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Ideias primeiras sobre turismo

Introduz o que pode ser considerado turismo, como ele pode ser aproveitado e como está ligado a
atividades econômicas, para viajar é necessário uma quantia de dinheiro razoável, pois o turista irá
consumir o que o país tem a oferecer sendo assim irá deixar uma parte do seu dinheiro no local
visitado. Os políticos das cidades turísticas, não se importam com os problemas que o turismo leva
para a cidade, eles apenas mostram as vantagens e "excluem" o lixo, comprometimento da cultura
local, estímulo à exploração sexual. A globalização que influencia e foi influenciada pela relativa
abertura das fronteiras nacionais, desenvolvimento de tecnologias de ponta, valorização do consumo
de bens e serviços, integração e trabalho conjunto de empresas de setores diferentes, crescimento da
população mundial com dinheiro para consumir e aperfeiçoamento das empresas facilita as ações
ligadas ao turismo. 
Os turistas são na maioria das vezes, pessoas influenciadas por outras para conhecer lugares novos.
Mesmo sendo algo normal para alguns, ainda muito homens e mulheres não tem condições
financeiras para “turistar”. Conhecer pessoas enquanto turistas, pode mostrar o verdadeiro "eu"
delas, assumindo posturas que normalmente não assumiriam junto à sua família ou círculo social.
Existem três visões destintas de turismo: 

Visão Leiga - turismo para descansar, aproveitar o local e consumir a cultura. 

Visão Empresarial - busca de negócio, oportunidade de trabalho e renda extra.

Visão Acadêmico-científica - está relacionado com possibilidade de inclusão social. 


O setor de turismo é um dos maiores do mundo em termos de movimentação econômica e de
impacto social. 

A evolução das definições de turismo


É importante lembrar que uma definição de turismo não é fácil de ser criada e, ao mesmo
tempo, de ser aceita entre os profissionais e estudiosos devido à grande diversidade de
empresas, serviços e profissionais que constituem esse setor.
No início do século XX, os primeiros estudiosos científicos do turismo se ocuparam mais da
questão estatística, deste modo, suas primeiras análises eram relacionadas a quem é e quem
não é turista, de onde vem o turista, quanto gasta em suas viagens e como esse gasto reflete
no destino.
É importante perceber que essa tendência via o turismo como consumo de luxo, de acesso
exclusivo das classes abastadas, e não como necessidade humana. Tal análise foi sendo
gradualmente superada, apesar de que essa crítica ainda se faz atual em países com
concentração de renda na mão de poucos e que possuem parte de sua população que ainda
não saiu do nível de pobreza.
Dos fins do século XIX até a década de 1940, os principais estudiosos do turismo eram
europeus, com destaque para os suíços, italianos, austríacos e alemães. São desconhecidos
trabalhos de envergadura de norte-americanos e latino-americanos antes de 1960. Esse fato é
simples de se compreender, pois foi nos países europeus mais avançados industrialmente que
a prática do turismo pode se desenvolver com mais força.
Os primeiros estudos tinham duas vertentes muito claras:

1. A sociológica, que analisava os deslocamentos, o “tráfego de forasteiros” (fremdenverkehr,


em alemão) e as mudanças que eles causavam no homem em aspectos gerais, como em sua
educação, cultura e modos de vida (de vestir e falar) e;

2. A visão econômica, que analisava formas de facilitar e propiciar o aumento deste tráfego de
forasteiros, transformando-o num setor da economia (fremdenindustrie, ou “indústria de
forasteiros”).
Para o estudioso espanhol Cierva (Turismo — Teoría, técnica, ambiente, 1962), o turismo
possui três enfoques distintos: como fenômeno, como ciência e como arte. Como fenômeno o
turismo é um fato humano que consiste no deslocamento temporal livre, agradável e com fim
em si mesmo, sem objetivar o lucro ou fins laborais; como ciência é o conhecimento
sistematizado do fenômeno turístico em sua complexidade humana e; como arte é a expressão
dos mais profundos, múltiplos e variados valores humanos, é a combinação da economia,
simpatia, hospitalidade, política que ultrapassa a análise rígida e desumanizada do fenômeno.
Para superar as dificuldades causadas por imprecisões nas definições, em 1991 a Organização
Mundial do Turismo organizou a Conferência Internacional de Estatísticas em Viagens e
Turismo, que criou terminologias específicas para o setor, todavia, mesmo elas não estão livres
das críticas, tanto que o problema e as discussões continuam. Porém, é inegável que nos
últimos anos o conceito vem sendo refinado, e um número maior de envolvidos com o
fenômeno está chegando a um acordo sobre seu significado e sua definição. Importante: a
OMT é uma agência especializada ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) e configura-
se na principal instituição internacional no campo do turismo. É nela que são debatidas as
grandes questões do setor.
O turismo também faz parte da agenda governamental e pública. Em 17 de setembro de 2008
o governo brasileiro sancionou a Lei 11.771, intitulada Lei Geral do Turismo. Seu principal
objetivo é dispor sobre a Política Nacional de Turismo, além de buscar regulamentar a
atividade no Brasil. Nesta lei também há uma definição de turismo:
Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se turismo as atividades realizadas por pessoas físicas
durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período
inferior a 1 (um) ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras. Parágrafo único. As viagens e
estadas de que trata o caput deste artigo devem gerar movimentação econômica, trabalho,
emprego, renda e receitas públicas, constituindo-se instrumento de desenvolvimento
econômico e social, promoção e diversidade cultural e preservação da biodiversidade.
Historicamente, os estudiosos não decidiam em um primeiro momento pesquisar o turismo,
mas, assim o fizeram, porque o turismo “apareceu” em suas pesquisas. Por exemplo, o
antropólogo estudava a cultura de uma comunidade indígena e percebeu que a visita de
turistas à aldeia influenciava o modo de vida dos índios, logo ele passou a estudar também o
turismo. Outro exemplo: o economista elaborava estudo da microeconomia de uma cidade ou
região quando percebeu que a entrada de visitantes de fora do lugar movimentava
significativamente a economia local, então ele passou a estudar esses grupos de visitantes
(turistas). Foi dessa maneira que ganhou corpo o escopo teórico do turismo.

O Contexto
Sobre o surgimento do turismo moderno, tal como hoje é desenvolvido no Ocidente, não é
possível apontar um ano específico, pois o turismo surgiu de uma complexa confluência de
fatores ao longo de várias épocas. O que se compreende por atividade turística moderna
nasceu no período denominado Revolução Industrial, na Europa, em fins do século XVIII e
início do XIX, e é desse fenômeno que aqui tratamos.
Ressalta-se que as viagens com motivações diversas, inclusive culturais, existiram em períodos
históricos pontuais, ao menos no mundo ocidental. Foi assim na época conhecida como Pax
Romana, que foi de aproximadamente 30 a.C a 200 d.C. É desse período o primeiro guia de
viagem de que se tem notícia. Foi escrito por Pausânias da Lídia (hoje Turquia), provavelmente
após o ano 150 de nossa era, e intitulava-se Ellados Periegesos, ou Descriptio Graeciae
(Descrição da Grécia), como foi renomeado na Idade Média ao ser redescoberto. Foi um livro
escrito para os que apreciavam a Grécia. Um periegeta seria, na época, um amante das
viagens, um viajante nato.
Um rápido comentário sobre o início do turismo no Brasil. No Rio de Janeiro já existiam alguns
hotéis/hospedarias em 1830, mas seria ingenuidade pensar que havia turismo aqui antes de
1850. Qualquer viajante europeu que quisesse conhecer o Brasil na primeira metade do século
XIX teria que enfrentar verdadeiros desafios, a começar pela viagem nos navios da Europa para
cá, nada confortáveis, que demorava mais de dois meses; o medo do desconhecido; a falta de
estradas e meios de comunicação;
a pobreza da população; o sistema escravocrata; a escassez de hospedarias; entre outros
fatores, que desanimariam até o mais entusiasmado candidato a turista.

Teoria e prática do turismo


É fácil confundir turismo com lazer, viagem, entretenimento e recreação. São conceitos
parecidos que podem expressar ações semelhantes, mas não são sinônimos um do outro. Do
mesmo modo, os termos viajantes, visitantes, excursionistas e turistas são diferentes. Os tipos
de empresas que existem no setor também dependerão da compreensão desses conceitos.
Teoria e prática andam juntas, ou ao menos deveriam andar.
Gradativamente, o setor de turismo vem sendo estudado e se desenvolvendo, acarretando a
substituição de serviços sem qualidade por serviços e produtos que buscam atender às
exigências e necessidades dos clientes. A procura por maior qualidade leva a uma maior
preocupação com sua definição e caracterização mais exata, para fins de uma maior
profissionalização. Só esse fato já justificaria a necessidade de uma definição do termo.
Definir turismo é importante também porque a partir disso é possível pensar a atividade em
seus mais complexos aspectos. Por exemplo, com o conceito definido, a OMT pode estabelecer
princípios para seu planejamento; as organizações nacionais têm clareza para implementar
políticas públicas; legislação específica pode ser criada; linhas de financiamento público e
privado seriam implantadas; pesquisas científicas teriam mais foco em seu objeto de estudo,
entre inúmeros outros fatores.

Princípios do turismo
A que estamos nos referindo quando falamos em princípio? O termo “princípio” é considerado
uma proposição base e elementar que serve como fundamento para desenvolver um
conhecimento, lei, teoria ou conceito. É uma proposição, afirmação ou conceito lógico no qual
se apoia o raciocínio que leva ao desenvolvimento de uma ideia. Quando falamos em princípio,
também nos referimos à origem de algo — poderia ser também a origem e causa de uma ação.
De acordo com a discussão feita até agora, identificamos dois tipos de princípios para o
turismo: os fundamentais e os desejáveis. Os fundamentais seriam aqueles sem os quais não
pode existir turismo. Os desejáveis aqueles que devem existir para a boa experiência do
turismo, e sem os quais essa experiência pode ser comprometida, mas não deixa de existir.

Princípios fundamentais
Sujeito
Deslocamento
Retorno
Motivação
Hospitalidade
Experiência
Comunicação
Tecnologia

Princípios desejáveis
Sustentabilidade
Igualdade
Supremacia do Interesse Público
Alteridade
Ética
Satisfação Pessoal (busca do prazer)
Livre-Vontade

Impactos da atividade turística


Pensar de forma ética é concordar que o turismo pode trazer muitas coisas boas, mas também
se for mal planejado e desenvolvido, trará problemas. Assumir uma postura que busca
maximizar os efeitos positivos do turismo e conhecer mais profundamente os efeitos negativos
para evitá-los é fundamental para qualquer pessoa ligada ao setor. É com esse pensamento
que são apresentados abaixo os principais impactos positivos e negativos do turismo em
quatro grandes áreas: econômica, social, cultural e ambiental. Tais impactos também podem
ser chamados de efeitos ou implicações do turismo.

Econômicos
O turismo, em relação a suas questões econômicas, gera renda e emprego para os envolvidos.
Esse é um fator importante na redistribuição de riquezas e ajuda a diminuir a diferença entre
ricos e pobres. Seus investimentos melhoram a infraestrutura (rodoviárias, aeroportos, linhas
de comunicação, abastecimento, estradas) dos destinos turísticos que servem também para os
residentes. Ajuda a complementar atividades econômicas já existentes, como agricultura e
prestação de serviços diversos e diversifica a economia local.

Sociais
O homem viaja por diversos motivos, um dos principais é a fuga do cotidiano, a busca por um
momento em um lugar sem estresse e preocupações com o trabalho que ajude a diminuir suas
tensões e o leve ao encontro de si mesmo, de sua família e do outro. O turismo, desta forma,
funciona como um alívio mental, comparando-se a sessões de terapia. É uma válvula de escape
que libera a mente para novas ideias. Sem ele, pode- se afirmar, a sociedade poderia entrar em
colapso.
A ação do turismo sempre vai gerar impactos sociais que serão originários do encontro entre
turista e anfitrião, ou visitante e residente local. Alterações sociais surgem dessas relações e
podem ser notadas imediatamente ou demorar a aparecerem. Em um local que recebe turistas
pela primeira vez (há muitos casos atuais desse tipo no Nordeste e na Amazônia) pode ser que
o turista seja bem recebido no início, mas, com o passar do tempo, a população local pode até
sentir repulsa de quem é de fora, pois passará a perceber os impactos negativos do turismo.
Os valores tradicionais também são colocados em risco com o desenvolvimento do turismo,
pois a estrutura social pode ser modificada. É possível que ocorra a migração de uma
comunidade rural para uma área urbana com estrutura habitacional precária, ou mesmo
favelas. A comunidade tradicional, sendo apresentada a novos valores (antes desconhecidos)
pode desejar ascender a eles. Assim, novas formas de consumo e relações intracomunitárias
são criadas levando a uma padronização cultural moldada em valores exógenos ao local,
portanto, destituídos de significado original.

Culturais
No contato entre turistas e residentes ocorrem trocas culturais que levam ao enriquecimento,
alargam os horizontes, perspectivas e visão de mundo e criam possibilidades de outra
compreensão e entendimento da realidade vivida por cada um. É o conhecimento de um
mundo novo e diferente. Isso tudo se o processo de encontro for pacífico e agradável; caso
contrário, problemas poderão surgir.
Se a visitação ao destino não for bem conduzida pode ocorrer a mercantilização da cultura local
na qual ela transforma-se numa mercadoria a ser consumida. Neste momento, a cultura
original é modificada para “turista ver” e então surge um pseudoevento, com perda da
autenticidade. Ou seja, o residente finge uma cultura e o turista finge que acredita que o
residente não está fingindo. Um jogo de ambos os lados.
Ambientais
Mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas com alto índice de poluentes e
estresse diário. Não é a toa que um dos segmentos que mais cresce é o ecoturismo, aquele
turismo feito em áreas naturais com consciência da importância da preservação ambiental. A
busca por paisagens originais, ou pouco modificadas, tem crescido a níveis nunca antes vistos.
Parece existir uma necessidade de volta às origens, uma volta ao seio da mãe terra. O turismo
faz parte deste processo.
Em alguns destinos, os animais que eram abatidos pelos moradores passaram a ser protegidos,
pois eles valem mais vivos do que mortos. Turistas pagam para vê-los. O dinheiro gerado pela
visitação tem uma parte investida na criação de cursos de educação ambiental ou mesmo no
desenvolvimento de nova infraestrutura turística, como por exemplo, torres para observação
de pássaros ou trilhas ecologicamente corretas.
A infraestrutura construída para receber turistas, se for executada de forma inadequada e mal
planejada, também pode comprometer a paisagem, empobrecendo a vegetação e expulsando
do local os animais. E isso não ocorre somente em terra firme, mas também nos mares. Sendo
uma atividade que usa muita água (piscinas, lavagem de roupas nos hotéis, irrigação de jardins,
campos de golfe e parques particulares), o turismo contribui para a desertificação e para,
inclusive, elevar o preço da água para os moradores locais.

Turismo responsável: uma possibilidade


O turismo responsável é um conceito que envolve turistas, empreendedores, comunidade
receptora e gestores do turismo. É um tema que procura inserir principalmente as
comunidades locais na gestão do turismo, dando a elas o direito de decidir se querem turismo
ou não, e qual tipo de turismo e de turistas estão dispostos a receber. Essa bandeira tem sido
levantada principalmente em países em desenvolvimento e visa à preservação dos destinos e a
autonomia das comunidades receptoras em relação ao turismo em sua localidade. Um
exemplo desse tipo de turismo é o dos índios Kuna Yala, do Panamá, que são responsáveis
diretos pela administração do turismo em suas terras.

Palavras finais
Quem trabalha com e estuda o turismo deveria ter como meta proporcionar, a um número
cada vez maior de pessoas, a possibilidade de praticar essa atividade de forma justa, ética,
responsável e autossustentável, que gerasse o mínimo de impactos negativos e maximizasse os
positivos. Pela reflexão que desenvolvemos ao longo do texto, está claro que somos favoráveis
à prática do turismo, pois ele é direito de todos.
Para empreender viagens, há alguns condicionantes básicos que nada mais são do que
limitadores, que impedem o deslocamento de uma forma ou outra; entre os principais estão:
Condições Financeiras
Disponibilidade de Tempo
Condições Físicas
Estrutura Familiar
Procedimentos Burocráticos
Conhecimento do destino e vontade de viajar

As três questões que mais devem preocupar os governos, e a sociedade de um modo geral, são
a mudança climática, a disseminação de doenças com a possibilidade de uma pandemia
mundial e o eminente risco de ataques terroristas. Esses problemas são o resultado de nosso
comportamento no planeta. O desenrolar desses fatos moldará não só o turismo, mas toda a
sociedade mundial em seus mais variados aspectos. Esses não são problemas apenas do
turismo.
No aspecto mais específico, acreditamos que o turismo passará (já está passando) por uma
crítica às suas formas tradicionais e à forma como é visto pelos organismos oficiais. Por
exemplo, destinos de turismo de massa (veja os exemplos de Majorca, Espanha, e Acapulco,
México) estão repensando se vale a pena receber ondas de turistas todos os verões e fazer um
esforço incomensurável para minimizar gradativamente os impactos negativos gerados por
essa atividade em seus territórios.
Em alguns destinos o esforço não compensa. Em outros, é necessário uma ação
intervencionista mais contundente, como limitar o número de turistas no destino, maior rigidez
nas leis de uso e ocupação do solo e combate ao crime organizado, às jogatinas e à exploração
sexual.

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