Você está na página 1de 5

Introdução

Segundo MOTTA (2007:165), turismo é um fenómeno socioeconómico que consiste no deslocamento


temporário e voluntário de um ou mais indivíduos que, por uma complexidade de factores que
envolvem a motivação humana, saem do seu local de residência habitual para outro, gerando múltiplas
inter-relações de importância cultural, socioeconómica e ecológica entre os núcleos emissores e
receptores.
Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT, 2000, p. 68) define o turismo como sendo um
conjunto de actividade de pessoas, viajando e que permanecem em lugares fora do seu ambiente
normal não mais de um ano para lazer, negócios e outros motivos não relacionados com actividades
remuneradas no lugar visitado.

A actividade turística pode contribuir para atingir alguns objectivos, principalmente no que se refere à
redução da pobreza, à conservação do meio ambiente, à criação de oportunidades de emprego para
mulheres, comunidades indígenas e jovens, além de possuir importantes inter-relações com outros
sectores produtivos, como a agricultura, o lazer e o artesanato.

O aumento do turismo traz não só o melhoramento de infra-estruturas, como também possibilita na


construção de novos edifícios que, de uma forma directa irá beneficiar a população desta localidade,
também permitirá com que haja mais postos de trabalhaatravés dessas infra-estruturas.

Diferenças entre Oferta turística e Produto turístico

A oferta turística é um conjunto de factores patrimoniais, equipamentos, bens e serviços que estimulam
a deslocação de turistas, satisfaçam as suas necessidades de deslocação e de permanência e sejam
exigidos por estas necessidades.

A oferta turística é assim composta pelo património turístico (conjunto potencial dos bens
materiais/imateriais que estão à disposição do homem e que podem utilizar-se, mediante um processo
de transformação, para satisfazer necessidades turísticas) e recurso turístico (todos os bens e serviços
que por intermédio do homem, tornam possível a atividade turística e satisfazem as necessidades da
procura).

O produto turístico é uma combinação de elementos materiais e imateriais de


um território direcionados para uma actividade própria; engloba o património, as atrações, os
equipamentos, as infraestruturas e a acessibilidade ao destino turístico, dos quais o consumidor (turista)
compra uma combinação de actividades, com por exemplo, o produto “Neve” é constituído por
neve, estabelecimentos hoteleiros, transporte, animação, restaurantes, informação e organização da
viagem, estabelecimentos comerciais e serviços diversos.

Características da Oferta turística

No que concerne às características, a oferta turística diferencia-se da oferta de outra qualquer


actividade nos seguintes elementos. Desta forma, vamos analisar 2 características associadas ao produto
que compõem a nossa oferta turística:

Impossibilidade de estocagem: A maioria dos serviços turísticos não pode ser estocada, ou seja, não
pode ser guardada para posterior consumo. Na realidade da prestação de serviços, um serviço é algo do
imediato, ou seja, produzido naquele momento e naquele espaço, sendo, desta forma,
obrigatoriamente, consumido naquele mesmo momento e naquele mesmo espaço. No final, o que fica
para o cliente é, apenas, a conta, a recordação e a sensação final de agrado/desagrado/indiferença que
lhe proporcionámos.

Por exemplo, quando falamos de um quarto ou de um assento num avião a possibilidade de


armazenamento não existe, pois se não forem vendidos nesse momento ou nesse dia, jamais os
poderemos recuperar ou guardar para vender posteriormente;

– Intangível – Ao contrário de um bem material, que pode ser tocado e experimentado até que se
conclua o processo de decisão de consumi-lo ou não, o produto turístico não tem condições de ser
experimentado ou experienciado antes da sua efetiva aquisição.

Por exemplo viajar para Ilha de Moçambique e conhecer a cultura dessa região.

Importância económica do turismo com benefícios a nível local

O desenvolvimento local envolve a descoberta,mobilização e valorização dos recursos locais,sendo que


o turismo normalmente é apresentado como uma das actividades capazes de organizar e desenvolver as
potencialidades.

Dinamização e diversificação do sector empresarial local: Além da dinamização das actividades


directamente relacionadas com o turismo, assiste-se ao aumento da construção civil, do comércio, dos
serviços relacionados aos automóveis, bancos, dos serviços pessoais, etc.Simultaneamente surgem
iniciativas no âmbito dos serviços de animação, umas de natureza empresarial, como a organização de
passeios ou a recriação de actividades rurais, outras não monitorizadas, como os espectáculos de música
tradicional;
Valorização das pequenas poupanças locais: O desenvolvimento do turismo tem permitido a valorização
de pequenas poupanças locais, através dos investimentos em restaurantes, comércio, serviço de apoio à
população e serviços de animação;
Criação de emprego: A expansão nas actividades de turismo e lazer permiti criar novos postos de
trabalho. Todavia, se observa também, que a maior parte dos empregos é sazonal ou em tempo parcial.
Embora os salários pagos sejam geralmente baixos, o seu efeito no poder de compra das economias
locais é significativo;

Criação de infra-estruturas, equipamentos e serviços de lazer utilizados pela população local: Um dos
aspectos mais benéficos para a melhoria das condições de vida local, com efeitos de atracção e fixação
da população jovem, é o surgimento de infra-estruturas e equipamentos de lazer abertos a toda
população. A população da região poderá se beneficiar das estruturas e actividades que nunca seriam
criadas apenas para si, como por exemplo, a melhoria de estradas, sinalização;
Ganhos ambientais: O incremento da actividade geralmente conduz a um investimento na qualidade
ambiental. Este é sem dúvida, um dos maiores benefícios que as populações locais podem retirar do
desenvolvimento das actividades de turismo.
Conclusão

Tendo chegado ao final deste trabalho de pesquisa foi possível concluir que, a definição do conceito de
oferta turística não é pacífica na medida em que existe a dificuldade em isolar algumas atividades
dedicadas aos turistas, daquelas que de um modo indiscriminado também servem os residentes e
outros mercados/sectores.

O produto turístico compreende entidades com responsabilidades na gestão dos recursos públicos
(praias, florestas, museus, monumentos, castelos), empresas turísticas (hotéis, transportes, agências de
viagens, restaurantes, operadores turísticos), entidades com responsabilidades na gestão das
infraestruturas (estradas, aeroportos, serviços de saneamento, serviços de limpeza) e empresas
complementares (parques temáticos, cinemas, casinos, instalações desportivas e/ou culturais).

A comunidade local tem tirado vários benefícios com a implementação e a prática do turismo na
localidade, como a atracão de investimentos; fixação da população jovem; criação de emprego; criação
de infra-estruturas, equipamentos e serviços de lazer utilizados pela população local; Valorização do
património; ganhos ambientais.

Os bens produzidos não podem ser armazenados, ou seja não se poderão constituir stocks, à
semelhança das outras atividades produtivas. O consumo turístico é condicionado pela presença do
cliente, isto é, neste caso o cliente tem de se deslocar até ao local de produção dos bens e serviços. A
produção e o consumo são simultâneos, pelo que só existe produção turística quando há consumo;

A oferta turística é imóvel, uma vez que um recurso turístico (praia, monumento) não pode ser
transferido para outro local associado a melhores condições de venda; O produto turístico é compósito,
na medida em que qualquer deslocação turística envolve um conjunto de bens e serviços que
concorrem entre si em complementaridade (alojamento, alimentação,...);

Referências bibliográficas
MOTA, Keila Cristina Nicolau. Marketing Turístico: promovendo uma atividade Sazonal. São Paulo: Atlas,
2001.

OMT (Organização Mundial de Turismo) (2003). Introdução ao Turismo, Roca.

SILVA, J. A. S. Turismo, Crescimento e Desenvolvimento: Uma Análise Urbano regional.Tese Doutoral.


Universidade de São Paulo– USP. 2004.
SIMÕES, O. Turismo em espaços rurais: um ponto de partida. In: SIMÕES, O.; CRISTÓVÃO, A. (Org.).
Turismo emEspaços Rurais e Naturais. Coimbra:Instituto Politécnico de Coimbra, 2003.

LAGE, B. H. G.; MILONE, P. C. Economia do turismo. Campinas, SP: Papirus: 1991

Você também pode gostar