conservação ambiental.
O Refúgio, por ser comprometido com o desenvolvimento sustentável, em
parceria com outras instituições de pesquisa e ensino, apresenta um modelo de
novas tecnologias que contemplam o uso racional dos recursos naturais. As formas
alternativas de energia, arquitetura verde e responsabilidade social.
É desenvolvido o Programa de Uso Público do Refúgio Biológico Bela Vista, um
projeto que concilia a preservação e conservação planejada dos recursos naturais da
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região, somadas aos programas ambientais da empresa com a oferta de educação,


lazer e turismo em uma linha de sustentabilidade.
O RBV dispõe de infra-estrutura adequada para o atendimento do turismo e
para educação ambiental, Contando com o Centro de Educação Ambiental e
Turismo. Os visitantes recebem informações sobre a fauna e flora regionais, bem
como conceitos e práticas de sustentabilidade.
Turismo Ecológico: Através do ordenamento da visitação turística ao RBV
contribui-se para o fortalecimento da imagem institucional, enquanto empreendimento
comprometido com as questões ambientais, que oportuniza ao visitante socializar a
tecnologia de edificações ecologicamente sustentáveis, o ambiente das trilhas e as
ações ambientais da unidade ao uso racional de recursos;
Escolares: Com o intuito de formar uma consciência ambiental na comunidade
educacional, o atendimento aos escolares preza pelo enriquecimento e continuidade
do processo educativo, a partir da interpretação ambiental, dinâmicas, vivências,
inserções artísticas, oficinas, entre outras atividades educativas, norteadas por temas
geradores.
Comunidade diretamente do entorno: existe a necessidade de relacionar
principalmente a geração de emprego e renda à possibilidade de novos
empreendimentos, impulsionando o desenvolvimento regional com melhoria da
qualidade de vida. Esses benefícios, se reconhecidos, reportam diretamente à
valorização da Unidade. Por isso, a necessidade de trazer a comunidade para o RBV
e esta reconhecê-lo como fonte de conhecimento, perspectivas, inovação e também
de qualidade de vida.

OBJETIVOS

Sensibilização das pessoas através da percepção para provocar uma mudança


de atitudes e comportamentos em relação ao meio em que vive, minimizar as ações
predatórias promovendo a integração da comunidade com o Refúgio, percepção e
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valorização da natureza por outros meios além do olhar, promover à integração do


RBV com as escolas e comunidade
• Valorização e conservação do RBV, fortalecimento da imagem institucional,
enquanto empreendimento comprometido com as questões ambientais.
• Sensibilizar e educar a comunidade para a valorização de sua identidade
instrumentalizando-a por meio da organização e participação para auto gestão de sua
história .

METODOLOGIA

As metodologias privilegiam práticas educativas participativas e interdisciplinares,


construindo coletivamente ações de Educação Ambiental para Comunidade, para
Estudantes e para Colaboradores internos e visitantes em geral. (Fig. 02e Fig. 03)

Figura 02
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Figura 03

As visitas são realizadas em grupos de no máximo 12 pessoas, acompanhados por


monitores (e com acesso inclusive para pessoas portadoras de necessidades
especiais). (Fig. 04).
É realizada articulação junto a Secretaria Municipal de Educação para atividades
realizadas com os escolares da rede pública.
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Figura 04

As trilhas são ferramentas utilizadas em educação ambiental desenvolvidas com


turistas brasileiros e estrangeiros, estudantes e moradores do entorno, com objetivo
de sensibilização e conscientização ambiental e valorização do meio.

Trilha da Sustentabilidade: são apresentados ambientes humanos sustentáveis,


economicamente viáveis e ecologicamente corretos, com destaque para sistemas
construtivos e energéticos alternativos, conforme projetos construídos no RBV onde são
explorados o histórico da construção da usina , formação geológica e possibilidades
regionais. (Fig. 05, Fig. 06)
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Figura 05

Figura 06

Trilha dos animais: a caminhada na mata conduz para observação da flora nativa e
diversas espécies de animais da região, dispostos a partir de temas como cadeia
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alimentar, hábitos, espaço/habitat e extinção, em recintos amplos, que procuram


simular o ambiente onde vivem. Percurso de 930 metros, duração 2 horas. (Fig. 07 e
Fig. 08)

Figura 07

Figura 08
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A Trilha dos Sentidos: possuem pontos de paradas que permitem a sensibilização


das pessoas por meio de vivências educativas sensoriais, objetivando a percepção e
valorização da natureza por outros meios, além do olhar, estimulando a
conscientização para mudança de atitudes e comportamentos. Percurso: 530m,
duração aproximada: 2horas.(Fig. 09, Fig. 10 e Fig. 11).

Figura 09

Figura 10
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Trilha dos Sentidos


Ponto do
T ato

C ASA
DA Ponto
V ID A do Ponto da
O lfato A udição

Ponto
do
Paladar

Ponto da
V isão

LAG O

Figura 11
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BIBLIOGRAFIA

VIEIRA, Paulo Freire; WEBER, Jacques (organizadores). Gestão de Recursos naturais e Renováveis e
desenvolvimento: novos desafios para a pesquisa ambiental – 2ª ed. São Paulo: Cortes, 2000.
Apostila Plano de Uso Público do Refúgio Biológico Bela Vista
Apostila “ Experiências em Sustentabilidade” – Subsídios para a Trilha “Experiências em Sustentabilidade”. Agentes de
Educação Ambiental – ITAIPU.
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Figura 12

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