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“movimento de idéias desenvolvido essencialmente no século 18.

(...) Tratava-se de um verdadeiro recenseamento cultural.


Finalmente, não parece haver dúvida de que as idéias iluministas
tenham influenciado muitas das posições assumidas pelos
revolucionários franceses de 1789. (...) Às vésperas da revolução
francesa, o homem do século 18, individualista e burguês, concilia
a razão com o desejo de ser útil e progressista”
[ Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos, Antônio Carlos Azevedo ]
Independência EUA

Conjura Mineira

Expulsão jesuítas -Pombal

Retrato de Mozart [1763]


Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes;
Se em frio, calma, e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;

Nem por isso trocara o abrigo terno


Desta choça, em que vivo, coas enchentes
Dessa grande fortuna: assaz presentes
Tenho as paixões desse tormento eterno.

Adorar as traições, amar o engano,


Ouvir dos lastimosos o gemido,
Passar aflito o dia, o mês, e o ano;

Seja embora prazer; que a meu ouvido


Soa melhor a voz do desengano,
Que da torpe lisonja o infame ruído

CLAUDIO MANUEL DA COSTA


[ Glauceste ]

[ SÉC 18 ]
Como o nome sugere, o período chamado “neoclássico” traz algumas marcas do
estilo clássico camoniano, típico do Renascimento. O esgotamento do modelo
barroco (seiscentista) vai fazer renascer o princípio da razão como norteadora dos
processos de produção literária... Influência de Horácio, poeta latino e seu
“fugere urbem”, os árcades buscarão até a formação de uma sociedade, a
Arcádia, para poderem cultuar poesia e simular vida bucólica, além do gosto pela
razão. Nesta academia literária, os poetas adotavam pseudônimos pastoris, com
os quais assinavam suas obras. Um dos lemas principais era “carpe diem”, além
de “inutilia truncat”.
O ponto marcante para esta opção pela vida campestre está mesmo no mito do
“bom selvagem” ou “homem natural”, de Rouseeau. Este movimento pelo que é
natural, pode sim ser lido como uma espécie de resistência ao Absolutismo
gerado pela hierarquia das cidades, nascido na nobreza e no clero, desde Idade
Média.
Na verdade, o contexto histórico favorece a valorização da ciência e,
conseqüentemente, uma visão mais racional do mundo se dá, não só no campo da
literatura, como na pintura ou música, por exemplo... A natureza, vale reforçar, é
lugar ameno que inspira paz e realização plena do ser humano. Não é por acaso
que “A flauta mágica”, Wolfgang Mozart, se passa no campo.
Jean H Fragonard(1732-1806), discípulo de
Chardin e de Boucher, marcou o ápice do rococó
na pintura francesa. Notabilizou-se, primeiro,
como grande paisagista, para em seguida
enveredar pelo retrato familiar em interiores e
pelo erotismo.
Sua obra mais conhecida é O balanço (1767).
Nela, ele antecipa técnicas e conceitos
fundamentais aos impressionistas. Um século à
frente das inovações trazidas por Monet, Manet e
Renoir, já podemos ver a tentativa de capturar o
"momento fugidio" da moça que se diverte; a
suprema alegria e jovialidade, aliada à ternura e à
sensação de acolhimento, que brotam com toda
força do quadro; as pinceladas vivas e libertas do
rigor acadêmico; os jogos de luz e de cores
apenas possíveis ao ar livre, em contato com a
natureza.

[ Blog do Noblat – 2012 ]

Fragonard – Balanço – séc XVIII

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2008/04/06/pintura-balanco-de-jean-
honore-fragonard-96179.asp
Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

[ Marília de Dirceu, T Gonzaga ]


O grande divisor de águas no tocante à evolução da noção de progresso civilizatório e do seu impacto
sobre a felicidade humana foi o iluminismo europeu do século XVIII — a “era da razão” baseada na fé
sobre o poder da própria razão. (...) Como apontam os melhores especialistas no assunto, o conceito
iluminista de progresso — e tudo o que ele implicava em termos de otimismo quanto ao futuro terreno
da espécie humana — assinala uma clara ruptura em relação às idéias dominantes no mundo antigo,
medieval e renascentista (...). A equação fundamental do iluminismo europeu pressupunha a
existência de uma espécie de harmonia preestabelecida entre o progresso da civilização e o aumento
da felicidade. A resultante do processo, ou seja, a construção gradativa de um mundo como nunca se
vira na história, desde a expulsão do primeiro casal do paraíso era efeito da combinação de vetores
de mudança que não só corriam juntos mas que alimentavam e se reforçavam mutuamente. Eram
eles :
- avanço do saber científico;
- o domínio crescente da natureza pela tecnologia;
- o aumento exponencial da produtividade e da riqueza material;
- a emancipação das mentes após séculos de opressão religiosa, superstição e servilismo
-o aprimoramento intelectual e moral dos homens por meio da ação conjunta da eduação e das leis

Felicidade, Eduardo Gianetti [ ed Cia das letras ]


Charles J. Natoire, 1740
Expulsão do Paraíso
Joseph M Vien, A vendedora de amores, 1763
Por que os poetas adotavam pseudônimos pastoris?

Trecho da Lira IX [ Marília de Dirceu, de Gonzaga]


http://www.jornaldepoesia.jor.br/tomaz1.html#lira9

Qual mensagem o texto transmite?

Quais características do estilo árcade são reconhecidas no poema?


LITERATURA

Carlos H Carneiro 

karneirodigital@gmail.com

http://sites.google.com/site/karneirodigital/

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