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Título
Piratininga: Analise do Potencial para Condição de Estância Turística

Palavras-Chaves
Piratininga, Estância, Potencial Turístico

CAPÍTULO I

1. Introdução

O Turismo enquanto atividade promissora para o desenvolvimento de uma


localidade propicia a geração de rendas por meio de atividades diretas e indiretas,
como por exemplo, a empregabilidade e o desenvolvimento de infra-estrutura
daquele local. Nesse contexto o Turismo é um segmento de economia que vive
em constante progresso devido a globalização de seus equipamentos e com isto o
setor ganha novos adeptos e investidores (ANSARAH, 2004).
Um ponto importante para o desenvolvimento do mesmo é a infra-
estrutura básica da localidade que deve ser adequada à demanda, além de
construções para novos atrativos turísticos.
Neste trabalho será abordado o despertar do turismo na cidade de
Piratininga, através da análise do potencial turístico a ser explorado, bem como os
recursos que existem na cidade a favor do turismo, através da verificação de seus
equipamentos de apoio e a infra-estrutura básica atendem a atividade.
A condição para se tornar uma estância turística, de acordo com o decreto
nº 11.022, de 28 de dezembro de 1977, diz que para ser uma estância turística a
cidade têm que apresentar alguns pré-requisitos como atrativos históricos,
artísticos e religiosos, oferecendo condições mínimas de lazer e cultura
(AULICINO, 2001).
A pesquisa tem por finalidade analisar o potencial turístico do município, a
fim de verificar se Piratininga comporta o turismo receptivo. E quais os benefícios
que a cidade pode adquirir com a prática do Turismo.
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Os resultados serão analisados e discutidos ao longo do desenvolvimento


do trabalho após o término das pesquisas documentais, de observação com a
participação do Poder Público Municipal.

1.2 Objetivos

1.2.1 Geral
Analisar o potencial turístico do município de Piratininga

1.2.2 Específicos
- Realizar levantamento da infra-estrutura, por meio de um check-list
visando a obtenção do título de Estância;
- Analisar por meio de observação, o atendimento ao turista objetivando a
qualidade do mesmo;
- Busca de propostas para o desenvolvimento do turismo na cidade.

1.3 Justificativa

A cidade tem como atrativo o Clube Águas Quentes de Piratininga,


manifestações religiosas e uma natureza perfeita representada pela Serra do
Veado, onde pode ser explorada a prática de esportes radicais. Tratam-se de
oportunidades em que o turismo pode ser desenvolvido, mas ao mesmo tempo
não existe uma preocupação do Poder Público com este segmento.
É por esse motivo que será realizada a análise do potencial turístico da
cidade para se tornar uma Estância Turística, buscando propostas para que se
desenvolva o Turismo em Piratininga, tendo em vista que a atividade pode
movimentar a economia da cidade, geração de emprego e renda, entre tantos
outros benefícios para a cidade e para a sociedade piratiningana.
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CAPÍTULO II

TURISMO: DOS CONCEITOS À ESTÂNCIA TURÍSTICA

2.1 Conceitos de Turismo

O Turismo reúne uma infinidade de métodos para desenvolvê-lo, e desta


forma é necessário que haja uma preparação adequada de onde pretendemos
inseri-lo, pois todos os dias novos lugares e tendências são descobertos.
Segundo Trigo (2000, p. 12)
Pode-se dizer, em resumo que qualquer viagem temporária com duração
de 24 horas é turismo e que as viagens de apenas um dia são
excursões. Em geral, não se classificam como turismo viagens de
estudo ou trabalho (caso das migrações ou viagens profissionais de
longa duração, como as empreendidas por estudantes, diplomatas,
militares, técnicas, religiosos etc.).

Cada autor tem sua idéia formada sobre Turismo, há varias definições do
assunto, alguns mais óbvios, outros mais vagos, alguns defini Turismo, como um
fenômeno, outro como uma atividade e tem aqueles que dizem, que Turismo é
uma ciência.
Lage e Milone (2000, p. 26)
Hoje, é impossível limitar uma definição específica de turismo. Sem
dúvida é uma atividade socioeconômica, pois gera a produção de bens e
serviços para o homem visando a satisfação de diversas necessidades
básicas e secundárias. Em se tratando de uma manifestação voluntária
decorrente da mudança ou do deslocamento humano temporário,
envolve a indispensabilidade de componentes fundamentais como o
transporte, o alojamento, a alimentação e, dependendo da motivação, o
entretenimento (lazer, atrações).

Existe autores que sente dificuldade em definir o Turismo e confessam


isso, como o caso de Ansarah (p.11) “[...] pode-se firmar que o Turismo, como
setor econômico, é um conceito difícil de definir de maneira uniforme.” Essa
dificuldade surge porque a atividade se espalha para outros setores, como
economia, planejamento, cultura, lazer e muito mais.
Para Barretto (1995, p. 14)
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Outro elemento essencial para definir o turismo é todo o arcabouço, toda


preparação envolvida. Para que uma pessoa possa viajar existe todo
uma equipe que faz o planejamento do receptor que presta serviço no
local; que providencias vias de acesso, saneamento básico, alojamento,
alimentação e recriação.

Todos os autores se direcionam de diferentes formas desde quando se


iniciou atividade turística, embora ainda não se tinha uma visão ampla do
fenômeno e como devemos estruturar a atividade para termos produtos de
qualidade, as necessidades básicas e secundárias.
Como o passar dos anos pode-se perceber que os conceitos de turismo,
foram aprimorados. Atualmente é necessária uma série de elementos, para que
possa conduzir o turismo de forma adequada, e assim ampliar os horizontes.
Um dos aspectos que ajuda a delimitar o Turismo é a tipologia e a
segmentação que será abordado no próximo assunto.

2.2 Tipos de Turismo

A tipologia é um canal que segmenta o Turismo e que nos ajuda a definir o


que devemos inserir para cada turista a fim de gerenciar suas respectivas áreas
de maneira adequada.
Para Barretto (2003, p. 17 a 23).
O turismo é um fenômeno social complexo e diversificado. Há diversos
tipos de turismo, que podem ser classificados por diferentes critérios.
Estes podem variar de acordo com os diversos autores que, ao longo
destes últimos 30 anos, vêm pesquisando o fenômeno turístico.

Pode-se verificar que o turismo tem varias ramificações, vários


segmentos, para que fique mais fácil de perceber e identificar o perfil de cada
localidade.
De acordo com Oliveira (2001) há vários tipos de Turismo, como por
exemplo: de lazer, de eventos, de águas termais, desportivo, religioso, de
juventude, social, cultural, ecológico, de compras, de aventura, gastronômico, de
incentivo, de terceira idade, rural, de intercambio, de cruzeiro marítimo, de
negócios, técnico, gay (GLS), de saúde, ético e nostálgico.
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Já Beni (2001) cita os mesmos tipos que Oliveira (2001), eventualmente


com alguma nomenclatura diferenciada e acrescenta na tipologia dos tipos
Turismo: paisagístico, folclórico e artesanal, congressual, sociofamiliar, de étnico-
histórico-cultural, urbano, temático, esotérico ou esoturismo, de recreação e
entretenimento, ecoturismo, agroturismo, habitacional, hedonista, virtual, de jogo
ou cassinismo, de excentricidades, do cívico institucional e o sexual
Para Oliveira (2001) e Beni (2001), os tipos de Turismo podem ser
definidos da seguinte forma:
Para Oliveira (2001) o Turismo de lazer é caracterizado como viagens
realizadas por prazer, onde em qualquer localidade pode ser feito, com amigos ou
familiares, mudando sempre de local para conhecer novas atrações. Pode ser feita
de carro ou excursões, exigindo boa infra-estrutura, estradas seguras e
equipamentos de apoio.
Segundo o mesmo autor o Turismo de eventos é praticado por quem
deseja participar de acontecimentos promovidos com o objetivo de discutir
assuntos de interesses comuns e estão divididos nas categorias regional, nacional
e internacional.
Exige infra-estrutura sofisticada, como centro de convenções, hotéis de
qualidade, restaurantes para atender a demanda, agências em turismo receptivo e
empresas especializadas em eventos com mão-de-obra apta com disponibilidade
de equipamentos auxiliares e de comunicação (recursos audiovisuais,
computadores, telefone, fax). Esse tipo de turismo independente de calor, frio,
chuva o evento é realizados, trazendo um bom negocio para os locais receptivos.
Já Beni (2001) nomeia os eventos como: os fixos que são festa nacionais,
regionais já consolidadas, os sazonais que são de ocorrência regional, os de
oportunidade que são esporádicos, acompanhando as tendências de mercado e
os monotemáticos que se dirigem a subsegmentos do mercado, como expressões
artísticas e cultural.
O Turismo de águas termais e hidrotermal segundo Oliveira (2001) e Beni
(2001) é o praticado por pessoas que buscam tratamento de saúde ou simples
recreação, é um tipo que exige uma definição precisa do tipo de visitante que
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espera receber em seus estabelecimentos, pois o turista de lazer não quer


conviver com os visitantes em “tratamento de saúde” com medo de contaminação.
Esse tipo de turismo é sofisticado e localizado exigindo grandes
investimentos e muita organização, para que evitem a monotonia, principalmente
para os que buscam recreação com salas de jogos, piscinas internas e externas,
canchas esportivas ao ar livre, caminhos ecológicos, cinema, boa variedade de
comida, divertimento noturno, sem esquecer do público infantil, todas as estações
hidrominerais, de recreação ou saúde, necessitam de serviços médicos.
O Turismo desportivo para Oliveira (2001) e Beni (2001), são praticados
por pessoas que vão participar ou assistir a eventos desportivos, movimentando a
economia local não só com a presença de atletas e sua assistência, mas também
com as obras. Os grandes eventos desportivos mundiais que atraem grande
atenção da população mundial exigem grande investimento financeiro. Exige
sofisticados equipamentos (estádios, alojamentos, segurança, hotéis,
restaurantes, comunicação). Não pode ser realizado em qualquer lugar.
Segundo Beni (2001) o Turismo virtual ao contrário dos princípios do
Turismo que envolve o deslocamento físico, mostra via web localidades, sua
cultura e de um lado roteiros para o planejamento de uma viagem real e de outro
se apresenta as localidades através de sites as localidades de difícil acesso, mas
nunca substituindo o real, mesmo nas mais avançada informática, experiências
artificiais irá substituir a realidade concreta.
O Turismo de jogo ou cassinismo segundo Beni (2001) apesar de muitos
planejadores achem um fator importante para a expansão do Turismo, o jogo, é
apenas mais uma alternativa. Essa modalidade de Turismo seus participante são
de alto nível, com equipamentos sofisticados e entretenimento de elevado custo.
Beni (2001) cita também o Turismo de excentricidades, como o turismo
funerário, observados nos cemitérios de Ricoleta, em Buenos Aires, Gênova, na
Itália. Outro tipo é o espacial em ônibus espaciais para viagens orbitais e com o
avanço tecnológico, para a Lua, com a liberdade que o homem o universo do
Turismo desconhece seus limites.
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Segundo Oliveira (2001) o Turismo religioso é praticados por pessoas


interessadas em visitar locais sagrados, A gruta de Fátima (Portugal), a cidade de
Lourdes (França), Medjugorje (Iugoslávia), as cidades santas, como Jerusalém
(Israel), Meca (Arábia Saudita), Aparecida do Norte (Brasil), locais religiosos que
são visitados por milhares de peregrinos durante todo o ano, já Beni (2001) diz
que alguns autores não os consideram nos estudos do Turismo e acrescenta que
esse público tem consumo turístico, utilizando equipamentos e serviços,
igualmente como os turistas reais.
O Turismo de recreação e entretenimento segundo Beni (2001) é a busca
de atividades recreativas como pescarias, rodeios, com o deslocamento de grande
quantidade de pessoas, em distância nunca superior a 100 km de suas
localidades.
O turismo da juventude segundo Oliveira (2001) é praticado por jovens e
estudantes que viajam para comemorar o término de cursos escolares, são
poucos exigentes, em geral são atraídos por locais que tem vida noturna agitada.
São considerados grandes divulgadores do local, pois ao retornarem para casa
contam todos os acontecimentos e acabam contagiando pais e amigos a
conhecerem a localidade.
Para Oliveira (2001) o turismo social é praticado por pessoas de baixa
renda em geral operários que contam com a ajuda das fábricas cobram suas
despesas a longo prazo, descontado na folha de pagamento e Beni (2001)
acrescenta os estudantes, pessoas idosas, deficientes e inválidos. Esse tipo de
turismo acontece geralmente nos finais de semana e onde acontece sazonalidade,
em época de baixa temporada, com os preços mais baixo e também não muito
longe para não encarecer o custo do transporte.
Para Oliveira (2001) o Turismo cultural são praticados por estudantes,
pesquisadores, arqueólogos, cientistas, professores em busca de novos
conhecimentos. Esse tipo de turismo tem um público bem específico, onde a
atração cultural é a única motivação, já Beni (2001) o turista busca o legado
histórico do homem e sua época, encontrado em suas ruínas, museus e não
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somente um público específico, citando o Turismo científico o praticado para


pesquisas.
Turismo ecológico para Oliveira (2001) e Beni (2001) que acrescenta em
sua definição como Turismo da natureza, Turismo verde é o que são praticados
por pessoas que apreciam a natureza, que já desapareceram das grandes
cidades, com o objetivo de respirar ar puro, apreciar a beleza da localidade. É um
tipo de turismo recente, mas se desenvolve rapidamente no mundo todo e é
praticado de diversas formas: caminhadas por trilhas, passeios em animais de
montaria, transporte em equipamentos que não poluam o meio ambiente, safáris
fotográficos, acampamentos, ciclismo, escalada, rapel, rafting.
O Turismo de ecoturismo segundo Beni (2001) é a utilização de seu uso
sustentável, controle das áreas com o uso sustentável de seus recursos naturais.
No Brasil se confunde com o Turismo ecológico por não possuir política de
conservação e proteção.
Segundo Oliveira (2001) o Turismo de compras é o tipo de turismo que
pode levar a localidade a obter grandes lucros financeiros, promovendo seu
próprio desenvolvimento sustentado, como exemplos, as cidades de New York e
Miami, que oferecem qualidade, variedade e preços nos produtos do comercio
local.
Para Oliveira (2001) o Turismo de aventura é praticado por pessoas que
buscam emoções radicais, são praticadas em locais inóspitos, tornando-se mais
atraentes e emocionantes, como exemplo: descer corredeiras em barcos infláveis,
subir aos céus em balões. Beni (2001) acrescenta que podem ser roteiros com ou
sem programação, são atraídos pelo desconhecido e situações que exijam esforço
físico e emocional.
O Turismo gastronômico segundo Oliveira (2001) são as cidades
conhecidas e atraentes por seus produtos que oferecem a mesa, mostrando suas
particularidades e sabores, em seus pratos típicos, vinhos, queijos, chocolates.
São organizados grupos que viajam para conhecer os métodos de fabricação e os
sabores da comida de diferentes locais.
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Para Oliveira (2001) o Turismo de incentivo é o resultante da política das


empresas para o aumento de suas vendas, oferecendo viagens com
acompanhantes e tudo pago, ao invés do tradicional premio em dinheiro ou carro.
Com a companhia de colegas os operários criam coragem para fazer uma viagem,
mesmo sem conhecer a cultura ou a língua de outro país, por estarem viajando
com pessoas de mesmo nível, Beni (2001) acrescenta também os estágios no
exterior ou no próprio país para reciclagem e atualização.
O Turismo da terceira idade para Beni (2001) e Oliveira (2001) diz que os
idosos, hoje com mais vigor físico e na melhor qualidade de vida, estão viajando
cada vê mais. Este tipo de turismo é atraído por locais seguros, com belas
paisagens e que não exijam grandes esforços para se chegar as atrações. Beni
(2001) acrescenta que esse tipo de turista escolhe o período de sua viagem,
realizam viagens mais prolongadas.
Segundo Beni (2001) e Oliveira (2001) o Turismo rural é o praticado em
áreas rurais, proporcionando atividades como andar a cavalo, ordenhar vacas,
passear de carroça, tomar banho de rio e cachoeira, caminhar, comer churrasco,
exige estrutura apropriada e investimentos, pois quem pratica quer um ambiente
rústico. Muito procurado por pessoas que vivem em grandes cidades e que
precisam de um descanso mental e físico, podendo apresentar características
bem definidas, como a hospedagem em antigas colônias, sedes de fazendas. Beni
(2001) descreve duas vertentes em sua definição, a primeira o desenvolvimento
de uma oferta de serviço de lazer e hospedagem em propriedades produtivas,
com o turismo rural sendo uma alternativa de renda extra. A segunda é
propriedades não produtivas, possuindo instalações receptivas e valor hitórico-
patrimonial, onde se inclui os grandes hotéis-fazenda e acampamentos de férias.
Segundo Beni (2001) o Agroturismo é o deslocamento de pessoas em
espaços rurais, para participar, vivenciar os afazeres domésticos e produtivos. As
instalações e equipamentos se mantêm em sua forma original e podem ser
ampliadas para acomodar os visitantes.
Para Oliveira (2001) o Turismo de intercâmbio é praticado por jovens
estudantes para realizar cursos e aprender outro idioma em outros países, ficando
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hospedados em casa de famílias, estudam em escolas regulares, mas alguns


preferem os cursos especializados no idioma. Beni (2001) descreve como Turismo
educacional e acrescenta que também são viagens acompanhadas de professores
especializados da própria instituição com aulas e visitas a pontos históricos.
O Turismo de cruzeiros marítimos segundo Oliveira (2001) é a modalidade
de turismo cresce intensamente, o que era privilégio apenas para as pessoas
muito ricas, hoje é possível para todos que viajam, com maior capacidade,
conforto e estabilidade e com preços bem reduzidos. Hoje os navios que
transportavam passageiros de um país para o outro desapareceram, por causa da
concorrência com as passagens aéreas que são bem mais baratas, fazendo com
que as companhias de navegação passaram a se dedicar aos cruzeiros.
Para Oliveira (2001) Turismo de negócios e Beni (2001) que acrescenta
em sua nomenclatura o Turismo empresarial é o turismo praticado por executivos,
para participar de reuniões, visitas a fornecedores e fechar negócios, é um público
que exige grande atenção, hospedam-se em hotéis de luxo, que disponham de
guias bilíngües, tradutores, intérpretes, alas de reuniões, secretárias, motoristas e
veículos especiais, são clientes que viajam o ano todo.
O Turismo técnico segundo Oliveira (2001) É o praticado por pessoas que
trabalham em partes técnicas, para conhecer novas instalações, fornecedores e
resolver problemas. Geralmente viajam em grupos em busca de novidades
tecnológicas para aplicar em suas cidades, empresas.
O Turismo gay (GLS) segundo Oliveira (2001) é um dos tipos de turismo
que vem crescendo no mundo inteiro, conhecido como mercado GLS (gays,
lésbicas e simpatizantes), é um público que normalmente não tem filhos,
trabalham, têm boa educação, ambos gostam de viajar, é um consumidor fiel que
trabalha a favor das empresas e destinos onde são bem recebidos.
Já Beni (2001) como Turismo especializado para novos segmentos de
consumo, o turismo gay, os naturistas que necessitam de espaços, instalações e
equipamentos de acesso controlado. Outro grupo são os de portadores de
deficiências físicas, menos por questões de convivência, mas sim de espaços
maiores e instalações e equipamentos diferentes, outro mercado em expansão é o
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Turismo para solteiros – singles, que buscam em seus roteiros a companhia de


alguém do mesmo sexo ou de outro, para novos relacionamentos.
O Turismo hedonista segundo Beni (2001) são os turistas que vivenciam
no corpo e alma o ambiente e a cultura visitada.
Segundo Beni (2001) o Turismo habitacional têm características de
segunda residência, são imóveis particulares disponibilizados durante o ano para
locações, funcionando com uma oferta permanente. A vantagem esta na geração
contínua de renda para os proprietários.
Para Oliveira (2001) o Turismo de saúde é o praticado por pessoas que
necessitam realizar tratamentos de saúde, onde procuram locais onde existam
clínicas e serviços médicos especializados. Já Beni (2001) inclui o deslocamentos
das pessoas também voltados à estética, harmonização psicossomática,
fisioterapia, spas e fitness centers.
O Turismo étnico e nostálgico segundo Oliveira (2001) é o praticado por
pessoas que querem visitar seus lugares de origem ou de seus antepassados,
como exemplo a colônia de japoneses no Brasil, que enviam ao Japão os
nascidos em nosso país.
Para Beni (2001) o Turismo paisagístico o atrativo principal são as
características geográficas, ecológicas da paisagem, sua natureza.
O Turismo folclórico e artesanal segundo Beni (2001) são áreas onde
periódica ou ocasionalmente acontecem festividades da cultura popular, com
exposições, manifestações folclóricas.
Beni (2001) cita o Turismo congressual são grupos organizados que se
destinam para outras localidades para a realização de congressos e seminários,
exigindo uma maior solicitação dos equipamentos e serviços.
O Turismo sociofamiliar segundo Beni (2001) é dada ao deslocamento de
turistas que visitam e se hospedam em casa de parentes e amigos. Beni (2001)
acrescenta a ampliação da definição em duas novas vertentes, denominando o
“turismo familiar prisional”, mobilizando fretamento de ônibus, alimentação, para a
visitação de ente familiar que esta cumprindo pena. A outra é por famílias e
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amigos que se deslocam para a visitação de pacientes em tratamentos


hospitalares, em instituições de tratamentos de drogados.
Para Beni (2001) o Turismo étnico-histórico-cultural são os turistas que se
deslocam em viagens nacionais ou internacionais para viver in loco com objetivos
antropológicos as características povos de interesse para sua observação.
O Turismo urbano segundo Beni (2001) é confundido com o lazer urbano,
o que os diferencia é o referencial, pois, o roteiro da oferta turística constitui na
prática do turismo urbano e para o residente, o lazer urbano não precisa viajar,
pois já esta na localidade.
Beni (2001) cita também o Turismo temático que com suas instalações,
serviços, equipamentos, produzem artificialmente ambientes da natureza, da
cultura, permitindo o turista conhecer situações inéditas.
Segundo Beni (2001) o Turismo esotérico ou esoturismo são as pessoas
que se deslocam para visitações em locais com grande concentração de energia,
avistamentos de objetos não identificados ou de apelo místico.
Beni (2001) cita também o Turismo cívico institucional que são visitas a
monumentos pátrios, capitais nacionais, províncias ou cidades de relevância
histórica.
Finalizando as tipologias, Beni (2001) cita o Turismo sexual, segundo a
legislação vigente são contravenções, favorecimento da prostituição, tráfico de
mulheres, sabemos que essa modalidade esta crescendo, principalmente no
Nordeste. Os países pobres são os que apresentam o maior crescimentos no
Turismo sexual com crianças e adolescentes.
Os acervos bibliográficos, infelizmente não acompanham o dinâmico ritmo
das tipologias que se modifica a cada dia, porém as informações em sites
governamentais, estudantis, universitários e de outras instituições renome, são
atualizadas constantemente, possibilitando praticidade em pesquisas.
A importância da segmentação do Turismo, está relacionado a percepção
do potencial turístico de uma localidade, pois em qualquer mercado, é muito
importante segmentar e perceber o que aquela localidade vai trazer de melhor
para um determinado tipo de grupo.
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2.3 Potencial Turístico

O Potencial Turístico é determinado quando se tem um despertar para um


determinado atrativo, é identificado através de uma analise, buscando um
planejamento que constitui o instrumento fundamental na determinação da
atividade turística,onde determina suas dimensões ideais para que, se possa
estimular, regular ou restringir sua evolução. (ANSARAH, 2004).

De acordo com as pesquisas feitas relacionadas a esse tema,


percebemos que a definição do potencial turístico de uma localidade está
diretamente relacionada à análise da oferta e demanda, estudo de mercado e
segmentação, pois todos esses itens juntos vão determinar o mercado turístico da
localidade.

De acordo com Dias, (2003, p. 97),

O fluxo turístico de uma localidade, por sua vez, não depende,


necessariamente, de ações de nenhum órgão nacional; através de
medidas locais, um governo municipal pode ser capaz de atrair
investimentos e, com uma promoção eficiente, tornar o município um
centro de atração turística que poderá rivalizar com outro centro do
restante do mundo. O governo nacional, através de incentivos e
programas regionais, poderá contribuir para sua expansão e
consolidação, mas a definição dos rumos do desenvolvimento deve ser
decidida pela comunidade local, através de amplo processo de
participação que envolve a decisão de escolha dos diferentes caminhos
que podem ser seguidos.

Quando segmentamos o mercado fica mais fácil identificar o Potencial


turístico de uma localidade, pois de acordo com ANSARAH, “segmentar o
mercado é identificar clientes com comportamentos homogêneos quanto a seus
gostos e preferências”.
A demanda Turística pode ser definida como a contabilidade de turistas
totais que passam por uma determinada região e acabam gastando, são
informações que ajudam na estimativa da evolução do Turismo.
Segundo Boullón (2002), é preciso que analise os tipos de demanda,
conforme segue abaixo:
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Demanda Real: é o que indica quantos turistas há em um determinado


lugar e a soma de bens e serviços adquiridos durante sua estada.
Demanda Histórica: é o registro de demandas reais anteriores afim de
analisar sua evolução e assim fazer o controle do seu crescimento.
Demanda Futura: é o calculo da evolução da demanda histórica para que
tenha conhecimento do seu crescimento, estagnação ou diminuição durante um
período pré-estabelecido de acordo com o seu presente.
Demanda Potencial: é aquela que a partir de um centro ou conjunto
turístico poderia obter um mercado emissor, como conseqüência a melhora no
atendimento ao publico, como hospedagem ou novos sistemas que apontam
novos segmentos de mercado.
Mas para haver um equilíbrio temos que ter a oferta turística agindo junto
com a Demanda, pois sem esses estudos não é possível identificar as
necessidades de uma localidade turística.
Segundo o mesmo autor a oferta turística é a quantidade de produto que
se entra no mercado consumidor por um determinado preço e período. Quando se
trata de bens que se pode acumular sua oferta é renovada, mas quando se trata
de bens não duráveis, ou seja, aqueles que têm prazo de validade, como a comida
de um navio, por exemplo, o serviço é perdido, pois uma vez que a comida
estragou não se pode usar para uma próxima viagem.
A oferta turística não pode ser diferente, pois cada vez que um turista
deixa a cidade visitada, ele tem que ser ocupado para que o serviço turístico se
torne uma oferta turística.
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Oferta Turística Produto

Bens e serviços postos Satisfaz o consumo de


efetivamente no mercado atividade turística

Empreendimento Turístico
Superestrutura
 Atrativos turísticos
 Equipamento e Instalações
 Infra-estrutura (sistema e
redes próprias e alheias que
apóiam o funcionamento do
setor)
Demanda Turística  Interna
 Externa
Serviços solicitados
efetivamente pelo consumidor

I
Patrimônio Turístico = S A Estrutura de produção do setor
P

Figura1: Classificação das Atividades Produtivas


Fonte: Bullón, 2002

De acordo com Molina(1997) apud Dias (2003) “ O diagnostico, na


realidade, é o pilar fundamental no processo de planejamento.”
Os atrativos turísticos é um fator determinante no que diz respeito a
desenvolvimento turístico de uma localidade, pois é o que determina a vontade de
viajar de um individuo.
É muito importante a organização dos recursos e da infra-estrutura
ofertada aos turistas, para que o destino turístico não haja depreciação e caia em
declínio. (DIAS, 2003)
O inventario turístico é um importante recurso que auxilia no processo de
identificação do potencial turístico da cidade.
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De acordo com Denker (2001)


O objetivo do inventario turístico é levantar, mediante pesquisa, a oferta
turística de um determinado município, região ou área, com a finalidade
de efetuar diagnostico e elaborar prognostico. O inventario serve de base
para o planejamento turístico.

2.4 Tipos de Estâncias

A classificação das estâncias auxilia a definir as características de


determinada localidade, baseada na analise da oferta turística, visto que é
necessário preencher uma serie de requisitos para obter a denominação de
estância. Segundo Aulicinio (2001), baseado no decreto nº 20, de 13 de junho de
1972, os tipos de estâncias podem ser definidos da seguinte forma:
Estância balneária: o município necessita ter praia para o mar, porém
desconsidera orla marítima formada somente de rocha vida.
Estância climática: na localidade deve existir um posto meteorológico em
funcionamento a pelo menos três anos ininterruptos, operados por entidades
especializadas oficiais, em que os resultados correspondem a seguintes
características: temperatura mínima no verão de 20°C e máxima de 25°C, no
inverno mínima de 18°C, a umidade relativa média anual até 60%, permite uma
variação para menos 10% do resultado obtido no local e o numero anual de
insolação superior a duas mil horas.
Estância hidromineral: no município é necessário existir de fonte de
água mineral natural ou captada de forma artificial, também deve existir um
balneário de uso publico para tratamento crenoterápico. E de acordo com o
regulamento, deve oferecer atrativos turísticos e condições mínimas com: o ar
atmosférico não deve ter composições que o torne impróprio ou nocivo para a
saúde e abastecimento de água potável de forma que atenda a população e a
demanda de turistas no período de maior fluxo.
Estância turística: conforme a regulamentação o município deve oferecer
condições mínimas de infra-estrutura básica e de apoio, atrativos históricos,
artísticos, religiosos, recursos naturais e paisagísticos. Além de disponibilizar água
de qualquer natureza de uso publico, abastecimento de água, sistema de coleta
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de lixo, tratamento de água e esgoto, o ar atmosférico não deve ter composições


que o torne impróprio ou nocivo para a saúde, área de lazer, recreação e meios de
hospedagem que atenda o publico e esses requisitos devem atender a população
e a demanda turística nos períodos de maior fluxo.
Atualmente segundo dados do DADE – Departamento de Apoio ao
Desenvolvimento das Estâncias, no Estado de São Paulo existe 67 cidade
consideradas turísticas, e nomeadas como segue no quadro abaixo.

Tabela 1 Quantidades de Estâncias Turísticas no Estado de SP por classificação.


Tipos de Estância Quantidade %
Balneárias 15 22,39
Turística 29 43,28
Hidrominerais 13 19,40
Climática 10 14,93
Total 67

Fonte: DADE - Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias, 2009

Esse órgão foi criado para aumentar as verbas estaduais repassadas para
os municípios com os títulos de estância, sendo assim, o município teria maiores
condições de desenvolver projetos e aprimorar os equipamentos turísticos
necessários.

1.5. Estância Turística

Para que uma cidade tenha o título de Estância Turística ela tem que
atender pré-requisitos como atrativos históricos, artísticos ou religioso, recursos
naturais e paisagísticos. Deve oferecer também condições de lazer dentro de
padrões como, água de qualquer natureza de uso público, com níveis mínimos de
poluição, abastecimento regular de água potável, sistema de tratamento de água e
esgoto, mas que atenda não somente a população local, e comporte a demanda
de turistas, o ar atmosférico não deve ter composições que o torne impróprio ou
nocivo para a saúde, outro requisito muito importante são os meios de
19

hospedagem que deve atender todo o público de fora da cidade, além de áreas de
lazer e recreação para passeios públicos. (AULICINO,2001).

Capitulo III

PIRATININGA: FACIL DE GOSTAR, DIFICIL DE ESQUECER

3.1 Aspectos Gerais

Piratininga está localizada a noroeste do Estado de São Paulo, conta com


uma área aproximadamente de 397km² com uma população de 11.287 pessoas
(IBGE, 2007).
A cidade faz divisa com os municípios de Bauru, Agudos, Duartina,
Cabrália Paulista e Avaí.
O marco zero é a Praça da Igreja Matriz de Piratininga, de onde sai todos
os entroncamentos rodoviários, como por exemplo, as estradas e Rodovias: SP
225 (Rodovia João Baptista Cabral Rennó), SP 294 (Rodovia João Ribeiro de
Barros), Rodovia Intermunicipal Elias Miguel Maluf (que liga a cidade à Bauru).
Pela rodovia SP 225, a cidade dista 12 Km da SP 300 (Rodovia Marechal
Rondon).
20

Mapa de localização de Piratininga


Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatistica

A história de Piratininga começa ao redor de um cemitério, um campo


santo chamado Santa Cruz dos Inocentes, assim chamado por causa de uma
lenda que diz que uma garotinha que estaria sendo transportada para Agudos, foi
impedida de chegar lá devido uma forte tempestade, então ali mesmo a
sepultaram, colocando uma cruz em sua homenagem, mais criança foram
sepultadas lá, junto dela, e por isso o sertanejo Faustino Ribeiro da Silva mandou
construir uma modesta capela dedicada a Nossa Senhora, chamada de Inocentes,
pois apenas “anjinhos” teriam sido sepultados lá, então, 18 anos mais tarde, em
18 de maio de 1895, começa a formação da cidade de Piratininga, denominada
inicialmente Patrimônio “Santa Cruz dos Inocentes”.
Se iniciou o Distrito graças a uma doação feita pelo casal Manoel Pedro
Carneiro e sua esposa Rita Maria da Conceição, residentes da Fazenda do
Veado, em escritura pública lavrada no distrito de Bauru, comarca de Lençóis
Paulista, uma área equivalente a “oito alqueires e uma quadra” das terras que
possuíam na referida Fazenda Veado no mesmo lugar onde se achavam a Capela
e a Santa Cruz, para servir de Patrimônio.
21

A finalidade da doação era construir um cemitério pra que abrigassem os


mais de 60 corpos das crianças sepultadas ali, então em junho daquele mesmo
ano a Cúria Diocesana de São Paulo reconhece a doação nomeando Manoel
Pedro Carneiro o primeiro “fabriqueiro” do Patrimônio de Santa Cruz dos
Inocentes, e então, agora oficialmente um cemitério os adultos falecidos na região
eram sepultados ali.
Então começa a surgir os povoados, pessoas se mudam formando o
povoado de Santa Cruz dos Inocentes, surgindo as primeiras casas e vendas em
volta da Capela Santa Cruz, então logo depois em 1905 passa a se chamar Vila
Piratininga, pelos Vigários de Agudos. Depois de 1908 a 1910, voltam a ser
assistidos pelos Vigários de Bauru, tornando em 1911, novamente aos cuidados
dos Vigários de Agudos, até 29 de julho de 1916, quando foi criada a Paróquia
Santa Maria de Piratininga, desmembrada da Paróquia de Agudos.
Os pioneiros alargavam o campo de suas iniciativas, em vista do afluxo de
elementos novos que continuavam a chegar por estas bandas.
Em 1905, começa o movimento próximo a estrada de ferro da Companhia
Paulista de Estrada de Ferro, na atual localização, a 400 metros do ex-patrimônio,
hoje a cidade se aproxima novamente do local onde a cidade teve sua origem.
Surgiu assim a Vila Piratininga, compreendia em 15 alqueires cedidos pelo
Coronel Virgílio Rodrigues Alves e sua esposa, dona Maria Guilhermina de
Oliveira Alves, à Cia. Paulista de Estradas de Ferro, para a instituição da Vila
Piratininga, no vale do Córrego do Veado e junto aos trilhos da ferrovia.
A área foi dividida em lotes, num traçado bem original, pelo engenheiro
Adolpho Pinto. Os lotes foram vendidos a baixo preço e o produto doado a
instituições.
Outro benemérito doador de terras para a Vila Piratininga foi o Sr. Joaquim
Roque Ribeiro da Silva, um dos fundadores.
O Coronel Virgílio Rodrigues Alves, senador estadual, era irmão do
Conselheiro Francisco Rodrigues Alves, que governou o Estado de São Paulo por
três vezes e foi Presidente da República. Foi o maior cafeicultor da região e
proprietário de várias fazendas, num total de 7000 a 9400 alqueires, conforme
22

diziam os antigos, sendo a Fazenda do Veado (hoje São Pedro), a sede de todas
as suas propriedades.
A inauguração da Estação da Estrada de Ferro se deu em 25 de janeiro
de 1905, com o ramal: Pederneiras, Itatingui Piatã (Espírito Santo da Fortaleza),
Agudos, Taperão, Itapuã, Batalha e Piratininga. Começa o tráfego de comboios de
carga e passageiros. Só em 1936, se deu a inauguração do ramal ligando Bauru a
Piratininga, e de Piratininga a toda a alta Paulista.
As obras da Igreja de Santa Maria é iniciada em 1905, sendo inaugurada
no dia 2 de abril de 1909, com a elevação da imagem de Santa Maria a Padroeira
da Vila, a missa foi celebrada pelo Padre Elias Francisco Vártolo, vigário de Bauru.
A Paróquia de Santa Maria foi criada em 29 de julho de 1916, por Dom Lúcio
Antunes de Souza, primeiro bispo de Botucatu, desmembrada da Paróquia de
Agudos.
Já com a nova área do atual cemitério, as famílias interessadas
procederam à exumação dos ossos de seus parentes, lá do cemitério do
patrimônio Santa Cruz dos Inocentes, e a inumação no cemitério da cidade de
Piratininga.Com o desenrolar dos acontecimentos, o Coronel Virgílio Rodrigues
Alves procurava adquirir as casas localizadas no Patrimônio da Santa Cruz dos
Inocentes, transformando-as em habitações para seus colonos.
Os cafezais foram cobrindo o solo, o acordo com os proprietários de terras
no referido arraial estava concluído. Entretanto, isso não foi do agrado das
autoridades eclesiásticas que se julgaram espoliadas. Várias combinações
amigáveis entabularam-se sem efeitos vantajosos, até que a Mitra Diocesana de
Botucatu arrastou a questão para o terreno judiciário. Afinal, ao que consta,
parece que o litígio acabou sendo resolvido amigavelmente, no início da década
de 20.Em agosto de 1916, a Câmara Municipal de Piratininga, autoriza o Prefeito a
publicar editais, com prazo de 30 dias, chamando os interessados para a remoção
dos restos mortais existentes no cemitério de ex-patrimônio Santa Cruz dos
Inocentes, visto achar-se o mesmo em abandono e já ter expirado o tempo mais
que necessário para tal remoção, conforme consulta feita pela Prefeitura à
diretoria do Serviço Sanitário.
23

A origem do nome Piratininga é indígena e significa “Peixe Seco”, este


nome foi proposto pelo engenheiro da Cia Paulista de Estrada de Ferro Adolpho
Pinto, autor do original traçado da cidade, em lembrança do primeiro centro de
civilização no planalto paulista, em 1554. Pois a nova povoação, comparada com
São Paulo de Piratininga, tinha uma tarefa histórica a cumprir, o de "Centro
abastecedor à boca do sertão e Núcleo avançado na Alta Paulista". E realmente
foi essa a sua função inicial. E, para ser mais completa a homenagem histórica, foi
dado o nome de Avenida Anchieta à via pública, que partindo da estação
ferroviária, terminava no largo da igreja.

3.2 Formação Administrativa

Em 1906, é criado o Distrito Policial, o Distrito de Paz foi criado pela Lei
Estadual nº 1.122, de 30 de dezembro de 1907, no município de Bauru, e
instalado em 11 de abril de 1908, foi transferido do Município de Bauru para o de
Agudos, pela Lei nº 1.225, de 16 de dezembro de 1910.
A lei estadual nº 1.395, de 17 de dezembro de 1913, criou o Município de
Piratininga, com território desmembrado do de Agudos, elevando, ao mesmo
tempo, a sede municipal à categoria de cidade. O município só foi instalado em 14
de março de 1914.
A comarca de Piratininga foi criada pela Lei nº 2.256, de 31 de dezembro
de 1927, desmembrada da Comarca de Agudos e instalada em 27 de abril de
1928. Da Comarca de Piratininga foram desmembradas as Comarcas de Marília
(27/06/1933), Garça (06/04/1935) e Duartina (30/12/1953).

3.3. Economia

Mesmo com a queda da população rural da cidade, ainda sim ha uma


significante mudança na atividade, de agrícola para agropecuária, um fator
decisivo para o êxodo rural, que motiva o crescimento da população urbana.
24

Com o crescimento negativo da população total do município, deixa o


mercado de trabalho escasso, e assim as oportunidades acabam se resumindo
atividades agropecuárias, e os atrativos e oportunidades que a cidade de Bauru, o
grande centro urbano da região, distante apenas 10 km de Piratininga.
Aliás, essa proximidade com Bauru, e mais a facilidade e rapidez de
acesso a essa cidade, desperta o desejo de uma melhor qualidade de vida e a um
custo mais acessível, que Piratininga oferece, fato que acaba por caracterizá-la
como "cidade dormitório" de Bauru.
Com isso, Piratininga concentra sua economia principalmente na
agricultura e na pecuária, mas possuindo também indústria e comércio, com a
instalação dos clubes Águas Quentes de Piratininga e Wet Park, o município
almeja se transformar em uma ESTÂNCIA TURÍSTICA.

Tabela 2 Atrativos Naturais e Artificiais


Atrativos Naturais Atrativos Artificiais
Serra do Veado Águas Quentes de Piratininga
Piratininga Tênis Clube
Grande Jogada
Pesqueiro São Francisco
Fonte: Dos Autores, 2009

Tabela 3 Calendário de Eventos


Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Carnaval Missa Fest, Quermesse Natal
Sertaneja Aniversario em Alba
da Cidade
Abril Fest Festa do Ano
Peão Novo
Quermesse
Igreja
Matriz
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CAPÍTULO IV – ESTUDO DE CASO


EM DESENVOLVIMENTO

CAPÍTULO V

5.1 Métodos e Técnicas

Trata-se de uma pesquisa exploratória, onde serão realizados


levantamentos bibliográficos, entrevistas e análise de modelos similares. Para a
realização de entrevista será utilizada com base em um roteiro pré-estabelecido
(Apêndice A), orientado pela técnica de Estudo de Caso.
Segundo Dencker (2001), o Estudo de Caso permite o conhecimento em
profundidade dos processo e relações sociais, possibilitando grande flexibilidade,
mas não a generalização dos resultados.
A pesquisa exploratória são investigações empíricas com a formulação de
questões ou de um problema e tem por finalidade desenvolver hipóteses,
aumentar a familiaridade do pesquisador com o ambiente, fato ou fenômeno para
a realização de uma pesquisa mais precisa (MARCONI; LAKATOS, 2005).
Para as autoras a entrevista tem por finalidade obter informações a
respeito de um determinado assunto, através de um encontro de duas pessoas
mediante uma conversação de natureza profissional.
26

Referências

ANSARAH, M. G. R. (organizadora) Turismo: como aprender, como ensinar 2.3.


ed. São Paulo: SENAC, 2004.

AULICINO, M. P. Turismo e estância: impactos e benefícios para os municípios.


São Paulo: Futura, 2001.

BARRETTO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. Campinas: Papirus,


1995.

BOULLÓN, R. C. Planejamento do espaço turístico. Bauru: EDUSC, 2002.

DENCKER, A. F. M. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. 5. ed. São


Paulo: Futura, 2001.

DIAS, R. Planejamento do turismo: política e desenvolvimento do turismo no


Brasil. São Paulo: Atlas, 2003.

LAGE, B. H. G.; MILONE, P. C. Turismo Teoria e Prática. 1. ed. São Paulo: Atlas,
2000.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6.


ed. São Paulo: Atlas, 2005.

OLIVEIRA, A. P. Turismo e desenvolvimento: planejamento e organização. São


Paulo: Atlas, 2001.

TRIGO, L. G. G. Turismo básico. São Paulo: SENAC, 2000. (Apontamentos


Turismo).

Prefeitura Municipal de Piratininga. Disponível em: <www.piratininga.sp.gov.br>.


Acessado em 26 de março de 2009.
27

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível


em:<http://www.ibge.gov.br/home/>. Acessado em 03 de maio de 2009.

JusBrasil Legislação. Disponível em:


<http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/210687/decreto-11022-77-sao-paulo-sp>
Acessado em 30 de maio de 2009.
Deputado Marcelo Bueno. Disponível em:
<http://www.marcelobueno.com.br/noticias_exibir.asp?noticia_id=475> Acessado
em 14 de junho de 2009.
28

APÊNDICE A

ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA

1) O Turismo é uma atividade que vem tomando espaço na sociedade e por sua
vez contribui para a sustentabilidade de uma comunidade quando é bem
trabalhada. Em sua opinião, o que é Turismo e como ele pode contribuir para o
desenvolvimento de Piratininga?

2) A atividade turística é regida por leis de incentivo fiscal, a Prefeitura conhece


essas leis? Como é trabalhado isso na cidade?

3) Existe uma preocupação do Poder Público em relação ao incentivo do Turismo


na cidade?
a) Em caso afirmativo, qual a contribuição da prefeitura?
b) Em caso negativo, porque não existe o interesse?

4) Existe algum projeto ou interesse para transformar a cidade de Piratininga uma


Estância Turística? Caso exista interesse em tornar a cidade uma Estância
Turística, o que falta concretizar este projeto?

5) Inventario Turístico, é um levantamento de todos os atrativos e equipamentos


de apoio existente na cidade, a prefeitura trabalha com Inventário Turístico para
determinação do potencial da cidade?
a) Em caso afirmativo, quando foi realizado e como é utilizado?
29

b) Em caso negativo, a Prefeitura não trabalha com esse instrumento por


qual motivo?

6) O Turismo pode trazer benefícios diretos e indiretos para a cidade. Quais são
esses benefícios?

7) A cidade de Piratininga está inserida no roteiro “Caminhos de Centro-Oeste


Paulista”. Qual a participação da cidade nesse projeto?

8) Quais os benefícios que esse projeto trará para a cidade?

9) Na sua opinião, qual seria a melhor forma de divulgação do roteiro “Caminhos


do Centro-oeste Paulista”?

10) Existe mais alguma observação a fazer?


30

ANEXO A

DECRETO Nº 11.022, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1977 DE SÃO PAULO

Regulamenta as disposições da Lei nº 1.457, de 11 de novembro de 1977,


estabelecendo requisitos para a criação de estâncias turísticas

PAULO EGYDIO MARTINS, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no


uso de suas atribuições legais, Decreta:

Artigo 1 º - A criação de estâncias turísticas, nos termos da Lei nº 1.457, de 11 de


novembro de 1977, depende da aprovação dos órgãos técnicos competentes que,
na esfera do Poder Executivo, são constituídos pela Secretaria de Estado dos
Negócios de Esportes e Turismo e pelo Fomento de Urbanização e Melhoria das
Estâncias - FUMEST, autarquia vinculada à mesma Pasta

Artigo 2 º - Constitui requisito para a criação de estância turística a existência de


atrativos de natureza histórica, artística ou religiosa, ou de recursos naturais e
paisagísticos.

Artigo 3 º - A estância turística deve oferecer condições para o lazer, dentro do


seguinte padrão mínimo indispensável de atendimento e salubridade ambiental:

I - águas de qualquer natureza, de uso público, que não excedam padrões de


contaminação e níveis mínimos de poluição;

II - abastecimento regular de água potável, sistema de coleta e disposição de


esgotos sanitários, bem como dos resíduos sólidos, capazes de atender às
populações fixa e flutuante, no município, mesmo nas épocas de maior fluxo de
turistas;

III - ar atmosférico, cuja composição ou propriedades não estejam alteradas pela


existência de poluentes, de maneira a torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à
saúde;

IV - rede hoteleira para atendimento da demanda turística; e


31

V - áreas para lazer e recreação, jardins ou bosques para passeio público.

Artigo 4 º - O expediente relativo à criação da estância turística deve ser


encaminhado para exame e parecer do Fomento de Urbanização e Melhoria das
Estâncias - FUMEST, devidamente instruído com os seguintes elementos:

I - descrição dos atrativos de natureza histórica, artística ou religiosa, ou dos


recursos naturais e paisagísticos, existentes no município, com indicação das
respectivas localizações;

II - documento referente à verificação e reconhecimento dos atrativos, emitidos


pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e
Turístico do Estado, da Secretaria de Estado da Cultura, Ciência e Tecnologia; e

III - comprovantes expedidos por entidades especializadas oficiais, de que o


município atende aos padrões mínimos indispensáveis referidos nos incisos I a V
do artigo 3º.

Artigo 5 º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 28 de dezembro de 1977.

PAULO EGYDIO MARTINS

Ruy Silva, Secretário de Esportes e Turismo Publicado na secretaria do Governo,


aos 28 de dezembro de 1977 Maria Angélica Galiazzi, Diretora da Divisão de Atos
Oficiais

Ruy Silva, Secretário de Esportes e Turismo Publicado na secretaria do Governo,


aos 28 de dezembro de 1977 Maria Angélica Galiazzi, Diretora da Divisão de Atos
Oficiais

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