Você está na página 1de 46

MATERIAL DE

APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

3º Ano Ensino Médio

Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
VOLUME 1
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE EDUCADORES
SUMÁRIO

GEOGRAFIA .............................................................................................. pág 01


Planejamento 1: Turismo Rural ........................................................... pág 01
Planejamento 2: Agricultura Familiar no Brasil .................................. pág 03

HISTÓRIA ................................................................................................. pág 06


Planejamento 1: Trabalho e Produção na Sociedade Brasileira
entre o Império e a Primeira República - Parte I ................................. pág 06
Planejamento 2: Trabalho e Produção na Sociedade Brasileira
entre o Império e a Primeira República - Parte II ................................. pág 10
Planejamento 3: Trabalho e Produção na Sociedade Brasileira
entre o Império e a Primeira República - Parte III ................................ pág 14
Planejamento 4: Trabalho e Produção na Sociedade Brasileira
entre o Império e a Primeira República - Parte IV ............................... pág 18
Planejamento 5: Conflitos no Mundo Contemporâneo - Parte I .......... pág 22
Planejamento 6: Conflitos no Mundo Contemporâneo - Parte II ......... pág 26

FILOSOFIA ............................................................................................... pág 30


Planejamento 1: Lógica e Vida ........................................................... pág 30
Planejamento 2: A Relação Entre a Filosofia e a Ciência .................... pág 33
Planejamento 3: Conhecimento: vida, filosofia e ciência ................... pág 36

SOCIOLOGIA ............................................................................................. pág 39


Planejamento 1: Compreendendo a discriminação racial no Brasil ..... pág 39
Planejamento 2: Mobilidade e estratificação social no Brasil:
um olhar sobre a população negra ..................................................... pág 42
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3 o ano Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Geografia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
COMPETÊNCIA
TÓPICO
Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconô-
micas e culturais de poder.
OBJETO(S) DE
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S):
HABILIDADE(S)
CONHECIMENTO:
Reconhecer o significado da identidade do campo e da cidade nas socie-
Relação Campo e Cidade.
dades dos países centrais e periféricos.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Turismo Rural
DURAÇÃO: 4 aulas de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
• Exposição dialogada.
• Vídeo.
• Análise da temática.
• Atividade em grupo.

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Boas Vindas.
• Apresentação do tema.
• Promover o intercâmbio entre o homem da cidade e do meio rural.

Compreensão do turismo como um elemento integrante da economia rural e que por isso deve ser in-
cluído no desenvolvimento das políticas rurais tanto no âmbito nacional como no regional.

B) DESENVOLVIMENTO:
1º Momento: O(a) professor(a) irá apresentar para os estudantes em forma de uma aula dialogada, o que
é o turismo rural e as suas principais características e dinâmicas, para que compreendam suas pecu-
liaridades desde o seu surgimento e desenvolvimento no mundo e no Brasil. O(a) professor(a) poderá
utilizar como apoio o livreto sobre as orientações básicas do turismo rural disponível no site:
BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo rural: orientações básicas. Disponível em: <https://www.gov.
br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/segmentacao-do-turismo/turismo-rural-orien-
tacoes-basicas.pdf>.

1
2º Momento: O(a) professor(a) irá passar para os estudantes um vídeo de uma reportagem (5min.)
“Turismo Rural - Segredo é o acolhimento!” Disponível em: <https://youtu.be/LPckLBPPn_g>. Que
exemplifica um modelo de turismo rural no território brasileiro. Em seguida a apresentação do ví-
deo, o(a) professor(a) abre o espaço para dúvidas e questionamentos sobre o que foi apresentado.
3º momento: O(a) professor(a) analisa, junto aos estudantes sobre a temática trabalhada nas aulas
anteriores através de um breve questionário diagnóstico. Seria interessante se fosse realizado de
forma individual.
a) Qual a definição de turismo rural?
b) Qual o objetivo do turismo rural?
c) Onde ocorre o turismo rural?
d) Quais os benefícios do turismo rural?

A partir da reflexão das informações sobre a temática, divida os estudantes em trios ou quartetos.
O(a) Professor(a) irá orientar os estudantes na confecção de um folheto informativo sobre algum
lugar turístico.

RECURSOS:
Quadro; pincéis; folha A4; caixa de som; DataShow; televisão; internet; texto impresso.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorre por meio de participação, criatividade e relevância do engajamento dos estu-
dantes nas atividades e discussões propostas.

ATIVIDADES
1 - Elaborar um folheto informativo sobre um lugar turístico. Escolher qual segmento de atividade
econômica será praticada nesse espaço.
Para construir a atividade seguir as seguintes orientações:
a) Inserir informações sobre o lugar.
b) Inserir informações sobre as atrações turísticas.
c) Inserir dicas para prática de turismo sustentável.

Socializar a atividade com o restante da turma.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo rural: orientações básicas. / Ministério do Turismo, Secre-
taria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento
Turístico, Coordenação Geral de Segmentação. – 2.ed – Brasília: Ministério do Turismo, 2010. Dispo-
nível em: <https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/segmentacao-
-do-turismo/turismo-rural-orientacoes-basicas.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2022.
Minas Gerais. Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais - SEE/MG - Currículo Referência
de Minas Gerais 2022. Disponível em: <https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/>. Acesso
em: 09 mar. 2022.
SOLHA, Karina Toledo. O Universo Rural e a Oferta da Experiência de Turismo Rural no Brasil. Uni-
versidade de Caxias do Sul. Rosa dos Ventos – Turismo e Hospitalidade, 11(3), p. 615-633. Disponível
em: <https://www.redalyc.org/journal/4735/473561121007/html/>. Acesso em: 13 mar. 2022.
TURISMO RURAL. Segredo é o acolhimento! 1 Video (5 min.) - Vale Agrícola. Disponível em: <https://
youtu.be/LPckLBPPn_g>. Acesso em: 12 mar. 2022.

2
TÓPICO
Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeco-
nômicas e culturais de poder.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Territorialidades no campo. Avaliar projetos agropecuários nos países centrais e periféricos.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Agricultura Familiar no Brasil
DURAÇÃO: 4 aulas de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Boas Vindas.
• Apresentação do tema.
• Compreender o conceito de agricultura familiar.
• Refletir sobre o papel da agricultura familiar na economia brasileira quando comparada à
agricultura não familiar.

B) DESENVOLVIMENTO:
1º Momento: Com o auxílio do texto, apresente para os estudantes o conceito, características e
importância da agricultura familiar.
• Agricultura familiar. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/agri-
cultura-familiar.htm>. Acesso em: 14 mar. 2022.

2º Momento: Apresentar para os estudantes um vídeo de um documentário apresentado pelo pro-


grama Globo Rural (Rede Globo), que narra a história de uma propriedade rural de Campo Magro/PR
que produz leite, iogurte, pão e frutas em uma pequena propriedade.
• Agricultores familiares diversificam a produção para garantir lucro no PR. Disponível em:
<http://migre.me/m9FAD>. Acesso em: 14 mar. 2022.

Solicite que os estudantes prestem muita atenção na reportagem e façam as anotações. Em segui-
da, o(a) professor(a) faz a mediação de uma roda de conversa sobre as informações narradas. Bus-
que ressaltar alguns aspectos mais relevantes do vídeo, com destaque para as diversas atividades
diárias que são desenvolvidas nesta propriedade familiar.
3º Momento: Apresente algumas questões-problema (realizado em casa ou na escola). Ressalte
que podem consultar livros, revistas e computadores conectados à internet.
a) Como se caracteriza os agricultores familiares nos dias atuais?
b) Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, qual é a participação da agricultura fami-
liar na produção de alimentos que entram no prato do brasileiro?
c) De acordo com a reportagem, o que se entende por agricultura orgânica?
d) O sítio da família Escher pode ser considerado exemplo de produção monocultura ou poli-
cultura? Explique.
e) Explique por que a família Escher, residente no município de Campo Magro/PR, é considera-
da exemplo de agricultura familiar.

3
4° Momento: Solicitar que os estudantes socializem as respostas das questões-problema em for-
mato de seminário. Na apresentação devem expor suas reflexões sobre as questões.
Aproveite a relevância dessa temática e realize um trabalho em conjunto com professores de ou-
tras áreas. Sugira aos professores que planejem um projeto interdisciplinar para trabalharem de
forma integrada, a fim de que os estudantes entendam os conceitos estudados e suas aplicações
no cotidiano. Em Português, os estudantes podem trabalhar com produção e interpretação de
textos sobre a temática; com História e Sociologia pode-se fazer um estudo sobre como os dife-
rentes países se apropriam do espaço rural e modificam a paisagem a partir do uso de técnicas
agrícolas modernas; em Biologia podem-se fazer estudos sobre as os problemas socioambien-
tais decorrentes das práticas agrícolas modernas; em Artes, podem confeccionar painéis temá-
ticos; em Matemática, tabular dados quantitativos e construir gráficos, tabelas, dentre outras
inúmeras possibilidades.

RECURSOS:
Quadro; pincéis; folha A4; caixa de som; DataShow; televisão; internet.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorre por meio de participação, criatividade e relevância do engajamento dos estu-
dantes nas atividades e discussões propostas. Deve acontecer durante todo o processo, e consi-
derar, entre outros, o envolvimento e a participação propositiva em todas as atividades, além do
desempenho e a colaboração dos estudantes em todas as etapas propostas.

ATIVIDADES
1 - Quais são as principais características de uma agricultura familiar, em relação a mão de obra e renda?

2 - Qual é a finalidade de formação de cooperativas agrícolas?

3 - O que se entende por agricultura orgânica?

4
REFERÊNCIAS
GLOBO RURAL. Agricultores familiares diversificam a produção para garantir lucro no PR. Dispo-
nível em: <https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/10/agricultores-familiares-
-diversificam-producao-para-garantir-lucro-no-pr.html>. Acesso em: 14 mar. 2022.
IBGE - Censo Agro 2017 - Disponível em: <https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/2012-agencia-de-
-noticias/noticias/25786-em-11-anos-agricultura-familiar-perde-9-5-dos-estabelecimentos-e-
-2-2-milhoes-de-postos-de-trabalho.html>. Acesso em: 14 mar. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais - SEE/MG - Currículo Referência
de Minas Gerais 2022. Disponível em: <https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/>. Acesso
em: 09 mar. 2022.
POLINIZAÇÃO - importância das abelhas. Terra Sul. 1 Vídeo (5min). Disponível em: <https://youtu.
be/UyFJzfRSbVA>. Acesso em: 14 mar. 2022.

5
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3 o ano Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Geografia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
COMPETÊNCIA
TÓPICO
O Brasil no quadro do capitalismo ocidental no início do século XX.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)
Crise econômica nos primei-
ros tempos de República. Identificar e analisar por meio de dados quantitativos (dados censitá-
O desenvolvimento indus- rios na forma de gráficos e tabelas) os impactos do processo de indus-
trial no início da República. trialização/urbanização, imigração sobre a organização do trabalho e
Modernização nas cidades/ práticas sociais e políticas.
urbanização.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Trabalho e Produção na Sociedade Brasileira entre o Império e a Primeira República
- Parte I
DURAÇÃO: 2 aulas de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade descrita no cabeçalho. Aula
expositiva e participativa por meio da leitura de textos, imagens e tabela. Trabalho com tipologias di-
versas de fontes históricas, exercícios escritos, pesquisa orientada em grupo e/ou individual e discus-
são sobre os temas abordados. O desenvolvimento metodológico da aula buscará o diálogo entre os
agentes da ação educativa, destacando a produção do conhecimento pelos estudantes por meio de
leitura, registro e composição de textos. Diferentes gêneros textuais serão utilizados para que os es-
tudantes compreendam que a história não se caracteriza por uma única versão. O livro didático será
um recurso importante, embora não único, para o desenvolvimento das aulas, servindo como fonte de
consulta, texto base e execução de atividades diversas.
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Estratégia: Sala de aula invertida. Leitura Prévia de trechos do Livro Paradidático: História do
Brasil. Autor: Boris Fausto. Páginas (243-319) ou assistir ao vídeo da TV Escola (República Velha).
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_ac-
tion=&co_obra=20458>. Acesso em: 08 mar. 2022.

6
O objetivo desse plano é analisar os primeiros anos da República no Brasil, a partir do aspecto
econômico, destacando o impacto e os desdobramentos da crise econômica gerada pela reforma
instituída por Rui Barbosa, até então Ministro da Fazenda do Governo Provisório (1889-1891). A pro-
posta objetiva o desenvolvimento industrial e o aumento de recursos financeiros circulantes para
solucionar a baixa quantidade de dinheiro em um período em que a mão de obra passou a ser as-
salariada. Apesar do fracasso da reforma, a indústria ampliou o seu espaço na economia brasileira
nesse período. Como consequência do desenvolvimento industrial podemos citar o processo de
modernização nas cidades e a formação do movimento operário no Brasil. A luta por melhores con-
dições de trabalho e por uma reestruturação do modo de produção foi conduzida, em grande parte,
por imigrantes que chegavam ao país influenciados pelas ideias políticas e sociais que desafiavam
a ordem capitalista.

B) DESENVOLVIMENTO:
1º Momento
A sala será dividida em grupos (quatro integrantes cada). Em seguida, cada grupo receberá para
análise, uma cópia do texto “Inflação e emissão de moeda ” e da charge produzida por Ângelo Agos-
tini em 1890.
• Texto: INFLAÇÃO E EMISSÃO DE MOEDA: Disponível em: <https://drive.google.com/file/
d/1m3LCwodC9z-7EaHdLftP-QkD7TcD586D/view?usp=sharing>. Acesso em: 07 mar. 2022.
• Charge: ENCILHAMENTO: Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1t4pLtg4mEYs-
DUXbaHsNGgkMNSLHovgZr/view?usp=sharing>. Acesso em: 07 mar. 2022.

Os estudantes serão orientados a responderem o seguinte questionamento: Qual a relação entre o


texto e a charge considerando as informações apreendidas no trecho do livro ou vídeo do autor Boris
Fausto? Além disso, podemos afirmar que estamos vivendo no Brasil, um período preocupante em
termos de inflação? Dois grupos serão selecionados para socializar suas respostas e hipóteses.
Para finalizar essa etapa, os grupos serão orientados a elaborarem o roteiro de um podcast com
o tema da inflação. Espera-se que os estudantes percebam as mudanças e permanências em re-
lação ao processo inflacionário no Brasil, considerando o contexto da Primeira República até os
dias atuais.
2º Momento
Serão apresentados aos estudantes o texto, a imagem e a tabela destacados abaixo. Os documen-
tos fazem referência ao processo de industrialização e as consequências desencadeadas por ele,
tais como a modernização dos centros urbanos e a formação do movimento operário no Brasil.
• Texto: Extraído Da Revista Careta. Autor: Lima Barreto, 1921.
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1UB7HfHVN9-sxmkrn49DdHgMMHC59q-
2fz/view?usp=sharing>. Acesso em 07 mar. 2022.
• Música: Saudosa Maloca. Autor: Adoniran Barbosa.
Letra: Disponível em: <https://www.letras.mus.br/adoniran-barbosa/43969>. Acesso em:
07 mar. 2022.
Vídeo: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=801MQjNJvrg>. Acesso em: 07
mar. 2022.

7
Tabela: Avanço da Industrialização no Brasil – Primeira República

Tabela – Produção da Indústria têxtil algodoeira no Brasil


(1853-1932)
Ano Número de fábricas Operários
1853 8 424
1866 9 795
1855 48 3.172
1905 110 39.159
1915 240 82,257
1921 242 108.960
1925 257 114.561
1929 359 123.470
1932 355 115.550
Fonte: Stanley Stein. The Brazilian cotton manufacture. Cambridge, Mass, Harvard University Press, 1957, p.191, (apud Baer 2009)

• Imagem - A GREVE GERAL DE 1917. OPERÁRIOS POSANDO PARA A FOTOGRAFIA.


Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1oGLhY5puhzVBILQ3xVz1XuXbduS7Qqdz/
view?usp=sharing>. Acesso em: 07 mar. 2022.
Sistematização: Após análise dos documentos, os estudantes serão orientados a produzirem um
texto dissertativo argumentativo relacionando o processo de industrialização na Primeira Repúbli-
ca no Brasil à Modernização nas cidades, considerando as mudanças e permanências em relação
aos dias atuais. Espera-se que os estudantes percebam a permanência em relação ao avanço da
industrialização no Brasil e reflitam sobre as questões sociais considerando a perspectiva da ex-
clusão e da organização dos movimentos sociais. Com base em suas vivências os estudantes po-
derão citar episódios associados ao assunto abordado.

RECURSOS:
Cópias impressas dos textos e imagens; folhas em branco; DataShow se possível, mas não é obri-
gatório, podendo ser utilizado o quadro.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação terá um caráter processual, onde os estudantes serão avaliados a partir da sua partici-
pação oral e escritos nas atividades propostas ao longo da aula.

ATIVIDADES
1 - (ENEM/2020) - No aluir das paredes, no ruir das pedras, no esfacelar do barro, havia um longo
gemido. Era o gemido soturno e lamentoso do Passado, do Atraso, do Opróbrio. A cidade colonial,
imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições, estava soluçando no soluçar daqueles apo-
drecidos materiais que desabavam. Mas o hino claro das picaretas abafava esse projeto impotente.
Com que alegria cantavam elas — as picaretas regeneradoras! E como as almas dos que ali estavam
compreendiam o que elas diziam, no clamor incessante e rítmico, celebrando a vitória da higiene,
do bom gosto e da arte.
BILAC, O. Crônica (1904). Apud SEVCENKO, N. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República.
São Paulo: Brasiliense, 1995.

8
De acordo com o texto, a “picareta regeneradora” do alvorecer do século XX significava a:
a) erradicação dos símbolos monárquicos.
b) restauração das edificações seculares.
c) interrupção da especulação imobiliária.
d) reconstrução das moradias populares.
e) reestruturação do espaço urbano.

2 - (UEFS) - A greve geral de 1917 foi uma convulsão operária sem precedentes. Suas raízes estavam
no trabalho fatigante, insalubre e perigoso das fábricas, mas a principal reclamação dos grevistas
era o custo de vida. Na falta do pão, “remediavam com o saque dos depósitos de farinhas”, justi-
ficou o anarquista italiano Gigi Damiani. Enquanto isso, exportadores armazenavam gêneros de
primeira necessidade à espera da alta dos preços no mercado internacional. (SILVA, 2005, p. 52).
Os trabalhadores que se insurgiram na greve de 1917, em São Paulo, e que formavam o embrião do
operariado brasileiro originavam-se de
a) Retirantes nordestinos, tangidos do sertão pela violência das secas.
b) Imigrantes europeus, sobretudo italianos, espanhóis e portugueses.
c) Descendentes de ex-escravizados, libertados com a lei da abolição de 1888.
d) Membros das classes médias urbanas, empobrecidas pelo golpe do Encilhamento.
e) Trabalhadores desempregados pela decadência da exploração da borracha na Amazônia.

3 - (FUVEST/2015) - Observe a tabela:

Os dados apresentados na tabela se explicam, dentre outros fatores,


a) pela industrialização significativa em estados do Nordeste do Brasil, sobretudo aquela liga-
da a bens de consumo.
b) pela forte demanda por força de trabalho criada pela expansão cafeeira nos estados do Su-
deste do Brasil.
c) pela democracia racial brasileira, a favorecer a convivência pacífica entre culturas que, nos
seus continentes de origem, poderiam até mesmo ser rivais.
d) pelos expurgos em massa promovidos em países que viviam sob regimes fascistas, como
Itália, Alemanha e Japão.
e) pela supervalorização do trabalho assalariado nas cidades, já que no campo prevalecia a
mão de obra de origem escrava, mais barata.

REFERÊNCIAS
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 1995. P. 243-319.
BARRETO, LIMA. Careta, 15 de janeiro de 1921 apud GONÇALVES, Renata de Sá; FERRO, Lígia (orgs.).
Cidades em mudança: processos participativos em Portugal e no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad X,
2018, p. 87.

9
TÓPICO
O Brasil no quadro do capitalismo ocidental no início do século XX.
As bases do poder local: Coronelismo, clientelismo e política dos governadores.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Identificar e analisar por meio de dados quantitativos (dados cen-
sitários na forma de gráficos e tabelas) os impactos do processo de
A importância da cafei- industrialização/ urbanização, imigração sobre a organização do tra-
cultura na economia bra- balho e práticas sociais e políticas.
sileira. Compreender as transformações e permanências na organização
econômica brasileira: A economia agroexportadora, e a diversifica-
ção econômica entre o Império e a República. (Período cafeicultor).

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Trabalho e Produção na Sociedade Brasileira entre o Império e a Primeira Re-
pública - Parte II
DURAÇÃO: 1 aula de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com as habilidades descritas no cabeça-
lho. Aula expositiva e participativa por meio da leitura de textos, imagens e tabela. Trabalho com
tipologias diversas de fontes históricas, exercícios escritos, pesquisa orientada em grupo e/ou in-
dividual e discussão sobre os temas abordados. O desenvolvimento metodológico da aula buscará
o diálogo entre os agentes da ação educativa, destacando a produção do conhecimento pelos es-
tudantes por meio de leitura, registro e composição de textos. Diferentes gêneros textuais serão
utilizados para que os estudantes compreendam que a história não se caracteriza por uma única
versão. O livro didático será um recurso importante, embora não único, para o desenvolvimento das
aulas, servindo como fonte de consulta, texto base e execução de atividades diversas.
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Estratégia: Sala de aula invertida. Leitura Prévia de trechos do Livro Paradidático: História
do Brasil. Autor: Boris Fausto. Páginas (243-319) ou assista ao vídeo da TV Escola (Repúbli-
ca Velha) – Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.
do?select_action=&co_obra=20458>. Acesso em: 08 mar. 2022.

O objetivo desse plano é o de analisar os primeiros anos da República no Brasil, a partir do aspecto
econômico, com destaque para a importância do café que no contexto se mantinha como princi-
pal produto de exportação. Dados do período revelam que o café foi responsável por mais de 50%
das exportações brasileiras durante toda a República Oligárquica, excluindo o período da Primeira
Guerra Mundial, cenário de compreensível retração do consumo externo de um produto que não era
essencial nas mesas europeias e estadunidenses.

10
B) DESENVOLVIMENTO:
A sala será dividida em grupos (quatro integrantes cada). Em seguida serão compartilhados com
eles os seguintes documentos:
• TABELA: Principais produtos de exportação, 1889-1929.
• CHARGE: O Convênio de Taubaté (1906).
• TRECHO: Livro - História do Brasil. Autor: Boris Fausto.

Principais produtos da exportação, 1889-1929


Períodos Café Açúcar Cacau Mate Fumo Algodão Borracha Couro Outros
1889/1897 67,6 6,5 1,5 1,1 1,2 2,9 11,8 2,4 4,8
1898/1910 52,7 1,9 2,7 2,7 2,8 2,1 25,7 4,2 5,2
1911/1913 61,7 0,3 2,3 3,1 1,9 2,1 20,0 4,2 4,4
1914/1918 47,4 3,9 4,2 3,4 2,8 1,4 12,0 7,5 17,4
1919/1923 58,8 4,7 3,3 2,4 2,6 3,4 3,0 5,3 16,5
1924/1929 72,5 0,4 3,3 2,9 2,0 1,9 2,8 4,5 9,7
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2 ed. São Paulo: edusp, 1995. P. 252.

CHARGE: O Convênio de Taubaté (1906)


Disponível em: <https://conhecimentocientifico.com/o-que-foi-o-convenio-de-taubate-e-porque-ele-nao-deu-certo/>.
Acesso em: 07 mar. 2022

TRECHO: Livro - História do Brasil. Autor: Boris Fausto


[...] Campos Sales concebeu um arranjo conhecido como política dos governadores. Seus objeti-
vos podem ser assim resumidos: reduzir ao máximo as disputas políticas no âmbito de cada Es-
tado, prestigiando os grupos mais fortes; chegar a um acordo básico entre a União [o Brasil] e os
Estados; pôr fim à hostilidade existente entre Executivo e Legislativo, domesticando a escolha
dos deputados. O governo central sustentaria assim os grupos dominantes nos Estados, enquanto
estes, em troca, apoiariam a política do presidente da República. [...]
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2 ed. São Paulo: edusp, 1995. P. 258-259

Os estudantes serão estimulados a observarem os documentos. Em seguida serão orientados a


responderem os seguintes questionamentos:

1) O que se pode observar quanto às exportações de café entre 1891 e 1910?


2) Relacionar os dados sobre a exportação de café ao Convênio de Taubaté, de 1906.
Para encerrar esta etapa, dois grupos serão selecionados para socializar suas respostas e hipóteses.

11
Sistematização: Os estudantes serão orientados a elaborarem uma pergunta e a respectiva res-
posta utilizando as informações consolidadas a partir da análise dos documentos. Espera-se dos
estudantes compreenderem os aspectos ligados à economia do início do período republicano,
os ciclos da história republicana e a importância da produção, da exportação e da valorização do
café para o entendimento da história local e regional.

RECURSOS:
Cópias impressas dos textos, imagens e tabela; folhas em branco; DataShow se possível, mas não
é obrigatório, podendo ser utilizado o quadro.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação terá um caráter processual, onde os estudantes serão avaliados a partir da sua partici-
pação oral e escritos nas atividades propostas ao longo da aula.

ATIVIDADES
1 - (IFPE/2020) 
HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL
O símbolo máximo que ficará desta fortuna fácil e ainda mais facilmente dissipada é o Teatro Muni-
cipal de Manaus. É claro que, desfeito o castelo de cartas em que se fundava toda esta prosperida-
de fictícia e superficial, nada sobraria dela. Em poucos anos, a riqueza amazonense se desfará em
fumaça. Sobrarão apenas ruínas.
PRADO JR., Caio. História econômica do Brasil. 38. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 240-241 (adaptado). 

A obra de Caio Prado Jr., como o próprio título já adianta, trata da história econômica do Brasil.
Com base no fragmento apresentado no texto, a qual importante produto de exportação brasileiro,
durante a República Oligárquica (1895-1930), o autor está se referindo?
a) Algodão.
b) Café.
c) Açúcar.
d) Borracha.
e) Cacau. 

2 - (ENEM/2016)

Uma scena franco-brazileira: “franco” – pelo local e os persona-


gens, o local que é Paris e os personagens que são pessoas do
povo da grande capital; “brazileira” pelo que ahi se está bebendo:
café do Brazil. O Lettreiro diz a verdade apregoando que esse é o
melhor de todos os cafés.
A Illustração Brazileira, n. 2, 15 jun. 1909 (adaptado).

12
A página do periódico do início do séc XX documenta um importante elemento da cultura francesa,
que é revelador do papel do Brasil na economia mundial, indicado no seguinte aspecto:
a) Prestador de serviços gerais.
b) Exportador de bens industriais.
c) Importador de padrões estéticos.
d) Fornecedor de produtos agrícolas.
e) Formador de padrões de consumo.

3 - (UEFS/BA)
Não foi o café que degradou a natureza no Sudeste brasileiro. Foi o espírito mercantil imediatista,
em busca de lucro e riqueza a qualquer custo, que importou essa planta, originária da Ásia, as má-
quinas e os homens, para fazer deles dinheiro. (MARTINEZ, 2010, p. 29).
O “espírito mercantil imediatista”, referido no texto, levou às crises de superprodução e à queda dos
preços do café. Como medida para amenizar os prejuízos que atingiram a economia brasileira, no
início do século XX, foi adotada a 
a) diversificação dos produtos de exportação, beneficiando antigas regiões produtoras do
Nordeste.
b) prática de queima de cafezais e de estoques prontos para a exportação, como forma de de-
sencorajar novos plantadores.
c) política de valorização do café, que registrou a primeira intervenção do Estado para a pro-
teção do produto.
d) proibição de investimentos estrangeiros na economia cafeeira, visando à reserva do merca-
do para o comércio nacional.
e) política de dinamização dos transportes rodoviários, como contribuição para a maior rapi-
dez no escoamento do produto.

REFERÊNCIAS
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 1995. P. 243-319.

13
TÓPICO
A Primeira República e as oligarquias: novas questões sobre a cidadania.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S):
Primeira Constituição Republicana.
Governo Constitucional de Deodoro
da Fonseca.
Analisar a estrutura política da Primeira República, suas
Governo de Floriano Peixoto.
articulações e bases de poder.
Movimentos rurais, urbanos e operá-
rios.
República das Oligarquias.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Trabalho e Produção na Sociedade Brasileira entre o Império e a Primeira Re-
pública - Parte III
DURAÇÃO: 2 aulas de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade descrita no cabeçalho.
Aula expositiva e participativa por meio da leitura de textos e imagens. Trabalho com tipologias
diversas de fontes históricas, exercícios escritos, pesquisa orientada em grupo e/ou individual e
discussão sobre os temas abordados. O desenvolvimento metodológico da aula buscará o diálogo
entre os agentes da ação educativa, destacando a produção do conhecimento pelos estudantes
por meio de leitura, registro e composição de textos. Diferentes gêneros textuais serão utiliza-
dos para que os estudantes compreendam que a história não se caracteriza por uma única versão.
O livro didático será um recurso importante, embora não único, para o desenvolvimento das aulas,
servindo como fonte de consulta, texto base e execução de atividades diversas.
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Estratégia: Sala de aula invertida.
• Leitura Prévia de trechos do Livro Paradidático: História do Brasil. Autor: Boris Faus-
to. Páginas (243-319) ou assistir ao vídeo da TV Escola (República Velha). Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_
obra=20458>. Acesso em: 07 mar. 2022.
• Assistir ao filme: Policarpo Quaresma, herói do Brasil (1998). Disponível em: <https://drive.
google.com/file/d/1DOtPfY2dh08X46BUye0GjiGj0g6xRY06/view?usp=sharing>. Acesso em:
08 mar. 2022.

O objetivo desse plano é analisar os primeiros anos da República no Brasil, a partir do aspecto polí-
tico, compreendendo como muitas vezes, o significado profundo do termo república (“coisa públi-
ca” - cuja ideia principal se concentra no princípio de que os escolhidos para o controle do Estado
seriam responsáveis por atender aos anseios de uma sociedade que enxerga o governante como
administrador daquilo que pertence a todos), foi esquecido por indivíduos e grupos que dominaram
a política ao longo do tempo. Não obstante, o regime republicano pode ser considerado um passo
importante rumo a uma possível democratização da sociedade. Durante o percurso aqui apresen-
tado, os estudantes serão convidados a identificarem os avanços e retrocessos da República Bra-

14
sileira em direção a uma sociedade mais justa e democrática, bem como as estratégias utilizadas
pelos grupos dominantes, no intuito de construir e consolidar o imaginário da República.

B) DESENVOLVIMENTO:
1º Momento
Será projetado o slide ou inserido no quadro a definição dos termos república e republicanismo.
Os estudantes serão orientados a responderem com base no texto, o que é um regime republicano
e quais seriam as suas principais características. Espera-se que os estudantes entendam que uma
república é diferente de uma monarquia, pois não se baseia na sucessão hereditária e que, de modo
geral, a ideia de república se assemelha à de democracia por estar relacionada à participação da
população em eleições regulares e livres, além da separação entre religião e Estado. Caso os es-
tudantes tenham dificuldade para responder aos questionamentos, será destacado os pontos do
texto apresentado e eles serão questionados se conseguem identificar nestes trechos as caracte-
rísticas de uma república.
TEXTO: República/republicanismo
[...] pode-se dizer que república é uma forma de governo que se distingue da forma monárquica.
Tal distinção deve-se ao fato de que o fundamento do poder nas repúblicas não está associado a
governo unipessoal e à sucessão dinástica, tal como nas monarquias, invariavelmente governadas
por casas reais. [...] de modo geral a ideia contemporânea de república aproxima-se da de demo-
cracia, posto que está associada à soberania popular, exercida por meio da participação em elei-
ções regulares, livres, competitivas e extensivas a todos os postos politicamente relevantes. A tais
traços devem ser acrescentadas a distinção e a separação entre teologia e política.
LESSA, Renato. Confira o significado do termo República segundo o Dicionário de Políticas Públicas. São Paulo:
Editora Unesp, 2016.

Os estudantes serão distribuídos em grupos (4 integrantes cada). Em seguida serão orientados a


realizarem a seguinte atividade: A Constituição de 1891 foi a segunda Carta Magna do Brasil, sendo
a primeira com características republicanas. Considerando o texto legislativo, elabore um quadro
comparativo indicando as principais transformações que ocorreram em relação ao Período Impe-
rial, no que tange aos seguintes aspectos: relação Estado e Igreja, sistema de governo e participa-
ção popular.
Para finalizar, dois grupos serão selecionados para socializar suas respostas e hipóteses.
2º Momento
Será apresentado aos estudantes a seguinte problematização: Por que os militares assumiram o
poder com a República? Quais setores se uniram para dar o golpe? Em seguida, será realizada junto
com os estudantes a leitura e análise do texto e da pintura indicada no link abaixo:

[...] Assim como o Império, a República precisou inventar símbolos pátrios para construir um novo
imaginário e se legitimar no controle do Estado brasileiro. Novamente, percebemos como o pro-
cesso acomodava ruptura e continuidade: Se o verde-amarelo heráldico dos Bragança e o esque-
ma geométrico da bandeira nacional foram preservados – a exemplo da melodia do Hino Nacional
-, um lema positivista foi estampado no céu azul de estrelas que tomou o lugar do brasão imperial.
Na verdade, se o verde e amarelo lembram (ainda) as cores das duas casas imperiais extintas, já
as posições das constelações na bandeira da República correspondem ao novo regime. Do motto
original “Amor, ordem e Progresso” só ficaram os dois últimos termos, interpretados segundo uma
ótica positivista, conservadora e militarista. A República nasceu fardada. O Exército abriu mão do
poder executivo somente em 1895, depois de diversas sublevações civis, militares e populares.[...]
SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloísa M. Caderno de Atividades - Brasil: uma biografia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015.

15
Pintura: A Pátria (1919). Autor: Pedro Bruno, Museu da República.
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1xB8_dyBqQMxaKv5FJUpgxmIRy_Q_Xb4A/vie-
w?usp=sharing>. Acesso em: 08 mar. 2022.
O quadro Pátria, pintado e assinado por Pedro Bruno em 1919, 30 anos após a Proclamação da Re-
pública, faz parte do acervo do Museu da República. No imaginário social popular este quadro tem
um lugar de destaque; sua imagem já esteve reproduzida em cédulas, selos, cartazes, quebra-ca-
beças, capas e páginas de livros didáticos e muitos outros livros. A cena doméstica e familiar que
se desenrola ao redor da bandeira republicana, com seu expressivo conjunto de cores tão presente
na memória afetiva do brasileiro, suscita diversas interpretações.
Sistematização: Após a leitura e análise dos documentos, os estudantes serão orientados a pro-
duzirem um texto dissertativo argumentativo com o tema: O paradoxo da nossa experiência repu-
blicana. As produções deverão ser socializadas com toda a turma. Espera-se que os estudantes
percebam que a República recém-inaugurada apresenta contradições explícitas principalmente
no que diz respeito às questões político-sociais.

RECURSOS:
Cópias impressas dos textos e imagens; folhas em branco; DataShow se possível, mas não é obri-
gatório, podendo ser utilizado o quadro.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação terá um caráter processual, onde os estudantes serão avaliados a partir da sua partici-
pação oral e escritos nas atividades propostas ao longo da aula.

ATIVIDADES
A luta em torno do mito de origem da República mostrou a dificuldade de construir um herói para
o novo regime. Heróis são símbolos poderosos, encarnações de ideias e aspirações, pontos de
referência, fulcros de identificação coletiva. São, por isso, instrumentos eficazes para atingir a
cabeça e o coração dos cidadãos a serviço da legitimação de regimes políticos. Não há regime
que não promova o culto de seus heróis e não possua seu panteão cívico. Em alguns, os heróis
surgiram quase espontaneamente das lutas que precederam a nova ordem das coisas. Em ou-
tros, de menor profundidade popular, foi necessário maior esforço na escolha e na promoção
da figura do herói. É exatamente nesses últimos casos que o herói é mais importante. A falta de
envolvimento real do povo na implantação do regime leva à tentativa de compensação, por meio
da mobilização simbólica. Mas, como a criação de símbolos não é arbitrária, não se faz no vazio
social, é aí também que se colocam as maiores dificuldades na construção do panteão cívico.
Herói que se preze tem de ter, de algum modo, a cara da nação. Tem de responder a alguma ne-
cessidade ou aspiração coletiva, refletir algum tipo de personalidade ou de comportamento que
corresponda a um modelo coletivamente valorizado.
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da república no Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990. p. 58

1 - De acordo com o Historiador José Murilo de Carvalho a:


a) aprovação da figura de Tiradentes como herói nacional e republicano foi unânime.
b) consolidação do regime republicano ocorreu devido a intensa participação popular.
c) população recusou de maneira consciente os símbolos e heróis forjados pelas elites.
d) criação de um herói nacional visava suprir a ausência do povo na mudança de regime.
e) seleção dos heróis da República foram estabelecidos pela própria população brasileira.

16
2 - (FAMERP/2020) Entre a Proclamação da República, em 1891, e a eleição de Prudente de Morais,
o primeiro presidente civil, três correntes políticas disputaram o poder no Brasil, procurando im-
por seu modelo de nação e de Estado. Cite quais são essas correntes e explique seus respectivos
modelos de nação e de Estado.

3 - (UFRRJ)

Não julgava possível a República enquanto vivesse o imperador; e daí a minha surpresa. Se de
mim tivesse dependido a sua permanência como chefe da nação, afirmo que não teria sido de-
posto. A República teve contra si o haver sido feita por um pronunciamento militar, representa-
do pela quinta parte do exército. A nação foi estranha a esse acontecimento, que aceitou como
fato consumado.
Apud CASTRO, Celso. Os militares e a República: um estudo sobre cultura e ação política. Rio de Janeiro: Zahar, 1995.

O texto anterior é um trecho de uma carta do Visconde de Pelotas ao Visconde de Ouro Preto, datada
de 10 de setembro de 1890. Ela caracteriza a Proclamação da República como um pronunciamento
de uma parcela do Exército – organizada em torno de um grupo de jovens militares positivistas.
a) Explique a frase sublinhada, destacando uma particularidade do modelo republicano im-
plantado em 1889 no Brasil.

b) Cite duas propostas do projeto republicano defendido por essa parcela do exército.

REFERÊNCIAS
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990.
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a república que não foi. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989.
FERREIRA, Jorge. O tempo do liberalismo excludente: da Proclamação da República à Revolução
de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 1995. P. 243-319.
SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloísa M. Caderno de Atividades - Brasil: uma biografia. São Pau-
lo: Companhia das Letras, 2015.

17
TÓPICO
As bases do poder local: Coronelismo, clientelismo e política dos governadores.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
República do café com Leite.
Definição dos poderes locais: Analisar criticamente as relações entre o poder central e os po-
Coronelismo, Clientelismo e a deres locais, sobre o princípio federativo e suas múltiplas faces
Política dos Governadores. na prática política republicana, até o tempo presente.
A Semana de Arte Moderna

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Trabalho e Produção na Sociedade Brasileira entre o Império e a Primeira Re-
pública - Parte IV
DURAÇÃO: 2 aulas de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade descrita no cabeçalho.
Aula expositiva e participativa por meio da leitura de textos e imagens. Trabalho com tipologias
diversas de fontes históricas, exercícios escritos, pesquisa orientada em grupo e/ou individual e
discussão sobre os temas abordados. O desenvolvimento metodológico da aula buscará o diálogo
entre os agentes da ação educativa, destacando a produção do conhecimento pelos estudantes
por meio de leitura, registro e composição de textos. Diferentes gêneros textuais serão utiliza-
dos para que os estudantes compreendam que a história não se caracteriza por uma única versão.
O livro didático será um recurso importante, embora não único, para o desenvolvimento das aulas,
servindo como fonte de consulta, texto base e execução de atividades diversas.
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Estratégia: Sala de aula invertida. Leitura Prévia de trechos do Livro Paradidático: História
do Brasil. Autor: Boris Fausto. Páginas (243-319) ou assistir ao vídeo da TV Escola (República
Velha) - Link de acesso: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.
do?select_action=&co_obra=20458>. Acesso em: 14 mar. 2022.
• Assistir ao filme: Tristeza do Jeca (1961) – Link de acesso: <https://www.youtube.com/wat-
ch?v=O07_cmzLvok>. Acesso em: 14 mar. 2022.

O objetivo desse plano é o de analisar os primeiros anos da República no Brasil, a partir dos aspec-
tos político, social e cultural, compreendendo como muitas vezes, o significado profundo do termo
república (“coisa pública” - cuja ideia principal se concentra no princípio de que os escolhidos para
o controle do Estado seriam responsáveis por atender aos anseios de uma sociedade que enxerga
o governante como administrador daquilo que pertence a todos), foi esquecido por indivíduos e
grupos que dominaram a política ao longo do tempo. Não obstante, o regime republicano pode ser
considerado um passo importante rumo a uma possível democratização da sociedade. Durante o
percurso aqui apresentado, os estudantes serão convidados a identificarem os avanços e retro-
cessos da República Brasileira em direção a uma sociedade mais justa e democrática.

18
B) DESENVOLVIMENTO:
1º Momento
Os estudantes serão divididos em grupos (4 integrantes cada) e em seguida eles serão orientados
a escolherem três entre as muitas revoltas, greves, conflitos e “perturbações da ordem” ocorridos
durante a Primeira República no Brasil. Para cada uma, eles deverão analisar quem foram os ar-
ticuladores, o que pleiteavam e em que medida essas reivindicações relacionavam-se à luta por
direitos, pela extensão da cidadania e pela inclusão.
Dois grupos serão selecionados para socializar suas respostas e hipóteses. Após as apresentações
e reflexões, os estudantes efetuarão a leitura do texto extraído do Progresso (1899), um dos jornais
da imprensa negra e em seguida, concluirão esse primeiro momento respondendo às seguintes
questões: segundo o texto, qual era a expectativa dos negros em relação à Proclamação da Repú-
blica? E o que de fato ocorreu?

[...] Surgiu a aurora de 13 maio, data de imorredoura glória de muitos pretos que foram os arautos
da abolição como Luiz Gama, José do Patrocínio, Quintino de Lacerda, Rebouças e tantos outros.
Proclamou-se a República, o governo da igualdade, da fraternidade e quejandas liberdades. [...]
Esperávamos nós, os negros, que, finalmente, ia desaparecer para sempre de nossa pátria o es-
túpido preconceito e que os brancos, empunhando a bandeira da igualdade e fraternidade, en-
trassem em franco convívio com os pretos [...].
Qual não foi, porém, a nossa decepção ao vermos que o idiota preconceito em vez de diminuir,
cresce; que os filhos dos pretos, que antigamente eram recebidos nas escolas, são hoje recusa-
dos nos grupos escolares; e que os soldados pretos [...] são postos oficialmente abaixo do nível
de seus camaradas; que para os salões e reuniões de certa importância, muito de propósito não é
convidado um só negro, por maiores que sejam seus merecimentos; que os poderes públicos [...]
atiram-nos à margem, como coisa imprestável?
Glossário:
Quejandas: Que tem a mesma natureza de outrem; semelhante. Disponível em:< https://www.dicio.com.br/quejando/>.
Acesso: 16 mar. 2022.
O Progresso, n. 1, p.3, 1899. Citado por: Ana Flávia Magalhães Pinto. De pele escura e tinta preta: a imprensa negra
no século XIX (1833-1899). 2006.

2º Momento
Serão apresentados aos estudantes os textos, a imagem e a música. Esses documentos fazem
referência às contradições existentes nos espaços urbano e rural, demonstrando a complexidade
do universo político brasileiro nos primeiros anos do século XX. A perpetuação de uma elite rural
no controle da máquina pública convivia com uma classe média urbana emergente e desejosa de
mudanças políticas e sociais fruto da sensibilidade em relação às transformações do mundo ao
redor. Assim, a República Oligárquica, maior porção do período da história política brasileira, que
ficou conhecido como República Velha (1891-1930), se inicia com a hegemonia dos coronéis e seus
latifúndios, mas se encerra com uma nova perspectiva urbana construída por uma nova elite sedu-
zida pelas novidades da cidade.
• Texto 1: Extraído Do Livro – O Tempo do Liberalismo Excludente: Da Proclamação da Re-
pública à Revolução de 1930. Autor: Jorge Ferreira.
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1MYl-nSSS4rJb12siq4mOGgygor475uTe/
view?usp=sharing>. Acesso em: 08 mar. 2022.
• Texto 2: Extraído do livro – Modernismos (1922/2022). Org: Gênese Andrade.
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1PYy0xkqerco8OLMHMI4IteyBoEId2H1L/
view?usp=sharing>. Acesso em: 07 mar. 2022.

19
• Música: Camaleão (1902). Autor: Xisto Bahia
Letra e música: Disponível em: <https://www.quemfoiqueinventouobrasil.com/post/2-ca-
male%C3%A3o>. Acesso em: 07 mar. 2022.
• Charge: Extraída do livro – Uma História do Brasil Através Da Caricatura (1840-2006). Org:
Renato Lemos.
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/143L67xevpx4N5KbeTaDo3T9hqeDGN-ol/
view?usp=sharing>. Acesso em: 07 de mar. 2022.
Sistematização: Após análise dos documentos, os estudantes serão orientados a produzirem uma
releitura das produções artísticas do contexto do modernismo. Espera-se que os estudantes per-
cebam as mudanças e permanências associadas aos aspectos político, social e cultural no que se
refere aos primeiros anos da República até os dias atuais.
As produções deverão ser socializadas e apresentadas pelos estudantes através de uma exposição
na escola.

RECURSOS:
Cópias impressas dos textos e imagens; folhas em branco; DataShow se possível, mas não é obri-
gatório, podendo ser utilizado o quadro.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação terá um caráter processual, onde os estudantes serão avaliados a partir da sua partici-
pação oral e escritos nas atividades propostas ao longo da aula.

ATIVIDADES
1 - (CFTMG/2020) (Adaptada)

Com a chegada do fim da década de 1920, a Primeira República ia se esgotando e seu legado pare-
cia, mesmo em seu contexto, ambivalente. De um lado, ficaria na lembrança como o momento do
boom da urbanização, da industrialização e da entrada de imigrantes. De outro, como um período
de repressão, de todo tipo de falcatruas políticas, da aplicação de medidas racistas e da expulsão
da pobreza para as laterais das cidades. 
SCHWARCZ, Lília M.; STARLING, Heloísa M. Brasil: uma biografia. S.P.: Cia das Letras, 2015. p. 349.

A Primeira República, no Brasil, foi marcada por um processo de


c) desenvolvimento econômico modernizante e socialmente excludente.
d) reversão do crescimento econômico e controle sobre as classes populares.
e) prevalência da atividade industrial e alargamento da participação política.
f) inversão do modelo agroexportador e manutenção dos privilégios das elites.
g) democratização dos espaços a partir da implementação da reforma agrária.

2 - (FAMERP/2020)

20
Divulgada durante a Primeira República brasileira, a charge faz referência a uma
a) ação corrupta que permitia o desvio de verbas públicas.
b) prática política que facilitava a continuidade do domínio oligárquico.
c) proposição constitucional que determinava a obrigatoriedade do voto.
d) experiência política que favorecia a soberania do voto popular.
e) lei eleitoral que visava garantir a fidelidade do eleitor.

3 - (ENEM/2016)

O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários rurais e o gover-
no, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa
concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o
governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia
até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto.
CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo Horizonte. Editora UFMG, 1998 (adaptado).

No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na


a) coação das milícias locais.
b) estagnação da dinâmica urbana.
c) valorização do proselitismo partidário.
d) disseminação de práticas clientelistas.
e) centralização de decisões administrativas.

REFERÊNCIAS
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a república que não foi. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989.
FERREIRA, Jorge. O tempo do liberalismo excludente: da Proclamação da República à Revolução
de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 1995. P. 243-319.

21
TÓPICO
A Primeira Guerra Mundial.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Contextualizar a eclosão do conflito. Identificar e analisar os
países e blocos envolvidos.
A Primeira Guerra Mundial. Associar o conflito com a política imperialista.
Antecedentes, causas, desen- Analisar os desdobramentos do conflito no mundo.
volvimento e consequências da Analisar criticamente as justificativas ideológicas apresenta-
Primeira Grande Guerra. das pelas grandes potências para interferir nas várias regiões
do planeta (sistemas modernos de colonização, imperialismo,
conflitos atuais).

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Conflitos no Mundo Contemporâneo - Parte I
DURAÇÃO: 2 aulas de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com as habilidades descritas no cabeça-
lho. Aula expositiva e participativa por meio da leitura de textos e imagens. Trabalho com tipologias
diversas de fontes históricas, exercícios escritos, pesquisa orientada em grupo e/ou individual e
discussão sobre os temas abordados. O desenvolvimento metodológico da aula buscará o diálogo
entre os agentes da ação educativa, destacando a produção do conhecimento pelos estudantes
por meio de leitura, registro e composição de textos escritos. Diferentes gêneros textuais serão
utilizados para que os estudantes compreendam que a história não se caracteriza por uma única
versão. O livro didático será um recurso importante, embora não único, para o desenvolvimento das
aulas, servindo como fonte de consulta, texto base e execução de atividades diversas.
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Estratégia: Sala de aula invertida.
• Leitura Prévia de trecho do livro: História contemporânea através de textos. ORG: Adhemar
Marques Martins. (p. 103-122). Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/193p_C5nm-
vHzrBkIq5p5SSQCKC87SR3pz/view?usp=sharing>. Acesso em: 08 mar. 2022.

O objetivo desse plano é o de analisar a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), considerando que o
século XXI herdou muitos benefícios e malefícios do século anterior. Vivemos em um mundo que
se transforma rapidamente. O que é, hoje, o último conceito em tecnologia, amanhã já estará ul-
trapassado. A televisão, a internet, os jornais e as revistas eletrônicas transformaram definitiva-
mente a Terra em uma “aldeia global”. Não podemos mais viver restritos a informações locais ou
superficiais, pois a todo o momento somos chamados a opinar e mesmo a decidir, porque, se não
o fizermos, outros o farão por nós. Diante disso, conhecer os fatos, as propostas, as conquistas,
os formadores de opiniões, os avanços tecnológicos e científicos, os que lutaram e lutam por uma
causa é de muita importância para podermos compreender o espírito do século XX, que se reflete
no momento histórico em que vivemos. Partindo desse pressuposto, estudar a Primeira Guerra
Mundial (1914/1918), que é considerada a última das guerras “à antiga” e, ao mesmo tempo, a primei-

22
ra das guerras modernas significa compreender como terminou o século XIX e se iniciou o século
XX, que herdou profundas cicatrizes deixadas por aquele conflito.

B) DESENVOLVIMENTO:
Estratégia: Rotação por estações: É uma técnica de ensino híbrido baseado em criar diferentes
ambientes dentro da sala de aula e formar uma espécie de circuito, permitindo que os estudantes
abordem determinado conteúdo de diferentes maneiras. Partindo desse pressuposto, os estudan-
tes serão distribuídos em 4 estações. Cada uma delas com temas e reflexões distintas. O objetivo
é fazer com que todos os estudantes possam vivenciar e construir as atividades associadas aos
diversos temas.
1. Os antecedentes e as causas da guerra: Material de apoio e atividade.
100 ANOS – PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: O CONFLITO QUE MUDOU O MUNDO.
Disponível em: <https://infograficos.estadao.com.br/especiais/100-anos-primeira-guerra-mun-
dial/>. Acesso em: 08 mar. 2022.
Atividade: Quais foram as principais causas da Primeira Guerra Mundial? Como esse conflito mudou
o mundo?
2. A corrida armamentista e a Paz Armada
100 ANOS – PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: O CONFLITO QUE MUDOU O MUNDO.
Disponível em: <https://infograficos.estadao.com.br/especiais/100-anos-primeira-guerra-mun-
dial/>. Acesso em: 08 mar. 2022.
DILILI EM PARIS - FILME 2020 - TRAILER DUBLADO. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=ty_H6MB5at0>. Acesso em: 08 mar. 2022.
Atividade: Explique a seguinte afirmação de Hobsbawm: “A Europa não foi a guerra devido à cor-
rida armamentista como tal, mas devido à situação internacional que lançou as nações nessa
competição”.
3. A Política das Alianças e o estopim da Guerra
100 ANOS – PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: O CONFLITO QUE MUDOU O MUNDO.
Disponível em: <https://infograficos.estadao.com.br/especiais/100-anos-primeira-guerra-mun-
dial/>. Acesso em: 08 mar. 2022.
CRISE INTERNACIONAL E FORMAÇÃO DAS ALIANÇAS
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1HOCbvGkuKiFKSx2wa_Yvk9QQDCVq-v9H/vie-
w?usp=sharing>. Acesso em: 08 mar. 2022.
A CRISE INTERNACIONAL E FORMAÇÃO DAS ALIANÇAS.
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1xG6V1FfKu9Y4Qx9boLDbYoITZWCg4TMV/vie-
w?usp=sharing>. Acesso em: 08 mar. 2022.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (QUEM CONTRA QUEM?).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=x5m6RAajIdM>. Acesso em: 08 mar. 2022.
Atividade: A política de alianças teve início antes da guerra, como ela se reconfigurou após o con-
flito e quais foram os interesses de cada nação envolvida?
4. O desenvolvimento e o desfecho da Guerra
100 ANOS – PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: O CONFLITO QUE MUDOU O MUNDO.
Disponível em: <https://infograficos.estadao.com.br/especiais/100-anos-primeira-guerra-mun-
dial/>. Acesso em: 08 mar. 2022.
AS 15 IMAGENS QUE RESUMEM A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/11/album/1541942101_349984.html#foto_
gal_1>. Acesso em: 08 mar. 2022.
TRATADO DE VERSALHES - Disponível em: <https://jornal.usp.br/cultura/tratado-de-versalhes-
-marcou-nova-fase-do-capitalismo-diz-professor/>. Acesso em: 08 mar. 2022.

23
Atividade: Qual seria o significado da guerra para os soldados e oficiais que descreveram as críti-
cas condições de vida nas trincheiras e no “front” de uma maneira geral? Em relação ao Tratado de
Versalhes, você acha que essa foi a melhor solução para encerrar o conflito?
Sistematização: Após análise dos documentos, os estudantes serão orientados a produzirem uma
História em Quadrinhos (HQ) acerca da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Espera-se que os estu-
dantes percebam as mudanças e permanências associadas aos aspectos políticos, econômicos,
sociais e culturais no que se refere a esse conflito. As produções deverão ser socializadas e apre-
sentadas pelos estudantes.
RECURSOS:
Cópias impressas dos textos e imagens; folhas em branco; DataShow se possível, mas não é obri-
gatório, podendo ser utilizado o quadro.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação terá um caráter processual, onde os estudantes serão avaliados a partir da sua partici-
pação oral e escritos nas atividades propostas ao longo da aula.

ATIVIDADES
1 - (ENEM/2020)
A década que se segue ao fim da guerra constitui praticamente uma continuação desta com a aco-
modação difícil de seus resultados. A ruptura do sistema internacional com a Revolução Soviética,
a ascensão dos Estados Unidos, o recuo da Europa e o início da contestação anticolonial marcam
uma década que para muitos foi de pessimismo e para alguns de ilusão, que bruscamente se en-
cerra com a quebra da Bolsa de Nova Iorque. Com a crise de 1929 terá início a preparação de uma
nova guerra mundial.
VIZENTINI, P. G. F. Primeira Guerra Mundial. Porto Alegre: UFRGS, 2006 (adaptado).

Os eventos mencionados no texto contribuíram fortemente para a ascensão de regimes propensos


a um novo conflito armado, pois
a) perturbaram a dinâmica de equilíbrio demográfico.
b) dificultaram a adesão a ideologias de viés socialista.
c) favoreceram a ascensão de grupos anarquistas ao poder.
d) corroeram a crença na legitimidade das democracias liberais.
e) deterioraram a confiança no salvacionismo dos exércitos nacionais.

2 - (ENEM/2014)
Três décadas – de 1884 a 1914 – separam o século XIX – que terminou com a corrida dos países eu-
ropeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação nacional na Europa – do
século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período do Imperialismo, da quietude
estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT. H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.

O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que
a) difundiu as teorias socialistas.
b) acirrou as disputas territoriais.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os conflitos religiosos.
e) conteve os sentimentos xenófobos.

24
3 - Qual é a importância da Primeira Guerra Mundial para a atualidade?
[...] ESTADOS UNIDOS> O novo centro do capitalismo Grande vencedor, país passou de devedor a
credor dos europeus.
A entrada dos EUA na Guerra foi tardia, mas com consequências imensas. Suas tropas só viram
ação em outubro de 1917 e passaram de 1 milhão de soldados apenas no ano seguinte. No entanto,
ao declarar guerra à Alemanha, em 6 de abril de 1917, o país quebrava uma tradição de distancia-
mento em assuntos europeus que vinha desde sua independência. Foi uma intervenção para, nas
palavras do então presidente Woodrow Wilson, “tornar o mundo seguro para a democracia”. Ainda
hoje, a política externa americana é, em boa parte, guiada por essas palavras. Além disso, a guerra
mudou o centro financeiro mundial.
Ao final de 1917, os Estados Unidos haviam emprestado quase US$ 3 bilhões aos governos francês
e britânico para a guerra. Passaram de devedores dos europeus a credores do resto do mundo.
”Como os vencedores europeus estavam profundamente endividados com os EUA, a capital mun-
dial das finanças mudou de Londres para Wall Street”, escreve a historiadora Sally Marks.
Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2014/07/i-guerra-mundial-o-legado.html.
Acesso em: 01 mar. 2018. (Adaptada)

Analisando a notícia, constata-se que a Primeira Guerra Mundial,


a) estabeleceu o fim das disputas coloniais no contexto da contemporaneidade.
b) promoveu alterações no cenário mundial que permanecem até os dias de hoje.
c) favoreceu a tomada do poder político e econômico pela Europa em todo planeta.
d) comprometeu a ascensão dos Estados Unidos devido às perdas materiais sofridas.
e) interrompeu o desenvolvimento econômico das nações que participaram do conflito.

REFERÊNCIAS
MARQUES, Ademar. BERUTTI Flávio. FARIA Ricardo (Orgs). História Contemporânea através de
textos. São Paulo: Contexto. 2005.
SONDHAUS, LAWRENCE. A Primeira Guerra Mundial: história completa. São Paulo: Contexto, 2013.

25
UNIDADE TEMÁTICA
A revolução socialista na Rússia em 1917.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S):
A Revolução Russa de 1917. Caracterizar a Revolução Russa de 1917. Analisar os ante-
Ensaio Geral de 1905 como episódio cedentes da Revolução.
determinante para a eclosão da Re- Identificar as principais consequências da revolução.
volução Russa. Estabelecer relações entre a Primeira Guerra Mundial e a
Revolução de Fevereiro e de Outubro. Revolução Russa.
A Guerra Civil e a adoção da NEP.
O Partido Comunista e os novos ru-
mos da revolução. O totalitarismo
soviético com Stalin no poder.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Conflitos no Mundo Contemporâneo - Parte II
DURAÇÃO: 2 aulas de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com as habilidades descritas no cabeça-
lho. Aula expositiva e participativa por meio da leitura de textos e imagens. Trabalho com tipologias
diversas de fontes históricas, exercícios escritos, pesquisa orientada em grupo e/ou individual e
discussão sobre os temas abordados. O desenvolvimento metodológico da aula buscará o diálogo
entre os agentes da ação educativa, destacando a produção do conhecimento pelos estudantes
por meio de leitura, registro e composição de textos escritos. Diferentes gêneros textuais serão
utilizados para que os estudantes compreendam que a história não se caracteriza por uma única
versão. O livro didático será um recurso importante, embora não único, para o desenvolvimento das
aulas, servindo como fonte de consulta, texto base e execução de atividades diversas.
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Estratégia: Sala de aula invertida.
• Leitura do trecho do livro: História contemporânea através de textos. ORG: Adhemar Mar-
ques Martins. (p. 103-122). Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1CAWEm8eKIo-
jttNaCyWcikt87O20xKyLK/view?usp=sharing>. Acesso em: 08 mar. 2022.
• Assistir ao filme: A Revolução dos Bichos George Orwell Dublado 1999. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=2ygQBkmMfqY&t=32s>. Acesso em: 08 mar. 2022.

O objetivo desse plano é o de analisar a vitória de uma revolução de caráter socialista em um país de
estrutura fundiária tradicional e com uma população camponesa que, poucas décadas antes, viu
serem quebrados os laços de servidão. Além disso, compreender o significado e os elementos que
cercam a definição do conceito de revolução, com base na análise da experiência histórica de um
dos maiores eventos revolucionários do século XX, a Revolução Russa de 1917, que rompeu com o
modelo czarista, caracterizado pela extrema desigualdade política, social e econômica e instituiu
um novo regime (comunista) na Rússia.

26
B) DESENVOLVIMENTO:
Estratégia: Rotação por estações: É uma técnica de ensino híbrido baseado em criar diferentes
ambientes dentro da sala de aula e formar uma espécie de circuito, permitindo que os estudantes
abordem determinado conteúdo de diferentes maneiras. Partindo desse pressuposto, os estudan-
tes serão distribuídos em 4 estações. Cada uma delas com temas e reflexões distintas. O objetivo
é fazer com que todos os estudantes possam vivenciar e construir as atividades associadas aos
diversos temas.
1 . A Rússia no final do século XIX.
HÁ 100 ANOS, REVOLUÇÃO MUDOU RÚSSIA E TEVE IMPACTO MUNDIAL.
Disponível em: <https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2017/10/ha-100-anos-revolucao-mudou-
-russia-e-teve-impacto-mundial.html>. Acesso em: 08 mar. 2022.
REVOLUÇÃO – CONCEITO.
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1CLKCrAFlh7TAYgIqGFW9FA4aF9K1ZCVI/vie-
w?usp=sharing->. Acesso em: 08 mar. 2022.
Atividade: Quais elementos definem a Revolução Russa como uma Revolução?
2. O ensaio geral (Revolução de 1905)
HÁ 100 ANOS, REVOLUÇÃO MUDOU RÚSSIA E TEVE IMPACTO MUNDIAL
Disponível em: <https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2017/10/ha-100-anos-revolucao-mudou-
-russia-e-teve-impacto-mundial.html>. Acesso em: 08 mar. 2022.
Atividade: Durante o processo revolucionário russo, a população do campo e da cidade sofria com
a escassez de alimentos. Ainda hoje, mais de 100 anos depois, a fome atinge grande parte da po-
pulação mundial. Em sua opinião, o que a sociedade e os governos podem fazer para reduzir esse
problema mundial?
3. A Primeira Guerra e a Revolução de Fevereiro de 1917
HÁ 100 ANOS, REVOLUÇÃO MUDOU RÚSSIA E TEVE IMPACTO MUNDIAL.
Disponível em: <https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2017/10/ha-100-anos-revolucao-mudou-
-russia-e-teve-impacto-mundial.html>. Acesso em: 08 mar. 2022.
IMAGEM – SAÍDA DA RÚSSIA DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Delegações que participaram das negociações que resultaram na ratificação do Tratado de Brest-
-Litovsk em 1918.
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/guerras/tratado-brest-litovsk.htm>. Acesso em:
08 mar. 2022.
BOLCHEVIQUES E MENCHEVIQUES.
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1wjZifQLE32maKeklInsUThtNH9lbPBuZ/view?us-
p=sharing>. Acesso em: 08 mar. 2022.
Atividade: Quais eram as diferenças entre as propostas mencheviques e bolchevique.
4. A Revolução de Outubro de 1917 e o Stalinismo (1924-1953)
HÁ 100 ANOS, REVOLUÇÃO MUDOU RÚSSIA E TEVE IMPACTO MUNDIAL.
Disponível em: <https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2017/10/ha-100-anos-revolucao-mudou-
-russia-e-teve-impacto-mundial.html>. Acesso em: 08 mar. 2022.
CARTAZ DIVULGADO DURANTE O GOVERNO DE STÁLIN.
Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/138907969736547619/>. Acesso em: 08 mar. 2022.
AS TESES DE ABRIL.
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1bxIuCvTS2b_ZwPS6lg78JxHkPuPkNcVZ/vie-
w?usp=sharing>. Acesso em: 08 mar. 2022.

27
Atividade: Estabeleça diferenças e semelhanças entre o cartaz e a charge. Com base nas informa-
ções sobre os diferentes movimentos da arte russa, siga o estilo gráfico e produza um cartaz apre-
sentando um dos seguintes direitos dos trabalhadores de acordo com a atual legislação brasileira:
• Direito à licença-maternidade.
• Direito a 30 dias de férias por ano.
• Descanso semanal remunerado.
• Jornada máxima de trabalho de 44 horas semanais.

Sistematização: Após análise dos documentos, os estudantes serão orientados a produzirem uma
História em Quadrinhos (HQ) acerca da Revolução Russa (1917). Espera-se que os estudantes perce-
bam os desdobramentos políticos, econômicos, sociais e culturais no que se refere a esse conflito.
As produções deverão ser socializadas e apresentadas pelos estudantes à turma.

RECURSOS:
Cópias impressas dos textos e imagens; folhas em branco; DataShow se possível, mas não é obri-
gatório, podendo ser utilizado o quadro.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação terá um caráter processual, onde os estudantes serão avaliados a partir da sua partici-
pação oral e escritos nas atividades propostas ao longo da aula.

ATIVIDADES
1 - (FGV) Lenin tinha como única fonte de informação os jornais estrangeiros, mas, lendo as en-
trelinhas de suas matérias imprecisas e tendenciosas, pôde apreender os dados fundamentais.
[...] O Soviete era o porta-voz do povo, que queria paz, pão, liberdade e terra. O Governo Provisório
[...] representava uma burguesia cujas tendências liberais se limitavam à intenção de livrar-se dos
Romanov.
Edmund Wilson. Rumo à estação Finlândia, 2013.

O excerto refere-se à análise feita por Lenin, líder do Partido Bolchevista, do movimento social que
derrubou o czar Nicolau II, em março de 1917. No seu entender, havia
a) uma possibilidade de restauração da monarquia e o Governo Provisório deveria ser apoiado
pela população.
b) uma revolução camponesa em marcha no país e a classe operária estaria ausente das agi-
tações sociais.
c) uma iminente intervenção militar dos países imperialistas e os movimentos populares pre-
cisariam sustentar o exército russo.
d) uma revolução fortemente nacionalista e os partidos revolucionários encabeçariam esse
movimento transformador.
e) uma dualidade de poder em disputa e o Governo Provisório manteria a Rússia na Guerra
Mundial.

28
2 - (PUCPR/2017) A Revolução Russa de 1917 foi uma série de conflitos que derrubou o regime cza-
rista russo e levou ao poder o Partido Bolchevique, grupo liderado por Lênin, que logo após chegar
ao poder em outubro de 1917 implementou uma série de mudanças como:
a) A tomada das propriedades privadas da Igreja Ortodoxa e da nobreza com o pagamento de
indenizações.
b) A estatização das grandes indústrias e latifúndios, mantendo bancos e transportes sob ini-
ciativa privada.
c) O pedido de paz e saída da Primeira Guerra Mundial, concretizado através do Tratado de
Brest-Litovski.
d) O fim do regime de servidão que perdurara mesmo após as promessas do czar Nicolau II de
sua extinção.
e) A ocupação das terras a oeste da Rússia, antes consideradas colônias, como a Lituânia e
a Letônia.

3 - (USF/2016)

A Revolução Russa marcou uma nova fase na história da Rússia. O czarismo entrou em colapso e
com isso a revolução tornou-se iminente. Analisando a imagem dentro do contexto histórico em
que se desenvolveu a Revolução Russa, é possível concluir que ela faz referência
a) às Teses de Abril propostas por Lenin durante o governo menchevique, que era liderado por
Kerenski.
b) ao Domingo Sangrento, por meio do qual a população russa saiu às ruas para reivindicar
seus direitos.
c) à Revolta do Encouraçado Potemkin, quando os tripulantes saíram às ruas, apoiados pela
população, demonstrando insatisfação contra a situação social vigente.
d) à Guerra Civil após a derrubada do czarismo, na qual os sovietes reivindicavam melhorias na
legislação trabalhista.
e) à Revolução Branca, que ocorreu após a aliança entre bolcheviques e mencheviques, na ten-
tativa de criticar o czarismo.

REFERÊNCIAS
MARQUES, Ademar. BERUTTI Flávio. FARIA Ricardo (Orgs). História Contemporânea através de tex-
tos. São Paulo: Contexto. 2005.

29
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3 o ano Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Filosofia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
COMPETÊNCIA
TEMA
Verdade e validade.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)
O que é Lógica. 3.1.1 Clarificar noções de lógica, proposição/juízo e raciocínio/argumento,
Lógica e argumentação. a partir da distinção validade/verdade.
Dedução e Indução. 3.1.2 Distinguir argumentos dedutivos e indutivos.
Verdade e Validade. 3.1.3 Identificar modos de inferência válida.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Lógica e Vida
DURAÇÃO: 4 horas-aula
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Tendo em vista a complexidade da sociedade humana, sua organização e estrutura, o uso da lógica
faz-se presente na solução de problemas particulares e comunitários. Com isso, podemos dizer que
a lógica relaciona-se diretamente com o nosso dia-a-dia, desde as situações mais ordinárias até as
mais excepcionais, além de ser um instrumento para as ciências, como definiu Aristóteles ao realizar a
classificação geral dos conhecimentos. Pensando na forma algorítmica que, devido à virtualização do
real, cada dia mais, reorganiza a dinâmica de funcionamento do mundo, inferimos uma radicalização
do uso da lógica, sobretudo a matemática/de programação, sem a qual, certamente, a globalização
dar-se-ia em um ritmo muito menos acelerado. Por tais motivos, a sensibilização dos estudantes para
esse campo, tão fundamental para a filosofia, é importante e urgente. Aqui, você encontrará uma se-
quência didática que lhe auxiliará nesta tarefa.
B) DESENVOLVIMENTO:
ETAPA 1: O professor apresentará ao estudante a pergunta-problema “Como e quando a lógica se aplica
à minha vida?”. Caso haja recursos para tanto, sugerimos que ela seja projetada a partir de um aplicativo
de brainstorming, possibilitando aos educandos que respondam à questão com os seus celulares. Caso
não seja possível, a pergunta poderá ser anotada no quadro e, em pares, responderão manualmente.
As respostas deverão ser curtas, a fim de que todos que se dispuserem tenham a possibilidade de par-
ticipar. Em seguida, o professor deverá articular as colocações apresentadas pelos estudantes com os
conceitos inerentes ao tema, de maneira dialogada.

30
ETAPA 2: Tendo como referência importantes discursos da história humana, por meio de textos,
recortes de filmes e/ou documentários, como for possível, apresente exemplos para os estudantes,
evidenciando sempre o processo de construção dos argumentos das falas apresentadas. Explicite
as premissas e conclusões, sua verdade ou falsidade. Distinga os argumentos entre dedutivos e in-
dutivos, caso seja necessário, e discuta sua validade ou invalidade. Enfatize a força social e política
que um discurso bem construído pode ter.
ETAPA 3: Simule um júri entre os estudantes ou as turmas. Duas pessoas serão acusadas por um
suposto crime. O acusado A, sendo o culpado, construirá argumentos válidos, apesar de apresen-
tar premissas falsas. Ele deverá ser muito eloquente, assertivo e se valer de recursos emocionais
em seu discurso. O acusado B, sendo inocente, apresentará premissas verdadeiras, mas de tal ma-
neira que a estrutura do seu argumento seja inválida. Falará em tom tímido e desconexo. Não sa-
bendo quem é o verdadeiro culpado, o júri deverá decidir a sentença dos acusados. Provavelmente,
o acusado A será inocentado. O professor deverá explicar as razões de tal fenômeno para os parti-
cipantes da ação.
SUGESTÕES FÍLMICAS COMPLEMENTARES:
O Discurso do Rei (2010): O Príncipe Albert da Inglaterra deve ascender ao trono como Rei George
VI, mas ele tem um problema de fala. Sabendo que o país precisa que seu marido seja capaz de se
comunicar perfeitamente, Elizabeth contrata Lionel Logue, um ator australiano e fonoaudiólogo,
para ajudar o Príncipe a superar a gagueira. Uma extraordinária amizade desenvolve-se entre os
dois homens, e Logue usa meios não convencionais para ensinar o monarca a falar com segurança.
O Mentiroso (1997): O inescrupuloso advogado de Los Angeles Fletcher Reede ama o filho Max, mas
a sua incapacidade de manter promessas, e as mentiras compulsivas que conta, causam proble-
mas entre os dois e a ex-mulher, Audrey. Cansado das mentiras do pai, Max faz um desejo antes de
soprar as velinhas do seu bolo de aniversário: ele quer que o pai só diga a verdade nas próximas 24
horas. Quando o pedido de Max se torna realidade, o mundo de Fletcher começa a se transformar
em um caos.

RECURSOS:
Conexão com a internet.
Aplicativo de brainstorming ou chuva de ideias/palavras.
Projetor e/ou quadro e pincéis.
Recortes textuais ou fílmicos.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O professor poderá realizar uma avaliação processual, levando em consideração cada etapa do de-
senvolvimento proposto. Interesse, participação e engajamento nas atividades devem ser levados
em conta.

ATIVIDADES
A) Identifique as premissas, os pressupostos e as conclusões nos seguintes raciocínios. Logo após,
diga se você concorda ou discorda das conclusões, deixando clara sua posição quanto às premissas:
1) Posso dizer que sou amigo de Cláudia, porque temos os mesmos gostos.
2) Visto que esta afirmação se baseia em regras universais, ela é científica.
3) Este político é corrupto; aquele também; aquele outro também; portanto, todo político é
corrupto.
4) Posso duvidar de tudo, mas se duvido é porque penso; e, se penso, eu existo.
5) A dipirona baixou a febre da minha vizinha, então ela também deve abaixar a minha febre.

31
6)Texto do filósofo Baruch Espinosa:
Se a natureza humana estivesse feita de tal modo que aquilo que os seres humanos mais desejas-
sem fosse aquilo que é mais útil, não seria preciso nenhuma arte para a concórdia e a lealdade. Mas,
porque a natureza humana é, manifestamente, constituída de modo bem diferente, o Estado tem ne-
cessariamente de ser instituído de tal maneira que todos, tanto os que governam como os que são
governados, queiram ou não, façam aquilo que interessa à salvação comum, isto é, que todos sejam
levados, espontaneamente ou à força ou por necessidade, a viver segundo o que prescreve a razão.
ESPINOSA, B. Tratado político. Tradução Diogo Pires Aurélio. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 48.

B) Analise os seguintes raciocínios dedutivos e diga se são válidos ou inválidos, aponte a causa da
invalidade. Explicite as premissas pressupostas.
1) Toda injustiça é proibida. Então, o assassinato é proibido.
2) Alguns cidadãos são homens; alguns homens são covardes. Portanto, alguns cidadãos são
covardes.
3) Se você tivesse lido o livro, teria aprendido. Como você não aprendeu, é porque não leu o
livro.
4) Se você tivesse lido o livro, teria aprendido. Como você não leu o livro, não aprendeu.
5) Todas as pessoas alegres são seres que riem. Todas as hienas são seres que riem. Então,
todas as pessoas alegres são hienas.
6) Nenhum problema me afeta. Nenhum riso me afeta. Logo, problemas são risos.
7) Alguns cidadãos são bons. Todos os humanos são cidadãos. Portanto, todos os cidadãos
são humanos.
8) Ou os cidadãos lutam pela liberdade ou aceitam ser dominados. Como os cidadãos não lu-
tam pela liberdade, então aceitam ser dominados.
9) Ou os cidadãos lutam pela liberdade ou aceitam ser dominados. Como os cidadãos lutam
pela liberdade, então não aceitam ser dominados.
10) O cidadão é alguém que ou luta pela liberdade ou aceita ser dominado. Como o cidadão não
luta pela liberdade, então aceita ser dominado.
11) O cidadão é alguém que ou luta pela liberdade ou aceita ser dominado. Como o cidadão luta
pela liberdade, então não aceita ser dominado.
12) Sua função como bombeiro era acionar o alarme. O alarme não foi acionado porque ou você
soube do incêndio e não o acionou ou porque não soube do incêndio (quando deveria saber)
e também não o acionou. A responsabilidade pelo não acionamento do alarme é sua.

REFERÊNCIAS
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2006.
FIGUEIREDO, Vinícius de (org.). Filosofia: Temas e Percursos. Curitiba: Berlendis & Vertecchia Edi-
tores, 2016.
FILHO, Juvenal Savian. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. Belo Horizonte: Autêntica Edi-
tora, 2016.
MEC. BNCC. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#medio/lingua-portu-
guesa-no-ensino-medio-campos-de-atuacao-social-competencias-especificas-e-habilidades>.
Acesso em: 13 mar. 2022.
MINAS GERAIS. Currículo Referência de Minas Gerais. 2021. Disponível em: <http://basenacional-
comum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento_curricular_mg.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2022.
VILELA, Orlando. Iniciação Filosófica. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Limitada, 1974.

32
TEMA
A racionalidade científica. Teoria e experiência.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
3.3.1 Relacionar fato, observação e teoria.
Epistemologia na história. 3.3.2 Relacionar experiência e experimentação.
3.3.3 Relacionar ciência e hipótese.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A Relação Entre a Filosofia e a Ciência
DURAÇÃO: 05 horas-aula
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A ciência pode ser lida como um método de pensamento e ação, marcadamente rigorosa e oposta
ao senso-comum. Objetivamente, ela é um conjunto logicamente encadeado de verdades certas,
pois uma reunião de verdades apenas prováveis não constitui ciência, formando um sistema coe-
rente. Tal noção de ciência vale para os saberes especulativo, prático, experimental, matemático
e filosófico. Entretanto, quando referiam-se à ciência, os antigos pensavam primeiramente na fi-
losofia, particularmente na metafísica. A partir dos modernos, a percepção modifica-se: quando
falam em ciência, pensam, quase que exclusivamente, nas ciências positivas e experimentais.

B) DESENVOLVIMENTO:
ETAPA 1: Em roda, o professor proporá a seguinte pergunta aos estudantes: “O que caracteriza o
trabalho do cientista e do filósofo?” Em duas cartolinas no centro da sala, os discentes, com auxí-
lio docente na clarificação das ideias, deverão organizar em tópicos as diferenças e os pontos de
intersecção das duas áreas de conhecimento. Feito isso, divididos em pequenos grupos, os estu-
dantes realizarão uma rápida pesquisa em seus celulares sobre os “atomistas”, especificamente,
Leucipo e Demócrito. Caso não seja possível, o professor deverá, de antemão, selecionar uma pe-
quena síntese escrita sobre os pensadores e distribuir para a turma. Enquanto pesquisam ou leem,
as cartolinas serão coladas no quadro.
ETAPA 2: Tendo em vista os cartazes colados na lousa, o professor explicará que a distinção entre
tais campos de investigação, filosofia e ciência, é algo relativamente recente. Como exemplo, Leu-
cipo e Demócrito dedicaram suas vidas ao pensamento sobre o universo, a natureza e a sociedade
com curiosidade, espanto e sabedoria - qualidades necessárias às duas áreas. E que, no período
pré-socrático, não lhes passava pela cabeça definir suas pesquisas conforme a alternativa entre
filosofia ou ciência – o que se tornou habitual muito depois. Aproveitará a ocasião para, resumida-
mente, explicar as etapas do método científico moderno.
ETAPA 3: O professor proporá uma investigação sobre uma teoria científica qualquer aos estu-
dantes, que poderão pedir auxílio aos docentes das disciplinas exatas (ex.: Teoria da Relatividade
ou a Teoria das Cordas). Em grupos, eles apresentarão as pesquisas de maneira encenada, como
fossem eles os próprios cientistas formuladores das hipóteses (ex.: Galileu Galilei, Albert Einstein,
Marie Curie etc). Vale ser muito criativo. Inclusive, se assim desejarem, seguindo as etapas do mé-
todo científico, os estudantes poderão criar e apresentar suas próprias teorias.

33
SUGESTÕES COMPLEMENTARES:
The Big Bang Theory - Série (2007): Os melhores amigos e companheiros de apartamento Leonard
e Sheldon são físicos que trabalham no Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech) e são capazes
de explicar a todo mundo mais do que gostariam de saber sobre física quântica, mas superar as
situações sociais mais básicas deixa-os completamente perdidos. 
A Teoria de Tudo – Filme (2015): Baseado na história de Stephen Hawking, o filme expõe como o
astrofísico fez descobertas relevantes para o mundo da ciência, inclusive relacionadas ao tempo.
Também retrata seu romance com Jane Wilde, uma estudante de Cambridge que viria a se tornar
sua esposa. Aos 21 anos de idade, Hawking descobriu que sofria de uma doença motora degenera-
tiva, mas isso não o impediu de se tornar um dos maiores cientistas da atualidade.

RECURSOS:
Cartolinas.
Pincéis atômicos.
Conexão com a internet ou recorte textual impresso.
Celulares.
Roupas e acessórios caseiros para a encenação.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O professor poderá realizar uma avaliação processual, levando em consideração cada etapa do de-
senvolvimento proposto. Interesse, participação e engajamento nas atividades devem ser levados
em conta.

ATIVIDADES
1 - Dê alguns exemplos de certezas do senso comum e sua refutação pela ciência.

2- Quais as principais características do conhecimento científico em oposição ao senso comum?


Explique-as.

3- O que significa dizer que a ciência é um pensamento sistemático?

4 - Quais são os principais pontos de intersecção entre a filosofia e a ciência?

5 - A filosofia também se caracteriza como sendo um trabalho sistemático? Por quê?

6 - O que é e qual é a finalidade de uma hipótese científica?

7 - Em seu livro “Lógica e Filosofia das Ciências”, Giles Gaston Granger escreve:
A ciência é uma forma sistematicamente organizada do pensamento objetivo. [...] Da magia – con-
siderada um conjunto de práticas destinado a aproveitar os poderes sobrenaturais -, a ciência teria
conservado uma aparência de mistério e gravidade ritual, traço que ainda hoje surpreende a maio-
ria dos espíritos. Do feiticeiro ao cientista há apenas um pequeno passo, fácil de transpor, quando

34
considerados os “milagres” da ciência moderna. Quanto mais escapam aos nossos sentidos as for-
ças naturais das quais ela se aproveita (ondas hertzianas, eletricidade, emissões eletrônicas), mais
parece ela realizar os sonhos dos mágicos. [...] A ciência, entretanto, apenas poderá ser magia aos
olhos de espectadores, pois apenas se libertando da magia que a ciência propriamente dita pode
desenvolver-se.
a) O que o autor identifica como sendo os “milagres da ciência moderna”?
b) Explique a seguinte frase contida no texto “Quanto mais escapam aos nossos sentidos as
forças naturais das quais ela se aproveita [...], mais parece ela realizar o sonho dos mágicos”.
c) Porque “apenas se libertando da magia que a ciência propriamente dita pode desenvolver-se”?

REFERÊNCIAS
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2006.
FIGUEIREDO, Vinícius de (org.). Filosofia: Temas e Percursos. Curitiba: Berlendis & Vertecchia Edi-
tores, 2016.
FILHO, Juvenal Savian. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. Belo Horizonte: Autêntica Edi-
tora, 2016.
MEC. BNCC. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#medio/lingua-portu-
guesa-no-ensino-medio-campos-de-atuacao-social-competencias-especificas-e-habilidades>.
Acesso em: 13 mar. 2022.
MINAS GERAIS. Currículo Referência de Minas Gerais. 2021. Disponível em: <http://basenacional-
comum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento_curricular_mg.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2022.
VILELA, Orlando. Iniciação Filosófica. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Limitada, 1974.

35
TEMA
A racionalidade científica. Objetividade e Verdade
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
3.3.1 Distinguir e relacionar sujeito e objeto.
3.3.2 Distinguir e relacionar qualidades objetivas e subjetivas.
3.3.3 Relacionar conhecimento e subjetividade.
Filosofia da ciência (Karl
3.3.4 Identificar a especificidade das ciências humanas.
Popper e Thomas Kuhn).
3.3.5 Relacionar fato e verdade.
O Problema da Verdade.
3.3.6 Relacionar realidade e verdade.
3.3.7 Distinguir e relacionar ceticismo e dogmatismo.
3.3.8 Perceber as diferentes dimensões do problema da verdade.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Conhecimento: vida, filosofia e ciência
DURAÇÃO: 04 horas-aula
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Conhecer é a principal atividade pela qual os seres humanos constroem sentidos para a existência.
O Filósofo Thomas Kuhn considera que a história da ciência é feita de descontinuidades e de rup-
turas radicais. Ele designa os momentos de ruptura e de criação de novas teorias com a expressão
Revolução Científica, como, por exemplo, a Revolução Copernicana, que substituiu a explicação
geocêntrica de Ptolomeu pela heliocêntrica de Copérnico. Aqui, você encontrará três etapas que
lhe auxiliarão no desenvolvimento da perspectiva do conhecimento, junto à filosofia da ciência,
com os seus estudantes.

B) DESENVOLVIMENTO:
ETAPA 1: O professor dividirá a turma em quatro grupos de trabalho. Para cada um, entregará um
breve resumo sobre os seguintes temas: a) ceticismo; b) dogmatismo; c) relativismo; d) pragmatis-
mo. Passados cinco minutos, os resumos deverão ser trocados entre os grupos até que todos eles
tenham tido contato com cada uma das correntes de pensamento apresentadas. De acordo com o
interesse dos grupos, cada um ficará responsável por um tema e deverá se aprofundar nele para se
apresentar na semana seguinte. Feito isso, o professor prossegue a aula fazendo um panorama da
filosofia da ciência e das propostas apresentadas por Popper e Kuhn.
ETAPA 2: Na semana seguinte, dois primeiros grupos, tendo se preparado para tanto, deverão evo-
car o problema da verdade a partir da corrente de pensamento escolhida na semana anterior, evi-
denciando como a sua vertente de pensamento propõe a relação entre sujeito x objeto. O professor
deverá fazer provocações ao grupo que estiver se apresentando, incitando a correção de possíveis
equívocos que poderão surgir. A dinâmica se encerra ao término de duas semanas, caso o profes-
sor tenha apenas uma aula semanal na turma.

36
ETAPA 3: Numa aula expositiva dialogada, o professor deverá promover uma síntese dos assuntos
trabalhados, identificando aos estudantes a especificidade do trabalho científico dentro das ciên-
cias humanas, além de evidenciar, é claro, a complexidade presente nas diferentes dimensões do
problema da verdade, bem como as qualidades objetivas e subjetivas presentes na perspectiva da
filosofia da ciência. Para tanto, poderá recorrer a exemplos presentes na história da filosofia. So-
bre o assunto consultar: 1) Hilton Japiassu, A Revolução Científica Moderna. Rio de Janeiro, Imago,
1985 (Cap. II – “A Revolução Científica: nova síntese epistemológica”).

RECURSOS:
Um breve resumo impresso sobre o ceticismo, dogmatismo, relativismo e pragmatismo.
Lousa.
Pincel atômico.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O professor poderá realizar uma avaliação processual, levando em consideração cada etapa do de-
senvolvimento proposto. Interesse, participação e engajamento nas atividades devem ser levados
em conta.

ATIVIDADES
1 - O que Thomas Kuhn entende por revolução científica? Quando ela acontece? Por que ela é uma
ruptura radical com relação à ciência anterior?

2 - Por que, apesar das rupturas e descontinuidades, continuamos acreditando no progresso das
ciências?

3 - Por que conhecer é a principal atividade pela qual os seres humanos constroem sentidos para
a existência?

4 - Distinga e relacione ceticismo e dogmatismo.

5 - Relacione realidade e verdade a partir do que foi estudado.

6 - Tenha em mente a seguinte situação:


Ptolomeu achava que a Terra estava parada no centro do universo, e que o sol se movia ao redor dela.
Copérnico afirmava o oposto: a Terra gira ao redor do sol, e não o contrário. Ptolomeu certamente
achava que estava correto, mas estava errado. Numa discussão com um cientista moderno, ele cer-
tamente levaria a pior.
a) Agora, explique por que Thomas Kuhn discordaria da possível situação acima.

37
7 - Veja a situação interdisciplinar apresentada:
A EXPLICAÇÃO DE PTOLOMEU PARA O MOVIMENTO DOS PLANETAS
Imagine uma roda gigante com uma única cadeira. Olhando de fora, você verá essa cadeira descre-
vendo um círculo, e voltando sempre ao mesmo lugar. Imagine, porém, que no lugar dessa cadeira
nós puséssemos outra roda, menor que a primeira, e que essa roda também só tivesse uma cadeira.
Imagine que as luzes do parque se apaguem, e que só essa cadeira fique iluminada. O que você acha
que verá? Bem, isso depende muito da velocidade em que essas rodas estiverem girando, e do tama-
nho de cada uma delas. Em condições normais, você verá uma série de “loopings”. No entanto, se as
rodas estiverem girando em velocidades muito diferentes, outros desenhos poderão surgir. Suponha,
por exemplo, que a roda menor só complete uma volta depois que a roda grande completar duas.
O que acontece?
a) Desenhe no caderno o movimento que será visto. Desenhe em seguida o movimento caso a
relação seja de uma volta da roda menor para cada três voltas da maior. Compare seus de-
senhos com o dos seus colegas e discuta-os com o seu professor de matemática ou física.
Eles concordam com sua representação gráfica?

REFERÊNCIAS
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2006.
FIGUEIREDO, Vinícius de (org.). Filosofia: Temas e Percursos. Curitiba: Berlendis & Vertecchia Edi-
tores, 2016.
FILHO, Juvenal Savian. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. Belo Horizonte: Autêntica Edi-
tora, 2016.
MEC. BNCC. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#medio/lingua-portu-
guesa-no-ensino-medio-campos-de-atuacao-social-competencias-especificas-e-habilidades>.
Acesso em: 13 mar. 2022.
MINAS GERAIS. Currículo Referência de Minas Gerais. 2021. Disponível em: <http://basenacional-
comum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento_curricular_mg.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2022.
VILELA, Orlando. Iniciação Filosófica. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Limitada, 1974.

38
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3 o ano Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Sociologia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
COMPETÊNCIA
TÓPICO
Raça e seus efeitos sobre desigualdade e discriminação racial no Brasil. Raça e mobilidade social.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO
Raça e seus efeitos sobre HABILIDADE(S)
desigualdade e discrimina- Identificar os processos de preconceito e discriminação racial no Brasil.
ção racial no Brasil.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Compreendendo a discriminação racial no Brasil
DURAÇÃO: 3 aulas de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Boas vindas.
• Apresentação do tema.
• Apresentação de dados históricos que mostram a situação da população negra no Brasil (Colônia
de Portugal, Império e República).

B) DESENVOLVIMENTO:
1ª aula
1. Os estudantes irão receber a referência da letra da música: “Negro Nagô - PJ e Raiz”, podendo acom-
panhar pelo celular ou por meio de uma folha impressa, caso seja desejo da/do estudante.
2. A professora, ou professor, irá colocar a música para ser tocada por algum equipamento sonoro
(caixa de som, celular, caixinha de som etc.) e os estudantes irão acompanhar a letra enquanto ouvem
a música.

39
Negro Nagô - PJ e Raiz
Eu vou tocar minha viola O negro mora em palafita
Eu sou um negro cantador Não é culpa dele, não senhor
O negro canta deita e rola A culpa é da abolição
Lá na senzala do Senhor Que veio e não o libertou

Dança aí, negro nagô Dança aí, negro nagô


Oh oh oh Oh oh oh

Tem que acabar com esta história Vou botar fogo no engenho
De negro ser inferior Aonde o negro apanhou
O negro é gente e quer escola O negro é gente como o outro
Quer dançar samba e ser doutor Quer ter carinho e ter amor

Dança aí, negro nagô Dança aí negro nagô


Oh oh oh Oh oh oh

3. Na discussão dialógica os estudantes serão motivados a falar sobre a primeira impressão sobre
as discussões que envolvem as pautas étnico-raciais.
Em seguida, serão provocados a falarem se presenciaram ou se sofreram situações de racismo.
Como reagiram?
2ª aula
1. A aula irá começar com um clipe de música no formato de curta-metragem intitulado: Bluesman
(Filme Oficial), do grupo Baco Exu do Blues.
2. Na discussão dialógica os estudantes serão provocados a mostrarem suas percepções sobre o
vídeo, o qual apresenta dois tipos de recursos textuais: visual e textual, com mensagens diferentes
que dialogam.
3. A professora, ou professor, utilizará os momentos do vídeo para fazer considerações históricas
e sociológicas sobre o tema.
4. Será pedido aos estudantes que deem dicas de músicas, vídeos e filmes que podem ser trabalha-
dos sobre o tema. Será um momento para conhecer um pouco mais sobre cada um deles.
3ª aula
1. Os estudantes irão receber a letra da música: Pele Preta - Berimbrown.

Letra: Pele Preta - Berimbrown


Não me conhece ainda, então venho lhe mostrar Faça o que quiser, eu valorizo por você
Sacode a cabeleira e deixa a juba balançar
E não alisa não, o bonito é o sarará Pele Preta
A beleza que tá junto da pele pra acompanhar Junto e misturado, atitude de primeira
Se não conhece o meu valor tá de bobeira
Morena, de bata, crioula, nega, preta Passei óleo de dendê, tempero da cozinheira
Cultura rica, afro-brasileira
Assuma sua pele, atitude de primeira Pele Preta
Se tá tudo junto, é black com certeza Debaixo do sol, trabalhou a vida inteira
Afro ilê aiê Viva pele brilha, que vira namoradeira
Venho te perguntar se o mundo negro já encantou você Protegido da minha terra
Sua vida não faz sentido, valorize o viver Minha mãe também é preta

40
2. Eles irão assistir ao clipe da música que será passado.
3. Na discussão dialógica os estudantes serão sensibilizados sobre o tema, reconhecendo que pes-
soas sofrem diariamente ou acumulam privilégios devido a sua questão etnico-racial, intensifican-
do ainda mais diante da interseccionalidade: classe social, gênero, religião.

RECURSOS:
Quadro; pincéis; folha A4; caixa de som; DataShow; televisão.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os estudantes serão incentivados a produzir dados por meio dos relatos de experiência.
Será observado se houve uma mudança qualitativa no discurso inicial e final acerca do tema proposto.

ATIVIDADES
• Em sala de aula:
Divida a turma em pequenos grupos de 3 ou 4 pessoas para a discussão das questões abaixo e de-
pois partilhe-as com o grupo todo:
1) Como você vê o esforço da sociedade brasileira para superar o racismo e a discriminação
dos quais os negros são as maiores vítimas? Você compreende e apoia conscientemente
esses esforços?
2) O que mais se pode fazer para pagar essa imensa dívida social que a sociedade brasileira
tem para com os brasileiros de origem africana? Você acredita no discurso de que existe
uma democracia racial no Brasil? Por quê?
(Fonte: Atividade retirada do subsídio para grupos de reflexão: Justiça e direitos numa sociedade democrática).

• Em casa:
1) Os estudantes serão apresentados a um tipo de metodologia: a História Oral de Vida.
2) Como exercício irão fazer um relato de experiência.
3) O relato tem que ser significativo com as informações apresentadas e diante disso, ele tem
que possibilitar o aprendizado e a sensibilização dos colegas.
4) O relato deverá ser escrito de modo dissertativo, possibilitando uma reflexão sobre o que foi
falado.

REFERÊNCIAS
Berimbrown | Pele Preta | Álbum Lamparina. Berimbrown Soul. Disponível em: <https://youtu.be/
bQSFmB2OjE0>. Acesso em: 22 mar. 2022.
BLUESMAN (Filme Oficial). BACO EXU DO BLUES. Disponível em: <https://youtu.be/-xFz8zZo-Dw>.
Acesso em: 22 mar. 2022.
JESUS, Rodrigo Ednilson de; REIS, Juliana Batista dos. Juventude e diversidade étnico-racial. Ca-
dernos temáticos: juventude brasileira e Ensino Médio. Belo Horizonte : Editora UFMG, 2014, 44 p.
MINAS GERAIS (Estado). Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Subsecretaria de De-
senvolvimento da Educação Básica. Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais de
Ensino. Diretoria de Educação de Jovens e Adultos – Conteúdo Básico Comum (CBC) de Sociologia
do Ensino Médio – Exames Supletivos/2010. Belo Horizonte, 2010.
JUPIC. Justiça e direitos numa sociedade democrática. (subsídio para grupos de reflexão). 2014,
120 p.

41
TÓPICO
Raça e seus efeitos sobre desigualdade e discriminação racial no Brasil. Raça e mobilidade social.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Raça e seus efeitos sobre desi-
gualdade e discriminação racial Ler e analisar tabelas simples sobre dados de mobilidade e es-
no Brasil. Raça e mobilidade tratificação social no Brasil.
social.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Mobilidade e estratificação social no Brasil: um olhar sobre a população negra
DURAÇÃO: 3 aulas de 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
• Boas vindas.
• Sensibilização.
• Exposição dialógica.
• Música.
• Apresentação do tema.
• Falar sobre a mobilidade e a estratificação social no Brasil a partir da população negra.
• Gráficos e tabelas com dados sobre mobilidade e estratificação social no Brasil.

B) DESENVOLVIMENTO:
É recomendado o uso da mesma letra de música durante as três aulas.
Aula 01
1. Os estudantes irão receber a referência da letra da música: “A De Ó - (Estamos Chegando...)· Mil-
ton Nascimento”, podendo acompanhar pelo celular ou por meio de uma folha impressa, caso seja
desejo da/do estudante.
2. A professora, ou professor, irá colocar a música para ser tocada por algum equipamento sonoro
(caixa de som, celular, caixinha de som etc.) e os estudantes irão acompanhar a letra enquanto ou-
vem a música.

A De Ó - (Estamos Chegando...) · Milton Nascimento


Estamos chegando do fundo da terra, Estamos chegando dos pretos rosários,
estamos chegando do ventre da noite, estamos chegando dos nossos terreiros,
da carne do açoite nós somos, dos santos malditos nós somos,
viemos lembrar. viemos rezar.

Estamos chegando da morte dos mares, Estamos chegando do chão da oficina,


estamos chegando dos turvos porões, estamos chegando do som e das formas,
herdeiros do banzo nós somos, da arte negada que somos,
viemos chorar. viemos criar.

42
Estamos chegando do fundo do medo, Estamos chegando do ventre de Minas,
estamos chegando das surdas correntes, estamos chegando dos tristes mocambos,
um longo lamento nós somos, dos gritos calados nós somos,
viemos louvar. viemos cobrar.

A DE Ó Estamos chegando da cruz dos engenhos,


estamos sangrando a cruz do batismo,
Estamos chegando dos rios fogões, marcados a ferro nós fomos,
estamos chegando dos pobres bordéis, viemos gritar.
da carne vendida que somos,
viemos amar. Estamos chegando do alto dos morros,
estamos chegando da lei da baixada,
Estamos chegando das velhas senzalas, das covas sem nome chegamos,
estamos chegando das novas favelas, viemos clamar.
das margens do mundo nós somos,
viemos dançar. Estamos chegamos do chão dos quilombos,
estamos chegando no som dos tambores,
Estamos chegando dos grandes estádios, dos Novos Palmares nós somos,
estamos chegando da escola de samba, viemos lutar.
sambando a revolta chegamos,
viemos gingar. A DE Ó

A DE Ó

3. Na discussão dialógica.
Aula 01
Procurar perceber dos estudantes:
• O que entenderam da música.
• O que entendem sobre mobilidade social e como isso está presente na música.
• Provocar a percepção deles em relação à invisibilidade que a população negra sofre na bus-
ca do reconhecimento dos seus direitos.

Aula 02
Os estudantes serão:
• Motivados a falar sobre a percepção pessoal acerca da realidade da população negra no
país, o qual será confrontado com dados que a professora ou professor irá levar. Os dados
(gráficos e tabelas) serão mostrados via projetor (DataShow ou uso de televisão).
• Incentivados a pesquisar e levar novos dados sobre mobilidade e estratificação social para
a aula seguinte.

Aula 03
Os estudantes serão:
• protagonistas no discurso inicial, falando acerca do conhecimento científico, ao apresenta-
rem os dados pesquisados.
• motivados a falar se a percepção deles se confirmou ou não. Se carregavam preconceitos
sobre o tema e como os dados ajudaram a desconstruir isso.

RECURSOS:
Quadro; pincéis; folha A4; caixa de som; DataShow, televisão.

43
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os estudantes serão incentivados a analisar os dados apresentados.
Será observado se houve uma mudança qualitativa no discurso inicial e final acerca do tema
proposto.

ATIVIDADES
• Em sala de aula:
Utilizando várias fontes de pesquisa e apresentação de dados, os estudantes irão analisar gráficos
e tabelas com informações diversas envolvendo a realidade da população negra no Brasil, buscan-
do perceber os impactos que são acometidas diante da educação, trabalho, renda, acesso aos ser-
viços públicos como saúde, saneamento básico e na garantia do direito à segurança pública.
• Em casa:
Os estudantes vão fazer um relatório confrontando informações coletadas de fontes diferentes.
Partindo dos dados quantitativos, de que modo seus relatos de experiência são significativos para
a construção do conhecimento científico acerca do tema?

REFERÊNCIAS
JESUS, Rodrigo Ednilson de; REIS, Juliana Batista dos. Juventude e diversidade étnico-racial.
Cadernos temáticos : juventude brasileira e Ensino Médio. Belo Horizonte : Editora UFMG, 2014,
44 p.
MINAS GERAIS (Estado). Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Subsecretaria de De-
senvolvimento da Educação Básica. Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais de
Ensino. Diretoria de Educação de Jovens e Adultos – Conteúdo Básico Comum (CBC) de Sociologia
do Ensino Médio – Exames Supletivos/2010. Belo Horizonte, 2010.

44

Você também pode gostar